por O.V.Pochê
Neném Prancha dizia que pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube. Impossível contestar a lógica certeira do frasista, roupeiro, massagista e treinador que João Saldanha e Sandro Moreira tornaram filósofo do futebol.
O jogo mais enrolado no Brasil, no momento, é o da reforma da Previdência.
O Brasil espera que Bolsonaro, em vez de terceirizar as explicações ao Paulo Guedes, vá pessoalmente às Comissões da Câmara e do Senado defender seu projeto. Se a reforma vai forrar os cofres público em 1 trilhão de reais, como garantem, é algo tão importante que esse pênalti deve ser batido pelo Presidente da República.
Vai agradar todo mundo. Os políticos conversarão com o presidente sem intermediários, os eleitores de Bolsonaro não duvidam da competência do "mito" e certamente aplaudirão seu desempenho. Bolsonaro vai tirar quaisquer dúvidas sobre limites de idade, mostrará como capitalização vai funcionar mesmo consumindo 30% do salário do futuro aposentado, quais exatamente os privilégios que serão extintos e repassará didaticamente as complicadas contas que os parlamentares às vezes não entendem. Poderá provar com desenvoltura e através de power points que, ao contrário do que os maldosos insinuam, não são os pobres, os idosos e a classe média baixa que vão se ferrar mas a galera que tem apê em Miami, mansão em Angra, helicóptero com isenção fiscal, auxílios aluguel, paletó e gasolina.
Se nada disso deixar claro que a reforma da Previdência é o New Deal+Plano Marshall que vão lançar o Brasil no Primeiro Mundo Plus, ainda assim valerá a pena. A transmissão ao vivo da aula magna vai bater recordes de audiência.
Na pior das hipóteses, será uma tarde cômica.
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Um comentário:
Claro que ele não se arrisca a isso. Passou trinta anos na Câmara entrou mudo e saiu calado
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