segunda-feira, 20 de abril de 2020

Dona Arminda: a lady do Russell

Dona Arminda, na foto a primeira à esquerda, em momento que demonstrava
seu companheirismo. Foi em um dos almoços de fim de ano dos ex-funcionários,
ao lado de Marta Souza, Nilton Rechtman, Alan Caruso e Juvenil Siqueira. 

A mesma generosidade mostrava ao participar da luta dos ex-funcionários pelos direitos trabalhistas após a falência da empresa. Na foto, de 2012, durante uma visita ao gabinete da Juíza Maria da Penha Nobre Mauro, em comitiva da qual faziam parte Murilo Melo Filho, José Carlos Jesus, José Alan Leo Caruso, Roberto Muggiati,  Jileno Dias, Zilda Ferreira, Genilda Tuppini, e o presidente do Sindicato dos Gráficos do Rio de Janeiro, Jurandi Calixto Gomes. Dona Arminda é a penúltima, da esquerda para a direita. 

Ontem, José Carlos Jesus, presidente da Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores, recebeu  a mensagem abaixo, extensiva a muitos que passaram pela Bloch:

 "José Carlos e demais amigos de minha mãe Arminda, comunico seu falecimento hoje. Minha mãe cumpriu sua caminhada com louvor. Obrigada pela amizade e carinho de vocês". 
Abs.  Maria Joaquina. 

Dona Arminda Oliveira Faria era a lady do Russel. Elegante, prestativa, eficiente, ela exercia múltiplas funções ligadas ao cerimonial da Bloch. Jantares formais, abertura de exposições, lançamentos de livros, Prêmio Tendência, estreias de peças para convidados de Adolpho Bloch, toda a logística desses eventos tinha Dona Arminda na supervisão.

Às vezes, e não raro às pressas, era convocada para atender a redação da Manchete, quando ilustres personalidades davam entrevistas para a revista na própria editora, no 11° andar do prédio 766. Dona Arminda e sua equipe montavam um catering de classe. Certamente as entrevistas se prolongavam graças à "produção" caprichada, do ambiente ao menu.

Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete, conta que, em 1986, ajudou Adolpho Bloch a receber a dona do Washington Post, que visitava o Brasil: Ms. Katherine Graham. E encontro foi em um fim de tarde na espaçosa sala de visitas do décimo andar do 804, com sucos e biscoitos – era verão e fazia muito calor no Rio, um chá seria totalmente fora de questão. Tudo ia bem até que o bairro do Flamengo sofreu um apagão geral. Antes que a situação se tornasse constrangedora, Dona Arminda , prontamente providenciou um conjunto de castiçais e a conversa prosseguiu em clima tremeluzente. Deve ter sido a primeira vez que Katherine Graham deu uma entrevista à luz de velas.

Dona Arminda fará sempre parte das boas lembranças da Bloch. Como diz a sua filha, ela cumpriu sua caminhada com louvor.

domingo, 19 de abril de 2020

É oficial! Nova iorquinos já podem se casar via aplicativo Zoom.

Os noivos nova iorquinos já podem  se casar, oficialmente, via videoconferência. O governador Andrew Cuomo assinou decreto nesse sentido. Com aplicativo Zoom, cujo uso explodiu no mundo em tempo de Covid-19, os noivos poderão se conectar, juntos, com o cartório. Caso estejam confinados em locais diferentes, não tem problema, será feito um call múltiplo com todos os envolvidos.  Já a lua de mel, se será "analógica" ou virtual ,é uma decisão de cada casal.

Redações: coronavírus é o novo passaralho

O jornalismo já contabiliza contaminados e mortos pela Covid-19.

Além do vírus, outra ameaça ronda as redações. E não só no Brasil. Sites independentes estão sobre cerco econômico, canais de esportes reduzem equipes ou negociam cortes de salariais, contratos são suspensos. Há rumores de que Folha, Estadão, Valor Econômico, Caras, entre outros veículos, podem reduzir salários.

Assim, o jornalismo em geral e o impresso em particular, já combalido, serão vítimas do impacto econômico do coronavírus. Rafael Moro Martins, Editor Contribuinte Sênior em The Intercept Brasil, em artigo postado ontem, comenta e assunto e lança uma questão preocupante: a crise que fragiliza os veículos independentes embute um risco à democracia.

"É mais fácil para um governo antidemocrático como de Jair Bolsonaro dobrar empresas de mídia em dificuldades financeiras. Um dos heróis dele, o húngaro Viktor Orbán, asfixiou os jornais independentes, que cobriam o governo com altivez. Em seguida, partidários do ditador os compraram. Para alinhá-los ao governo ou, simplesmente, fechá-los", escreve Rafael Moro Martins.


Um pioneiro no isolamento social - E o mundo, quem diria, foi obrigado a imitar Howard Hughes

Howard Hughes em rara foto pouco antes de morrer e em pose dos anos 1940. 

O Princess Hotel, em Acapulco. Na cobertura o bilionários viveu sua quarentena particular. 

Em tempo de coronavírus, as pessoas em quarentena compartilham nas redes sociais a vista que veem das janelas. A paisagem acima foi o visual que Hughes contemplou durante quatros anos de isolamento.

O bilionário Howard Hughes sofria de misofobia. Trata-se do pavor extremo de se contaminar por vírus, bactérias, germes em geral. Com razão, ele achava que a vida moderna fazia circular vírus demais para o seu gosto imunológico.

O filme O Aviador, de Martin Scorsese, com Leonardo di Caprio no papel principal, mostra algumas  manias de limpeza do cineasta, engenheiro aeronáutico, fabricante de aviões e dono da extinta companhia aérea TWA. Mas na vida real, a paranoia era mais grave. Ele passou os últimos 25 anos de vida em semi-reclusão, sendo que os quatro anos finais absolutamente isolado em uma imensa suíte na cobertura do Princess Hotel, em Acapulco, México. Tudo que entrava nas dependências era desinfetado, empregados usavam luvas brancas e lenços de papel até para tocar em interruptores ou maçanetas. Ele lavava as mãos e tomava banho várias vezes ao dia. A faxina do local era feita com bactericidas hospitalares.

Deve ter funcionado. Hughes morreu de parada cardíaca em 1976, aos 70 anos.

O bilionário foi uma espécie de pioneiro no isolamento social, no caso dele, pessoal. Se vivo fosse, estaria preparado para vencer o coronavírus.

sábado, 18 de abril de 2020

DataPanis lista mais palavras do vocabulário do coronavírus

Coronacético - É o sujeito que por fundamentalismo ideológico, psicopatia ou sociopatia nega a existência ou os efeitos da pandemia. Palavra criada pelo Le Monde
Coronacrise - O impacto mortal da Covid-19 ampliado para a desarrumação da economia global.
Coronalive - Shows ou clipes caseiros produzidos durante a quarentena e transmitido pelas redes sociais. 

Fotomemória da redação: Ivan Locci e os perigos que ressurgem. Por Guina Araújo Ramos

por Guina Araújo Ramos (do blog Bonecos da História

São tempos espantosos, estes, os da pandemia do novo Coronavírus, os da COVID-19. O certo é que nossa geração, em termo mundiais, simplesmente não viveu nada parecido.

O perigo é, objetivamente, mortal, posto que não há cura e nem vacina. Resta-nos apenas uma defesa parcial, uma quarentena indefinida, que teria um prazo final, mas é continuamente estendida enquanto a quantidade de vítimas cresce.

Ao perigo maior, o da contaminação com o vírus, vão se acrescentando outros, que vão de uma possível obesidade, forçada pela angústia que a imobilidade provoca, até os riscos dos acidentes caseiros, incluindo, aliás, as dificuldades de convivência entre parentes que nunca conviveram tanto... Riscos de acidentes que se exacerbaram até mesmo pela falta de prática de muitos no uso dos recursos que têm em suas próprias casas. Ainda bem que uma crise tão profunda trouxe à tona um impressionante movimento de solidariedade coletiva.

Ivan Locci - Rio de Janeiro, 1984 - Foto Guina Araújo Ramos

Daí, me lembrei da criança que, vítima de um desses acidentes caseiros, recebeu, no correr dos anos 1980, um apoio fundamental para a sua recuperação (e integração na sociedade), apesar dos traumas que sofreu: o italiano Ivan Locci, que continua grato ao Brasil.

À época, este era um acidente até corriqueiro: um jato de álcool lançado ao fogo, a partir de uma garrrafa plástica, que retornava ao corpo da pessoa e fazia nele um incêndio particular. As crianças eram as vítimas mais frequentes, a ponto de o álcool líquido ter sido substituído no comércio pelo álcool em gel. Muitos adultos, nos churrascos e nas fogueiras juninas, também sofreram destes males, ou foram responsabilizados pelos sofrimentos de seus filhos (e foi, aliás, o caso do pai de Ivan Locci).
Agora, como recurso na defesa contra a pandemia, o álcool 70° está de volta às lojas, e às casas, e seus riscos também. Diante do caos da saúde pública (que já existia, mas está sendo levada ao absurdo), dificilmente quem se queimar no uso do álcool terá tratamento de qualidade. Nem, muito menos, o tratamento especialíssimo que o garoto Ivan Locci teve, o de ser operado pelo mais importante cirurgião plástico brasileiro (talvez do mundo, à época), o médico, professor e até membro da Academia Brasileira de Letras, o Dr. Ivo Pitanguy.

Ivan Locci - Rio de Janeiro, 1984 - Foto Guina Araújo Ramos

Fotografei o menino Ivan Locci, para o Jornal do Brasil, no anos de 1984, em um pequeno hotel do bairro do Flamengo, durante um dos seus vários retornos ao Rio de Janeiro, para revisão das cirurgias que vinha fazendo desde 1981, as quais recuperaram minimamente as feições do seu rosto.
Fiquei feliz de encontrar agora, revendo o assunto em pesquisa na Internet, algumas imagens recentes de Ivan Locci, de um evento do ano de 2017, em Gênova, na sua Itália natal.

Fico feliz também por recuperar a figura de Ivo Pitanguy, com quem tenho a alegria adicional de dividir a data de nascimento, 5 de Julho, a quem também fotografei, em sua famosa clínica da Rua D. Mariana, mas lamento não ter em mãos estas fotos (creio que para Fatos & Fotos, por conta de alguma celebridade que ele “retocara”, como Marisa Berenson). E nem saber mais como encontrá-las.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Humor, por favor. No Charlie Hebdo, a volta ao trabalho...


Velho Oeste: quando a cloroquina não existia

O charlatão Merriweather (Martin Balsam) no filme "Pequeno Grande Homem".. 

por Ed Sá

A figura do charlatão era recorrente nos westerns clássicos. Geralmente envergando cartola e casaca, o sujeito percorria as trilhas empoeiradas do Oeste e parava nas pequenas cidades para vender suas poções.

A cloroquina que Bolsonaro propagandeia não existia, mas o curandeiro andarilho vendia "remédios" para curar impotência, vermes, infestação de carrapatos, piolhos, veneno de cobra, disenteria e um pozinho para acelerar cicatrização de buracos de balas.

Claro que as meizinhas eram pura enganação. Mas isso não era problema para o charlatão. Como um nômade, ele vendia seus produtos em uma cidade e logo partia para outra.

Na vastidão do Oeste, o charlatão encontrava muitos outros otários sem precisar repetir a praça.

Eles também são contra o isolamento...

Segundo a Tupi FM, em áreas dominadas pelas milícias, o comércio agora vem sendo obrigado a funcionar. Simples: assim como o governo federal quer o povo na rua por temer perder dinheiro dos impostos, a milicia reclama por ver diminuir o caixa da extorsão que pratica junto aos comerciantes. Os criminosos não se preocupam com o número crescente de mortes. São contra o isolamento social e querem o comércio aberto porque não se pode curar o doente e matar a galinha dos ovos de ouro dos paramilitares que subjugam milhares de cariocas.
Um discurso já ouvido em algum lugar... 

"Espírito Santo de orelha" baixa em Bolsonaro

Bolsonaro usou um ponto eletrônico para sustentar seus pronunciamentos tanto na apresentação do novo ministro da saúde, ontem, quanto na posse, hoje. A fala é pausada e, entre uma frase e outra, aguarda a "cola" que vem dos bastidores. Ontem, o discurso foi tão lento que as redes sociais indagaram se o capitão inativo tinha tomado calmantes ou um litro de chá de maracujá..
Trata-se de uma inovação na comunicação do Planalto. Já foi usado antes o telempronter, mas Bolsonaro se atrapalha com o sistema.
O Planalto não informa a razão da mudança, nem se foi uma sugestão de Regina Duarte. A atriz tinha dificuldade para decorar falas nas novelas e a produção lhe pendurava o micro-equipamento na orelha. Na linguagem popular, Bolsonaro e Regina Duarte são amparados pela versão tecnológica do "espírito santo de orelha" que, segundo o dicionário, é "o indivíduo que procura auxiliar outrem murmurando-lhe respostas".

CNN americana: a vinheta que oferece calma...

Reprodução 

A CNN americana está, é óbvio, com um massiva programação sobre a Covid-19 no país que soma mais contaminados e mais vítimas fatais. A própria CNN exibe na tela o relógio fatal que conta a devastação que o coronavírus causa. O noticiário é geralmente assustador. Por isso, a rede americana criou uma vinheta que faz todo o sentido: são 30 segundos de calma sugeridos por uma série de imagens em câmara lenta. Uma janela para descontrair. Nem que seja para "viajar" por alguns segundos.  O conceito deve agradar ao pessoal da marijuana. 
A CNN propõe 30 segundos de cachimbo da paz.  

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Dias estranhos... O rock profético de Jim Morrison e The Doors


Em 1967, The Doors (Jim Morrison nos vocais, Ray Manzarek (teclados), Robbie Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria) lançaram Strange Days. Não sabiam que escreviam um hino dramático para ser ouvido neste 2020. É a metáfora do coronavírus...


Strange Days  (Clique AQUI)

Os dias estranhos nos encontraram
Os dias estranhos nos rastrearam
Eles vão destruir
Nossas alegrias casuais
Nós temos que seguir em frente ou encontrar outra cidade

Sim!

Olhos estranhos ocupam salas estranhas
Vozes anunciarão o cansado fim
A anfitriã está sorrindo
Seus hóspedes dormem em pecado
Me ouça falar sobre o pecado e você sabe que isso é um

Sim!

Os dias estranhos nos encontraram
E através de suas estranhas horas, ficamos sozinhos à espera
Corpos confusos
Memórias mal usadas
Enquanto trocamos o dia pela estranha noite de pedra

Viraliza na web: a liga dos heróis contra a milícia do vírus


quarta-feira, 15 de abril de 2020

Fato em foto: o vírus é abstêmio

Foto; Prefeitura de Paris
A ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial não foi capaz de fechar cafés e restaurantes de Paris. Durante a onda de ataques terroristas, em 2015, o Estado Islâmico selecionou alvos que simbolizavam o estilo de vida dos parisienses, como a casa de shows Bataclan, bares e restaurantes. Paris não se rendeu e manteve abertos os lugares. Como o Cafe Panis, xará deste blog,  mas não sinônimo, com vista para a Notre Dame.
                                                     
A guerra e o terrorismo religioso não conseguiram, o vírus, sim.

Cadeiras empilhadas, copos e taça vazios...

Playboy, a original, se despede sem choro, nem vela

Em março, a Playboy americana anunciou que estava suspendendo a edição impressa até o fim do ano.

Os editores atribuíram a decisão ao coronavírus. Parece improvável que volte ás bancas. Ou, pelo menos, o mercado editorial dos Estados Unidos não acredita em reversão.

Sem surpresas; a circulação da revistas despenca há alguns anos. Nos anos 1970, atingiu um recorde ao vender 5,6 milhões de exemplares por mês, mas se tornou insustentável desde 2010. Fez uma tentativa de reposicionamento ao eliminar os nus. Não deu certo e o full-frontal voltou. Antes do anúncio da interrupção da versão impressa, a periodicidade era trimestral. Com a capa da última edição (na foto), com certeza uma das piores das história da revista, não havia mesmo muita esperança.

Poucos países ainda levam a Playboy às bancas. Entre estes, estão Portugal e Espanha.


Para o Washington Post, entre os líderes que minimizam a pandemia, Bolsonaro é "o pior" do mundo

Reprodução The Washington Post 14/4/2020

Um "julgamento de Nuremberg" ao fim da Covid-19

Spencer Tracy é o  juiz Dan Haywood. 
Em dias de isolamento social, uma boa reflexão é ver "Os Julgamentos de Nuremberg". A direção é de Stanley Kramer. No elenco: Spencer Tracy, Burt Lancaster, Richard Widmark, Marlene Dietrich, Maximilian Schell, Judy Garland e Montgomery Clift. O filme aborda um desdobramento das ações do Tribunal Militar Internacional, que era o nome oficial da instituição.

Os principais líderes nazistas já haviam sido condenados três anos antes. Cabia ao juiz aposentado Dan Haywood, papel de Spencer Tracy, tentar punir membros da estrutura administrativa nazista que usaram seus cargos para sustentar as ações dos carrascos. Eram burocratas, diretores de empresas, políticos, integrantes do partido etc, que não abriram pessoalmente os manetes de gás mas contribuíram para tal.

O filme descreve o processo e julgamento de quatro juízes que "legalizaram" o terror nazista. Não é fácil a tarefa de Haywood. A Guerra Fria se instala e os governo aliados já não têm tanto interesse em Nuremberg. Na época em que se desenrola a trama, os formuladores da política externa dos principais países se esforçam para esquecer o passado. Os holofotes estão praticamente desligados no ambiente do tribunal e, nos bastidores, cresce a pressão política para jogar um tapete sobre a Alemanha, que já insere na geopolítica da Guerra Fria. Da sua cadeira, o juiz Dan Haywood luta para cumprir seu papel, punir os culpados, impor a lei e os princípios da sua consciência.

O mundo está no meio de uma nova guerra. Dessa vez, o coronavírus é o inimigo invisível que deixa visíveis as ações de alguns governos que desprezaram e até lutaram contra protocolos para salvar vidas, como no caso do isolamento social. Em países como Estados Unidos, Itália, Brasil, Espanha, Equador, autoridades relutaram em seguir as medidas recomendadas da Organização Mundial da Saúde. A China levou mais de um mês para revelar a existência do novo coronavírus.Alguns dirigentes fizeram discursos agressivos e injetaram conteúdo político, ideológico e mercantilista na pandemia. Em consequência, perderam tempo e produziram cadáveres. Estes deixam suas digitais em milhares de sepulturas.

Cientistas, políticos e economistas sérios começam a discutir o que será o mundo após a pandemia. Serão graves as consequências e, para superar a crise, democracia, solidariedade, justiça social e melhor distribuição de renda para as populações serão remédios valiosos.

Será um recomeço.

Para isso, também será necessário apurar responsabilidades e identificar as decisões de governos que resultaram em mortes que poderiam ter sido evitadas.

Até que a ciência desenvolva uma vacina os números vão chocar. Que esse choque resulte na indignação que exigirá a apuração de responsabilidades.

Basta acompanhar os fatos: há crimes em andamento. Crimes contra a humanidade. A palavra genocídio será usada ao fim dessa tragédia global.

Um tribunal internacional poderá ser uma boa resposta legal e moral em respeito aos milhões de mortos.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Tecnologia vai mostrar no seu celular se você "deu match" com alguém que já testou positivo para o coronavírus...

Google e Apple estão desenvolvendo juntas uma tecnologia de rastreamento de contatos. Na prática, o sistema poderá mostrar, através de troca de informação de celulares, via bluetooth, se há alguém  que testou positivo nas imediações. As empresas avisam, contudo, que a tecnologia estará disponível em maio, mas caberá aos governos incorporarem ou não como ferramentas de combate à disseminação do vírus. O sistema estará operacional em maio. O Canaltech tem matéria sobre o assunto. AQUI

DataPanis acrescenta mais palavras e expressões do vocabulário do coronavírus

* Coronafest - Evento realizado em Rondônia. Espécie de festejo dedicado ao vírus. No salão teriam ecoado gritos de "mito", "mito". O governo de Rondônia informa que vários participantes da festa já foram testado positivos para o vírus. Não se sabe se organizarão outro regabofe nos hospitais ou nas funerárias.

* Coronamártir - As milicias que lutam pelo fim do isolamento já elegeram nas redes sociais pelo menos duas heroínas. São as mulheres que em São Paulo e no Rio desafiaram as restrições. Uma delas foi à praia e outra a uma praça interditadas. Aos berros, resistiram aos guardas civis, agrediram moralmente os funcionários, deram mordidas e bradaram que o vírus é um complô comunista. Se um dia houver um panteão em Brasília para homenagear as covidettes, outro neologismo, elas serão lembradas.

* Influencers do vírus - São os cantores sertanejos que nas suas páginas exaltam a postura de Bolsonaro contra o isolamento e defendem o #vaiprarua. Não se pronunciam sobre os milhares de brasileiros que já fazem explodir as estatísticas de morte.

* Piratas do vírus - São os países ou empresas que interceptam em aeroportos carregamentos de máscaras, luvas e testes destinados a outro país. Estados Unidos, Inglaterra, França teriam feitos ações do tipo. Em outras ocasiões, empresas privadas ofereceram mais dinheiro para exportadores chineses e também se apoderam dos carregamentos. O Brasil já foi vítima dessa pirataria em pelo menos três grandes remessas.

* Cloroquináticos - São os fanáticos da cloroquina. A maioria não sabe do que se trata, mas carrega faixas pregando o uso em massa do medicamento, que virou uma espécie de poção sagrada dos milicianos fundamentalistas.

* Cloroquiners - os ativistas do remédio propagandeado por Bolsonaro.

* Quarenteners - os cidadãos que se isolam, protegendo a si próprios e aos outros.


Fotomemória da redação: Moraes Moreira (1947-2020) encontra Bob Marley (1945-1981)

1980: Moraes Moreira e Bob Marley em dia de pelada no Politheama. Foto de Frederico Mendes/Reproduão Manchete

por Niko Bolontrin

Moraes Moreira, que morreu ontem, no Rio, fará muita falta no atual panorama musical. Sua obra traduziu muitos aspectos do Brasil. O futebol, por exemplo. O baiano de Ituaçu era um apaixonado pelo Flamengo. Por várias vezes uniu seu talento musical à bola. Era também um peladeiro ou gostava de "bater um baba", como se diz na Bahia.

Em 1980, Bob Marley veio ao Brasil para a inauguração da gravadora Ariola.

Manchete cobriu os passos do astro jamaicano do reggae e do movimento rastafári. Fora da agenda oficial, o fotógrafo Frederico Mendes registrou uma pelada no campo do compositor Chico Buarque, o Politheama, que contou, entre outros astros, com Marley, Junior Marvin (do The Wailers), Paulo César Caju, Toquinho, Chico Buarque, Alceu Valença e Moraes Moreira.

O jogo não acabou para Moraes Moreira. Seu talento é eterno.

Dois anos depois daquela pelada do Politheama, Moraes Moreira lançou 'Sangue, Suingue e Cintura", música que homenageava Zico e uma das maiores seleções que o Brasil já montou, a da Copa de 1982. Sim, aquele time fabuloso, que não foi campeão mas virou lenda do futebol mundial, ganhou do baiano genial uma trilha sonora à altura. Ouça a música AQUI

Acabou a cerveja!


Dona Olive Veronesi sabe das coisas. Em isolamento social, ela viu que o estoque de um produto de primeira necessidade estava acabando. Foi à janela e fez um apelo. O fabricante viu a cena na TV e mandou para a casa dela, na Pensilvânia, 150 latinhas. A informação é do Extra AQUI

De um lado, o genocida. Do outro o respeito à vida

Em entrevista ao Globo, hoje, o economista Pierre Salama, professor da Universidade de Paris, ex-aluno de Celso Furtado - o ilustre brasileiro, um intelectual do tempo em que muitos economistas tinham visão social da renda nacional, ao contrario dos "guedes" de hoje que são meros corretores a serviço do mercado financeiro - diz que Bolsonaro já pode ser considerado "um criminoso de guerra".
Bolsonaro não está sozinho, todo um gabinete genocida impulsiona a postura do Planalto que minimiza a pandemia e despreza políticas de saúde à custa de vidas que se vão a cada hora.

Para que a tragédia não seja maior, o Brasil conta com a consciência de muitas pessoas, aquelas que resistem às patrulhas de idiotas das passeatas que percorrem as ruas pregando contra o isolamento e resistem à sociopatia do governo federal.

Uma matéria do G1, hoje, é bem simbólica. Revela a estratégia dos filhos para proteger a mãe.

Bem-humorada, Dona Maria das Mercedes, mostra que o tempo é de isolamento social. É mesmo.
E deve ser a rara ocasião em que um corrente não é símbolo de opressão, mas de carinho. #fiqueemcasa
Veja a matéria no G1 AQUI

segunda-feira, 13 de abril de 2020

50 anos depois do fim, sites apontam as piores músicas dos Beatles

Os Beatles se separaram em 17 de abril de 1970. Há 50 anos. Matérias "comemorativas" da data foram publicadas em zilhões de veículos. Na contramão, dois sites listam as piores músicas da banda. Em comum, as duas fontes apontam Revolution 9 como a pior das piores.

Veja  a lista do Badger on Line, em ordem decrescente até a pior. 

10) Ob-La-Di, Ob-La-Da
9) Run For Your Life
8) Birthday
7) Don’t Pass Me By
6) Within You Without You
5) Yesterday
4) Octopus’s Garden
3) Wild Honey Pie
2) Maxwell’s Silver Hammer
1) Revolution 9

A lista das cinco piores segundo o Ultimate Classic Rock (publicada no Brasil pela Rolling Stone/UOL

5) Boys
4) Komm, Gib Mir Deine Hand (versão em alemão de I Wanna Hold Your Hand.
3) Wild Honey Pie
2) Flying
1) “Revolution 9” - The Beatles

Regina Duarte era fake. Só parte da mídia não sabia...

O cineasta, o colunista, o compositor, o antropólogo, o comentarista político, a atriz, o editorialista, a âncora, a comentarista cultural, o diretor de teatro, o produtor... devem ter passado os últimos anos em um spa marciano. Só assim, por estar em outro planeta, essa turma acreditou, e escreveu, que Regina Duarte na Secretaria da Cultura era uma boa notícia não apenas para o setor como para a democracia brasileira atualmente combalida.

Vai ver foram vítimas da Síndrome de Estocolmo - o estado psicológico que transforma a intimidação em afeto - ou não teriam perdido o senso crítico diante da chegada da atriz ao governo Bolsonaro. Chegada formal, porque Regina há muito é do gabinete informal do capitão inativo. Mais do que isso: pela quantidade de fake news que retuíta deve aspirar um lugar à mesa do gabinete do ódio palaciano. Há anos ela despeja a baba do seu estilo pitbull nas redes sociais.

Ao paparicar Regina, aqueles homens de mulheres de boa vontade fizeram a mídia embarcar ingenuamente em uma furada colossal. Mais uma entre tantas que levaram o Brasil ao poço em que se encontra hoje.

Do ponto de vista administrativo, Regina virou mingau. Não há notícias da sua "administração", mas demonstra alguma atividade nas redes sociais. 

Com o objetivo de defender as atitudes de Bolsonaro contra o isolamento social, Regina Duarte postou neste Domingo da Páscoa mais uma mensagem odienta. Dessa vez agrediu a falecida Marisa Letícia a propósito de valores de suposta aplicação em debêntures. Fake news já desmentida pela própria Justiça. De quebra, e isso se destaca na ilustração, ela debocha da mídia que a exaltou.

O ator Paulo Betti repudiou a agressividade militante da agente política de Bolsonaro junto á Cultura, uma espécie de sargenta às ordens do capitão inativo. Ou, para usar a linguagem casamenteira adotada por ocasião da nomeação da atriz, a Justina Szilágyi de um certo Vlad.



Reproduções Twitter

domingo, 12 de abril de 2020

Jornalistas do SBT repudiam apresentador, vulgo "Marcão do Povo", que sugere campos de concentração para pessoas com coronavírus

O repórter Gabriel Vaquer obteve com exclusividade para o UOL carta escrita por jornalistas do SBT e enviada à direção do canal em repúdio às declarações do apresentador "Marcão do Povo", do programa "Primeiro Impacto", que sugeriu a instalação de "campos de concentração" para pessoas que estivessem com o coronavírus.
Os jornalistas querem que "Marcão" seja dispensado da emissora após os 15 dias de suspensão que foram impostos a ele.
Esse "Marcão" é o mesmo que é alvo de processo por racismo movido pela cantora Ludmila, a quem chamou de "macaca". Na época, o apresentador era da Record, que após a repercussão da ofensa o demitiu.
Não se conhece a reação de Silvio Santos, que está ausente. E não se sabe se dará importância ao fato.
Além de achar que um instrumento nazista é adequado para o combate á pandemia, o tal Marcão parece ser do time que minimiza o coronavírus. Os colegas o acusam de por a redação em perigo por não seguir as recomendações de higiene recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
Leia no UOL a carta na íntegra AQUI

Covidético, o neologismo da pandemia

Ontem, em texto sobre o vocabulário da pandemia, este blog lançou o neologismo covidético para nomear os portadores do coronavírus que desenvolvem a doença. Trata-se, como se vê, do radical covid (da sigla Covid-19) e o sufixo ético, à grega.

É uma nova palavra, mas não plenamente original.

Certamente surgiu por desdobramento da linguagem médica, casos, por exemplo, de diabético, aidético.

Como o paciente zero da Aids foi um canadense residente nos Estados Unidos, os primeiros informes médicos e as primeiras matérias jornalísticas difundiram a sigla em inglês (de Acquired Immunodeficiency Syndrome). Portugal, fiel à Flor do Lácio, preferiu adotar o sidoso (derivado de Sida, de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).

O termo aidético, que se popularizou no Brasil, nasceu na redação da Manchete, nos anos 1980, e foi amplamente absorvido pela língua. Foi criado por sugestão do jornalista Celso Arnaldo Araújo, que assim resolveu o problema da falta de um substantivo para as vítimas do então novo vírus.

O paciente zero da Aids, no Brasil, surgiu em São Paulo em 1982. Entre outras tarefas, como a chefia da redação em São Paulo, Celso era o editor de Ciência da revista, pela qual conquistou por duas vezes o Prêmio Esso de Informação Científica.

sábado, 11 de abril de 2020

Obrigado, jornalistas!

Em vários países, a mídia recebe homenagens nas redes sociais, como se vê nas reproduções acima.
No Brasil esse reconhecimento também existe por parte do público.





Jornais, revistas, rádios, sites da grande imprensa e páginas independentes, além da Rede Globo, da Globo News, a Band, a CNN Brasil - esta última ressalvando-se comentaristas que defendem a linhas genocida de Bolsonaro, presente também no SBT e na Record do "bispo" - fazem um grande trabalho e recebem justos elogios, assim como profissionais do mundo inteiro.
Mas só os jornalistas brasileiros convivem com o reconhecimento da maioria e, ao mesmo empo, e infelizmente, com agressões e ameaças vindas das violentas milicias bolsonaristas e até de elementos ligados ao governo federal.
A propósito, já há jornalistas brasileiros em quarentena por testarem positivo para  coronavírus. Todo o reconhecimento das redes sociais será pouco para traduzir o que eles representam nesse dramático momento.

Hora de parar pelo mundo. É a comovente mensagem da Nike


VEJA AQUI

DataPanis: 30 pequenas grandes coisas para voltar a fazer quando a pandemia acabar...

por O.V.Pochê 

Em enquete informal via Whatsapp, o DataPanis 
levantou 30 coisas a fazer tão logo o vírus seja passado. 

1) Contato físico. Lembra do tempo em que abraços, beijos, aperto de mão eram normais?

2) Chegou o dia de não precisar pedir delivery ao boteco da esquina. E tomar um chope sem achar que é coquetel de covid na pressão.

3) Pegar transporte público sem entrar em pânico ao menor sinal de alguém tossindo.

4) Não precisar de álcool em gel

5) Andar na rua sem contar a distância entre você e as outras pessoas

6) Fotografar você e amigos na mesma selfie.

7) Ver um jogo de futebol na TV (que não seja reprise).

8) Tocar o botão do elevador sem medo de morrer.

9) Fazer check in em um voo para qualquer lugar.

10) Usar o caixa eletrônico sem temer receber dinheiro e um extra em coronavírus.

11) Cortar o cabelo em uma barbearia ou salão.

12) Não precisar ver o presidente do país fazendo propaganda da cloroquina.

13) Voltar a curtir feriados.

14) Passear na praia ou em um parque sem risco de sair na TV como fura-isolamento.

15) Sabe aquela campanha de compra antecipada para ajudar seu restaurante preferido? Chegou a hora de resgatar o voucher.

16) Uma volta ao tempo em que usar máscara era apenas um costume adotado por japonês com gripezinha.

17) Levar as crianças à escola

18) Dar um tempo na Netflix, na Globoplay, Amazon Prime Video etc por uns tempos.

19) Parar de desinfetar as embalagens de tudo o que compra.

20) Não precisar ver coletivas de autoridades nem mais ouvir os especialistas (que foram muito úteis) dando conselhos sobre a pandemia.

21) Chega de lives de cantores. É hora de ver shows ao vivo.

22) Poder visitar mães e pais sem que eles espirrem álcool 70 em você.

23) Visitar os filhos para eles terem certeza de que você sobreviveu e que a chamada de vídeo não era arquivo em cache.

24) Deixar de ser grupo de risco, se for o caso.

25) Comprar papel higiênico no supermercado sem que alguém pergunte pra que serve

26) Ir ao cinema.

27) Saber que o Dr. David Uip viajou em férias para a Itália, Espanha, com uma esticada a Nova York.

28) E que o Fantástico fez matéria sobre depósitos cheios de respiradores, máscaras e luvas que os hospitais não precisaram utilizar.

29) E que você poderá finalmente ir para a fila (sem distanciamento) da vacina contra o coronavírus

30) E, claro, sair no bloco no carnaval fora de época que vai comemorar o #byebyeCorona



O DataPanis aponta as palavras e expressões mais frequentes na mídia em tempo de coronavírus

* Isolamento social  - Idosos e todas as pessoas que não trabalhem em atividades essenciais devem ficar em casa. As empresas devem estimular o home office.
* Isolamento horizontal - Modalidade em que todos param, menos os trabalhadores em atividades essenciais.
* Isolamento vertical - Modalidade preferida por Bolsonaro e seu gabinete do ódio. Significa que param os idosos e os portadores de doenças crônicas que agravam a infecção. O resto, segundo a boiada governista, pode cair na gandaia.
* Quarentena - Isolamento de pessoa ou pessoas para evitar propagação do vírus.
* Comorbidade - Duas ou mais doenças relacionadas e quando uma pode agravar a outra.
* Cloroquina - Remédio não suficientemente testado em casos de Covid-19, mas "vendido" por Bolsonaro e seu gabinete do ódio como poção mágica para combater o vírus. O remédio tem graves efeitos colaterais e pode matar.
* Bananinha -Apelido que Hamilton Mourão colocou em Eduardo Bolsonaro, que atribuiu o coronavírus a um complô da China.
* Carreata da morte - As manifestações dos bolsonaristas que minimizam o vírus e pedem o fim do isolamento. Alguns desses participantes já foram parar nos hospitais, com casos de vítimas fatais do vírus.
* Panelaço - Protesto que ecoa no país a cada vez que o sequelado fala em rede de TV.
Rainha Louca - Apelido que Bolsonaro ganhou nas redes sociais. Alusão ao desequilíbrio e ao fato de ser tutelado para não fazer ainda mais besteiras. O veto a decisões dele não impede, mas reduz deve reduzir o desvario.
* Coronavoucher - O vale de 600 reais que o Congresso autorizou o Tesouro a emitir para parte da população.
* Achatar a curva - Equivale a diminuir picos de incidência do coronavírus. É o objetivo do isolamento que assim pode evitar o colapso do sistema de saúde.
* Respiradores - Equipamento para atender aos doentes em estado grave internados em UTIs.
* Máscara N95 - proteção especial para as equipes de médicos, enfermeiros e demais funções do sistema de saúde.
* Gripezinha - Nome carinhoso que Bolsonaro e apoiadores dão à mortal Covid-19.
Bolsonavírus - Apelido que circula nas redes sociais.
Olavírus - Idem.
* Testes - O que está em falta no Brasil, o que torna as estatísticas de contaminação e falecimentos mera ficção.
* "O Brasil não pode parar" - Campanha publicitária produzida pelo gabinete do ódio do Planalto contra o isolamento social e estimulando o povo a voltar ao trabalho.
* Transmissão comunitária - Quando não é mais possível identificar quem é o transmissor do vírus.
Assintomática - Quando uma pessoa comprovadamente tem o vírus mas não desenvolve a doença.
* Pandemia - Derivação do grego pan (todo) + demos (povo).
* Praga bíblica - Segundo alguns pastores, por não escutar Deus o mundo é castigado.
* Covidário - Como são chamados os doentes em Portugal. No Brasil ainda não há um nome específico. Pode vir aí o "covidético"?
* EPI - sigla para o equipamento de proteção individual destina às equipes de saúde.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Essa capa nos representa...


Vêm aí os Loucos Anos 20, parte 2...

Na segunda década do século passado, o mundo passou por guerras - entre as quais os conflitos Rússia-Japão, dos Balcãs e a Primeira Guerra Mundial - e pela pandemia da Gripe Espanhola, que na verdade era inglesa. Foram milhões de mortos.

Na guerra, morreram 156 brasileiros, entre militares, médicos e enfermeiras. Na gripe foram 35 mil mortos no Brasil, segundo os números oficiais subnotificados. Pretos e pobres eram mais invisíveis do que hoje, sabemos.

Na virada dos anos 1920, os horizontes clarearam nas principais capitais do mundo. Os Estados Unidos experimentaram um extraordinário período de crescimento (que implodiria no crack da Bolsa em 1929, mas essa é outra história), a Europa, principalmente França, Espanha e Alemanha (esta sofreu no período com a hiperinflação mas conseguiu exibir a pujança cultural da República de Weimar ) deram a sofrida volta por cima. A Arte, a Literatura e, claro, os cabarés, as drogas, o sexo, fizeram a terra girar mais rápido. Foram os loucos anos 20. O Rio, segundo o livro "Metrópole à Beira-Mar", de Ruy Castro, embarcou nessa viagem.

Um conselho para quando o coronavírus se for: caiam de boca na década que começa. Desprezem os Bolsonaros da vida, zombem da ganância dos neoliberais, lutem contra o neofascismo galopante e as milícias SS que já ameaçam a liberdade, previnam-se contra o fanatismo moral e religioso que adoece o Brasil, incinerem a mediocridade e conquistem a vida que lhes pertence.

Os nossos antepassados fizeram exatamente isso após o baixo astral da peste. Piraram na festa. No melhor sentido.

E estavam certos. Aproveitaram a breve "janela" do desbunde antes das décadas de 1930 e 1940 que já sabemos como terminaram. Nazismo, fascismo, guerras... Beberam, cheiraram, fumaram, amaram e, nos intervalos, criaram obras eternas, na literatura, na música, na pintura, no design, no teatro e, por que não?, na indústria e na inovação.

Pra não esquecer as brigadas da morte......

Basta um mês.

O dia 10 de maio será um prazo suficiente para os brasileiros recordarem os nomes das autoridades e instituições que estimulam a propagação do vírus.

Além de Bolsonaro, uma facção de governadores, prefeitos, juízes, parlamentares, certos ministros, entidades patronais, alguns meios de comunicação, jornalistas, conhecidos líderes religiosos e cada pessoa que, sem necessidade, desprezou o isolamento.

Estes atuam no lado negro da força.

As estatísticas de mortes terão as digitais dessa militância tétrica. 

Vírus ideológico: covidette alucinada ataca repórter da Globo


As milicias bolsonarianas estão nervosas. A obsessão ideológica impulsionada pelo gabinete governista do ódio e pelo discurso de alguns religiosos fundamentalistas nas redes sociais mostra sua face violenta.

Uma mulher com visíveis sinais de histeria militante se apossou do microfone do repórter Renato Peter, da Rede Globo, em São Paulo. Ele fazia uma matéria em Cachoeirinha, na Zona Norte da capital, quando a perturbada atacou.

O Brasil vive uma situação única entre os países que sofrem com a pandemia mundial. Aqui, existem as covidettes e os covidettes que espalham o vírus do fanatismo: são as figuras desprezíveis que, na pratica, seguem o líder e militam a favor do rastro de morte que o coronavírus deixa no país. Veja o vídeo AQUI

The Economist: Bolsonaro abraça a insanidade

Reprodução The Economist (link abaixo)

A revista The Economist dessa semana focaliza Bolsonaro. Não na capa, que trata da economia pós-coronavírus. O brasileiro é analisado do ponto de vista de suas atitudes.

A conclusão é psiquiátrica. Ao sabotar a saúde pública, ao debochar da Covid-19 e do isolamento indispensável para reduzir os efeitos da pandemia, o desvairado vai além da irresponsabilidade e dá sinais de insanidade. "Os governadores dos estados mais importantes do Brasil foram adiante e impuseram bloqueios usando seus próprios poderes. Bolsonaro incentivou os brasileiros a ignorá-los", conta a revista.

Coronavírus: o Inimigo N° 1 na capa da Paris Match


Veja o vídeo em realidade aumentada sobre o ataque do vírus aos pulmões. AQUI

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Cata Veio: o ônibus que tenta convencer idosos a sair das ruas em tempo de coronavírus

Reprodução TV Globo

A Rede Globo mostrou ontem matéria com um casal mineiro - Katya Salomão e André Meneguini - que faz uma campanha para convencer idosos resistentes ao isolamento a ficar em casa. Esse "bonde do bem" ganhou forma em um ônibus antigo que percorre as ruas de Belo Horizonte para alertar os rebeldes. Nome do ônibus; "Cata Veio". Veja o vídeo AQUI

A foto do dia: Colômbia pega no pé de quem rompe o isolamento


A ultradireita da Colômbia segura pelo pé quem se arrisca a romper o isolamento exigido pela Covid-19. Na foto, moradores da cidade de Córdoba são detidos por uma hora, no "cepo", por violar determinação da prefeitura. A informação é da revista Época.

Loucura, loucura, memes muito doidas...

Reprodução Twitter

Reprodução Twitter

A internet, ontem, ficou maluca com a situação política e memes viralizam críticas ao Palace Hospício de Brasília. Diante da hipótese de um presidente desestabilizado emocionalmente e que estaria sendo tutelado para evitar que cometa mais sandices do que o Brasil suporta, o twitter reagiu com humor.