por O.V.Pochê
Nasce um mico.
Com Shallow Now, Lady Gaga ganhou o Oscar de Melhor Canção pelo filme "Nasce uma Estrela".
Ao lançar versão sertaneja da mesma música, a brasileira Paula Fernandes venceu o troféu de gozação da semana e emplacou centenas de memes nas redes sociais.
Em uma dessas paródias, "Lady Gaga" desabafa: "tanto esforço para ganhar um Oscar e 'cagam' minha música lá no Brasil, no fim do mundo"...
VEJA O DESABAFO DE LADY GAGA, CLIQUE AQUI
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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quarta-feira, 22 de maio de 2019
segunda-feira, 30 de julho de 2018
Comercial de Neymar para a Gillette é gestão de crise.
Reprodução You Tube |
por Niko Bolontrin
O Fantástico, ontem, exibiu um comercial de Neymar para a Gillette. Claro que faz parte de uma atitude programada, pós-Copa, pelo jogador e seu staff.
É pura gestão de crise. Não parece eficiente. As redes sociais estão criticando o filminho.
Aparentemente, como um dos náufragos do time de Tite na Rússia e protagonista de milhares de memes de cai-cai vistas por milhões nas redes sociais, Neymar foi convencido a cuidar dos danos à imagem, que são visíveis. Ele abre o vídeo com um verdade: é caçado em campo. Uma fratura na coluna, outra no pé, lesões musculares provocadas por pancadas, fora as de esforço físico, estão no seu prontuário. E admite outras evidências: exagera na simulação e nas reclamações.
Neymar fala do menino que ainda tem no peito. Nada contra. O poeta Mário Quintana dizia que nasceu menino e morreria menino. Talvez Neymar tenha que levar para o campo a alegria de menino ao jogar futebol. A paixão que mostrava em Santos como um dos Meninos da Vila somada à experiência que já tem.
Alguns comentaristas nem tão amadurecidos assim repetem que Neymar tem que "amadurecer', como se fosse uma manga. Com isso querem dizer que "amadurecer", no seu caso, aos 26 anos (!), é se enquadrar à síndrome de posse de bola e excesso de trocas de passes, de "roda de bobo" ampliada?
Se for isso, é melhor que Neymar permaneça "verde".
Futebol é gol. Pelo menos enquanto estiverem lá aquelas traves que o ingleses bolaram para sinalizar o objetivo do jogo. Acredita? Servem pra isso.
Outro dia o Flamengo empatou com o São Paulo e os especialistas elogiaram a posse de bola e o número de acertos em passes, "jogou melhor", decretaram. Legal, parabéns! Mas não passou do empate murcho.
Não foram poucas vezes que, na Copa, jogadores "limpavam" a bola, obtinham ângulo para chutar a gol, mas preferiam passar para o lateral que vinha esbaforido e já desequilibrado. Medo de bronca do treinador apaixonado por posse de bola?
Neymar, Ronaldo, Messi ficaram no meio do caminho, mas Mpabbé, Griezmann, Modric que dá assistência visando o ataque e não a jogada "de ladinho", Cavani, esse então só pensa naquilo, o gol, Hazard, um driblador, Kane, que usa a precisão do seu chute para enfiar a bola naquelas tais traves muitas vezes desprezadas, mostraram na Copa do Mundo que Ok para as triangulações, Ok para as inversões, para "jogar sem bola", mas uma hora alguém tem que sair do conforto de dar um simples passe lateral de três metros e encarar o marcador e tentar vencê-lo com o fundamento que expõe Neymar à caça e anda em baixa: o velho e bom drible.
Neymar vai continuar caindo. Sua trajetória mostra que, para a maioria dos marcadores, fazer falta é único recurso para lhe tomar a bola.
Que continue livre para driblar e para cair. Mas que volte a ser amigo da bola.
No momento, ela parece um peso que ele carrega tanto no PSG quanto na seleção.
VEJA O COMERCIAL DA GILETTE COM NEYMAR, CLIQUE AQUI
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Ex-jogador Adriano avisa que vai processar o jornal Meia Hora
Reprodução da capa do Meia Hora publicada em 22/9/2017 |
por Niko Bolontrin
O motivo é a capa acima. Adriano Imperador aparece ao lado do traficante Rogério 157, que o Meia Hora chama de "Imperador da Rocinha". O ex-jogador respondeu através do Instagram.
Ele prometeu processar o jornal e afirmou que “tira foto com quem quiser”.
VEJA O VÍDEO AQUI
segunda-feira, 15 de junho de 2015
"Não Rio mais, agora eu choro": Este é o título-desabafo de um artigo de Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete, publicado no Globo de hoje, sobre um tempo em que "arrastão" era apenas um tipo de pesca ou meia feminina...
por Roberto Muggiati (para O Globo)
Comemoro este mês 50 anos de Rio de Janeiro. Comemoro não é bem a palavra. Rememoro, com um travo de remorso. Cheguei aqui no dia do centenário da Batalha do Riachuelo, que a iniciante ditadura militar fazia questão de festejar, foi até feriado. Eu vinha de três anos no Serviço Brasileiro da BBC e fui logo trabalhar na revista "Manchete". Morava no Leblon, pegava toda manhã o 433 (Barão de Drummond-Leblon) até a redação da Frei Caneca. Ao longo do caminho — Ipanema, Copacabana, Flamengo — o ônibus ia recolhendo colegas jornalistas e publicitários. Ninguém tinha carro, só os Bloch e o Justino Martins, diretor da “Manchete”, dono de um Karmann-Ghia estiloso em que só cabia um carona apertado. Éramos pobres, mas jovens e felizes. Eu morava na General Artigas, ao lado da padaria Rio-Lisboa. O Leblon, uma pequena aldeia, tinha um comércio suburbano — armarinhos, lavanderias, ferragens, barbeiros e manicures, estofadores, farmácias, botequins. Nada de shopping ou butique e a Dias Ferreira — com um La Mole inofensivo — ainda não se tornara o polo gastrointestinal do Rio de Janeiro. Havia boa comida no Real Astória, na Pizzaria Guanabara e nos novos bares-cabeça, o Alvaro’s e o Degrau. Na vizinha Ipanema faziam sucesso o Zeppelin e o Jangadeiro. O Helsingor — dinamarquês especializado em smorgasbord — e o pub inglês Lord Jim, com cottage pie e cerveja bitter, foram uma sensação nos anos 70.
Ia-se à praia impunemente, colhia-se tatuí para comer frito com caipirinha. À meia-noite do réveillon, alguns gatos pingados iam tranquilamente à orla de roupa branca celebrar Iemanjá. Arrastão era um tipo de pesca, canção de festival ou meia feminina. Todo esse mundo ruiu estrepitosamente algumas décadas atrás no “verão do arrastão”. Aconteceu de repente, num rutilante domingo de sol, céu azul e quarenta graus à sombra, com hordas de assaltantes ferindo impiedosamente velhos, crianças e grávidas.
A partir daí, a violência só fez crescer na cidade. Frequentador do Theatro Municipal, joia arquitetônica e templo da música, hoje vejo os elegantes cultores das sinfônicas europeias e dos solos de piano de Lang Lang e Keith Jarrett, saírem correndo antes do bis e disputarem a tapa o táxi que os leve ao teto salvador. Pouco tempo atrás, até que era chique ir ao Municipal de metrô. Os recentes arrastões noturnos em estações da Zona Sul, com os passageiros à completa mercê dos bandidos, desfizeram esse sonho de primeiro mundo.
Dois episódios recentes nos chocaram em particular. O da jovem Natália, de 27 anos, que em 15 dias teve um celular roubado, foi agredida por homofóbicos que, por seus cabelos curtos, a confundiram com um homossexual (quatro pontos na testa); e foi esfaqueada na mão e na barriga por um menino de 8 anos, apoiado por comparsas de 12 e 16. Natália vai deixar o Brasil para sempre.
O nadir nesta crônica da violência carioca foi a morte do cardiologista Jaime Gold na Lagoa. Os menores acusados do crime hediondo (as facadas cruéis, rascantes, evisceraram a vítima) fazem parte do “Coreto 155 do Jacarezinho”, um grupo de 20 jovens que se gaba nas redes sociais de “aterrorizar a Zona Sul.” Eles chegaram a postar no Facebook o logotipo do seu “bonde” exterminador: a foto de uma faca sobre um selim de bicicleta. Nem Goebbels seria tão criativo...
Já ouço pessoas pensando em se vingar à moda do Charles Bronson de “Desejo de matar”: você se faz de isca e, quando o pivete aparece, faca em punho, você estoura os miolos dele com um 38 ou um 45. Um gesto de desespero diante da completa ausência de proteção nas ruas desta cidade, outrora maravilhosa.
Alguma coisa tem de ser feita. Não sei o quê. Mas tem que cortar fundo — como uma faca afiada — o tecido social. Ou então, num gesto meramente simbólico, vamos fazer um apelo final ao Redentor, que a tudo assiste de braços abertos, impotente, lá do alto. E salve-se quem puder...
Comemoro este mês 50 anos de Rio de Janeiro. Comemoro não é bem a palavra. Rememoro, com um travo de remorso. Cheguei aqui no dia do centenário da Batalha do Riachuelo, que a iniciante ditadura militar fazia questão de festejar, foi até feriado. Eu vinha de três anos no Serviço Brasileiro da BBC e fui logo trabalhar na revista "Manchete". Morava no Leblon, pegava toda manhã o 433 (Barão de Drummond-Leblon) até a redação da Frei Caneca. Ao longo do caminho — Ipanema, Copacabana, Flamengo — o ônibus ia recolhendo colegas jornalistas e publicitários. Ninguém tinha carro, só os Bloch e o Justino Martins, diretor da “Manchete”, dono de um Karmann-Ghia estiloso em que só cabia um carona apertado. Éramos pobres, mas jovens e felizes. Eu morava na General Artigas, ao lado da padaria Rio-Lisboa. O Leblon, uma pequena aldeia, tinha um comércio suburbano — armarinhos, lavanderias, ferragens, barbeiros e manicures, estofadores, farmácias, botequins. Nada de shopping ou butique e a Dias Ferreira — com um La Mole inofensivo — ainda não se tornara o polo gastrointestinal do Rio de Janeiro. Havia boa comida no Real Astória, na Pizzaria Guanabara e nos novos bares-cabeça, o Alvaro’s e o Degrau. Na vizinha Ipanema faziam sucesso o Zeppelin e o Jangadeiro. O Helsingor — dinamarquês especializado em smorgasbord — e o pub inglês Lord Jim, com cottage pie e cerveja bitter, foram uma sensação nos anos 70.
Ia-se à praia impunemente, colhia-se tatuí para comer frito com caipirinha. À meia-noite do réveillon, alguns gatos pingados iam tranquilamente à orla de roupa branca celebrar Iemanjá. Arrastão era um tipo de pesca, canção de festival ou meia feminina. Todo esse mundo ruiu estrepitosamente algumas décadas atrás no “verão do arrastão”. Aconteceu de repente, num rutilante domingo de sol, céu azul e quarenta graus à sombra, com hordas de assaltantes ferindo impiedosamente velhos, crianças e grávidas.
A partir daí, a violência só fez crescer na cidade. Frequentador do Theatro Municipal, joia arquitetônica e templo da música, hoje vejo os elegantes cultores das sinfônicas europeias e dos solos de piano de Lang Lang e Keith Jarrett, saírem correndo antes do bis e disputarem a tapa o táxi que os leve ao teto salvador. Pouco tempo atrás, até que era chique ir ao Municipal de metrô. Os recentes arrastões noturnos em estações da Zona Sul, com os passageiros à completa mercê dos bandidos, desfizeram esse sonho de primeiro mundo.
Dois episódios recentes nos chocaram em particular. O da jovem Natália, de 27 anos, que em 15 dias teve um celular roubado, foi agredida por homofóbicos que, por seus cabelos curtos, a confundiram com um homossexual (quatro pontos na testa); e foi esfaqueada na mão e na barriga por um menino de 8 anos, apoiado por comparsas de 12 e 16. Natália vai deixar o Brasil para sempre.
O nadir nesta crônica da violência carioca foi a morte do cardiologista Jaime Gold na Lagoa. Os menores acusados do crime hediondo (as facadas cruéis, rascantes, evisceraram a vítima) fazem parte do “Coreto 155 do Jacarezinho”, um grupo de 20 jovens que se gaba nas redes sociais de “aterrorizar a Zona Sul.” Eles chegaram a postar no Facebook o logotipo do seu “bonde” exterminador: a foto de uma faca sobre um selim de bicicleta. Nem Goebbels seria tão criativo...
Já ouço pessoas pensando em se vingar à moda do Charles Bronson de “Desejo de matar”: você se faz de isca e, quando o pivete aparece, faca em punho, você estoura os miolos dele com um 38 ou um 45. Um gesto de desespero diante da completa ausência de proteção nas ruas desta cidade, outrora maravilhosa.
Alguma coisa tem de ser feita. Não sei o quê. Mas tem que cortar fundo — como uma faca afiada — o tecido social. Ou então, num gesto meramente simbólico, vamos fazer um apelo final ao Redentor, que a tudo assiste de braços abertos, impotente, lá do alto. E salve-se quem puder...
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