domingo, 26 de maio de 2019

Nas ruas: o design da direita

É no mínimo curioso observar o design que inspira os cartazes que a direita brasileira levou às ruas durante a campanha e na convocação das manifestações de hoje e em algumas cenas das próprias passeatas.

Há um toque do realismo neofascista na "arte" das peças de chamamento. Sugerem nostalgia dos anos 1930. Veja alguns sinais e suas respectivas fontes inspiradoras.


Cartaz de convocação para manifestação da direita brasileira.

Integralismo, anos 1930: fascismo nacional.

Adoração à  pátria, desde que seja virando à direita.

Cartaz da Itália de Mussolini, anos 1930


O "heil" da direita brasileira nas atuais manifestações

E o mesmo gesto na Itália fascista.

Ocupar a Justiça brasileira: movimento que guarda semelhança
com o que aconteceu na Itália, anos 1930.

Aqui como lá, Congresso é algo incômodo para a direita que pede ditadura.

Coincidências à parte, é verdade que a direita tupiniquim mostra uma "releitura" conservadora que o fascismo italiano evitou: a escatologia. A sigla VTNC quer dizer isso mesmo "vai tomar no cu".  É o toque tropical...

Fotografia: fila para chegar ao Monte Everest...

Reprodução The Guardian - link abaixo.

A foto publicada pelo Guardian foi feita pelo ex-soldado britânico Nirmal Purja. Mostra um impressionante congestionamento de alpinistas no trecho final da escalada do Everest. Abril e maio são os meses mais favoráveis para a subida, daí o afluxo de aventureiros. A foto ganhou tons dramáticos diante da informação de que a longa fila acabou provocando mortes, principalmente na descida. Alpinistas levaram tempo maior na volta e alguns foram vítimas da exaustão.  É possível que as autoridades imponham controle mais rígido na próxima temporada.


A longa fila vista na foto de Purja contrasta com a imagem solitária de Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay, os primeiros a conquistar o Everest no dia 29 de maio de 1953.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Futebol Feminino: Copa do Mundo da França reabre polêmica sobre sexismo na modalidade...

Foto FIFA/Divulgação


por Niko Bolontrin 

A França é a sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019, que começa do dia 7 de junho. Alguns veículos reabrem a discussão sobre sexismo no esporte. Há queixas sobre as premiações de valores bem mais baixos do que para a divisão masculina, tratamento inferior às atletas em acomodações etc.

A Fifa alega limitações financeiras e argumenta que o futebol masculino tem visibilidade e receitas muito maiores de patrocinadores, bilheterias e cessão de direitos para TV.

A entidade máxima do futebol parece impaciente com o crescimento relativamente lento do futebol feminino, pelo menos em termos de rentabilidade e de globalização.  Há países onde a modalidade cresce exponencialmente, como Suécia, Alemanha e Estados Unidos, mas engatinha ou inexiste em outros, seja por motivos religiosos ou de machismo arraigado. Recentemente, um dirigente sugeriu que as mulheres jogassem com shorts mais curtos e justos. Foi criticado pelo comentário inadequado e revelador do preconceito.

Capa da Placar, 1995: "Garotas batem um bolão":
o futebol feminino era visto com "sexy".
Embora tenha sido pior, o sexismo ainda é uma sombra para as atletas. O site Dibradoras recordou há poucos dias uma capa da revista Placar, de 1995, quando garotas de chuteiras eram vistas mais como um evento sexy do que esportivo.Esse tipo de estímulo vem sendo contido, mas até há pouco tempo, na Europa, anúncios promocionais de jogos entre mulheres eram marcados pelo apelo sexual.

A Copa do Mundo da França certamente dará um impulso à modalidade e deverá ter mais espaço na mídia brasileira. Em 2015, apenas o SporTV e a TV Brasil transmitiram os jogos da seleção feminina brasileira. Anuncia-se agora que o SporTV transmitirá todos as partidas e a TV Globo cobrirá os jogos do Brasil. Essa é a oitava edição do torneio. Os Estados Unidos foram três vezes campeões, a Alemanha duas vezes, Noruega e Japão completam o pódio. A melhor colocação do Brasil foi um vice em 2007, na China, quando perdeu para a...  Alemanha por 2x0.

Pelo menos, não deram o vexame dos 7 X 1.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

João Máximo: "Ninguém merecia mais este Camões do que Chico Buarque"


Em seu blog no G1, nosso caro João Máximo, com passagem pela Manchete e Fatos & Fotos, escreve sobre Chico Buarque e o Prêmio Camões de  Literatura, que o escritor e compositor acaba de receber.

Chico foi agraciado pelo conjunto da obra, segundo a unanimidade de um júri formado por Antonio Carlos Hohlfeldt e Antonio Cicero (Brasil); Clara Rowland e Manuel Frias Martins (Portugal); Nataniel Ngomane (Moçambique); e Ana Paula Tavares (Angola).

Seus livros - A bordo de Ruy Barbosa, Fazenda Modelo, Estorvo, Benjamim, Budapeste, Leite Derramado, O Irmão Alemão -, suas peças - Calabar, Gota d'Água, Ópera do Malandro - e as incontáveis poesias que várias gerações de brasileiros se acostumaram a cantar formam uma obra de grande importância para a língua portuguesa.

Trechos do artigo de João Máximo:

*"São de 1968 esta palavras de Vinicius de Moraes: 'Não resta dúvida de que Chico Buarque é também um escritor. Não um escritor como a maioria dos que existem por aí, meros ajuntadores de palavras escritas num léxico convencional ou modernoso'".

* "A entrega da medalha, diploma e 100 mil euros a Chico buarque está prevista para setembro, em  Lisboa. Integrantes da comissão que coroou seu nome garantem não ter havido qualquer injunção política naescolha. E não houve mesmo. Até porque o cidadão que sempre esteve do outro lado daquele governo parece contar cada vez mais com o apoio dos que já estiveram do lado do atual".

LEIA O TEXTO COMPLETO NO BLOG DO JOÃO MÁXIMO, NO G1. AQUI

Sharon Stone: instinto menos selvagem mas ainda na capa...

Na capa da Vogue Portugal. Foto: Reprodução Instagram

1992: a famosa cena de "Instinto Selvagem"

por Ed Sá

É o interrogatório mais inesquecível da história policial. A cena de Sharon Stone depondo no distrito viralizou no mundo em uma época em que nem existiam redes sociais. Foi em 1992, no filme "Instinto Selvagem". Ao cruzar as pernas ela exibiu o corpo de delito e hipnotizou os homens da lei.

Reprodução Instagram
Quase trinta anos depois, aos 61 anos, a Stone descruza as pernas com exclusividade para a Vogue Portugal, edição de maio. Nas fotos, preferiu não revelar tudo o que Catherine Tramell, sua personagem, não escondeu naquela épocas, mas os megatons de sensualidade continuam carregados.

Na entrevista, além de reconhecer o óbvio - "Eu sei que ainda sou sexy" - ela fala da carreira e do assédio que sofreu nos sets. A atriz revela que era comum produtores avaliarem quem entre as pretendentes ao elenco era fuckable, o popular comível. E essa qualificação às vezes decidia mesmo a vencedora da concorrência. Em outra entrevista recente à Madame Figaro Sharon Stone recordou que ao trocar a carreira de modelo pela de atriz aos 20 anos - "com o físico que tinha vi de tudo" - encontrou um ambiente de trabalho onde o sexismo praticamente fazia parte do set, como a claquete, a câmera e os refletores.

Quem deve bater o pênalti da reforma da Previdência? E se Bolsonaro, em vez de Guedes, for explicar o projeto, didaticamente, aos parlamentares?

por O.V.Pochê

Neném Prancha dizia que pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube. Impossível contestar a lógica certeira do frasista, roupeiro, massagista e treinador que João Saldanha e Sandro Moreira tornaram filósofo do futebol.

O jogo mais enrolado no Brasil, no momento, é o da reforma da Previdência.

O Brasil espera que Bolsonaro, em vez de terceirizar as explicações ao Paulo Guedes, vá pessoalmente às Comissões da Câmara e do Senado defender seu projeto. Se a reforma vai forrar os cofres público em 1 trilhão de reais, como garantem, é algo tão importante que esse pênalti deve ser batido pelo Presidente da República.

Vai agradar todo mundo. Os políticos conversarão com o presidente sem intermediários, os eleitores de Bolsonaro não duvidam da competência do "mito" e certamente aplaudirão seu desempenho. Bolsonaro vai tirar quaisquer dúvidas sobre limites de idade, mostrará como capitalização vai funcionar mesmo consumindo 30% do salário do futuro aposentado, quais exatamente os privilégios que serão extintos e repassará didaticamente as complicadas contas que os parlamentares às vezes não entendem. Poderá provar com desenvoltura e através de power points que, ao contrário do que os maldosos insinuam, não são os pobres, os idosos e a classe média baixa que vão se ferrar mas a galera que tem apê em Miami, mansão em Angra, helicóptero com isenção fiscal, auxílios aluguel, paletó e gasolina.

Se nada disso deixar claro que a reforma da Previdência é o New Deal+Plano Marshall que vão lançar o Brasil no Primeiro Mundo Plus, ainda assim valerá a pena. A transmissão ao vivo da aula magna vai bater recordes de audiência.

Na pior das hipóteses, será uma tarde cômica.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Juntos, shallow now: "Lady Gaga" responde a Paula Fernandes

por O.V.Pochê

Nasce um mico.

Com Shallow Now, Lady Gaga ganhou o Oscar de Melhor Canção pelo filme "Nasce uma Estrela".

Ao lançar versão sertaneja da mesma música, a brasileira Paula Fernandes venceu o troféu de gozação da semana e emplacou centenas de memes nas redes sociais.

Em uma dessas paródias, "Lady Gaga" desabafa: "tanto esforço para ganhar um Oscar e 'cagam' minha música lá no Brasil, no fim do mundo"...

VEJA O DESABAFO DE LADY GAGA, CLIQUE AQUI

Comunicação: Bolsonaro se inspira no Inspetor Clouseau e manipula a grande mídia...

por Flávio Sépia

Até aqui, com sua inusitada estratégia de comunicação, Bolsonaro está dando uma volta na imprensa. E não é apenas pela mobilidade que demonstra nas redes sociais, mas pela capacidade de usar os principais jornais, os veículos digitais e a TV.

É verdade que essa estratégia encontrou na campanha e nos primeiros dias do governo, por parte das oligarquias da mídia, uma visível acolhida. Afinal, muitos editores e colunistas foram parceiros desde o golpe na construção da atual conjuntura. O tipo de relação que Bolsonaro estabelece com a mídia também se explica pela aprovação dos veículos à sua agenda econômica, ao confisco da Previdência, à corrida do ouro da privatização etc. Hoje mesmo, O Globo é explicito em título de editorial: "Apoio à reforma no Congresso compensa falhas".

As críticas ao governo são predominantes nas questões comportamentais, morais, religiosas, na liberação das armas, na política ambiental, entre outras, uma pauta que o candidato jamais escondeu na campanha. Quando criticado na condução do governo, geralmente é por ações ou declarações que "atrapalham" as reformas e a agenda rentista e neoliberal.

É esse ambiente favorável que torna fácil para Bolsonaro usar a mídia.

Uma marca visível da nova administração está nos verbos voltar, reconsiderar, rever e até desmentir a própria fala. Será intencional? E se esse vai-e-volta fizer parte da mensagem que manipula os meios? O presidente faz uma declaração qualquer, como essa de que "o problema do Brasil são os políticos", a mensagem viraliza nas redes sociais, robôs multiplicam a fala, seus eleitores vibram. O recado está dado. Em seguida, políticos reagem, a mídia comenta, analistas abordam o assunto. Ou o capitão inativo compartilha um manifesto contra os poderes Legislativo e Judiciário. Ou, ainda, divulga no twitter uma convocação para uma manifestação contra os mesmos poderes. Pipocam reações e aí Bolsonaro, invariavelmente, entra com a segunda etapa da sua estratégia: desmente, diz que não é bem assim e colhe elogios na grande mídia pela capacidade de reconhecer o "erro" ou o "exagero". "Ainda bem que, apesar de ter publicado em sua rede social uma convocação para a manifestação, avalizando, portanto, seus objetivos, desistiu de participar, como chegou a ser aventado", escreveu um colunista.

Em suma: o presidente dispara um discurso para seus apoiadores e, logo depois, alivia a barra na grande mídia que a maioria dos seus apoiadores abomina e  confessadamente não lê. E assim vai o Messias, agora ungido, ocupando todos os espaços.

Em um dos filmes mais recentes da série Pantera Cor de Rosa, o Inspetor Clouseau, no caso vivido pelo ator Steve Martin, interroga um suspeito. Para obter a confissão, ele recorre ao clássico método do "policial bom" e do "policial mau". Só que Clouseau inova: ele mesmo interpreta os dois personagens. Assim, o Clouseau mau é agressivo, ameaça bater e usar um aparelho de choques elétricos. Quando este deixa a sala, entra em cena o Clouseau bom, de fala mansa e cordato, que oferece cigarros ao suspeito, água, pede desculpas pelo colega torturador, mostra-se amável etc.

Bolsonaro viu esse filme. Sua estratégia de comunicação - o presidente mau e o presidente bom - é tosca mas inspirada no Inspetor Clouseau. Blake Edwards, o criador do inspetor atrapalhado, pode cobrar direitos autorais.
 

Fotomemória da redação: Fórmula 1 no Rio e um pit stop na Manchete

Manchete na Fórmula 1, no Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, em 1982. Na foto, vê-se Gervásio Baptista, Suzana Tebet, Gil Pinheiro, Ney Bianchi, Ernani d'Almeida e Luis Palma.

O Rio se movimenta para voltar a sediar provas da Fórmula 1. A prefeitura anuncia a construção de uma pista, um compromisso das autoridades desde que o Autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá, foi demolido para obras do Parque Olímpico da Rio 2016.  Mas há polêmicas. O novo autódromo a ser erguido no bairro de Marechal Deodoro implicará na destruição de área da Mata Atlântica, o último trecho floresta em região plana do Rio.

Com razão, o Ministério Público pede a suspensão do projeto até que a Prefeitura apresente uma avaliação ambiental. O novo autódromo pode ser um ganho para a cidade sem resultar obrigatoriamente em uma grave perda, inadmissível atualmente. Caso a prefeitura insista em destruir a mata, é possível até que haja uma reação internacional que impeça provas internacionais em um local que ficará marcado pela falta de consciência ambiental.

O GP de Fórmula 1 estreou no Rio em 1978. Voltou em 1981 até se despedir em 1989, com vitória de Ayrton Senna. Entre 1972 e 1977, em 1980 e a partir de 1990, a corrida foi em Interlagos, São Paulo. A Manchete mobilizava muitas equipes para a cobertura desde os treinos até a prova, passando pela badalação noturna dos pilotos e seus passeios na cidade.

Em 1982, Ney Bianchi, Gervásio Baptista, Gil Pinheiro, Luis Palma, José Lago, Suzana Tebet, Tarlis Batista, Antonio Rudge, Raimundo Costa, Paulo Scheuenstuhl e Ernani d'Almeida, entre outros, formaram a equipe que mostrou bastidores, camarotes, movimentação do paddock, dos boxes, a corrida, o pódio e a comemoração na noite carioca.

O Rio merece a Fórmula 1 de volta. Mas sem que Ferrari, Mercedes, Renault e outras marcas atropelem a Mata Atlântica.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Leitura Dinâmica: Huawei, Brasil depressão, Cristina Kirchner, Niki Lauda...

* O grande pirata -  Estados Unidos relativizam o livre mercado. Intervenção em empresas privadas para retaliar a companhia chinesa Huawei expõe a insegurança jurídica que ameaça corporações americanas e estrangeiras na terra do Tio Trump. Às sanções e ao risco que correm recursos estrangeiros depositados no país e que podem ser bloqueados a qualquer momento soma-se agora o terrorismo comercial como tática nas relações com o mundo. É a diplomacia "Barba Negra".

* Brasil depressão - Ao visitar a home page do G1, hoje, é recomendável uma dose de Rivotril ou chá de tília contra ansiedade. A barra está pesada.. Vejam alguns tópicos deprê: "Floresta Nacional do Tapajós vive pressão do agronegócio no entorno"; "Talude de mina da Vale em MG se movimenta entre 6 e 10 cm por dia.Variação indica que 'paredão' vai ruir e pode causar o rompimento de barragem"; "Governo federal aprova mais 31 agrotóxicos; já são 169 no ano"; "Desigualdade de renda no país sobe e bate recorde, diz FGV"; "Dificuldade com reformas deve fazer Brasil crescer menos que média mundial, diz OCDE". E por aí vai. Ler o o noticiário é para os fortes.

* Copia e cola - Julgamento de Cristina Kirchner começa hoje na Argentina. A ex-presidente é pré-candidata a vice nas eleições de outubro. Parece estar em curso tática semelhante à aplicada contra Lula que foi afastado da disputa no último pleito no Brasil.

* Bolsochet ou Pinonaro? - Os último sinais são preocupantes. Primeiro, Bolsonaro curte e compartilha um tosco manifesto que anuncia a "ingovernabilidade" e sugere que é melhor vender ('sell') o país. Na sequência, insinua que cada vez mais recorrerá a decretos e não a projetos a ser enviados ao Congresso e diz que a classe política é 'grande problema' do Brasil. Abusar dos  tais decretos seriam a versão nutella dos atos institucionais da ditadura? No Globo, hoje, Bernardo Mello Branco comenta essa "aposta na radicalização". Vale a leitura. E políticos do governo e as milícias digitais aliadas convocam manifestação contra o Congresso e o STF.

* Desculpa aí - A radicalização de Bolsonaro parece provocar fenômenos de consciência. A notória deputada Janaína Paschoal começa a desconfiar do seu caro "mito". E Fernando Gabeira, que há meses escreveu artigos fofos no Globo sobre Bolsonaro, tenta lustrar a biografia e oscila para neutro ou ligeiramente crítico. Nas redes sociais também tem bolsominions pedindo anistia. Já é alguma coisa.

 - * O austríaco voador Niki Lauda virou lenda não apenas pela extraordinária habilidade ao volante, mas pela coragem. Os três títulos mundiais em uma época em que as corridas se decidiam"no braço"' e não nos pneus já o elevariam ao hall da fama da Fórmula 1, a coragem demonstrada nas pistas se afirmou ainda mais após o grave acidente em Nürburgring, quando perdeu os sentidos no carro em chamas. No ano passado, Lauda, como supervisor da Mercedes, era visto nos boxes da equipe. Afastou-se por algumas semanas para fazer um transplante de pulmão. Esse ano, problemas de saúde o impediram de acompanhou as corridas, Lauda morreu ontem. 

domingo, 19 de maio de 2019

The Big Bang Theory: @kaleycuoco faz a 'cobertura' da despedida dos nerds.

Selfie de despedida. Reprodução Instagram

Emocionados, elenco e equipe técnica assistem ao último capítulo, logo após a gravação. Reprodução Instagram



No bom sentido, de quatro para mídia. Reprodução Instagram

O elenco se despede do sofá que foi set de muitas cenas. Reprodução Instagram


por Clara S. Britto 

O último episódio de The Big Bang Theory irá ao ar, no Brasil, no dia 2 de junho, às 22h, no Warner Channel. Será um capítulo especial, com uma hora de duração.

Nos Estados Unidos, a despedida da série recordista de permanência no ar - 12 anos - aconteceu na última quinta-feira.

A atriz Kaley Cuoco, a Penny, publicou no Instagram (www.instagram.com/kaleycuoco/) uma série de fotos dos bastidores das gravações do último capítulo. Abraços e lágrimas marcaram o clima de adeus do elenco principal - Jim Parsons, Johnny Galecki, Kaley Cuoco, Mayim Bialik, Melissa Rauch, Kunal Nayyar e Simon Helber, dos atores convidados, do criador da série, Chuck Lorre, e da equipe técnica.

A revista Entertainment Weekly lançou uma edição especial sobre a série e os bastidores da última semana do elenco.

sábado, 18 de maio de 2019

Na capa da Veja: como uma onda no mar...


Fiasco na visita cenográfica a Dallas, parentada e parceiros na mira da lei, protestos nas ruas, Congresso assumindo protagonismo, Educação em coma e economia em queda livre...

O Dia e Extra: unanimidade no título



Plantão Etimológico do Panis: governo corrompe palavras

Uma das definições do verbete Palavra no Houaiss é, no mínimo, curiosa. Trata-se da "unidade da língua escrita, situada entre dois espaços em branco, ou entre espaço em branco e sinal de pontuação".

Os caracteres colocados "entre dois espaços em branco", como diz o Houaiss, são uma arma com porte liberado para todos: os mocinhos e os bandidos.

O blog cria hoje o PEP (Plantão Etimológico do Panis). Por um motivo: um país em crise e tangenciando o abismo também afeta a língua e pode corromper seus verbos, substantivos, adjetivos e até frases inteiras.

* Veja o caso da palavra Contingenciamento. De repente, passou a ser foco de discussão na padaria, no boteco, no governo, na oposição, na igreja e no bunker da milícia. Afinal, o governo cortou ou contingenciou verbas da Educação? Bolsonaro garante que contingenciar não é corte. Já o site do ministério da Economia do mesmo governo diz que contingenciamento é a "inexecução" da despesa. Quer mais corte do que isso? A palavra que virou polêmica vem do latim contingentia. Para as universidades, essa discussão é estéril: contingenciada ou cortada o fato é que parte da verba não vai pingar na tesouraria. E não há palavra que negue isso.

Maria Baderna, a periguete que
deu origem ao termo.
* Bolsonaro classificou os recentes protestos estudantis como Baderna. Em algumas regiões da Itália, o termo se aplica a um cabo trançado de linho ou palha. Em português é desordem, confusão, bagunça, como sabemos. Nos últimos dias, a mídia foi atrás da etimologia da palavra. Na verdade, baderna é um tremendo elogio à beleza de uma mulher. Em 1849, a bailarina italiana Marietta Baderna, 21 aninhos, fez uma temporada no Rio e lotou o antigo Teatro São Pedro, que era o maior do Brasil e acomodava mais de mil pessoas. Marietta, que o pessoal aqui logo passou a chamar de Maria Baderna, era sensual e liberada. Carregava um amante francês pelos becos do Rio. Fora do palco, segundo Silvério Corvisieri, autor da sua biografia, ficou encantada pelo batuque africano, sem duplo sentido, e gostava de dançar o rebolativo lundum. No teatro, Baderna deixava a platéia masculina em alto grau de excitação. O entusiasmo era tamanho que uma multidão de rapazes esperava a artista na saída aos gritos e pulos. A euforia se espalhava pela ruas do centro do Rio. Foi esse primeiro fã-clube da era colonial que era chamado de "os baderneiros" e deu origem à palavra que virou xingamento na grande baderna que é cada fala de Jair Bolsonaro.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, acusa as universidades de promoverem Balbúrdia.
Essa uma palavra que gera controvérsia até na origem e divide etimologistas. Há quem diga que vem do latim balbus (gago) e sugere a confusão que é um grupo deles discutindo. Outros relacionam ao suposto vocábulo balbord do inglês arcáico ou celta equivalente a desordem. O Houaiss limita-se a registra a origem "obscura" da palavra. A melhor resposta foi dos alunos da Universidade federal do Rio Grande do Sul que organizaram um balbúrdia acadêmica (veja o cartaz).

* Já foi mais fácil discutir futebol entre um chope e outro. Alguns treinadores e a nova geração de jornalistas esportivos formada na Champions estão complicando o papo. Tite, o técnico da seleção, por exemplo, cismou de usar a palavra Performar para tudo. O verbo titeano parece se encaixar em qualquer resposta que ele dá nas coletivas. Tem origem inglesa, no substantivo performance, que significa realização, desempenho. Como verbo, não existe em inglês nem em português. Vamos esperar que Tite e sua seleção se performem bem na Copa América que vem aí.

* Onix Lorenzoni, chefe da Casa Civil, criou uma expressão para vender o confisco da Previdência. "A nova Previdência é o Portal da Prosperidade", dito assim, com ênfase maiúscula como de um pastor no púlpito. Soa místico. Era algo que Jim Jones prometia aos seus fiéis antes de ministrar o  suicídio coletivo. Um dos significados de portal é, aliás, "entrada ornamentada de uma igreja". Prosperidade é abundância, riqueza, acúmulo de bens materiais. Como Sílvio Santos e sua Porta da Esperança, Onix promete fortuna aos brasileiros. E nem fica ruborizado.

* Uma militante pelos direitos das pessoas com deficiência viu um frequentador de um shopping sofisticado do Rio de Janeiro estacionar em vaga reservada e foi "xingada" de "marxista cultural safada". Marxismo Cultural chegou ao Brasil com intensidade agora, mas é expressão que surgiu nos anos 1990 na direita radical norte-americana para rotular uma suposta conspiração comunista global planejada na Escola de Frankfurt. A expressão agora difundida pelas redes sociais é, no Brasil, usada para qualquer situação. Protestar contra racismo, recorrer á Lei Maria da Penha, perguntar quem mandou matar Marielle, ouvir Chico Buarque, ler Veríssimo, tudo virou marxismo cultural. Na Alemanha nazista, as autoridades denunciavam algo semelhante: o bolchevismo cultural. Destruir valores tradicionais é o objetivo da "conspiração", segundo o neofascismo brasileiro.

Olha só a capa do Meia Hora. Pensa que é fácil viver no Rio do Crivella?


sexta-feira, 17 de maio de 2019

O turista acidental... e o ponto alto da visita foi o encontro com Willie Nelson...

Bush pescando.
Reprodução Pinterest
por O. V. Pochê 

Desde que deixou a Casa Branca, George W. Bush transformou em residência permanente o Prairie Chapel Rancho, em Crawford, onde costumava passar os fins de semana. Andar de bicicleta, correr, pescar e cuidar da área verde são suas atividades preferidas.

Bush costuma receber no rancho personalidades que visitam o Texas. Foi o caso de Bono Vox, que certa vez fez questão de encontrá-lo por ocasião de shows no estado. Apesar de politicamente oposto a Bush, o vocalista do U2 quis agradecer ao ex-presidente o trabalho da Pepfar, organização fundada no mandato do republicano para o combate à Aids e do Bush Center que coopera com a One Campaign, iniciativa liderada por Bono para diminuir a pobreza extrema e implantar centros de saúde em regiões com alto índice de doenças na África.

A visita foi previamente agendada e Bono foi convidado para almoçar. No cardápio, pratos típicos da culinária do sudoeste americano.

Bolsonaro e o onipresente Hélio: fast food aos pés de Willie
Nelson. Foto Flickr/Palácio do Planalto
Bolsonaro não teve essa chance. Bush não sabia da visita e, segundo seu assessor, não entendeu muito bem o motivo do encontro. O ex-presidente preferiu recebê-lo em um escritório que mantém em Dallas. Nada de almoço no rancho. Dona Laura deve ter decretado: "Não me apareça aqui com esse latino". Bush pode ter providenciado uma água e quem sabe pedido ao Uber Eats pra entregar uns tacos rapidinho, talvez nem isso.

A conversa - ou monólogos paralelos - do monoglota brasileiro com o ex-presidente americano durou pouco. Não falaram do Bush Center nem de Aids, que o brasileiro deve achar que é coisa de viado. Nem do Bono Vox, provavelmente apenas mais um roqueiro drogado na visão bolsonariana. Bolsonaro quis posar de líder da América do Sul e para agradar o anfitrião improvisado encaixou uma delação provavelmente sugerida pelo staff olaviano sobre a ameaça de uma "nova Venezuela" caso Cristina Kirchner, que lidera as pesquisas, seja eleita. Aparentemente, Bush não respondeu porra nenhuma. Tanto que após a inútil conversa Bolsonaro teve que apelar para a telepatia: "Eu não sou vidente, mas, pelo semblante, eu entendi que ele tem preocupação não só com a Venezuela, mas com a questão da Argentina", disse. Nessa hora Bush devia estar pensando no lago artificial do rancho onde passa horas pescando legalmente bluegill e sunfish de orelha vermelha. Sem ser importunado.

Mas, no fim, a visita teve um ponto alto: o "encontro" com Willie Nelson em uma lanchonete texana. Não se sabe se faltou convite para almoço, a foto mostra que o brasileiro teve que descolar um rango em um pé-sujo de Dallas. O grande destaque acabou sendo o grande cantor e compositor americano.

Ao escolher a mesa, Bolsonaro nem imaginava que estava à frente de um ativista pela liberação da maconha (que cultiva cannabis em Nevada), defensor dos direitos LGTB e neto de índia. Tudo o que o bolsonarismo detesta.

Não foi informado se a lanchonete tinha música ambiente nem se a trilha tocada era “Roll me up”, de Nelson, cujo primeiro verso celebra a cannabis: "me enrole e me fume quando eu morrer”.


quinta-feira, 16 de maio de 2019

Brasil com imagem suja lá fora. Só o esporte e a cultura limpam a barra

por Ed Sá

Durante a ditadura, a imagem do Brasil na mídia internacional refletia a sujeira institucional do país.

As notícias positivas eram geradas apenas pelo esporte (Copa de 70, Nelson Prudêncio, João do Pulo, Emerson Fittipaldi, iatistas garantindo medalhas nas Olimpíadas...) e pela cultura (Gláuber Rocha, principalmente, Melhor Diretor em Cannes com "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro", e Leão de Ouro no Festival de Veneza com "A Idade da Terra"...)

Vivemos hoje muito mais semelhanças do que diferenças. O Brasil é agora visto lá fora como um neofascista aliado aos piores, é anti-ambientalista, anti-globalista, consolida-se como inferno do porte de armas, é a favor do uso indiscriminado de agrotóxicos, inimigo da educação e da saúde públicas, prepara um cruel confisco da Previdência travestido de reforma, criminaliza os movimentos sociais, troca o Estado laico pelo privilégio às facções religiosas fundamentalistas e sinaliza novas ações corruptas e até suspeitas de ligações com milicianos paramilitares.

O esporte anda meio em baixa, mas a única e boa notícia recente é histórica: a vitória da equipe de revezamento 4-100 no Mundial de Atletismo. Os brasileiros Rodrigo Nascimento, Jorge Vides, Derick Souza e Paulo André de Oliveira derrotaram os Estados Unidos na final, em Yokohama, no Japão neste domingo (12) no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão.

O quarteto campeão mundial do revezamento 4x100. Foto de Wagner Carmo/CBAt/Divulgação



Quanto à cultura, tida pelo governo como virtual "inimiga", o destaque é o filme "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que está na competição pela Palma de Ouro em Cannes e tem no elenco Sonia Braga, Udo Kier, Bárbara Colen, Silvero Pereira, Thomas Aquino e Karine Telles. Não será fácil, mas o filme tem chances, foi bem recebido pela crítica e recebeu aplausos da plateia em sessão para convidados. "Bacurau" é visto como "um grito de resistência".

O que vai na mídia: os fatos e os atos...







Milhões de "imbecis" e "idiotas", segundo a visão do governo, ocuparam as ruas do Brasil. Das capitais às pequenas cidades. Por apoiar incondicionalmente o confisco da Previdência, parte da grande mídia praticamente ignorou manifestações anteriores contra o regime (aparentemente, para evitar marolas políticas que atrapalhem o novo "herói", o Guedes), mas dessa vez, pela amplitude, foi impossível. Um dos principais fato da semana estava nas ruas.


No mesmo dia do grande protesto que mirou os cortes brutais na Educação, a Veja fez grave revelação sobre o caso Flávio Bolsonaro ao publicar matéria exclusiva sobre um documento de 87 páginas onde o MP detalha suposta simulação de "ganhos de capital ficticios" (através de uma negociação massiva de imóveis) que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foi a segunda grande pauta da semana.
Apenas um jornal, o Estadão, deu a notícia em chamadas de primeira página. A Folha tangencia o assunto na primeira limitando-se à quebra de sigilo dos investigados. O Globo não deu espaço na capa e registrou o fato na 8, com menor destaque, sendo a matéria principal daquela página o pedido da defesa de Fabrício Queiroz para suspensão da quebra de sigilo. Caso aceito, esse pedido beneficiará o clã no poder. 

Os jornais devem alegar que a matéria sobre a suposta ficção imobiliária era exclusiva da Veja. Daí preferirem não dar moral à rival. Mas em épocas passadas reportagens da Veja, também exclusivas e com base em relatos vazadas da Lava Jato repercutiam amplamente nos jornais, na TV, no rádio e nas mídias digitais dos concorrentes.

Eram outros tempos. Agora, no mínimo, tais opções são curiosidades da edição.

O confisco da Previdência: reflexões sobre uma "reforma burra"


                  
por José A. Feijó de Melo (*)

Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento sobre o assunto há de reconhecer que o Sistema Previdenciário Brasileiro necessita de ajustes, para que se possa garantir a sua viabilidade e o adequado atendimento futuro às necessidades da população.

Afinal, o nosso Sistema foi concebido há cerca de oitenta (80) anos (final dos anos trinta do século passado) e, desde então, sofreu várias alterações que em geral lhe acrescentaram novos encargos, nem sempre associados aos necessários recursos para cobertura dos correspondentes dispêndios.

Além disso, as naturais transformações experimentadas pela sociedade durante tão longo período produziram repercussões importantes sobre o custeio do Sistema, entre as quais cabe citar o significativo aumento da expectativa de vida da população. Igualmente, cabe ainda mencionar a existência de algumas distorções, sobretudo na área do setor público, que embora não constituam a regra, mas apenas exceções, também precisam de correção.

Assim, e em resumo, há de se reconhecer a necessidade e a conveniência de se promover uma revisão na estrutura do Sistema Previdenciário Brasileiro, de modo a se garantir o necessário equilíbrio entre o seu Custeio e os respectivos Dispêndios previstos.

Note-se, entretanto, que uma tal revisão não pode ser confundida apenas com a busca de uma “economia” pelo lado dos dispêndios, a ser obtida apenas por meio da introdução de regras restritivas aos direitos legítimos dos beneficiários, seja lá de que espécie venham a ser tais restrições.

Uma revisão suportada apenas em tal premissa constituiria aquilo que denominamos de uma “Reforma Burra”.

Uma reforma inteligente haverá de procurar estabelecer o justo equilíbrio entre os dois lados da equação – Custeio e Dispêndios - respeitando-se, de um lado, as legítimas expectativas e necessidades da população, e do outro, as disponibilidades da Economia Nacional.

Aqui, torna-se absolutamente necessário explicitar com toda a possível clareza, que em nenhum País do mundo cabe ao seu Sistema Previdenciário a responsabilidade de promover o equilíbrio da sua Economia, como se está pretendendo fazer aqui no Brasil, agora, com a tal “Reforma Burra”.

Ao contrário, em todos os Países do mundo são as suas respectivas Economias Nacionais que assumem a responsabilidade de oferecer e garantir às suas populações sistemas previdenciários justos e equilibrados.

Observe-se que aqui no Brasil toda a ênfase que está sendo dada à reforma proposta refere-se à “economia” que seria proporcionada ao governo, no montante de 1,2 trilhão de reais, num prazo de dez anos, a ser obtida justa e exclusivamente à custa de restrições a direitos atualmente concedidos aos beneficiários do Sistema.

E mais, gratuitamente se afirma, sem comprovação de nenhuma base teórica ou factual, que tal “economia” seria capaz de, por si só, num verdadeiro passe de mágica, promover a recuperação da debilitada Economia Nacional. Ora, tal afirmativa, no dito popular, significa apenas “colocar o carro adiante dos bois”. Decididamente, não é que a Economia vai mal porque a Previdência vai mal. De fato, tudo indica que a Previdência vai mal porque a Economia vai mal. Como se tem observado de fato nos períodos em que a Economia tem aparecido com razoável equilíbrio, registrando crescimento e com nível de emprego elevado, as dificuldades do Sistema Previdenciário praticamente desaparecem, ou pelo menos deixam de ser críticas.

Por outro lado, quando o governo afirma que em dez anos a reforma promoveria a “economia” de 1,2 trilhão de reais, do mesmo modo significa dizer que uma parcela importante da sociedade brasileira estaria deixando de embolsar toda esta mesma dinheirama, no mesmo período de dez anos. E como seria constituída esta parcela da população? Por acaso seria formada de capitalistas que não recebendo este dinheiro iriam deixar de aplicá-lo no sistema financeiro, ou em paraísos fiscais?

Certamente que não! Esta parcela da população é formada por gente comum. Em geral e em sua maioria pessoas humildes que usam o dinheiro oriundo dos seus benefícios estritamente para as suas sobrevivências, isto é, para custear alimentação, moradia, vestuário, transporte e gastos com saúde, entre outros. Ou seja, o dinheiro tão logo recebido de imediato volta a circular na economia, viabilizando o comercio, a indústria e os serviços, contribuindo significativamente para geração e manutenção de empregos e para a própria expansão da economia. Evidentemente, na hipótese de vingar a tal “reforma burra”, essas pessoas sofreriam importante redução na qualidade de vida.

E ainda mais, como a carga tributária brasileira situa-se acima dos 30% do PIB, pode-se inferir que a retirada de circulação de 1,2 trilhão de reais, em dez anos, na forma da proposta em questão, significaria que no mesmo período os cofres públicos estariam deixando de encaixar, sob a forma de diversos tributos, uma não desprezível soma superior a 360 bilhões de reais.

Em outras palavras, por tudo que está acima exposto, não seria correto afirmar que a tal reforma promoveria a “economia” de 1,2 trilhão de reais, em dez anos. Caso venha a ser aplicada, a referida reforma promoveria a “esterilização” de 1,2 trilhão de reais, em dez anos, constituindo-se assim em um verdadeiro “tiro no pé”, sem nenhum benefício real para a Economia do País.

Como foi explicitado inicialmente, o Brasil precisa promover ajustes no seu Sistema Previdenciário, mas isto não poderá ser feito isoladamente, pressupondo-se que a sua reforma poderia funcionar como tábua de salvação para a própria Economia Nacional.

Ao contrário, os ajustes do Sistema Previdenciário terão de ser promovidos como parte de ajustes mais amplos, a serem efetuados na direção da própria Economia Nacional e fundamentados em pressupostos econômicos que venham a promover o seu efetivo crescimento, com ampliação do nível de emprego e melhoria da distribuição de renda, entre outros.

(*) José Antonio Feijó é Engenheiro, Professor e Escritor.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Vem aí o Ministério da Terraplania? Mapa do movimento nega que a Terra é esférica e mostra o Brasil à beira do precipício...

Mapa da Terra Plana mostra a América do Sul à beira do abismo. Brasil poderá despencar logo
após Uruguai e Argentina. Reprodução/Shutterstock
por O.V.Pochê

O governo Bolsonaro anuncia que poderá recriar ministérios em ação de boca de urna para a aprovação da reforma da Previdência. Não há informação, por enquanto, se será instituído o ministério da Terraplania, teoria em alta nas facções do poder neste tosco e cambaleante 2019.

Também não foi possível confirmar se havia representantes brasileiros na Conferência de Terraplanistas da Itália, realizada ontem em Palermo, na Sicília.

Os organizadores do evento alegam que a "impureza ideológica" e a "negação de Deus" sustentam a "mentira científica" de que a Terra é redonda. Os tópicos do debate eram “Terraplana: toda a verdade”; "Tartária, império esquecido dos gigantes”; “Astronomia Zetética”, “A conquista da Lua: 50 anos de enganos” e “A órbita do Sol em espiral na Terra plana".

Os terraplanistas argumentam que há territórios secretos além do Polo Norte, que seria, aliás uma ficção e, na verdade, é o ponto que marca o centro da Terra. Alegam que a circunavegação da Terra é uma ilusão e que a gravidade não existe.

Os defensores da teoria não por acaso identificados com a ascensão da direita na Europa divulgam um teste para que cada um possa "provar" a Terraplania na própria mesa de jantar. Basta deitar uma garrafa cheia, certificar-se de que está nivelada horizontalmente, para ver que a água nunca se curva.

"Essa história que a Terra é esférica foi tramada por um movimento subterrâneo que quer negar a existência de Deus". Assim um dos participantes da conferência resumiu para o site RFI  o motivo principal da "conspiração planetária".

Tudo culpa da "cultura marxista".

A propósito, o mapa da Terra Plana mostra que o Brasil poderá cair na cachoeira do fim do mundo.

Caso Sidão, do Vasco: Globo faz bullying em vez de jornalismo e revolta redes sociais...

Um goleiro que falha diante da torcida no estádio e de milhões de espectadores na TV é suficientemente punido.

A TV Globo promove a enquete Craque do Jogo em votação nas redes sociais. Ontem, após o jogo Santos 3 X 0, os internautas partiram para a ironia e apontaram o goleiro Sidão, que errou na saída durante o primeiro gol do time da Vila Belmiro, como o vencedor do troféu.

A direção da Globo, apesar dos protestos dos comentaristas, insistiu entre dar seguimento à "eleição". Jornalistas e muitos torcedores condenaram nas redes sociais a atitude equivalente a assédio mortal em rede nacional..

Diante de um Sidão abatido foi absurda a cena de entrega do "prêmio, que já concorre a uma das mais constrangedoras do ano. A Globo endossou o bullying mas, diante das reações mudará o formato da enquete. Torcedores continuarão votando e os comentaristas passam a ter direito a voto. O poder moderador deverá evitar que agressões e desrespeito sejam veiculados.

sábado, 11 de maio de 2019

Apostas on line: o futebol está viciado em jogo?

por Niko Bolontrin 

Para o futebol, viradas inesperadas são eletrizantes. Quem não se lembra daquele Vasco e Palmeiras, em dezembro de 2000, quando o Gigante da Colina perdia por 3 x 0 e ganhou de 4 X 3, com os vascaínos Romário, Euler, Juninho Paulista e Juninho Pernambucano garantindo a Copa Mercosul?

Acontece. Mas no Brasil não com tanta frequência como tem rolado na Europa nessa temporada. A Champions League 2018-2019 já registra cinco viradas tidas como quase impossíveis. Quando pareciam eliminados, Ajax (duas vezes), Manchester United, Liverpool e Tottenham colocaram os placares de perna pro ar e sobreviveram na competição. Dois desses "times da virada", Liverpool e Tottenham, farão a finalíssima no dia 1° de junho, em Madri.

Esse jogos fizeram a alegria de milhares de torcedores. Mas entre os felizes estavam alguns muito mais eufóricos. Quem apostou nas "zebras" ocasionais embolsou milhares de euros e libras. É possível que algum brasileiro tenha descolado um bom troco: site de aposta on line não se detém na  fronteira e alcança todos os bolsos no mundo inteiro.

A proliferação de aplicativos de apostas nos smartphones faz crescer exponencialmente o movimento nos sites de jogos. Ninguém precisa mais ir a casas de apostas em ruelas ou telefonar para bookmakers suspeitos, basta pagar on line e teclar uns palpites. O crescimento dessa indústria da sorte levou a uma parceria entre o futebol e os conglomerados do jogo. Mais da metade dos clubes ingleses, por exemplo, é patrocinada por sites de apostas. Confira: jogaores carregam no peito Bet365, Fun88, Dafabet, Skybet etc. Tais marcas estão em anúncios, cartazes, até mesmo em naming rights de estádios e nas camisas de muitos times. Nada fora das leis locais. O que parte da mídia começa a discutir é a exposição de crianças aos anúncios que estimulam apostas e um possível conflito que pode contaminar o futebol: se um site de apostas tem interesses no resultado de um jogo de um time patrocinado por ela, como fica? Haverá risco de influência indevida?

De qualquer maneira, já se constata que, em função do que fatura, o futebol europeu e o inglês em especial, que apostar faz parte do DNA dos súditos da rainha, já estariam financeiramente viciados no jogo on line.

Dois times ingleses farão o jogo final de uma Liga dos Campeões onde viradas improváveis aconteceram como nunca antes. Apesar disso, quem sou eu para achar que isso é suspeito.

Vai ser um jogão.

Game of Thrones: o copo de café penetra que gerou polêmica

O copo de café latte pousado na mesa do banquete em GOT não foi percebido pelo elenco nem pela equipe técnica e ganhou repercussão mundial. Foto HBO

por Clara S. Britto 

Um dos tópicos de maior repercussão nas redes sociais na última semana foi um café. Precisamente um copo de café latte da Starbucks largado no cenário de Game of Thrones.

Percebido pelo público da trama dos reinos, o item moderno provocou polêmica e troca de acusações no elenco da série.  Emily Clarke, teria apontado a colega Sophie Turner por contaminar a cena com o item moderno. Turner devolveu a acusação.

O copo foi cortado depois nas reexibições. O que não impediu de internautas especularem se o café penetra seria  um merchandising da Starbucks. O fato é que a marca faturou em exposição e presença nas redes sociais em todos os idiomas.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

BBC demite apresentador racista que comparou o filho de Harry e Meghan a um chimpanzé

Harry e Meghan, ao lado da mãe dela, Doria, apresentam o bebê Archie aos bisavós Rainha Elizabeth e  Príncipe Philip.
Foto  Sussex Royal/Divulgação 
A BBC demitiu sumariamente, por telefone, o apresentador de rádio Danny Baker. Ele publicou uma mensagem racista sobre o nascimento do bebê de Meghan Markle e do príncipe Harry usando a foto de um chimpanzé em alusão à ascendência da Duquesa de Sussex, cuja mãe, Doria Ragland, é negra.

O título da postagem:"Bebê real deixa o hospital".

O bebê Archie Harrison Mountbatten-Windsor é o sétimo na linha de sucessão da coroa britânica.

Veja abaixo o tuíte, que já foi deletado do aplicativo, com a imediata e justa punição do apresentado racista. A mensagem odiosa foi condenada por muitos dos 500 mil seguidores de Baker.



quarta-feira, 8 de maio de 2019

Chegou o Feboapá (Festival de Bobagens que Assola o País)...

por O.V.Pochê 

Inspirado no célebre Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá) criado nos anos 1960 por Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto, que atuou na Manchete, Fatos & Fotos e Última Hora, um leitor deste blog (que também alcança público no Facebook, Twitter e Instagram) pede o lançamento do Festival de Bobagens que Assola o País (Feboapá). Ele mesmo envia os primeiros tópicos baseados no noticiário, em exóticas declarações e em bizarras crises governamentais.



Realidade: tiro na barraca dos evangélicos. Reprodução Facebook


E o game: ataque virtual. Reprodução

Game over - Do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel durante operação policial em Angra do Reis - "Vamos botar fim na bandidagem". (Na verdade, nessa caça ao crime atirador a bordo de um helicóptero atingiu uma barraca que imaginou ser um perigoso acampamento de traficantes. Não era. A tenda azul costuma abrigar evangélicos em oração e felizmente estava vazia. O vídeo viralizou na internet e o governador foi comparado a Charles Bronson, Chuck Norris e Rambo. Mas, atenção: é fake news versão revelando que a operação foi inspirada em games de ação).

No espeto - Do ministro da Educação, Abraham Weintraub: "Eu sofri um processo administrativo interno (e eu fui inocentado, ele foi arquivado), mas, durante um ano e oito meses, eu fui investigado, processado e julgado. (No processo) está escrito inquisitorial e sigiloso. Que eu saiba, só a Gestapo fazia isso. Ou no livro do Kafta ou a Gestapo". (No twitter, o leitor Charles Rosa comentou: "O ministro da Educação acaba de chamar o escritor Franz Kafka de "Kafta". Confesso que preferiria acordar sendo uma barata do que ser governado por gente tão inepta") 

Jesus voltou! - Do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo: "De fato, a pedra que os órgãos de imprensa rejeitaram, que a mídia rejeitou, a pedra que os intelectuais rejeitaram, a pedra que tantos artistas rejeitaram, a pedra que tantos autoproclamados especialistas rejeitaram, essa pedra tornou-se a pedra angular do edifício, o edifício do novo Brasil". (Na Bíblia, a "pedra angular" é Jesus. O ministro confirmou a comparação do presidente com o Filho de Deus. Mas não comentou se a aparição que outra ministra, Damares Oliveira, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,viu na goiabeira era Jesus ou Bolsonaro.) 

Soletrando - Do ministro da Justiça, Sérgio Moro em fala na CCJ da Câmara: "A possibilidade, por exemplo, de uma mulher, uma conje, seja morta pelo seu conje...". No Conversa com Bial, referindo-se a atritos com Rodrigo Maia: "No fundo, essas rugas pontuais, em política, podem acontecer". No mesmo programa: "Se o conje vim a ser condenado sobre violenta emoção..." (Comentário de Ciro Gomes: "Se os filhos do Moro forem aprender português com ele em casa, é preciso chamar o Conselho Tutelar")

De Bolsonaro divagando sobre o tema confiança: "Não interessa quem está na frente ou atrás. O importante é que quem está atrás confia em quem está na frente e eu que estou na frente ou no meio confia em quem está na frente isso desperta a confiança entre nós". (Por motivos óbvios, as redes sociais ficaram em dúvida sobre o contexto exato da fala presidencial)

Filósofo do furico - Do astrólogo Olavo de Carvalho, conselheiro presidencial, ao repórter Fred Melo Paiva, da Carta Capital, sobre ações policiais:  “Isso é fascismo? Fascismo é o cu da sua mãe”. Do mesmo astromante à Folha de São Paulo, ao ser chamado de ideólogo: “Atenção, ô chefe da fôia: Ideólogo é o cu da sua mãe”. (Se você for ao buscador Google e associar cu+Olavo encontrará mais de 400 mil referências. O monossílabo é a palavra mais usada pelo astrólogo Olavo de Carvalho, o principal conselheiro do atual morador do Alvorada. Até para aperfeiçoar o estilo e evitar a monotonia, Olavo deveria apelar para um negócio chamado sinônimo. Vâo algumas sugestões: fiofó, furico, oritimbó, rosca, redondo, olhota...)

Corre de novo pro Google! - Nos últimos dias, o acesso às palavras Trótski e Rasputin aumentou significativamente. Era a milícia digital que apoia o governo tentando saber quem são esses. Para o general Villas Boas, Olavo é o "Trótski da direita". Para muitos, ele é o Rasputin que cuida do departamento de intrigas do governo Bolsonaro. (Pensou-se que o Brasil se dividiu entre esquerda e direita porque ainda não saiu da Guerra Fria. Engano: trazer Trótski e Rasputin para o centro da crise palaciana mostra que o país parou na dobra do tempo entre a Rússia czarista e a revolução bolchevique.)   

terça-feira, 7 de maio de 2019

Futebol não é só "dança do passinho". Foi o que o zagueiro Kompany, do Manchester City, mostrou ontem. Ele fez o gol apesar do treinador gritar "não chuta!"



por Niko Bolontrin 

O gol do zagueiro Vincent Kompany, ontem, que praticamente dá ao Manchester City o Campeonato Inglês (ele só precisa empatar o próximo jogo com o 17° colocado Brighton) não apenas decretou a vitória contra o Leicester como dá uma lição a muitos treinadores tão adeptos da posse de bola e da troca de passes que inibem as jogadas individuais.

Kompany acertou o gol a cerca de 30 metros de distância. Um milésimo de segundo antes de disparar o chutaço salvador e sair como herói do jogo, ele ouviu dois gritos iguais e simultâneos do treinador Guardiola e do companheiro Aguero: "não chuta!". É o que o Daily Star revela hoje. O City trocava uma infinidade de passes e não conseguia ultrapassar a defesa do Leicester. O zagueiro perdeu a paciência com os atacantes e resolveu arriscar um chute direto. Mandou bem.

Reprodução 
O próprio Aguero foi abraçar Kompany e reconheceu o vacilo. Fico imaginando se o Guardiola teve coragem algum de dar a Messi uma ordem de "não chuta".

O detalhe é que faltavam 20 minutos de jogo, continuava 0X0, e o Manchester City dependia da vitória para assegurar vantagem importantíssima na última rodada.

Ou seja, precisava era de chute a gol e não da dança do passinho.