terça-feira, 12 de abril de 2022

Auxílio Viagra prejudica principal atividade militar

 

Reprodução Twitter

Frase do Dia: sem banho

 "O casamento é uma troca de maus humores durante o dia e de maus odores à noite.”

Arthur Schopenhauer, filósofo alemão (1788-1860)

 

É fake, mas vale zoar

 

Reprodução Twitter


por O V.Pochê

A palavra original é tensão. Mas o derrame superfaturado de Viagra justifica o clima. Mas uma vez o roteirista do Brasil se supera. Na tempestade de escândalos de corrupção no governo, esse é o da vez. Aos políticos golpistas que costumam frequentar quartéis, é a hora da confraternização. Vai lá. Boa sorte!.

A FÜHRERIN FRANCESA

 


por José Esmeraldo Gonçalves

O perigo, mais do que nunca. Marine Le Pen passou um maquiagem que amenizou suas conhecidas pautas de ultra direita, como racismo, imigração, ecologia, leis prisionais, educação, energia limpa, desmonte da União Europeia etc para prometer um programa populista de auxílios financeiros, corte de impostos, benefícios para aposentados, salários, um possível "brexit" francês, aumento das verbas militares, intervenção do Estado na economia, entre outros pontos que seduziram boa parte do eleitorado cansado do modelo neoliberal que fez cair o padrão de vida da população nas últimas décadas. Não por acaso sua campanha recebeu vultoso apoio financeiro do lider polonês Andrzej Duda. Na outra ponta, o desgaste de Emmanuel Macron, os impactos da guerra na Ucrânia e a fragmentação resiliente da esquerda favoreceram a ascensão da Führerin francesa. Faltou pouco para Mélenchon - cujo desempenho surpreendeu -, ir para o segundo turno. Resta agora esperar que o voto antifascista anteveja o risco, faça cair a abstenção e reeleja Macron, a solução amarga e única. Macron, Mélenchon e nichos menores da esquerda têm até o próximo domingo, data do segundo turno, para buscar um entendimento que afaste a França da fascismo com botox.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Madame Le Pen: a vadia de Putin

 


Folha "mata" a rainha Elizabeth


A Folha de São Paulo cometeu hoje um "feminicídio". "Morre Elizabeth 2•, a mais longeva rainha da história britânica". O jornal pediu desculpas a apagou a mancada. Elizabeth passa bem e já deu pinta de que pretende viver mais do que a Folha.

O mais famoso Erramos da Folha foi afirmar que Jesus morreu enforcado. Veja a correção: 


Operação Antibrocha- Militares recebem "Auxílio Viagra" pago com dinheiro público

por O.V.Pochê

Em 1968, o deputado Márcio Moreira Alves protestou na tribuna da Câmara Federal contra a violenta invasão da Universidade de Brasília. No seu discurso, às vésperas de 7 de setembro, ele propos às mulheres brasileiras uma espécie de boicote aos militares das Forças Armadas. Veja um trecho do discurso que motivou a cassação do seu mandato e o lançou em um exílio de mais de dez anos.

"Esse boicote pode passar também às moças, aquelas que dançam com cadetes e namoram jovens oficiais. Seria preciso fazer hoje no Brasil com que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem a entrada à porta de sua casa aqueles que vilependiam a Nação. Recusassem a aceitar aqueles que sillenciam e, portanto, se acumpliciam".
Não se sabe se aquela sugestão de greve afetou a vida sexual dos militares. Não eram tempos de transparência, o sigilo imperava até debaixo dos lençóis oficiais.

Cinquenta e quatro anos depois o Brasil vive um governo impregnado de milicos. Eles voltaram a mandar no sol e na chuva da frágil democracia brasileira. O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) revelou que as Forças Armadas aprovaram a compra de mais de 35 mil unidades de Viagra, medicamento utilizado no tratamento contra a disfunção erétil. Os brasileiros já tão explorados agora patrocinam tentativas de paudurência nas fileiras das gloriosas. Se não houve a greve de sexo sugerida por Márcio Moreira Alves, supõe-se agora que, longe de paralisação, a reivindicação e manobra militar urgente pedem mais ação.

Militares alegam que o medicamento também é usado para tratar de hipertensão pulmonar, mas não falam nada sobre como vão controlar ereções indevidas e não autorizadas na tropa.

 

Eleições na França: um recado ao Brasil

 


Com um pouco mais de união, a esquerda francesa teria levado Mélenchon ao segundo turno e afastado a ameaça fascista da extrema direita representada por Marine Le Pen. Isso traz uma mensagem ao Brasil. Se o país quer mudança, não terá se sair teclando "confirma" em políticos ex-bolsonaristas que se anunciam supostamente "arrependidos". Sérgio Moro, João Dória, Simone Tebet, Eduardo Leite, guardam a carteirinha de bolsonaristas no fundo da gaveta. Têm a mesma ideologia do "mito" que os inspirou em 2018. São sócios do desastre econômico, moral e social em que o Brasil mergulhou. Já a biruta de Ciro Gomes está a cada dia mais travada na pista da direita. Na França, a pulverização de votos da esquerda entre ambientalistas, socialistas, comunistas, anticapitalistas e trotskistas vai reeleger o neoliberal Macron ou, pior, a fascista perfumada (ela tentou maquiar seu projeto político e só faltou dizer que não mais reconhece o pai, o fascistão Jean-Marie Le Pen, xenofóbico, racista, antissemita e ex-torturador na Argélia. Marine Le Pen ameaça a democracia francesa tanto quanto Bolsonaro pode levar o Brasil a uma nova ditadura.

Quando você não identifica a mutreta, o bobo é você

 

Do UOl.

Se você comemora quando o governo corta impostos de produtos, saiba que nada ou pouco sobra para o seu bolso. Esse golpe neoliberal é conhecido. O vendedor se apodera do percentual redutor do imposto e o transforma em mais lucro. Simples assim.

FRASES DO DIA.3 - Derrota, vida, sucesso

 * “A derrota tem uma dignidade que a vitória não conhece.”

JORGE LUÍZ BORGES

• “Na vida o importante é fracassar.”

NÉLSON RODRIGUES

• “O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”

WINSTON CHURCHILL



domingo, 10 de abril de 2022

Do twitter: O MEC É MECA

 

Reprodução Twitter

Indígenas protestam em Brasília contra projeto que autoriza exploração de terras para mineração

 

Foto de Ricardo Stuckert.
Em 6-4-2022. Reprodução Twitter

Quadro de Victor Meireles recria a chegada dos portugueses
em 26 de abril de 1500.  Foi o marco zero do holocausto indígena, que prosseguiu ao longo
 dos sécuilos e é hoje acelerado pelo governo de Jair Bolsonaro.

A volta do Pink Floyd, 28 anos depois: pela Ucrânia • Por Roberto Muggiati



Foto: reprodução do clipe Hey, Hey, Rise Up

Exatos 28 anos e dez dias depois do lançamento do álbum Division Bell, o Pink Floyd está de volta, com a canção “Hey, Hey, Rise Up!”, lançada na última quinta-feira, 7 de abril, uma exaltação da resistência ucraniana contra a invasão russa. Participa virtualmente do vídeo, o músico Andriy Khlyvnyuk da banda Boombox, interpretando em sua língua natal “O viburno vermelho da campina”, uma canção de protesto ucraniana da Primeira Guerra Mundial. O título da composição do Pink Floyd foi tirado do último verso da canção e significa “Ei, ei, deem a volta por cima e rejubilem-se!” Ao guitarrista e vocalista David Gilmour e ao baterista Nick Mason juntaram-se os ex-integrantes do Pink Floyd Guy Pratt, no baixo, e Nitin Sawhney, aos teclados.

Gilmour, que tem uma nora e netos ucranianos, indignou-se com o ato de violência de Putin: “Como muitos em toda a humanidade, venho sentindo fúria e frustração diante dessa vilania de vermos um país democrático e independente invadido e tendo seu povo assassinado por uma das maiores potências do mundo.” Gilmour não hesitou em dar a sua contribuição à causa ucraniana depois de saber que Andriy tinha largado tudo para seu unir à Defesa Territorial dos seus compatriotas e ao comover-se com o vídeo do Instagram em que o músico canta diante da catedral de cúpula dourada na praça principal de Kiev, no silêncio sepulcral das ruas esvaziadas pelo terror da guerra. Durante a composição da música, Gilmour telefonou para Khlyvnyuk, que estava hospitalizado recuperando-se de um ferimento por estilhaço de morteiro; tocou até para ele um trecho da canção e recebeu sua bênção.

“Nossa intenção é levantar fundos para levar ajuda humanitária e apoio moral à sofrida população da Ucrânia,” disse David Gilmour. A capa do single é um girassol, a flor nacional da Ucrânia, e faz alusão à história da mulher que foi vista ao redor do mundo nas redes sociais distribuindo sementes de girassol aos soldados russos e pedido que as carregassem em seus bolsos para, ao morrerem, ajudarem a germinar mais flores no castigado solo da Ucrânia.

Ouçam e vejam a nova canção do Pink Floyd AQUI

https://www.youtube.com/watch?v=saEpkcVi1d4

sábado, 9 de abril de 2022

Frase do Dia: indigne-se!

"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."

CHE GUEVARA

O golpe do iFood contra a livre manifestação

 

Reprodução. Clique na imagem para ampliar.


A matéria investigativa feita pela Agência Pública, comentada no  Globo de hoje por Pablo Ortellado, mostra como a democracia pode ser facilmente atacada através de páginas e mensagens falsas. 

O iFood encomendou a publicitários uma campanha destinada a desmobilizar manifestações e reivindicações de entregadores explorados pelo aplicativo. Na prática, contratou uma empresa para tentar cassar o direito constitucional de livre manifestação de uma categoria de trabalhadores. Uma espécie de adoção da tática dos milicianos digitais. É assustador constatar que o mesmo esquema de criar e impulsionar páginas falsas e distorcer informação pode ser adotado nas campanhas eleitorais com a contratação de facções especializadas em manipulação e intimidação. 

A democracia poderá ficar ainda mais indefesa com a resistência do Congresso em criar limites legais para falsificadores e impulsionadores de mentiras. 

O TSE estará realmente preparado e disposto a enfrentar esses poderosos esquemas? 


Mídia: como reconhecer um colunista, comentarista, editorialista ou âncora que é bolsonarista enrustido


A maioria sairá do armário no segundo turno das eleições. Isso costuma acontecer sempre que a esquerda leva um candidato às finais. Mas antes disso, durante a campanha, eles emitem sinais inconfundíveis. 

Nos anos 1950 foi popularizada na política uma expressão que surgiu em quartéis no embalo da Guerra Fria. "Fulano é 'melancia'". No Brasil, as Forças Armadas são majoritariamente instrumentos da direita e ultra direita, posição bem caracterizada pelos golpes e ditaduras que patrocinaram. Não é preciso ser comunista: se um militar mostrar sutis ideias progressistas ou se der pista de que é socialista ou mesmo social democrata provavelmente ganhará a definição interna, em alusão à farda, de "verde por fora vermelho por dentro". Um "melancia".  

A esquerda ainda não deu nome de fruta ou verdura aos jornalistas que são verdes por dentro, mas a especie viceja na atual corrida eleitoral. Como não disfarçam muito, devem ser "abacates" plenos que ficarão maduros assim que o TRE totalizar os votos do primeiro turno. 

Conheça as cepas da bolsonarite quase assintomática que assola certos editorialistas, comentaristas e âncoras e colunistas da mídia neoliberal.

*  Prefere chamar os escândalos de corrupção do governo Bolsonaro de "irregularidades".

* Elogia a política econômica do governo e evita críticar Paulo Guedes.

* Se Bolsonaro passar um dia sem criticar o STF, o jornalista comemora a "nova fase de respeito às instituições"*'.

* Faz campanha contra título de eleitor para jovem a partir de 16 anos.

* Quando crítica alguma medida de Bolsonaro sempre faz a ressalva de que Lula fez pior.

* Escreve colunas inteiras ironizando o "politicamente correto" , uma das bandeiras dos bolsonaristas.

* Vê manifestações racistas e nazistas como "liberdade de expressão".

* Critica o banimento de termos e expressões que os movimentos negros classificam de preconceituosas.

* Atribui a alta dos juros, do dólar e da inflação sempre à crise mundial. Enchentes em Petrópolis à mudança do clima.

*Começa a deixar de lado a expressão  "terceira via". Agora chama de "Centro Democrático" as pré-candidaturas dos  ex-bolsonaristas  Sérgio Moro, João Dória, Simone Tebet e Eduardo Leite. 

* Ainda intitula Olavo de Carvalho de "filósofo".

* Quando fala do desastre ambiental no governo Bolsonaro poupa o agronegócio, o maior responsável segundo instituições internacionais respeitadas.

*  Não condena garimpo nem mineração em terras indígenas.

* Não critica a liberação indiscriminada de agrotóxicos.

*  Não chama a queda de Dilma de golpe.

*  Evita comentar agressões de bolsonaristas a repórteres.

* Acredita que o mercado e a especulação financeira sempre têm razão. 

* Acha Paulo Guedes um cara espirituoso e "grande frasista" mesmo quando agride porteiros, empregadas domésticas, aposentados...

* Chama tortura de "maus tratos". 

* Reservou uma passagem para Paris, em novembro. Quem sabe...

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Brasil cria a corrupção na robótica. O cinema lançou robôs inesquecíveis, mas não ousou inventar androides ladrões

R2-D2, C3-PO, os robôs de Star Wars


Sonny, de Eu,Robô


A primeira robô do cinema: a Maschinenmensch de Metrópolis


Robby, de Planeta Proibido, de 1956.

Rosie, a robô dos Jetsons

A bela Sean Young no papel da replicante humanoide do filme Blade Runner

por José Esmeraldo Gonçalves

Se depender de Brasília, o Brasil terá um robô em cada esquina para as mais variadas tarefas. Vamos finalmente deixar na poeira os mais famosos robôs do cinema. R2-D2, C3-PO e BB-8, as máquinas inteligentes de Star Wars; Marvin, o androide de O Mochileiro das Galaxias; Andrew, o robô doméstico de O Homem do Bicentenário; Sonny, o quase humano do filme Eu, Robô; T-800, o quase invencível androide do Exterminador do Futuro; Rachael, de Blade Runner; Robby, que apareceu no filme Forbidden Planet, de 1956. Tem mais: o inesquecível robô B-9 de Perdidos no Espaço, autor do bordão "perigo, perigo". Vale lembrar HAL, o computador de 2001, Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. Não tinha pernas nem rodinhas e muito menos aspecto humano, seu visual era apenas uma lente, mas mandava e muito na nave Discovery One. E finalmente, o pioneiro entre as criações da ficção cientifica cinematográfia, a Maschinenmensch, a "máquina humana" do filme Metrópolis, de 1927, dirigido por Fritz Lang. O cinema criou dezenas de robôs, alguns mocinhos outros vilões.  Não me recordo de androides corruptos. Pois a corrupção brasileira leva a robótica para o mundo do crime. A Folha de São Paulo denuncia mais um escândalo do governo Bolsonaro e dos seus apoiadores da Câmara dos Deputados. Dessa vez coisa de ficção científica. Espertos emplacaram uma venda de kits de robótica para escolas públicas que não têm nem o básico para oferecer boa educação. A Educação, aliás, está na mira dos ladrões. Depois dos pastores que intermediam verbas federais em troca de propina e da licitação de ônibus escolares superfaturados (suspensa a tempo pela TCU), o ataque da mão leve agora vem em nome da alta tecnologia. 

Nesses golpes há sempre uma "boa intenção" embutida. No caso, era a formação de supostos jovens "cientistas". Mas o objetivo mesmo foi meter a mão em dinheiro público. 

O grande risco agora é o ativo laboratório de corrupção do Brasil construir seus próprios robôs especializados em roubalheira hi-tech. Não precisarão mais apelar para "laranjas". Terão seus próprios "laranjas mecânicas". Nada mais de dinheiro na cueca transportado por humanos. Humanoides farão o trabalho sujo sem risco para o político envolvido. Participar ao vivo de reuniões sobre propinas? Dispensável. Um androide vai lá e combina o jogo. Correr em becos carregando mala de dinheiro? Coisa do passado. Um veículo controlado à distância vai lá e faz o carreto dos naços de propina. 

Agora sim, o Brasil é o país do futuro.

Frase do Dia: essa frase lembra quem? Uma dica: mora em Brasília

 Você pode fazer muito mais com armas e delicadeza do que com apenas delicadeza.”

VLADIMIR PUTIN

 

A pátria marginal

por Pedro Juan Bittencourt

Você, claro, já reparou. Além de economicamente subdesenvolvido (sim, o termo está de volta, o substituto, "país em desenvolvimento", não cola mais), bandidos atuando em todas as áreas tornaram o Brasil inviável e, enfim, "democrático": é inviável para todas as classes sociais. Veja, a seguir, uma simples lista que mostra entre pequenas e grandes coisas o que os brasileiros não podem usar ou desfrutar. 

* Pix é uma comodidade, mas muita gente evita instalar o meio de pagamento no celular.  Roubar o aparelho para desfalcar a conta é o crime em ascensão.

* Cidades brasileiras não podem ter estátuas ou placas de bronze. Bandidos roubam tudo e receptadores do metal atuam livremente.

* Se o seu condomínio comprar um recipente de lixo para não espalhar resíduos na rua, esqueça. Será imediatamente roubado.

* Você paga IPVA em dia, não tem multas e a polícia o para na blitz. É que seu carro foi clonado por bandidos.

* Você usava o aplicativo de patinete para lazer ou para se deslocar a trabalho. Perdeu. Ladrões inviabilizaram o sistema.

* Você é usuário do WhatsApp. Vive em paranóia.  Clonar contas para aplicar golpes é comum 

* Você é rico e acaba de comprar uma Ferrari. Em poucos dias vai descobrir que só é tranquilo passear no condomínio ou tem que sair com seguranças. Bandidos podem achar que o carro é difícil de vender, mas um sequestro é viável para eles.

* Por falar em carro, o Brasil é um dos poucos países onde o carro conversível não emplacou apesar de ter sol quase o ano inteiro. É facilitador pra bandido assaltar no sinal.

* O túnel ficou sem luz? Roubaram cabos elétricos; caiu a internet? Roubaram a fibra ótica.

* Você mora em área de milícia ou do tráfico. Tem que comprar gás, tv a cabo e internet com os "irmãos" do crime. Sem reclamar.

* Se você mora em uma cidade grande não estará longe de uma "rua do perdeu". São lugares onde você não passa sem ser assaltado.

* Empresas de entrega a domicílio pensam em usar drones. Vai demorar e não só por problemas tecnológicos. Executivos retardam projetos por temer a roubalheira.

* Você usa a praticidade do código de barras para pagar seu boleto. O código pode ser falso e sua grana vai parar em conta de bandido.

* Sua cidade tem muitas praças mas se você for lá vai parecer um pato no meio dos lobos. 

* Se chover demais sua conta de luz aumenta, se não chover, também. É que energia virou ativo do mercado financeiro. Nesse caso o bandido tem nome: é o governo que você elegeu.

* Você não ganha em dólar, mas paga gasolina e diesel na cotação da moeda do Tio Sam. O bandido é o governo que você elegeu.

* Você está desempregado é não pode perambular em busca de emprego porque acabou o dinheiro para passagem de ônibus. A solução é pegar qualquer bico perto de casa. E aí os economistas e jornalistas de economia o chamam de "desalentado".

* Você é prefeito de uma cidadezinha e não recebe verba federal para educação. Dançou. Você não topou pagar propina pro pastor corrupto.

Há muitos exemplos e só uma certeza: os brasileiros estão impedidos de entrar no século 21.


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Frase (ou o Pessoa) do Dia

 "Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram.”

FERNANDO PESSOA

A mídia só pensa naquilo

por Flávio Sépia. 

O volume de tempo e espaço que a política profissional ocupa em jornais, revistas, sites, redes sociais, rádio e TV no Brasil e espantoso. Nos países desenvolvidos, eleições mobilizam os meios de comunicação, claro, mas não são tão absolutas nem tão massivas. O debate eleitoral já é intenso na mídia há quase um ano. A partir de agora vai virar coisa de doido. Isso não quer dizer que necessariamente melhora a escolha do eleitor. São discussões seletivas às quais candidatos fora do espectro político que manda no país têm pouco ou nenhum acesso. O fenômeno ocorre há muito tempo e a qualidade do voto só piora. Lembra de 2018, quando muitos  pilantras ganharam votos em todo o país e o povo iludido só descobriu depois?

A mídia neoliberal está engajada na busca da chamada terceira via (que os jornalistas em adesão ao marketing partidário estão chamando agora pela alcunha pomposa e falsa de Centro Democrático). Sonham com um candidato que rompa a dita polarização entre Lula e Bolsonaro, os atuais líderes das pesquisas. Um candidato assim evitaria que as oligarquias da grande mídia tenham que embarcar no jet ski de Bolsonaro como aconteceu em 2018. A melhor chance de um nome alternativo a Lula e Bolsonaro pode estar na estratégia de juntar no mesmo saco União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania para sair com um candidato único. Dizem que isso será anunciado no dia 18 de maio. 

Como o Brasil é um país onde o que parece mudança pode ser apenas mais do mesmo, o candidato que pode sair do sacolão do "Centro Democrático" não tem nada de centro e tem pouco de democrático. João Dória, Simone Tebet, Eduardo Leite e Sérgio Moro, os mais cotados, foram eleitores de Bolsonaro ou bolsonaristas praticantes. 

Pesquisa recente da Quaest aliás indica que os bolsonaristas arrependidos não são tão arrependidos assume estão voltando para o curral do gado. 

Não é difícil imaginar que tipo de democracia pode sair desse centro elitista que só vê pobre em tempo de eleição ou em quadro de Portinari ou foto de Sebastião Salgado. Isso se em matéria de arte conheceram algo mais do que Romero Britto.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Memórias da redação - O trio elétrico da Manchete • Por Roberto Muggiati

FUNDO INFINITO • Renato Sérgio, João Luiz de Albuquerque e Roberto Muggiati. No 2º Free Jazz Festival, em 1986, Manchete montou, no Hotel Nacional, um estúdio para fotografar em alto estilo os músicos participantes, destaques para Gerry Mulligan, Wynton Marsalis, Stanley Jordan e The Manhattan Transfer. O “Trio Elétrico” pegou carona...

Foto: Lena Muggiati


Dava prestígio trabalhar na maior revista ilustrada do país. Já salário era outra história. À falta de uma política salarial na empresa, cada jornalista tinha de lutar pelo seu num indigesto corpo-a-corpo com o dono da empresa, Adolpho Bloch. A maioria não tinha sequer acesso ao capo. Como Adolpho mandava também no conteúdo editorial das revistas, não havia na Bloch aquelas disputas de facções – as famigeradas “!panelinhas” – que ocorriam nas revistas da Abril ou nas redações de O Globo e do Jornal do Brasil. Eu não me dava conta então, foram precisos 35 anos até a falência em 2000, e a sequência do novo milênio, para chegar à percepção cristalina do quanto eu fui rico na Manchete. Rico em amizades. O ano e meio que passei na Veja em São Paulo me fez ver como a Manchete era um espaço democrático. Na redação no oitavo andar do prédio na Marginal do Tietê, eu ocupava um pequeno escritório fechado com vista para o rio lamacento, totalmente apartado da minha equipe de seis subeditores e doze repórteres, que se comprimiam nas “baias” – cubículos separados por divisórias de Eucatex de dois metros de altura. Já a redação da Manchete, também no oitavo andar, era aquele salão aberto com a fachada de vidro voltada para a entrada da baía de Guanabara, com o Pão de Açúcar de sentinela à direita, o azul do céu e do mar – como escreveu nosso repórter-letrista, “é sol, é sal, é sul.”  A redação ocupava 80% da metade fronteira do andar, entre os escritórios do Adolpho e do Jaquito em cada extremidade, separados de nós apenas por uma divisória de vidro. 

Todo mundo passava por aquele bordel. Os patrões vinham bisbilhotar nosso trabalho e dar palpites. Coleguinhas das revistas femininas vinham fofocar e jogar conversa fora. Uma delas, a simpática Laura Taves, sentou um dia na Ponte Aérea ao lado de um dos donos da Abril, meses depois se tornava a nova Sra. Roberto Civita. Como presente de casamento, ganhou a editora de temas feministas Rosa dos Tempos, com assessoria editorial de Rose Marie Muraro, que vivia na redação da Manchete em conchavos feministas com a Heloneida Studart. Justino Martins imperava na grande mesa de edição em L, sua sala de visitas. Recebia preferencialmente mulheres. As jovens amigas Lúcia Sweet e Fernand Bruni eram um colírio para os olhos. A baiana Raimunda Nonata do Sacramento, mais conhecida como Luana, nascida no Curuzu, em Salvador, primeira manequim negra brasileira, sucesso chez Paco Rabanne, Dior e Chanel, casou-se com o Conde de Noailles, uma das cepas mais nobres da aristocracia francesa. Regina Rosemburgo Lecléry visitou Justino na véspera do seu embarque para Paris no avião da Varig que se incendiou a poucos quilômetros do aeroporto de Orly em 1973. O cineasta Pierre Kast, o escritor Jean Genet e o “Clint Eastwood dos pobres”, Anthony Stephen, filho do Barão de Tefé,  também batiam o ponto na redação. Contei aqui outro dia do Nélson Rodrigues, que entrava saudando Adolpho como “o Cecil Bê De Maille (sic) do jornalismo!” Jô Soares, sem dizer palavra, pegava o Adolpho e saía valsando com ele pelo piso de tábuas corridas de madeira nobre. Um dia, Magalhães Jr. me apresentou a Agripino Grieco. Olhando para minha testa larga que já antecipava a calvície, o grande aforista disparou: “Que belo salão de baile para as ideias!” Vinha também, com uma assiduidade enervante, o Francisco Augusto Nascimento – que faturou milhões com o craque Grão de Bico nas pistas de turfe americanas – arrancar deste escriba um nome esperto para batizar um novo cavalo do seu haras em Itaipava. Depois de nomes literários como Jezebel, Iago, Rosencrantz e Suetônio, chutei um Cavalo de Crista. Não sei se o Chico percebeu a alusão à doença venérea; acabou chamando o potro de Capitão Jair, menção a um obscuro deputado iniciante. O pobre do animal jamais chegou entre os dez primeiros sequer.

Em 1975 assumi a direção editorial da Manchete no lugar do Justino. João Luiz de Albuquerque era meu chefe de reportagem, assistido pela dupla dinâmica João Resende e Suzana Tebet. Os Bloch inventaram uma reunião de pauta semanal com o pleno ampliado: a participação obrigatória dos editores de todas as revistas da casa. Cada qual tentando vender o seu peixe à custa da Manchete. O editor de Manchete Rural propunha matéria sobre uma nova vacina contra a febre aftosa, e por aí vai. João Luiz secretariava. Diplomaticamente, eu nunca rejeitava explicitamente uma sugestão: “Vamos ficar de olho.” João Luiz anotava. Eram tantas as sugestões que ficavam de olho que ele bolou um carimbo, aquele olho-lâmpada dramático que ocupa o ponto focal da tela de Picasso “Guernica”. Acabei adotando esse carimbo como meu ex-libris. “Fique de olho”, o lema perfeito para um jornalista. 

Em nossos telefonemas, João Luiz e eu adotamos espontaneamente um cacoete. Um se apresentava com o nome esdrúxulo de um músico de jazz. O outro respondia à altura, fonética e jazzisticamente.

– Olá Ike Quebec!

¬ – Tudo bem, Illinois Jacquet?  

[Bedroom tenors > saxofonistas de alcova] 

– E aí, John Robichaux? 

– Tudo em riba, Alphonse Picou.

[Músicos Creoles de Nova Orleãs.]

– Alô, Pony Poindexter!

– Beleza, Conte Candoli!

[Músicos da banda de Stan Kenton.]        

–  Como vai você, Phil Urso?

–  Levando, levando, meu caro Vido Musso.

[Saxofonistas tenores.]

Já com Renato Sérgio, nosso brilhante redator de assuntos culturais, a troca telefônica era minimalista. Mantínhamos uma espécie de shibboleth, uma senha binária, calcada no grito de guerra da Banda de Ipanema.

– Yolhesman!

– Crisbeles!

Ou, na contramão:

– Crisbeles!

– Yolhesman!

O lema da Banda de Ipanema não significava absolutamente nada, foi tirado por um de seus fundadores da pregação de um maluco que vendia bíblias na Central do Brasil. Na verdade, ficou sendo, naqueles tempos sombrios da ditadura militar (a Banda foi fundada em 1964 e saiu pela primeira vez no Carnaval de 1965), uma versão tropical do grito do anjo do Apocalipse.

Enjoado de tudo isso que anda por aí, Renato Sérgio nos deixou há dez anos – o velho e bom paulistano que, segundo José Esmeraldo Gonçalves tinha “um certo e saboroso jeito carioca de ver a vida”.

Depois de uma longa e tenebrosa pandemia, que ainda perdura – nós dois de máscara na livraria Argumento no lançamento do livro de Márcio Pinheiro sobre o Pasquim – reencontrei o João Luiz, protegido por suas guarda-costas de estima, as filhas Gabriela e Cristina. Trocamos mil e uma figurinhas dos tempos da Bloch e ele me contou histórias incríveis dos passeios com Adolpho Bloch no seu bugre. “E eu quero andar na sua baratinha,” disse Adolpho ao ver o buggy do João Luiz diante do prédio do Russell. Mas isso quem pode contar com a devida galhardia é só o próprio João Luiz. Vamos lá, ao teclado, Ferdinand Joseph La Menthe!...

Antes que o Brasil vire um país fundamentalista como Irã ou Arábia Saudita e outros - Justiça condena autoritarismo religioso em condomínio do Recife.

Uma moradora de um condomínio em Recife instalou por contra própria uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e uma bíblia no hall do edifício. Outra moradora reclamou ao síndico que tal atitude ia contra a convenção do prédio, que impede a colocação de objetos pessoais em áreas comuns. A autora do "altar" improvisado se recusou a retirar os objetos e ainda fixou um cartaz no local informando que só os recolheria diante de ordem judicial. É comportamento típico do autoritarismo religioso que assola o Brasil. 

Imaginem que outros condôminos que não praticantes das religiões dominantes também teriam direito, se a convenção permitisse, de ocupar o hall com símbolos religiosos afros, espíritas, budistas, islâmicos, judaicos etc. A moradora que reclamou à Justiça ganhou indenização por dano moral a ser paga pelo condomínio e pela condômina proprietária dos objetos religiosos. Decisão acertada da lei. Abusos como esse são cometidos no Brasil e devem ser contidos. Agora mesmo foi revelado que pastores cobravam propina para distribuir verbas públicas do Minisrtério da Educação. E se um fiel fanatizado quisesse colocar no hal um pôster dos tais pastores?   

Vidas importam - Dossiê contabiliza 314 jornalistas brasileiros mortos pela Covid-19 em dois anos


O Departamento de Saúde e Segurança da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) produziu um relatório especial sobre as vítimas da pandemia entre a categoria. Foram 314 casos fatais no Brasil, numa média de 1 morte a cada dois dias. O país é o rercordista mundial de falecimentos de profissionais da comunicação, seguido pela Índia, Peru e México. A FENAJ registra que, após a campanha de vacinação o número de óbitos caiu em janeiro e fevereiro de 2020 para 11 casos fatais. No mesmo período de 2021 foram 42 casos.  Muita paz para os colegas que se foram.

Você pode ler o relatório completo AQUI

FENAJ pede abertura de processo ético contra Eduardo Bolsonaro por debochar de Míriam Leitão e fazer apologia à tortura

"A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entidade máxima de representação da categoria no país, vem a público repudiar a apologia à tortura, um crime que é também uma manifestação inequívoca de desumanidade.

E, para que não haja relativização em favor dos criminosos, a FENAJ defende a imediata abertura de processo ético contra o deputado Eduardo Bolsonaro, que neste domingo, 3 de abril, quis debochar da jornalista Míriam Leitão, colunista do jornal O Globo e comentarista da Globo News, citando um episódio de tortura a que ela fora submetida, quando presa durante a ditadura militar.

Não foi a primeira vez que Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, tratou a tortura como uma prática banal e defensável. Também não foi a primeira vez que a jornalista Míriam Leitão foi desrespeitada pela família Bolsonaro, em sua história de militante e presa política. Portanto, passa da hora de os demais poderes constituídos da República brasileira, agirem para garantir o Estado de Direito, com a punição cabível para autoridades que insistem em agir fora dos preceitos legais e democráticos. Algumas dessas autoridades, como Bolsonaro pai e filho, também demonstram absoluta falta de empatia e compaixão, sentimentos normalmente partilhados entre os seres humanos.

Na oportunidade, a FENAJ defende ainda a punição para os torturadores, militares e civis, que cometeram seus crimes durante a ditadura militar e que continuam impunes, com base numa interpretação equivocada da Lei da Anistia. Lembramos que a tortura é crime equiparado aos crimes hediondos e é imprescritível.

Punição para os torturadores e para os que fazem apologia à tortura!

Nossa solidariedade à jornalista Míriam Leitão, às vítimas da ditadura militar e aos familiares das vítimas que não resistiram às torturas e sucumbiram nos porões dos cárceres."

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Frase polêmica da cantora Anitta em revista americana incendeia as redes sociais

 

Anitta na capa e a...

... frase polêmica em destaque

por Ed Sá
A cantora Anitta está no alvo do bombardeio nas redes sociais. Em entrevista para a Nylon Magazine, que será distribuída durante o festival Coachella e da qual ela é capa, ela declarou que "no Brsil todo mundo quer se divertir e transar". Nada contra, mas muita gente não gostou. A frase - dizem - reforça o estereótipo que, no exterior, classifica o Brasil como paraíso da fudelança.  Anitta reagiu mas com um chavão muito usado por gente do governo Bolsonaro flagrada em declarações racistas, nazistas, machistas e preconceituosas em geral. Segundo a cantora, "a frase foi tirada do contexto".

Alô garotada. Faça seu título de eleitor e desafie a ultra direita que não quer que você vote


A capa da Carta Capital mostra o protesto dos jovens durante os shows do Lollapalooza. O governo Bolsonaro tentou censurar as manifestações, acionou seus currais e foi derrotado pela rebeldia democrática. A cena assustou os neofascistas, fez tremer a direita radical. Daí, a horda intensificou a campanha surda que é contra o título de eleitor para os brasileiros de 16 anos. Em canais bolsonaristas como a Jovem Pan jornalistas comprometidos com a ultra direita criticaram as redes sociais que estimulam os jovens a tirarem o título de eleitor. O voto jovem é cidadania. 

QUEM COMPLETAR 16 ANOS ATÉ A DATA DA PRÓXIMA ELEIÇÃO DEVE OBTER O TÍTULO ELEITORAL ATÉ O DIA 4 DE MAIO

Neymar na prateleira?

A mídia esportiva da Europa especula que Neymar pode deixar o PSG na próxima janela de transferência. Se confirmada, essa seria uma boa notícia para a seleção brasileira. Haveria um interesse da Juventus e do Manchester United.  Até no Barcelona tem diretor que gostaria de ver Neymar de volta. O PSG, por sua vez, desandou. Velórios são mais animados do que o vestiário do time que chegou no ponto de se refazer, recomeçar praticamente do zero. Messi também pode sair em julho. A chance de Neymar fazer as pazes com a bola não está mais no Parc des Princes. A seleção brasileira agradece se o atacante partir para novos ares motivacionais neste segundo semestre.

Exaltação à perversidade

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) debochou da tortura sofrida por Miriam Leitão durante a ditadura. Em uma das sessões, a jornalista, grávida, foi deixada em uma cela escura onde os torturadores mantinham uma cobra. Assim como o pai - líder da facção familiar que há anos  ironiza episódios como esse e homenageia assassinos - Eduardo Bolsonaro vê comédia onde houve crueldade. Ele escreveu nas redes sociais, uma espécie de covil das baixarias do clã, que tinha pena da cobra. Na postagem, reproduziu uma das colunas onde Miriam Leitão definia como erro da chamada terceira via "tratar Lula e Bolsonaro como iguais", e alertava que Bolsonaro "é inimigo confesso da democracia". Ao lado da reprodução, o filho do presidente escreveu  a frase "ainda com pena da" e acrescentou um emoji de uma cobra. 

O debochado recebeu críticas de políticos, jornalistas, escritores e nas redes  sociais que reagiram chocadas com o nível do ataque à jornalista. Mais uma agressão que de fato confirma o que Miriam Leitão escreveu: a facção no poder é inimiga da democracia.


Deputados de oposição anunciam que recorrerão ao Conselho de Ética da Câmara contra ao ataque vil de Eduardo Bolsonaro.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Frase do Dia: o livre pensar do Millor Fernandes

 “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.”

MILLOR FERNANDES

"O Marajá": novela proibida reaparece misteriosamente no You Tube.

 

Na Folha de São Paulo, o místério da minissérie O Marajá.

por José Esmeraldo Gonçalves

A edição de ontem da Folha de São Paulo revela mais um mistério em torno da extinta Rede Manchete. Em 1993 a emissora gravou a minissérie O Marajá, com estreia prevista para 26 de julho daquele ano. A trama recriava os anos tumultuados do governo Collor de Mello. E, claro, o personagem principal, chamado "Elle", caricaturava o próprio político, que hoje é um apêndice do bolsonarismo. 

Escrita por José Louzeiro, Regina Braga, Eloy Santos e Alexandre Lidya, O Marajá foi censurado. O ex-presidente, cujo impeachment havia sido aprovado em setembro de 1992, entrou com uma ação na justiça impedindo a transmissão da minissérie. 

A partir daí, entra em cena o mistério da vida real. Adolpho Bloch acatou a decisão e pessoalmente mandou trancar todas as fitas em um cofre. Enquanto Collor permaneceu livre e solto, "Elle" passou anos aprisionado no tal cofre instalado em algum lugar do Edifício Manchete, na Rua do Russell. Em novembro de 1995, Adolpho Bloch faleceu. Cessava sua responsabilidade pessoal sobre o cofre blindado. A Rede Manchete, por sua vez, começava agonizar envolvida em dívidas e em operações sucessivas e mal sucedidas de tentativas de venda da rede. Ora era adquirida por empresários e até um  "bispo" evangélico, ora retornava aos Bloch por calote dos compradores. A crise desgastava a empresa, mas O Marajá, pelo que se sabia, repousava no escurinho do cofre, já quase esquecido, praticamente. Mas não por todo mundo. Alguém lembrou de  resgatar "Elle", que sumiu sem deixar pistas até reparecer agora no You Tube,  

A venda da Rede Manchete, afinal concretizada em 1999 e, no ano seguinte, a falência da Bloch Editores, colocaram um ponto final no que foi um importante conglomerado de comunicação.

Anos depois, algumas novelas da Rede Manchete reapareceram no SBT. Surgiram notícias de que parte do acervo estava com a TV Cultura, em São Paulo e haveria a intenção de levar ao ar alguns programas. Aparentemente, o temor de questões jurídicas ligadas a direitos autorais provocou o cancelamento do projeto.

 Recentemente, em leilão realizado pela Massa Falida de TV Manchete, sediada em São Paulo, um comprador não identificado, que teria sido representado por um procurador, adquiriu milhares de gravações de telejornais, programas especiais de jornalismo, shows, documentários, novelas, entrevistas, grandes eventos etc que pertenceram à Rede Manchete. Não se conhece o estado de conservação desse material. É certo, apenas, que é de grande valor para a memória da TV brasileira. 

Aliás, a Bloch não deu sorte com o seu legado jornalístico. Também mistério, como se sabe, é o destino do arquivo fotográfico que reunia décadas de produção fotográfica das revistas Manchete - que no dia 26 de abril comemoraria 70 anos, se viva fosse -, Fatos & Fotos, Fatos, Amiga, Desfile, Domingo Ilustrado, Mulher de Hoje, Ele Ela, Sétimo Céu, Joia, além de publicações dirigidas de economia, agricultura, medicina, informática e edições especiais sob os mais variados temas. O acervo foi leiloado, adquirido por um advogado, e sumiu como O Marajá. 

A minissérie, pelo menos, reaparece agora. O acervo das TV materializou-se no leilão em São Paulo. Já o arquivo fotográfico, com milhões de cromos, negativos e cópias, continua desaparecido. 

O que não desapareceu totalmente ainda foi a dívida da Massa Falida da Bloch Editores com seus ex-funcionários. A maioria recebeu os valores principais das indenizaçoes, mas não vê a cor da correção monetária devida (foram pagas apenas três parcelas). Há cinco anos esses pagamentos também viraram mistério. Além disso, há funcionários habilitados que ainda não receberam nem mesmo os tais valores prncipais das indenizações. 

Os ex-funcionários da TV Manchete - que não faliu, foi vendida - enfrentam uma luta também difícil. A venda da Rede Manchete foi uma operação que os lançou em um jogo de empura que se revelou uma armadilha. A TV Ômega, que adquiriu as concessões, conseguiu na justiça escapar da responsabilidade sobre as indenizações trabalhistas (chegou a pagar alguns processos de ex-funcionários da Bloch, mas foi ressarcida pela Massa Falida da Bloch Editores); uma segunda empresa envolvida na compra, denominada TV Manchete Ltda, foi adquirida por outro empresário que tomou um sumiço equivalente ao Marajá. A muito custo, ex-funcionários obtiveram a formação da Massa Falida de TV Manchete, essa que realizou o citado leilão de fitas de gravação e de um terreno com edificação em Campinas (SP), cujos resultados financeiros, não tão expressivos, seriam destinados a pagamentos aos credores trabalhistas.

O que preocupa os ex- funcionários da Bloch Editores é que massas falidas em geral costumam praticar autofagia aguda: quanto mais demoram mais consomem os bens garantidores das indenizações. Despesas judiciais, custos de administradores, advogados, seguros, manutenção, derrotas em processos etc pulverizam o patrimônio. Imagine isso ao longo do tempo: a Massa Falida da Bloch Editores apagará velinhas de 22 anos em agosto próximo.

Como se vê, não é apenas o mistério de O Marajá que assombra o desfecho da Bloch Editores e da Rede Manchete. 


sábado, 2 de abril de 2022

Frase do Dia: Freud duvida...

 "Nunca tenha certeza de nada. A sabedoria começa com a dúvida.”

Sigmund Freud

sexta-feira, 1 de abril de 2022

O golpe já está aí

 


Copa: a bolinha do sorteio foi amiga do Brasil?

Não parece muito amiga. Podia ser melhor. O sorteio para o Catar acabou sem formar um "grupo da morte". Embora a chave do Brasil apresente adversários que podem complicar. Suíça costuma endurecer, Sérvia tem técnica e Camarões pode ser carne de pescoço. Com certeza não é um passeio. Ou seja: Brasil não pode achar que está de bola cheia e vai passar fácil. Outro complicador é o fato de a seleção brasileira não ter jogado e nem vai jogar ao longo do ano com forças europeias. O desempenho do time do Tite e uma incógnita no caso desses adversários. Resumindo: o melhor que o Brasil pode fazer é calçar as sandálias da humildade. Não somos favoritos, temos jogado apenas na América do Sul e isso atualmente não prova nada. O próprio Tite, entrevistado após o sorteio, já parece mais tenso. Ficou ligeiramente irritado com as perguntas mais objetivas e menos oba-oba do grande ex-lateral Júnior. Tite confessou que não tem "parâmetro" para avaliar os primeiros adversários. É bom que se ligue nisso. Até porque os jogadores serão liberados para se incorporar à seleção muito em cima da estreia na Copa. Como diz o Galvão, haja coração.

Frase do Dia: Marcuse falou há quase 60 anos (e o filósofo nem sonhava com o poder controlador dos algorítmos

 "A tecnologia também garante a grande racionalização da não-liberdade do homem e demonstra a impossibilidade 'técnica' de a criatura ser autônoma, de determinar sua própria vida"

Herbert Marcuse (do livro Ideologia da Sociedaede Industrial lançado em 1964) 

Tite quer levar 26 jogadores para o Catar. Vão ter que usar crachá pra ele saber quem é tanta gente


Se a FIFA atender Tite o banco de reservas da seleção brasileira vai ficar parecendo um BRT lotado Reprodução Twitter.

quinta-feira, 31 de março de 2022

Brasil na Copa: "a hora é Hexa" ? Jura?

O Estádio de Lusail, a cidade especialmente construida próximo a Doha, receberá o jogo final da Copa do Catar. O Brasil vai chegar lá? Foto Divulgação/FIFA

por Niko Bolontrin

Amanhã a seleção brasileira saberá dos primeiros adversários na Copa do Mundo 2022. Alemanha e Holanda poderão estar no caminho. Se a bolinha do sorteio não favorecer, o time de Tite cairá no "grupo da morte".  Melhor, não. 

O certo é que o Brasil, que voltou a liderar o ranking da FIFA, chegará ao Catar no escuro. Longe de saber se o seu futebol que foi exageradamente exaltado durante a mediocridade da Eliminatórias será suficiente para enfrentar as principais seleções europeias. Vai descobrir em campo, assim como se surpreendeu com a Bélgica na Copa de 2018. A Bélgica, aliás, é a segunda colocada no mesmo ranking.

Nos últimos anos a Europa se fechou para amistosos contra seleções de outros continentes. Tem bastado aos países da comunidade um calendáro pra valer e de alto nível técnico: a dureza das Eliminatórias regionais sem "galinha morta", a poderosa Copa da UEFA e a Liga das Nações: 

Parece-me que Tite terá cinco amistosos preparatórios até embarcar para Doha. No roteiro, jogos contra seleçoes da Ásia, África, da Concacaf. Resta um amistoso válido contra a Argentina. Da Concacaf só vale como treino se o adversário for o México.  

Em 2022 a seleção brasileira comemora 20 anos do Penta, a épica jornada de 2002. Se não trouxer o caneco vai igualar em 2026 o maior intervalo entre seus títulos de campeã (de 1970 a 1994 = 24 anos).

Volta o slogan: "a hora é Hexa". 

31 de março: o dia dos degenerados

por José Esmeraldo Gonçalves

Por não ter punidos torturadores e assassinos da ditadura, como fizeram Argentina e Chile, o Brasil jamais fechará as cicatrizes de um dos períodos mais trágicos da sua história, mas não deve esquecê-lo nunca.

Há poucos dias, Christiane Pelajo, âncora da Globo News, ao comentar a morte do ilustrador Elifas Andreato disse, de passagem, que Vladimir Herzog sofreu "maus tratos" na ditadura. O vídeo com a fala circula nas redes sociais. Saiba a jornalista que Herzog, também jornalista, foi torturado e assassinado nas dependências da máquina dos horrores que era o DOI CODI em São Paulo. Transformar um crime político brutal em "maus tratos" é agredir a história, é desprezar o drama de uma família, é desonesto. É tentar apagar a verdade. 

Assim como desonesta e mentirosa é a nota divulgada ontem pelo Ministério da Defesa saudando a ditadura assassina e corrupta, tantas foram as mortes e os escândalos que a censura impedia de se tornarem públicos e dos quais o aparelhamento da justiça vetava a apuração isenta. A nota grotesca dos generais fala também em êxito econômico da ditadura. Outra mentira. A fachada "desenvolvimentista" dos militares tornou empreiteiros milionários e seus benefícios não chegaram à população. Em 21 anos de autoritarismo a distribuição de renda caiu a níveis críticos, bem piores do que os índices do fim da década de 1950 e começo dos anos 1960. A partir de 1980, ao sair pela porta dos fundos do Planalto, em 1985, o último ditador de plantão deixou uma dívida externa monumental, uma explosão inflacionária e uma crise econômica e social galopantes. Sob o tapete do palácio ficaram os famosos escândalos de  corrupção engavetados sob os rótulos Lutfallla, Delfin, GE, Capemi, Coroa Brastel...   

Cinquenta anos depois, os militares voltaram ao poder no embalo de outro golpe, o que tirou do governo sem qualquer motivo legal uma presidente democraticamente eleita. A conspiração resultou na eleição de Jair Bolsonaro que se cercou de generais e distribuiu cargos e "boquinhas" a  milhares de outros militares. Não por acaso, tornaram-se frequentes as ameaças à democracia, com acenos de novo golpe, agressões ao Supremo Trubunal Federal, a ocupação de instituições vitais, o desprezo às ações contra a pandemia, a omissão e o incentivo à destruição da Amazônia, entre outros desmontes do Estado em nome de interesses privados. 

Bolsonaro postula a reeleição e anuncia como seu vice precisamente o general linha-dura (esse termo também está de volta) que divulgou a nota-exaltação da ditadura.  Não há nada a comemorar no dia dos degenerados.

Frase do Dia: George Orwell e as eleições


Um povo que elege políticos corruptos, impostores, ladrões e traidores não é uma vítima, mas um cúmplice.”

                               

George Orwell, o escritor que inventou a entidade do Big Brother, em sua distopia “1984”, publicada em  1948.