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terça-feira, 25 de junho de 2019

Fórmula 1 no Rio: em meio à polêmica do novo autódromo, o meio ambiente sai perdendo...

Simulação do projeto que ocupará área verde. Reprodução
Imagem do Google Earh mostra a Floresta do Camboatá, em Deodoro, área remanescente da Mata Atlântica.
Reprodução
A anunciada construção de um autódromo em Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro, é uma das trapalhadas que o Rio de Janeiro herdou da Olimpíada. Herdou o erro que os governos estadual e federal e municipal agora encampam.

O local escolhido para construção da nova pista abriga a Floresta do Camboatá, a última reserva urbana e plana da Mata Atlântica  na cidade. Além disso, elimina o verde em uma região carente de matas. Obviamente, haveria outros terrenos para a construção da pista.

E o que o estado tem a ver com isso? Se as contas públicas estão críticas, se falta dinheiro para escolas e hospitais e se a privatização é a palavra de ordem, que se licencie o empreendimento para que um empresário compre o terreno e construa o autódromo à margem da Via Dutra, por exemplo, ou na ponta dos ramais ferroviários. Não tem sentido o estado entrar em uma obra particular - sob o engodo de parceria que acaba se tornando, como tantas outras, mais pública do que privada, ainda mais uma que acaba com uma reserva - enquanto vende na "black friday" muitos dos seus bens exatamente sob o argumento de que setor público deve ser concentrar nas suas finalidades.

A consciência ambiental na Europa é, como se sabe, acentuada. Quem sabe os verdes e consumidores em geral da Alemanha, França, Itália, Inglaterra e Áustria, sedes de equipes como Mercedes, Renault, Ferrari, Aston Martin e Red Bull, denunciem o desprezo pelo meio ambiente e pressionem as marcas para um boicote ao autódromo do Rio. É a esperança que resta. Ou, pelo menos, que essa briga São Paulo vença.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Fotomemória da redação: Fórmula 1 no Rio e um pit stop na Manchete

Manchete na Fórmula 1, no Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, em 1982. Na foto, vê-se Gervásio Baptista, Suzana Tebet, Gil Pinheiro, Ney Bianchi, Ernani d'Almeida e Luis Palma.

O Rio se movimenta para voltar a sediar provas da Fórmula 1. A prefeitura anuncia a construção de uma pista, um compromisso das autoridades desde que o Autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá, foi demolido para obras do Parque Olímpico da Rio 2016.  Mas há polêmicas. O novo autódromo a ser erguido no bairro de Marechal Deodoro implicará na destruição de área da Mata Atlântica, o último trecho floresta em região plana do Rio.

Com razão, o Ministério Público pede a suspensão do projeto até que a Prefeitura apresente uma avaliação ambiental. O novo autódromo pode ser um ganho para a cidade sem resultar obrigatoriamente em uma grave perda, inadmissível atualmente. Caso a prefeitura insista em destruir a mata, é possível até que haja uma reação internacional que impeça provas internacionais em um local que ficará marcado pela falta de consciência ambiental.

O GP de Fórmula 1 estreou no Rio em 1978. Voltou em 1981 até se despedir em 1989, com vitória de Ayrton Senna. Entre 1972 e 1977, em 1980 e a partir de 1990, a corrida foi em Interlagos, São Paulo. A Manchete mobilizava muitas equipes para a cobertura desde os treinos até a prova, passando pela badalação noturna dos pilotos e seus passeios na cidade.

Em 1982, Ney Bianchi, Gervásio Baptista, Gil Pinheiro, Luis Palma, José Lago, Suzana Tebet, Tarlis Batista, Antonio Rudge, Raimundo Costa, Paulo Scheuenstuhl e Ernani d'Almeida, entre outros, formaram a equipe que mostrou bastidores, camarotes, movimentação do paddock, dos boxes, a corrida, o pódio e a comemoração na noite carioca.

O Rio merece a Fórmula 1 de volta. Mas sem que Ferrari, Mercedes, Renault e outras marcas atropelem a Mata Atlântica.