terça-feira, 17 de julho de 2018

Leitura Dinâmica: Allan Richard Way, Copa, Fifa, lei da mordaça, Neymar na lista de milionários da Forbes...

por Ed Sá 

* Bola quadrada - Foram muitos os modelos matemáticos que apontaram os favoritos para a Copa da Rússia. Até pesquisadores ligados a bancos e agências de risco se dedicaram a estudar as seleções. A maioria quebrou a cara. Mas a Fundação Getúlio Vargas errou em palpite triplo. "Neste ano, a seleção brasileira tem 21% de chances de ganhar a Copa do Mundo. Logo em seguida, vem a Espanha com 14% e em terceiro a atual campeã, a Alemanha - escreveu a FGV no seu site. Esqueceram de combinar com França, Croácia, Bélgica... e com a professora do Fundamental.

* Nosso Vidente - Já o famoso guru desse blog, Allan Richard Way II (na foto) acertou que o Brasil ficaria no meio do caminho e que a França seria finalista da Copa da Rússia. As previsões do vidente para 2018 foram publicadas em 14 de dezembro de 2017.

* Pensa que está fácil? - Turistas húngaros roubaram tijolos do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia. E não era para reformar a casa. Queriam "de lembrança". Foram presos.

* Devedor - O empresário Bernardo Paz gosta de Arte. Ele é o idealizador do fantástico Instituto Cultural de Inhotim, em Minas Gerais. O que é aparentemente não gostava era de pagar impostos. Paz deve R$1,5 bilhão à Receita Federal. E estava pendurado em outros 500 milhões de reais junto ao governo do estado em dívidas em atraso há 25 anos. O empresário negocia com o governo federal o pagamento da dívida com obras de arte e  coleção botânica do parque.

* A conta do golpe - Aumento de desemprego, de mortalidade infantil, da violência, o Brasil caminha acelerado para voltar ao Mapa da Fome da ONU...  Não veio o "milagre" econômico que o mercado e a mídia esperavam ao subir no bonde da conspiração ao lado de outras facções.

* A Copa dos perebas - O presidente da Fifa, Gianni Infantino, já conseguiu aprovar para 2016 a Copa com 48 seleções. O que ele quer agora é antecipar o formato para 2020, no Catar. Bem comparando, fazer a Copa com tantas seleções é como se a CBF juntasse a Primeira Divisão do Brasileirão com a Segundona e a Terceirona em um só campeonato.

* Furaram a bola - Jornal inglês Guardian criticando o chatíssimo tiki-taka, o estilo de jogo que ainda empolga muitos comentaristas esportivos brasileiros. São aqueles que ficam excitados com " 70% de posse de bola" e acham que trocar passes é mais importante do que chutar a gol.

* Bye, bye - Segundo a PF, 128 mil venezuelanos entraram no Brasil nos últimos 18 meses. Mais de 50% já foram embora para outros países. Uma parte deles - pouco mais de 30 mil pessoas - preferiu voltar para a Venezuela do que ficar no país de Michel Temer. São pobres, mas não são estúpidos.

* Octógono News - Profissional que habita a planície da Globo News tem observado a uma distância segura e invisível ao radar a batalha de egos que assola o canal. Se a prática de duelo ainda estivesse em vigor vários pares já estariam contando passos.

* Calados - As novas regras para redes sociais impostas pela Globo aos seus funcionários produziram efeitos imediatos. Vários deles pararam de atualizar Instagram, Twitter, Whatsapp, Face etc. Outros apenas divulgam notícias sobre programas ou veículos do grupo ou platitudes. Estão meio perdidos. Tem gente com medo até de fazer lista de supermercado, entrar em rifa que pode ser confundida com abaixo-assinado, conversar na cama, ouvir Chico Buarque, cumprimentar Wagner Moura, vestir vermelho e ler Veríssimo. Nos jornais, revistas e telejornais fica fácil opinar sempre em coincidência com o pensamento dos patrões. Nas contas privadas é complicado. E se o principal "seguidor" não curtir? Alguns já preferem apertar a tecla "fui" das redes sociais.



* A Mama e a Deusa - A Veja caprichou. A capa dessa semana tem todos os estereótipos que habitam o HD da revista.  Para retratar a "desmoralização do Judiciário", Veja buscou uma inspiração afro coroada por bananas e com vários elementos tribais inconfundíveis. Tudo isso junto, segundo a capa, sintetiza a ausência de moral. Tempos atrás, a mesma revista fez outra capa com a Justiça. Naquela matéria, a Dama Cega estava longe de ser a vilã, era a vítima a ser amparada e resgatada do cativeiro. Claro que a inspiração para ilustrar aquele enfoque oposto foi caucasiana. Uma vestal branca e de branco molhou os sonhos dos editores nos idos de 2013.

* Perdeu - Entre maio de 2017 e maio de 2018, a TV a cabo perdeu quase 800 mil assinantes, segundo a Anatel. Culpa do streaming (Netflix, Amazon Prime, HBO Go, entre outros serviços).


* No contracheque - Forbes publica a lista das 100 celebridades mais bem pagas do mundo. Neymar, único brasileiro no ranking, está em 13° lugar com um total de 600 milhões de dólares (incluindo "carteira assinada" e faturamento publicitário). $250 milhões embolsados nesse ano e $350 milhões em salários a receber até o fim do seu contrato com o PSG. Veja a lista completa AQUI. 

domingo, 15 de julho de 2018

É da França!


Fim de Copa: Com festa e sem festa. Foto de Clive Rose/Getty Imagens/Fifa
Antoine Griezmann, o dono da taça. Foto de David Ramos/Getty Images/Fifa

É dele! Pogba e o troféu. Foto de Laurence Griffiths/Getty Images/Fifa

Pogba agradece. Foto de Davi Ramos/Fifa/ Getty Images

Domagoj Vida parece perguntar: "por que Senhor?". Foto de Ryan Percy/Getty Images/Fifa 
A vibração de Umtiti. Foto de Matthias Hangst/Getty Images/Fifa

França no pódio. Foto de Shaun Botteril/Getty Images/Fifa
Depois de Zagallo e Beckenbauer, Didier Deschamps é o terceiro ex-jogador a ganhar uma Copa tanto atuando
no campo como sofrendo na área destinada aos treinadores. Foto de Robert Cianflone/Fifa/Getty Images


Modric, o melhor da Copa; Mbappé, o melhor jogador jovem. Foto Getty Images/Fifa
O Triunfo é aqui!. Foto de Jack Taylor/Getty Images/ Fifa. 

Se a Copa não deu certo para o Brasil, funcionou para a Rússia, que organizou a festa perfeita e levou sua seleção até às quartas de final, foi boa para o surpreendente time da Bélgica, que despachou Tite e sua turma - aquela da "superação" que não se superou - histórica para a valente Croácia e, principalmente, um prêmio para a eficiência e a garra da França.

Um resultado justo. É hora de celebrar os craques que chegaram à final, como Mbappé e Modric, e lamentar os muitos que ficaram pelo caminho, como Messi, Neymar, Cavani, Timo Werner, Iniesta...

Sem eles, a Copa perdeu algum brilho nas fases decisivas. Mas ninguém pode negar a eficiência dos adversários que os mandaram para casa.

Rússia 2018 destaca a hegemonia da Europa que, pela primeira vez, ganha quatro Copas seguidas e soma 12 títulos em 21 edições, contra 9 da América do Sul.

Com o poderio econômico do euro, vai ser difícil reverter essa tendência. Jogadores sul-americanos das grandes escolas de futebol - Brasil, Argentina e Uruguai - vão para a Europa cada vez mais jovens, adaptam-se cedo ao novo futebol que privilegia a troca de passes, a posse de bola, a marcação alta e tenta conter jogadas individuais. Alguns treinadores praticamente criminalizam o drible, consideram-no obsoleto.

Quando convocados, os jogadores sul-americanos expatriados se integram a seleções nacionais que, por falta de treino, jamais conseguirão botar em campo o futebol da moda e, ao mesmo tempo, não dão mais tanto espaço para o individualismo dos fora de série.

Os principais clubes sul-americanos também estão tentando imitar o atual futebol europeu. Só esquecem que, se é para copiar a atual maneira de jogar da Europa, o original europeu será sempre melhor. (José Esmeraldo Gonçalves)

Copa da Rússia - Mulheres nas arquibancadas: Fifa instituiu a burca virtual...





Fotos Getty Images/Fifa/Divulgação 

por Niko Bolontrin

A Fifa mandou e a TV cumpriu: nada de dar close em mulheres bonitas nas arquibancadas.

Quase no finzinho da Copa, sob a alegação de sexismo, o italiano Infantino, presidente da controladora do futebol mundial, baixou um "AI-5" que, em essência, criminaliza os rostos femininos.

O espírito da coisa é mais ou menos o que fazem burcas e hijabs: a Fifa quer que o corpo da mulher seja vetado às câmeras, assim como detalhes que supostamente podem incendiar hordas masculinas e as deixar fora de controle. Nos seus piores pesadelos, Infantino imaginou que os homens tão logo desligassem a TV sairiam às ruas como estupradores seriais ensandecidos à caça de mulheres bonitas para traçar. Eu, hein?

Isso na Rússia. Imaginem como será na Copa do Catar.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Copa do Mundo da Rússia - A dúvida da Croácia para a final não está na escalação. O problema é saber que camisa usar...

Na maioria dos jogos da Copa, a Croácia trocou seu tradicional uniforme vermelho e branco...

pela camisa quadriculada em preto e azul. Fotos Getty Imagens/Fifa/Divulgação


por Niko Bolontrin 

A Croácia começou a Copa usando sua tradicional camisa xadrez em branco e vermelho. Na sequência de jogos, passou a usar o uniforme com o quadriculado em preto e azul petróleo. A Fifa confirma que a mudança nem sempre foi pelo critério de "mando de jogo" que analisa estatísticas e com base nisso, - em caso de camisas cujas cores podem ser confundidas principalmente na imagem da TV - determina que um dos times usem o chamado segundo uniforme.

Em alguns jogos, foi superstição mesmo. O xadrez escuro em vez do vermelho e branco deu sorte.

Não se sabe ainda qual será a escolha dos croatas, ou da Fifa, para a decisão contra a França. Se a 'zebra' da Copa volta ao tradicional ou se opta pela camisa pé quente...

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Ex-fotógrafo de Barack Obama prepara livro que compara a integridade do democrata com as baixarias do republicano Trump


Ex-fotógrafo da Casa Branca - saiu por um porta quando Donald Trump entrou por outra - Pete Souza prepara o lançamento do seu segundo livro sobre o ex-presidente Barack Obama. O primeiro - Obama: an intimate portrait - foi best seller no ano passado.

A partir da posse de Trump, Souza começou a publicar no seu Instagram uma série de fotos de Obama. A cada situação ou declaração desastrada do presidente atual, o fotógrafo publicava uma foto do ex sempre espelhando uma crítica que mostrava as diferenças culturais, de educação, de formação política, de respeito. Era a integridade de Obama, de um lado, e o tosco Trump de outro.

Pete Souza acaba de divulgar a capa do novo livro, Shade: a tale of two presidents, onde amplia o foco de comparação entre os comportamentos a partir das imagens que mostram o jeito de ser do democrata. São justaposições visuais dos vastos contrastes entre os dois: 100 fotos de Obama fazem contraponto a tweets, citações e reproduções de jornais revistas sobre Trump nos seus primeiros 500 dias de governo. 

Fotografia - Há 75 anos, os Aliados invadiram a Sicília. Robert Capa estava lá


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Copa da Rússia em dois tempos: Inglaterra desaba, Croácia faz história

Foto Shaun Botter/Getty Images/Fifa.Divulgação

Foto Dan Mullan/Getty Images/Fifa/Divulgação

Barraco News...

Climão à moda do "nunca desliga". Segundo o colunista Ricardo Feltrin, do UOL, uma reunião da equipe de jornalismo da Globo News, ontem, resultou em roupa suja na máquina de lavar. Tratava-se de discutir a formação da nova editoria de economia, além da extinção do "Conta Corrente", cuja equipe irá para um novo telejornal a estrear e fins de julho. Feltrin revela que a decana Míriam Leitão criticou colegas e o que considerou excesso da pautas de "serviço", como "seu bolso", "seu dinheiro". Miguel Athayde, novo diretor do canal, chegou a interromper a jornalista, que teria "acusado" o economista Samy Dana de dar "idéias demais". O diretor ressaltou que ouvir ideias era o objetivo da brainstormig que, afinal, fez jus ao nome tempestuoso.
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quarta-feira, 11 de julho de 2018

A foto mais odiada da semana...



Relaxem. Não há muito o que fazer. A rede social é um animal tecnológico que reage com fortes emoções. Nada lhe escapa e tudo julga.

A australiana Constance Hall postou a foto acima e recebeu um bombardeio de críticas. A imagem foi feita logo após o nascimento do seu filho. Enquanto o pai observa o menino, Constance navega no smartphone e bebe um refrigerante.

Na mensagem, ela até brinca com a cena de "matriarcado". A internet não se ligou na ironia e os haters atacaram. "Desprezo", "Que mãe é essa!", "O que essa mãe faz no celular no dia em que o filho nasce?".

A foto viralizou e a australiana respondeu: "Uns fudidos me julgaram. A forma como uma mãe é mãe não é problema de vocês". 

Alunos da UNISUAM produzem documentário sobre a Rede Manchete

Na antiga sede: por dentro da Rede Manchete

Vanessa Vense apresenta o documentário. 
PARA VER O DOCUMENTÁRIO "FAMÍLIA MANCHETE, CLIQUE AQUI

Rio de Janeiro de joelhos - O "Estado Crivellânico" já rende o "Samba da Márcia"



Não é segredo que um complexo religioso- industrial montado no Brasil quer dominar o Estado laico. Impulsionada por todos os partidos, inclusive o PT de Lula e Dilma, a nova cruzada política avança sobre a democracia e sobre os direitos dos cidadãos.

Mas a ofensiva nunca foi tão explícita quanto no encontro secreto do prefeito Marcelo Crivella com seus pares. Sobrinho do "CEO" da Igreja Universal, o prefeito abriu o jogo e instituiu fura-fila no seu governo, seja para acesso a cirurgias na rede pública ou para quebrar galho em dívida de IPTU e assemelhados. A condição de passar a frente é que o interessado tenha carteirinha de crente. Basta falar com a Márcia, diz o prefeito sobre a funcionária que supostamente poderia distribuir a senha privilegiada para o povo eleito. Se você não é da "religião oficial da cidade" ou se não pratica religião alguma, sinto muito mas sua operação de catarata, sua espinhela caída e seu alívio nas hemorroidas infladas vão ficar pro fim da fila da Márcia

Não dá para achar graça na armação - nesse ritmo teremos um "Estado Crivellânico" ou "Macedônico" em menos de uma década.

Também não dá para rir do Rio abandonado, da cidade invadida por camelôs e vans clandestinas, do transporte público sem lei, da falência dos serviços públicos, da administração em estado catatônico, das nomeações de favor.

Crivella está sob alvo de pedido de impeachment por crime de responsabilidade. Provavelmente vai dar em nada.

Mas, pelo menos, a irreverência carioca marca sua reação com um samba que ironiza a conspiração.

OUÇA O SAMBA DA MÁRCIA, CLIQUE AQUI

domingo, 8 de julho de 2018

60 anos de bossa nova: A protofonia do Guarany • Por Roberto Muggiati

O trio Ludus Tertius, de Gebran Sabbag (piano), Norton Morozowicz (contrabaixo) e Guarany Nogueira (bateria) no programa de tevê A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti, em 1969. Divulgação/TV Tupi


Guarany em foto mais "outonal". Acervo Pessoal

João Gilberto fazendo beicinho na capa do LP "Chega de saudade". A foto é de Chico Pereira

por Roberto Muggiati


Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim,” rezava a letra, mas o clima no estúdio era de “brigas sempre mais" que marcava a relação yin/yang entre João Gilberto e Tom Jobim.

A data: 10 de julho de 1958, uma quarta-feira. 

        O local: o antigo estúdio da Odeon no quarto andar do edifício São Borja, à Avenida Rio Branco, 277, na Cinelândia.

            A ocasião: a gravação do take definitivo do disco de 78 rpm Chega de Saudade/Bim-Bom, que entraria para a história como o marco inicial da bossa nova Foram várias tentativas tumultuadas para se chegar à bolacha final.

           Ruy Castro descreveu o clima no seu livro-reportagem Chega de saudade: “Gravando direto com a orquestra, ao vivo no estúdio, sem playback, ele [João Gilberto] interrompia take após take, ouvindo erros dos músicos que escapavam aos outros, e obrigando a orquestra inteira a tocar de novo. Em certos momentos, era como se todo mundo no estúdio fosse surdo, menos ele.”

           Um dos focos da discórdia foi a exigência de João Gilberto de ter quatro homens na percussão: Milton Banana à bateria, Rubens Bassini nos bongôs, Juquinha no triângulo e Guarany na caixeta. Tudo isso para uma canção que durava nada além de dois minutos. A inclusão de Guarany Nogueira (1928-1980) na gravação seminal da bossa nova revela a grandeza do seu talento. Principalmente se levarmos em conta o fato de que o curitibano, vítima de poliomielite, usava aparelho ortopédico e só tinha movimento numa perna, um handicap terrível para um baterista.

      Em Curitiba, Guarany tocou muito tempo no Ludus Tertius, trio completado por Norton Morozowicz, ao baixo, e Gebran Sabbag ao piano. Gebran foi um daqueles jovens curitibanos que descobriram o jazz nos LPs de Art Tatum, Erroll Garner e Oscar Peterson, fazendo uma amálgama destas três escolas de piano totalmente diversas. No réveillon de 1955, horas depois de Gebran tocar no baile do Sírio e Libanês, o clube pegou fogo. Um piadista de plantão decretou: “Este sim é que é o verdadeiro jazz hot!” O Ludus Tertius se notabilizou além das fronteiras da noite curitibana e, em 1969, foi destaque no programa de televisão A Grande Chance, do apresentador Flávio Cavalcanti.

          Em sua temporada carioca, além de brilhar nos círculos da bossa nova, Guarany frequentou o circuito clássico: o maestro Eleazar de Carvalho queria prepará-lo para timpanista da Orquestra Sinfônica Brasileira. Hélcio Milito, baterista do Tamba Trio, afirmou: “O Guarany era um grande percussionista, talvez um dos melhores do Brasil. Se assim não fosse, João Gilberto não teria exigido sua presença para gravar varias faixas do seu primeiro LP.” A pesquisadora musical Marilia Giller, em seu trabalho de 2007, O jazz curitibano dos anos 1950, cita o pianista Gebran Sabbag, com quem Guarany tocou por muitos anos: “O Guarany merece muita consideração. Apesar de não poder dispor do pé esquerdo, ele tocava a melhor bateria de jazz de todos os tempos em Curitiba, e até fora dela, com muito suingue e um balanço excepcional.”

Alerta geral: cuidado com os livros "motivacionais" que Tite leu...

por O.V.Pochê

Não é por nada, não. Apenas prestação de serviço público. A seleção brasileira deixa uma Copa, pela segunda vez seguida, em modo vexame. Com todo respeito à luta dos jogadores, à qualidade individual, ao empenho de Tite, o fato puro e simples é que não rolou. O time se classificou com dificuldades e dançou na hora do vamos ver. Em 2018, a seleção despenca na classificação geral em relação à já desastrada Copa de 2014.

Acontece. O que preocupa é a frequência com que está acontecendo. .

Na Copa de 1990 (o Brasil foi eliminado pela Argentina nas Oitavas de Final) o então técnico Sebastião Lazzaroni ficou famoso pelo linguajar enfeitado. Falava em "galgar parâmetros", "interação sinérgica" e chamava jogo de "evento". Não deu certo.

Quase 30 anos depois, Tite também floreia o palavreado e passa um lustrador no vocabulário. O estilo é diferente, lembra palestras de auto-ajuda e ou os entediantes seminários de motivação empresarial. Tite gosta de falar coisas como "plenitude mental, técnica e física", "treinabilidade", "empatabilidade", "estilo de jogo apoiado", "transformacional", "alto rendimento", "metodologia de treinamento". Faz pausas dramáticas na entrevistas coletivas. É didático quando explica ao repórter: "pergunta tática, resposta tática". E busca motivação em obras do gênero. Os atacantes belgas não deram bola pra isso.

Por isso, relembro aqui os nomes de alguns livros que Tite usou para "inspirar" a seleção que, no fim das contas, desabou foi no inspirado futebol do adversário.

Fica por sua conta e risco deixar tais obras na sua mesinha de cabeceira. Sem entrar no mérito. Apenas, para registrar que a biblioteca do treinador não foi pé-quente.

*  "Liderança" - de Alex Ferguson e Michael Moritz
* "Ainda estou aqui" - de Marcelo Rubens Paiva
* "Liderar com o Coração" - do ex-jogador de basquete Mike Krzyzewski
* "Caminhos Escolhidos" - de Abílio Diniz
* "Maktub" - de Paulo Coelho
* "Nunca deixe de tentar" -  de Michael Jordan
* "Os 11 poderes do líder – O futebol como escola de vida" - do ex-jogador argentino Jorge Valdano,
* "Qual é a tua obra" - de Mario Sergio Cortella
*  "Viver em paz para morrer em paz" - de Mário Sergio Cortella
* "Jogando para vencer" - de John Wood

Bossa Nova - Há 60 anos, Carlos Kerr, da Manchete, fotografou Astrud e João Gilberto nas areias do Arpoador...


O Globo de hoje publica a foto acima a propósito dos 60 anos da Bossa Nova.

Um pequeno e  importante reparo. A foto não creditada faz parte de uma série de imagens feitas por  Carlos Kerr e publicadas na Manchete na primeira matéria de capa da revista (N° 398) sobre o gênero musical que conquistou o Brasil e o mundo.

Mostra Astrud e João Gilberto no Arpoador.

Curiosamente, o casal não ilustra a capa daquela edição. Justino Martins, então diretor da Manchete, que escalou Carlos Kerr e o repórter Aloisio Flores para a matéria, preferiu uma montagem que considerava de maior apelo em bancas. Os baianos João Gilberto e Astrud eram então desconhecidos do grande público. A solução foi turbinar o foto do autor de "Chega de Saudade" com uma carioca de extrema beleza: Ira Etz, 22 anos, a musa e modelo que reinava nas areias do Arpoador.  Veja, abaixo, a reprodução daquela histórica edição da Manchete. 

A reportagem de Aloísio Flores e do fotógrafo Carlos Kerr, da MANCHETE, chamava a Bossa Nova, que revolucionava a música brasileira no fim da década de 1950, de "Novocaína do Samba" e mostrava imagens hoje raras de João Gilberto em uma "roda de violão" nas areias do Arpoador. São fotos históricas que faziam
parte do Arquivo Fotográfico da Manchete, atualmente em local e condições de preservação desconhecidos..

Astrud e João Gilberto no Arpoador. Foto de Carlos Kerr/MANCHETE
Na primeira capa da MANCHETE sobre a Bossa Nova, a então musa do Arpoador, Ira Etz
reforçava a imagem do quase desconhecido João Gilberto. Na legenda, a revista lançava a pergunta "Que é o samba Bossa Nova?'. E completava: "João Gilberto explica seu 'estado de espírito' ao manequim Iracema". 

sábado, 7 de julho de 2018

Rio-Bruxelas: na alegria e na tristeza, a conexão dos Manequinhos...

Reprodução Facebook

Não pergunte por quem o Manneken Pis, de Bruxelas, está mictando. Na linguagem da arquibancada, ele mija por nós. E nas cabeças de Jesus, Fernandinho, Willian, Tite e sua trupe.

O símbolo mais popular da Bélgica inspirou a famosa réplica do Botafogo. Ontem, após a derrota da seleção brasileira para a Bélgica, os dois nunca estiveram tão distantes.

Reprodução Pinterest
O menino mijão da General Severiano já molhou dias melhores: comemorou títulos vestindo camisas de Garrincha, Nilton Santos, Zagalo, Jairzinho...

Provavelmente, os atuais jogadores da seleção, "estrangeiros" devidamente globalizados, não fazem ideia do símbolo mais irreverente do futebol brasileiro e do Botafogo. Em compensação, Manequinho jamais vestiu suas camisas.

Pior para eles.

Ontem, um Manequinho carioca fazia seu xixi silencioso em contraste, no tempo e no espaço,  com a alegria do parça belga.

Diz a lenda que a estátua do Mannekin celebra a coragem do filho de um nobre que urinava tranquilamente enquanto observava seu pai defender o castelo e a aldeia contra invasores. Já o nosso Manequinho foi uma iniciativa do escultor Belmiro de Almeida, que simplesmente achou curiosa a representação e jamais imaginou, em 1914, que sua obra se ligaria ao futebol

O Manequinho torcedor está até agora mandado sua tristeza pelo ralo.


Philippe Close, prefeito de Bruxelas, postou ontem a montagem acima, com a frase "nada a acrescentar".

Também não precisava tripudiar. As redes sociais estão revoltadas...

Professor da UNB analisa a atual crise da Abril e recorda o fim da Bloch Editores




do Facebook de Luís Felipe Miguel (*)
(Leia a seguir o texto completo)

"Uma frase de autoria incerta, que circulou pela internet, diz que a classe dominante não tem ódio. O que ela tem são interesses. O ódio ela terceiriza.

A frase é interessante. Mas talvez ela superestime a racionalidade da classe dominante. Por vezes, seu ódio supera seus interesses.

Penso num caso. Meu pai trabalhou por muitos anos em Bloch Editores. Na época, Bloch contava com uma publicação de grande sucesso – a revista Manchete, que ocupara o espaço que antes fora da mítica revista O Cruzeiro. Mas era um formato, a revista ilustrada, que estava em irremediável curva descendente, devido a fatores como a difusão da televisão em cores.

A grande editora do Brasil não era Bloch. Era Abril. Em quase todos os segmentos, Abril liderava e Bloch ficava atrás. Jornalismo econômico: Tendência (Bloch) atrás de Exame (Abril). Revista “feminina”: Desfile (Bloch) atrás de Cláudia (Abril). Revista de mulher pelada: Ele Ela (Bloch) atrás de Revista do Homem, depois Playboy (Abril). Revista infantil: Bloquinho e Recreio. Revista de fofocas: Amiga e Contigo. Fotonovelas: Sétimo Céu e Capricho. Etcétera.

Tá certo, Bloch tinha uma revista sólida de puericultura, Pais & Filhos. Mas a Abril corria sozinha no jornalismo esportivo, com a Placar. Tinha os gibis (Disney e Turma da Mônica), verdadeiras minas de ouro.

E tinha a joia da coroa, a revista Veja. Bloch nunca conseguiu firmar uma revista semanal de informação geral. Tentou, durante um curto período de tempo, transformando a Fatos & Fotos (uma espécie de Manchete mais magrinha) na revista Fatos, mas não pegou.

Bloch decaiu no final do século passado e acabou falindo, em grande medida pelo investimento desastrado na TV Manchete. Abril ia de vento em popa. Veja tirava mais de um milhão de exemplares por semana. O boom do mercado de revistas fez com que seus títulos se multiplicassem. O espaço que era de Manchete nos consultórios dentários e salões de beleza foi ocupado pela Caras, que no início era da Abril.

E hoje Abril é uma pálida sombra do que foi. Fechou ou vendeu a maior parte dos seus títulos. Anuncia mais uma retração para breve. Seu próximo passo, ninguém duvida, é a falência.

Muitos fatores contribuem para esta débâcle, a começar pelas dificuldades vividas pelos meios impressos no novo mundo digital. Mas um deles, acredito, é o ódio. O ódio de classe que fez com que a editora recusasse qualquer coisa parecida com jornalismo e transformasse seu principal veículo no arauto de uma seita, desprovido de credibilidade e desinteressado de obtê-la. Uma das maiores revistas de informação do mundo, que (mesmo sem nunca ter sido isenta ou confiável) era leitura obrigatória no Brasil, transformou-se num pasquim risível e irrelevante, sem que a direção da empresa esboçasse qualquer reação; pelo contrário, sempre preferiu aprofundar sua opção pelo apostolado antipetista.
Agora Abril morre e ninguém chora por ela."

(*) Luís Felipe Miguel é professor de Ciência Politica na Universidade de Brasília e filho de um ex-funcionário da Bloch Editores.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Copa da Rússia - Fotografia - O lugar onde a coruja mora...



Reprodução
O goleiro argentino Armani, já batido, olha a bola chutada por Griezmann se chocar no ângulo do travessão. Foi no jogo em que a França derrotou os hermanos por 3x2.

A foto viraliza nas redes sociais e o site português Observador, que a considera uma das melhores da Copa da Rússia, lamenta que o autor da imagem não tenha sido identificado até o momento.

Os antigos locutores de rádio tinham um nome para o ponto alvejado pelo chute de Griezmann: "o lugar onde a coruja mora".

VEJA NO OBSERVADOR, CLIQUE AQUI 


Até o Olé admite: Neymar é caçado em campo. E olha que o jornal é argentino..




Apesar da história rivalidade, prevalece no Olé o respeito ao futebol.

O jornal argentino publicou uma matéria especial com fotos e vídeos sobre a caça a Neymar. "Neymar sofre um jogo bruto sistemático", denuncia. Ao terminar o jogo contra o México, o brasileiro detinha um recorde: o de jogador que mais sofreu faltas (23) desde a fase de grupos.

O Olé admite que Neymar às vezes exagera, mas defende que as imagens dos vários jogos são provas claras da caçada. Enquanto a mídia argentina ainda sob o impacto da desclassificação de Messi& Cia abre espaço para reconhecer o que não pode ser desmentido, uns poucos jornalistas esportivos brasileiros (é só zapear a TV por assinatura) promovem uma ofensiva contra o craque - em tom que lembra 'haters' de rede social - em outro campo: o das mesas redondas.
VEJA A MATÉRIA NO OLÉ, CLIQUE AQUI

terça-feira, 3 de julho de 2018

Empresas que apoiaram "influenciador" que publicou post racista fazem mea culpa

Nos últimos anos, "influenciadores" das redes sociais e seus milhões de seguidores passaram a disputar com outros meios anunciantes de peso. Não foram poucas as marcas que trocaram revistas impressas por youtubers, blogueiras, celebridades em geral capazes de atrair enormes audiências. Uma sucessão de incidentes racistas, homofóbicos, de preconceito social, religioso, ideológico, etário, contra pessoas com deficiência, imigrantes, entre outras demonstrações de agressiva rejeição à diversidade, mostra que, muitas vezes, a maioria dessas empresas não tem a menor ideia de onde sua marca vai parar. Casos recentes demonstram que pode ser em depósito de lixo moral. Comparando: é como se o anunciante não se preocupasse com o entorno e colocasse o outdoor que vende seu produto bem no meio de um esgoto ou no alto de uma montanha de aterro sanitário.

O youtuber Júlio Cocielo fez um comentário racista sobre o jogador francês e um dos destaques da Copa do Mundo Kylian Mbappé. Após repercussão na web, várias marcas, entre aquelas que veicularam campanhas no veículo das ofensas (Coca Cola, Adidas, Submarino, Itaú, McDonald's, Gilette) anunciaram cancelamentos de patrocínio. Antes tarde...


Mas é surpreendente que nenhuma dessas marcas - até que o caso Mbappé chocou as redes sociais - tenha se preocupados em verificar, com alguns cliques, os conteúdos do Cocielo. Não se pode acusá-lo de disfarçar. As demonstrações de racismo estão lá, claras e contundentes. Só não viu o anunciante que não quis ou, pior, gostou. Mesmo com seu histórico, o youtuber virou queridinho e foi convidado para atuar no "Pânico na Band", em teatro e em filmes como "Os Penetras 2", produzido pela Conspiração e Globo Filmes, onde interpretou a ele mesmo.

Segundo a Carta Capital, depois da polêmica Mbappé, o autor do post racista correu para apagar quase 50 mil outras mensagens semelhantes.

Na maioria das vezes racistas ficam impunes, a condenação só vem quando instituições, empresas e anunciantes despertam para a consciência social e de cidadania  - e, claro, temem as consequências da repercussão nas redes sociais, como eventuais riscos de boicotes a produtos e marcas - e param de beneficiar canais de ódio.

Viu isso? Flamengo, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, Bahia e Atlético-PR torcem contra a Seleção Brasileira

Segundo a coluna Radar on line, da Veja, o dirigente do Flamengo Bruno Espindel se reuniu com os clubes citados no título acima para tentar dar um golpe na CBF e comandar o futebol brasileiro.

Para virar a mesa é importante para os conspiradores que o Brasil não vença a Copa da Rússia.

Daí, uma forte torcida para que a Seleção seja devidamente atropelada.

Sai pra lá!

Vai ver os dirigentes que estão secando o time de Tite esperam ansiosamente que um dos próximos adversários enfie um 7 X 1 no Brasil.  Até aqui, estão decepcionados. Mas talvez ainda contem que a Bélgica vai destruir Neymar, Philippe Coutinho, Firmino, Paulinho, Alisson, Willian e companhia.

Devem ter festejado a contusão de Marcelo, a suspensão de Casemiro ou esperam diarreia galopante no elenco às vésperas do jogo.

Os novos "inconfidentes" dos bastidores deviam era deixar a Seleção fora do jogo baixo dos bastidores. Geralmente, ao contrário dos torcedores, o que dirigente menos gosta na vida é de... futebol.

Copa do Mundo - Dançando pagode russo... os laterais que não entraram numa fria


Tite e o banco de reservas observam Fagner trabalhando na lateral. Foto de Lucas Figueiredo/CBF

Felipe Luís dá adiós aos mexicanos. Foto de Lucas Figueiredo/CBF

Faltava sal grosso contra mau-olhado. O Brasil perdeu Daniel Alves e Marcelo, os dois laterais que mais atuaram na Era Tite, e Danilo, substituto do jogador do PSG. Para segurar a onda, Felipe Luís e Fagner vestiram as camisas de titulares e se tornaram xerifes do campo minado que costuma ser aquela estratégica faixa de terreno. O  Estadão já falava em "maldição da lateral". Pai Santana e Mário Américo, massagistas que serviram à Seleção e respeitavam as energias, devem ter trabalhado no Além para aparar a ziquizira que rondava a beira do gramado. .     

Rússia 2018 - Neymar tira da Alemanha o posto de maior goleador em todas as Copas

No jogo Brasil 2 X 0 México, Neymar comemora  o gol que faz o Brasil
o recordistas de gols em todas as Copas. Foto de Lucas Figueiredo/CBF

(do site da CBF) 

Única seleção que participou de todas as edições de Copas do Mundo, a maior campeã, com cinco títulos, e agora a recordista de gols. O gol de Neymar que abriu o placar para a Canarinho diante do México pelas Oitavas de Final da Copa do Mundo FIFA 2018 colocou o Brasil como o país que mais vezes balançou as redes em Mundiais. No total, a Seleção Brasileira balançou as redes 228 vezes nos 21 Mundiais que participou.

Eram 227 gols. Mas, aos 42 minutos da etapa final, Firmino fez o segundo da Seleção Brasileira e ampliou o recorde para 228. Na Primeira Fase, Philippe Coutinho (2), Neymar, Paulinho e Thiago Silva também deixaram as suas marcas com a Amarelinha. Até o jogo desta segunda-feira (2), o Brasil estava empatado com a Alemanha, com 226 gols.

Já o camisa 10 se isolou como o quarto maior artilheiro da história da Canarinho com 57 gols. O seleto grupo é liderado por Pelé, o maior jogador de todos os tempos, com 95 bolas na rede. No segundo lugar, vem o fenômeno Ronaldo, com 67 gols marcados, uma a mais do que Zico, com 66, no terceiro lugar.
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