sábado, 9 de abril de 2022

Mídia: como reconhecer um colunista, comentarista, editorialista ou âncora que é bolsonarista enrustido


A maioria sairá do armário no segundo turno das eleições. Isso costuma acontecer sempre que a esquerda leva um candidato às finais. Mas antes disso, durante a campanha, eles emitem sinais inconfundíveis. 

Nos anos 1950 foi popularizada na política uma expressão que surgiu em quartéis no embalo da Guerra Fria. "Fulano é 'melancia'". No Brasil, as Forças Armadas são majoritariamente instrumentos da direita e ultra direita, posição bem caracterizada pelos golpes e ditaduras que patrocinaram. Não é preciso ser comunista: se um militar mostrar sutis ideias progressistas ou se der pista de que é socialista ou mesmo social democrata provavelmente ganhará a definição interna, em alusão à farda, de "verde por fora vermelho por dentro". Um "melancia".  

A esquerda ainda não deu nome de fruta ou verdura aos jornalistas que são verdes por dentro, mas a especie viceja na atual corrida eleitoral. Como não disfarçam muito, devem ser "abacates" plenos que ficarão maduros assim que o TRE totalizar os votos do primeiro turno. 

Conheça as cepas da bolsonarite quase assintomática que assola certos editorialistas, comentaristas e âncoras e colunistas da mídia neoliberal.

*  Prefere chamar os escândalos de corrupção do governo Bolsonaro de "irregularidades".

* Elogia a política econômica do governo e evita críticar Paulo Guedes.

* Se Bolsonaro passar um dia sem criticar o STF, o jornalista comemora a "nova fase de respeito às instituições"*'.

* Faz campanha contra título de eleitor para jovem a partir de 16 anos.

* Quando crítica alguma medida de Bolsonaro sempre faz a ressalva de que Lula fez pior.

* Escreve colunas inteiras ironizando o "politicamente correto" , uma das bandeiras dos bolsonaristas.

* Vê manifestações racistas e nazistas como "liberdade de expressão".

* Critica o banimento de termos e expressões que os movimentos negros classificam de preconceituosas.

* Atribui a alta dos juros, do dólar e da inflação sempre à crise mundial. Enchentes em Petrópolis à mudança do clima.

*Começa a deixar de lado a expressão  "terceira via". Agora chama de "Centro Democrático" as pré-candidaturas dos  ex-bolsonaristas  Sérgio Moro, João Dória, Simone Tebet e Eduardo Leite. 

* Ainda intitula Olavo de Carvalho de "filósofo".

* Quando fala do desastre ambiental no governo Bolsonaro poupa o agronegócio, o maior responsável segundo instituições internacionais respeitadas.

*  Não condena garimpo nem mineração em terras indígenas.

* Não critica a liberação indiscriminada de agrotóxicos.

*  Não chama a queda de Dilma de golpe.

*  Evita comentar agressões de bolsonaristas a repórteres.

* Acredita que o mercado e a especulação financeira sempre têm razão. 

* Acha Paulo Guedes um cara espirituoso e "grande frasista" mesmo quando agride porteiros, empregadas domésticas, aposentados...

* Chama tortura de "maus tratos". 

* Reservou uma passagem para Paris, em novembro. Quem sabe...

2 comentários:

Ebert disse...

Não estou muito otimista. Acho que seja qual for o presidente vai ter que enfrentar um Congresso dominado pelo Centrão que está cheio de grana para fazer campanha bilionária. Sofre, Brasil

Norões disse...

O anúcio da provável desistência de Moro, que ainda pode não desistir, foi suficiente para que o ex-juiz transferir votos para Bolsonaro. Os dois são farinha podre do mesmo saco