Manchete na Fórmula 1, no Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, em 1982. Na foto, vê-se Gervásio Baptista, Suzana Tebet, Gil Pinheiro, Ney Bianchi, Ernani d'Almeida e Luis Palma. |
O Rio se movimenta para voltar a sediar provas da Fórmula 1. A prefeitura anuncia a construção de uma pista, um compromisso das autoridades desde que o Autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá, foi demolido para obras do Parque Olímpico da Rio 2016. Mas há polêmicas. O novo autódromo a ser erguido no bairro de Marechal Deodoro implicará na destruição de área da Mata Atlântica, o último trecho floresta em região plana do Rio.
Com razão, o Ministério Público pede a suspensão do projeto até que a Prefeitura apresente uma avaliação ambiental. O novo autódromo pode ser um ganho para a cidade sem resultar obrigatoriamente em uma grave perda, inadmissível atualmente. Caso a prefeitura insista em destruir a mata, é possível até que haja uma reação internacional que impeça provas internacionais em um local que ficará marcado pela falta de consciência ambiental.
O GP de Fórmula 1 estreou no Rio em 1978. Voltou em 1981 até se despedir em 1989, com vitória de Ayrton Senna. Entre 1972 e 1977, em 1980 e a partir de 1990, a corrida foi em Interlagos, São Paulo. A Manchete mobilizava muitas equipes para a cobertura desde os treinos até a prova, passando pela badalação noturna dos pilotos e seus passeios na cidade.
Em 1982, Ney Bianchi, Gervásio Baptista, Gil Pinheiro, Luis Palma, José Lago, Suzana Tebet, Tarlis Batista, Antonio Rudge, Raimundo Costa, Paulo Scheuenstuhl e Ernani d'Almeida, entre outros, formaram a equipe que mostrou bastidores, camarotes, movimentação do paddock, dos boxes, a corrida, o pódio e a comemoração na noite carioca.
O Rio merece a Fórmula 1 de volta. Mas sem que Ferrari, Mercedes, Renault e outras marcas atropelem a Mata Atlântica.