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domingo, 30 de maio de 2021

Maurice Capovilla (1936-2021): "Vou sentir saudades mas devo um grande abraço a todos vocês que me acompanharam"



Maurice Capovilla - Foto de Lino Rodrigues - Manchete

Maurice Capovilla chegou ao cinema pelos caminhos do jornalismo. Mais precisamente como crítico de filmes. Nesse campo, passou da revista Brasiliense para a Manchete, nos anos 60/70. Capô, como os amigos o chamavam, morreu ontem, aos 85 anos, em casa, no Rio. Nos últimos anos, sofria do Mal de Alzheimer. Cineasta, ator, roteirista e produtor, ele voltou à Rua do Russell nos anos 80, então para a Rede Manchete, onde dirigiu musicais e documentários.

Na sua filmografia, destacam-se Noites de Iemanjá, O Profeta da Fome, O Bandido da Luz Vermelha, Bebel, Garota Propaganda, Brasil Verdade, Os Subterrâneos do Futebol  e Lance Maior. 

Na TV, dirigiu novelas para a Globo, além do Globo Repórter. Na Rede Manchete teve a oportunidade de diversificar seus projetos, dirigir musicais e até um inovador programa esportivo - A Escolinha de Zico -, documentários e jornalísticos. Levaram sua assinatura programas como um especial sobre Oscar Niemeyer, as minisséries documentais Viagens às terras de Portugal e Os brasileiros – Retrato falado de um povo.

A EMOCIONANTE DESPEDIDA

No dia 20 de fevereiro, o próprio Capovilla postou no Facebook uma mensagem de despedida.
Reprodução Facebook

domingo, 28 de julho de 2019

Ruth de Souza (1921-2019): o adeus da dama negra


Aos 98 anos, Ruth de Souza sai de cena. Ao longo da sua brilhante trajetória, ela acumulou pioneirismos: foi a primeira atriz negra a atuar no teatro, cinema e TV brasileiros; foi a primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de Melhor Atriz (Festival de Veneza, 1954, filme "Sinhá Moça"); foi a primeira atriz brasileira a conquistar bolsa de estudos da Fundação Rockfeller para temporada nos Estados Unidos, onde passou um ano e atuou na peça "Dark of the Moon", de Howard Richardson e William Berney. Ela foi também a primeira negra a se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

E, por último, a primeira negra a sair na capa de uma revista brasileira. No caso, Manchete, em 1953. Dona Ruth foi fotografada por Zigmund Haar. Salomão Scliar fez o ensaio das páginas internas  e Neli Dutra entrevistou a atriz.

domingo, 19 de maio de 2019

The Big Bang Theory: @kaleycuoco faz a 'cobertura' da despedida dos nerds.

Selfie de despedida. Reprodução Instagram

Emocionados, elenco e equipe técnica assistem ao último capítulo, logo após a gravação. Reprodução Instagram



No bom sentido, de quatro para mídia. Reprodução Instagram

O elenco se despede do sofá que foi set de muitas cenas. Reprodução Instagram


por Clara S. Britto 

O último episódio de The Big Bang Theory irá ao ar, no Brasil, no dia 2 de junho, às 22h, no Warner Channel. Será um capítulo especial, com uma hora de duração.

Nos Estados Unidos, a despedida da série recordista de permanência no ar - 12 anos - aconteceu na última quinta-feira.

A atriz Kaley Cuoco, a Penny, publicou no Instagram (www.instagram.com/kaleycuoco/) uma série de fotos dos bastidores das gravações do último capítulo. Abraços e lágrimas marcaram o clima de adeus do elenco principal - Jim Parsons, Johnny Galecki, Kaley Cuoco, Mayim Bialik, Melissa Rauch, Kunal Nayyar e Simon Helber, dos atores convidados, do criador da série, Chuck Lorre, e da equipe técnica.

A revista Entertainment Weekly lançou uma edição especial sobre a série e os bastidores da última semana do elenco.

sábado, 23 de março de 2019

Bar do Novo Mundo: o último brinde ...

O barman Martins, do bar do Novo Mundo, ontem, às vésperas do fechamento do hotel. Foto: J.E.Gonçalves
O penúltimo show. Foto bqvManchete


Amanhã, domingo, quando o último hóspede do Novo Mundo quitar a conta fechará também um dos mais tradicionais hotéis do Rio de Janeiro. Hoje, esse cidadão dormirá no único dos 227 quartos ainda ocupado. Talvez ele não saiba, mas estará cercado de memórias de um Rio que aos poucos troca de cenários.

Ontem, o bar do Novo Mundo foi lotado pelo público que costuma frequentar os shows semanais que o espaço recebeu nos últimos anos. A cantora Fernanda Fernandes e artistas convidados interpretaram MPB, bossa nova e alguns clássicos do samba-canção. Um repertório, principalmente o último item, adequado para um local que foi uma referência dos Anos Dourados quando o Rio era a capital e o poder morava ali ao lado, no Palácio do Catete. O clima era de despedida. Foi a penúltima sessão. Hoje à noite, o pianista e compositor Osmar Milito fará o último musical do velho bar.

Este blog já citou o Novo Mundo, inúmeras vezes, como uma referência para os jornalistas, fotógrafos e funcionários do setor administrativo da extinta Bloch também ali ao lado.

O bar, aquele pequeno território administrado durante décadas pelo barman Francisco Martins, o lendário Martins, era o posto avançado etílico da Manchete onde o estresse do dia podia ser rapidamente diluído on the rocks, mas ontem, os drinques diluíram lembranças.

No restaurante do Novo Mundo: José Rodolpho, Carlos Heitor Cony, Esmeraldo, Alberto, Orlandinho, Daisy Prétola, Barros, Maria Alice, Roberto Muggiati e Alvimar: almoço comemorativo dos 20 anos do lançamento da Revista Fatos,
em março de 2005.
Foto de Jussara Razzé

No bar do hotel, esticada após o almoço: Maria Alice, Daisy, Esmeraldo, Alberto,
José Rodolpho e Barros. Foto de Jussara Razzé.

Como a de 17 de março de 2005 quando um pequeno grupo se reuniu para recordar o dia em que foi às bancas a primeira edição de uma revista semanal de informação e análise - a Fatos - que circulou durante um ano e quatro meses, não deu certo por vários motivos, inclusive políticos, mas fracassou com dignidade. Depois do almoço comemorativo no restaurante do hotel alguns remanescentes da revista esticaram no bar. Era inevitável que "causos" folclóricos fossem rememorados.  Ali surgiu a ideia de se organizar uma coletânea que reunisse tantas histórias dos bastidores das redações das revistas da Bloch. É assim foi feito. O livro "Aconteceu na Manchete- as histórias que ninguém contou", que nasceu no bar do Novo Mundo, foi lançado pouco mais de três anos depois, em novembro de 2008.

Na coletânea estão vários desses "causos", alguns deles acontecidos exatamente no bar do Novo Mundo e testemunhados pelo onipresente Martins a quem um pequeno grupo ex-Manchete levou um abraço de saideira em nome dos presentes e dos saudosos ausentes.
   

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Joan Baez faz turnê mundial de despedida dos palcos. A cantora voltará a Woodstock para comemorar em agosto os 50 anos do festival

Joan Baez. Reprodução/http://www.joanbaez.com/photos/
por Ed Sá 

No ano em que o Festival de Woodstock comemorará 50 anos, entre os dias 15 de 18 de agosto, Joan Baez faz sua última turnê mundial. A cantora, que há poucos dias completou 78 anos, iniciou seus shows de despedida no ano passado percorrendo cidades dos Estados Unidos e da Europa, onde divulga seu novo disco, Whistle Down The Wind. Ela deu à turnê mundial o nome de Fare Thee Well Tour, que terá agendas em vários países até 2020. Depois disso, não mais palcos, mas não dará adeus aos discos.

Com mais de 60 anos de carreira desde as primeiras apresentações em bares de folk music, Joan Baez tem seu nome ligado, para sempre, à canção de protesto, à antológica performance em Woodstock, onde cantou "Drug Store Truck Drivin Man" e "Joe Hill" (em homenagem ao sindicalista condenado à morte no começo do século passado), e ao ativismo político. Ela cantou no Vietnã, esteve na famosa marcha que ocupou as avenidas de Washington, em 1963, foi presa por participar de um ato de protesto em uma instalação militar, engajou-se em campanhas contra armas, em defesa dos direitos humanos e combateu a violência contra a mulher.

Joan Baez estará nos shows comemorativos de Woodstock 2019, ao lado de cantores e bandas de várias gerações, como Pearl Jam, Foo Fighters, Logic, Chance The Rapper, Pink, Lorde, The Weeknd, Coldplay, Kesha, Mumford and Sons, Lumineers, Demi Lovato, Ariana Grande, Eminem, Graham Nash, Neil Young, Santana, The Who, Phish, Bon Jovi, Elton John, The Doobie Brothers, Zac Brown Band, Florida Georgia Line, Jason Aldean, Daft Punk, Swedish House Mafia, Deadmau5, Skrillex, Steve Aoki, and Chainsmokers.

Joan Baez veio ao Brasil em 1981. Em pleno governo militar, a Polícia Federal da ditadura proibiu as apresentações em São Paulo, onde ela subiu ao palco apenas para dizer que estava impedida de cantar, e no Rio. Dessa época, restou um documentário da sua turnê pela América do Sul, exibido na TV americana, Baez aparece tomando cerveja com Lula em um boteco paulistano. Só em 2014,  voltou ao Brasil e pode, enfim, cantar no Rio, em São Paulo e Porto Alegre.

No site oficial da cantora há um link para tour schedule até julho de 2019.

O Brasil não está lá.

Infelizmente.

sábado, 18 de março de 2017

Memórias do império: a última sessão de cinema dos Bloch

Geraldo Mayrink, colaborador da Época, foi redator da revista Manchete. Ele esteve em Cannes em 1983 e testemunhou uma despedida: Justino Martins não sabia mas naquela noite de maio participava pela última vez 
do festival que tanto frequentou. 




por Geraldo Mayrink 

O filme havia acabado e, numa noite de maio de 1983, o jornalista Justino Martins apareceu para jantar. Ele chegou ao restaurante Le Martis, em Cannes, impecável em seu smoking, por volta de 11 da noite, e sentou-se sozinho a uma mesa. Foi reconhecido pelos brasileiros presentes, quase todos jornalistas. Logo arrumou companhia, brasileira. E parecia triste.

Justino, alto e moreno, gaúcho e vibrante, era uma referência histórica. Passara a vida como diretor da revista Manchete e sabia fazê-la como ninguém, quando ela era um sucesso. Passara parte da vida em Paris e, quase todo mês de maio, no Festival de Cannes. Passara também a vida passando em revista, em casa, em Cannes ou aonde quer que fosse, as mulheres mais belas que punha na capa da revista Manchete

Orgulhava-se disso, não escondia.

Mas Justino parecia triste naquela noite. O filme que vira, Furyo, de Nagisa Oshima, de modo algum o aborrecera. Aos 66 anos, aparentando menos, divagou sobre os fantasmas do festival – gente morta, amigos que não veria mais. Falou de hotéis, pousadas, coisas volatilizadas. Estava doente de um câncer agressivo e fatal, mas não sabia disso. Sua tristeza deveria ter outra causa, impossível de diagnosticar.

Aí lhe perguntaram sobre seu futuro e esse futuro se chamava Rede Manchete, prestes a ser inaugurada. Era para ser uma coisa do outro mundo, com equipamento fabuloso. Bebendo vinho e comendo lasanha, Justino ficou ainda mais triste. Disse: “Não vai dar certo. Equipamento não faz televisão. O que faz é cabeça. E eles não têm cabeça para isso”. Eles eram todos da família Bloch, que havia erguido um império nos moldes luxuosos da velha Hollywood, vendendo ilusões e fantasias na forma de papel colorido, impresso em revistas.

Como se estivesse na Metro-Goldwyn-Mayer, Justino fez da revista Manchete a maior do Brasil num período. Seus companheiros de mesa acharam que ele estava enciumado da televisão, que lhe roubaria o trono espetacular. Nesse momento aconteceu uma coisa de cinema. Foi quando anunciaram que estava chegando ao local o rei do futebol, Pelé, para quem arrumaram uma mesa enorme, apesar da aparição fora de hora. O restaurante, já quase fechando as portas, ressuscitou. Pelé chegou acompanhado de uma loura, mas não uma branquela qualquer. Era uma louraça com vestido curto, branco, mostrando pernas e coxas, jóias no pescoço e dedos. Exibia um sorriso capaz de paralisar a platéia e um nome estranho – Xuxa. Ninguém sabia quem era. A presença de Xuxa provocou uma fila no toalete das mulheres, cuja porta muitos cavalheiros rondavam. Pelé concedeu entrevistas burocráticas. A moça voltou à mesa, muda. Ela sorria, ele se comportava. Comeram e foram embora. Justino observou tudo em silêncio. Mas os jornalistas ainda andavam atrás de realismo e queriam saber por que estava tão pessimista quanto ao futuro da Bloch.

Caminhando pelas vielas de Cannes, de volta ao hotel que ele imaginava cheio de lembranças e de fantasmas, Justino disse que a futura Rede Manchete colocaria Xuxa diante das câmeras e faria referências caridosas a Pelé. Que faria referências encomiásticas a ele, Justino, e haveria outras pessoas mandando no pedaço. Não parecia ressentido. Mas achava que a nova rede de TV iria à falência e seria fechada, tragando a Manchete e todas as demais revistas do império Bloch, que seriam reduzidas a pó. Despediu-se. Seus companheiros de noite acharam aqueles comentários coisa de um grande profissional que apenas estava triste, numa noite de mau humor em Cannes.

Justino Martins, alma da Manchete, carro-chefe dos Bloch, morreu três meses depois, sem tempo – e também sem o desgosto – de ver como estavam certas suas previsões mais sombrias, miradas num abismo onde não vislumbrava nada parecido com um happy end.


sábado, 3 de dezembro de 2016

Em campo. Para sempre

Arena Condá: torcida se despede dos jogadores da Chapecoense. Foto Julio Cavalheiro/SEcom

Foto Julio Cavalheiro/Secom