por Omelete
Brasília, 31 de março de 2030 - Ontem, na Capital Federal, o governo anunciou a instituição de uma Comissão da Verdade para investigar o processo que levou à destituição, há 16 anos, da presidente Dilma Rousseff.
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Os HDs |
A medida tornou-se necessária desde que operários que trabalhavam na demolição de um dos prédios de um condomínio do Rio de Janeiro, onde coincidentemente havia residido um político indiciado em um rumoroso caso nos anos 2015/2016, encontraram HDs escondidos em um vão de parede.
Os HDs estavam acondicionados em um pacote etiquetado como "filmes pornôs" e foram entregues ao engenheiro responsável pela obra. Este, por mera curiosidade, segundo revelou, levou o pacote a um amigo dono de uma empresa especializada em recuperar dados de dispositivos digitais obsoletos.
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Filmes disfarçavam dados digitais do dossiê. |
Para sua surpresa, o amigo especialista descobriu que os tais filmes nada mais eram do que uma 'cortina digital" para encobrir um volumoso dossiê sobre todas etapas até agora desconhecidas da queda da então presidente.
Codificados e disfarçados pelas imagens de sexo explícito, revela-se um episódio político da vida do país.
Uma força-tarefa integrada por autoridades e representantes da sociedade civil, além de observadores internacionais, estuda o dossiê há cerca de um ano. Todos os dados recolhidos foram confrontados com novas provas. Diante das evidências, várias testemunhas do rumoroso processo solicitaram à Justiça permissão para mudar seus depoimentos alegando que na época faziam uso de remédios controlados e teriam sofrido lapsos de memória.
Os HDs com todos os detalhes de uma suposta ação organizada teriam sido operados por uma organização de hackers que invadiu centros de dados públicos e privados.
Em 2018, quatro integrantes dessa organização morreram em um acidente quando o carro em que viajavam foi fechado por um caminhão. Um inquérito apurou que os rapazes andavam deprimidos e que tudo não passou de suicídio coletivo.
No material analisado há relatos dos encontros estratégicos. Um vídeo gravado pelos próprios participantes, que aparecem nas imagens fazendo sinal de positivo e "corações", mostra que muitas dessas reuniões eram realizadas em saunas e termas do Rio, São Paulo e Brasília com o grupo inteiramente nu. Um das testemunhas explicou que o método impedia que alguém levasse para o recinto microfones ocultos. Mesmo esse cuidado se revelou inútil: em uma ocasião um empresário foi flagrado e advertido por gravar áudios a partir de um gravador não tão minúsculo instalado no próprio reto. Outro queixou-se de não gostava daquele tipo de reunião porque sofria bullying dos demais participantes "por não ter corpo malhado e barriga de tanque". Algumas mulheres do grupo também reclamavam dos "olhares invejosos" das aliadas definidas por elas como "de bunda caída".
Pequenos problemas de relacionamento à parte, é possível adiantar fortes suspeitas: assim como teria supostamente forjado documentos e reportagens em revistas, o braço secreto da organização pode ser acusado de ter destruído provas que incriminariam alguns conspiradores.
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Conspiradores jogavam Pokémon Go/Reprodução |
Outro vídeo mostra um grupo em uma fazenda secreta, denominada "Suíça", jogando Pokémon Go.
Um deles comemora muito e é abraçado ao capturar um Pikachu e, logo em seguida, um Raichu.
Mas a grande explosão de alegria dá-se quando um jogador captura um Wartortle que tem o rosto da presidente destituída. Aparentemente, havia apostas altas em torno do jogo. Suspeita-se que o vencedor recebia um depósito direto na sua conta em paraíso fiscal ou uma franquia de 20 mil dólares em combustível para o jatinho.
Não está confirmado se a Comissão da Verdade poderá concluir seu trabalho.
Alguns políticos e empresários atuam fortemente para impedir a divulgação do material sob a alegação de que são dados "classificados" e que só podem ser liberados ao público a partir de 2099.