Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Nos tempos das Promissórias
Há anos atrás, mais precisamente 1950, você queria abrir uma conta em um Banco, simplesmente escolhia um e com um pequeno valor, correspondendo hoje a uns 200 reais, se dirigia a um dos caixas do Banco escolhido – não havia filas enormes nos guiches bancários – que educadamente abrias a sua conta corrente, preenchia o seu cadastro numa ficha administrativa, lhe fornecia uma pequena caderneta com todos os seus dados cadastrados e anotava nela o valor do seu depósito. Tudo isso era feito à mão com pena e tinta e uma caligrafia de fazer inveja a um "monje copista".Pronto, dessa data em diante você passava a ter uma conta corrente em um Banco conferindo-lhe "status " de cidadão e mais: a partir da data da abertura da conta o Banco passava a lhe pagar juros, que todo o fim do mês lhe era somado ao valor do seu depósito.Quando ia Banco para fazer um depósito ou retirar dinheiro, ia com a sua caderneta e o caixa fazia esses cálculos com uma máquina de calcular, veja bem, manual – as elétricas viriam entrar no mercado anos depois – que somava ou subtraia os valores fornecidos e os seus resultados eram anotados, à mão, por esse caixa na caderneta. Tudo muito simples.Éramos felizes e não sabíamos.Hoje, não preciso comparar o sistema antigo com o moderno sistema computadorizado porque todos nós sabemos como isso funciona e como somos explorados, humilhados e ofendidos por esse sistema financeiro que na opinião de muitos é o resultado de uma política financeira, recomendada nos anos 90 pelo famoso "Consenso de Washington" que deu ao mercado esse poder absoluto.
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3 comentários:
Debarros, você tem razão. Bancos pagavam juros, acho que calculados pela Tabela Price, para depósitos em conta corrente. Isso deve parecer ficção científica aos jovens de hoje. É um absurdo você pagar caro para movimentar seu próprio dinheiro. Os Anos 90 marcaram esse liberou geral para os sistemas financeiros e mercados e os políticos, todos, atuais e anteriores, disseram amém para os bancos.
Além dos bancos, itens não-financeiros como energia elétrica e petróleo viraram campos de especulação a partir desse Consenso, para o qual economistas e comentaristas babaram. O tal mercado, que aumenta os preços em função da especulação, como aconteceu com o petróleo no ano passado, com barril acima de 100 dólares, transferiu renda dos assalariados para os especuladores. O consumidor sempre paga a conta.
Gonça, veja bem: naquela época os Bancos pagavam juros pelo seu dinheiro neles depositados pela simples razão de que iriam ganhar muito dinheiro com o seu dinheiro. Com o seu dinheiro iriam investir em outros negócios, em bolsas, em financiamentos de obras, em empréstimos enfim em um leque de oportunidades financeiras que reverteriam em lucros para o seu verdadeiro negócio. O fato é que, naquela época, havia uma aparente honestidade nessas transações. Os Bancos lhe diziam vocês me emprestam o seu dinheiro, vocês vão ganhar tambem, que com ele vou investir no mercado e o que ganhar dividirei com vocês. Bem, o fato é que eles nos pagavam os juros do dinheiro neles confiado.
Hoje o que fazem os Bancos: cobram da gente o dinheiro depositado. Na verdade pagamos aos Bancos para guardarem as nossas economias .
Me lembro deste tempo. Das promissórias e de meus pais planejando tudo. Hoje? É como Barros falou...só humilhação e abuso.
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