terça-feira, 3 de julho de 2018

Empresas que apoiaram "influenciador" que publicou post racista fazem mea culpa

Nos últimos anos, "influenciadores" das redes sociais e seus milhões de seguidores passaram a disputar com outros meios anunciantes de peso. Não foram poucas as marcas que trocaram revistas impressas por youtubers, blogueiras, celebridades em geral capazes de atrair enormes audiências. Uma sucessão de incidentes racistas, homofóbicos, de preconceito social, religioso, ideológico, etário, contra pessoas com deficiência, imigrantes, entre outras demonstrações de agressiva rejeição à diversidade, mostra que, muitas vezes, a maioria dessas empresas não tem a menor ideia de onde sua marca vai parar. Casos recentes demonstram que pode ser em depósito de lixo moral. Comparando: é como se o anunciante não se preocupasse com o entorno e colocasse o outdoor que vende seu produto bem no meio de um esgoto ou no alto de uma montanha de aterro sanitário.

O youtuber Júlio Cocielo fez um comentário racista sobre o jogador francês e um dos destaques da Copa do Mundo Kylian Mbappé. Após repercussão na web, várias marcas, entre aquelas que veicularam campanhas no veículo das ofensas (Coca Cola, Adidas, Submarino, Itaú, McDonald's, Gilette) anunciaram cancelamentos de patrocínio. Antes tarde...


Mas é surpreendente que nenhuma dessas marcas - até que o caso Mbappé chocou as redes sociais - tenha se preocupados em verificar, com alguns cliques, os conteúdos do Cocielo. Não se pode acusá-lo de disfarçar. As demonstrações de racismo estão lá, claras e contundentes. Só não viu o anunciante que não quis ou, pior, gostou. Mesmo com seu histórico, o youtuber virou queridinho e foi convidado para atuar no "Pânico na Band", em teatro e em filmes como "Os Penetras 2", produzido pela Conspiração e Globo Filmes, onde interpretou a ele mesmo.

Segundo a Carta Capital, depois da polêmica Mbappé, o autor do post racista correu para apagar quase 50 mil outras mensagens semelhantes.

Na maioria das vezes racistas ficam impunes, a condenação só vem quando instituições, empresas e anunciantes despertam para a consciência social e de cidadania  - e, claro, temem as consequências da repercussão nas redes sociais, como eventuais riscos de boicotes a produtos e marcas - e param de beneficiar canais de ódio.

6 comentários:

Marcela disse...

Cabe aos internautas agora boicotar os canais dos preconceituosos e racistas e boicotar produtos de quem anuncia e apoia os racistas

Wilson disse...

Faz parte da indigência de ideias e pensamentos desses tais influenciadores. E ainda tem empresa que apoia esses lixos

Meira disse...

Tem muitos outros pilantras no YouTube. As empresas estão culpando agencias de publicidade mas empresas que aprovam campanhas. Empresas sérias tem que parar de apoiar racistas, criminosos homofóbicos, machistas, preconceituosos filhos da puta nas redes sociais.

J.A.Barros disse...

Por se esquecerem de suas origens e talvez por terem negros nos seus antepassados, esses criminosos homofóbicos, racistas,e preconceituoso explodem as suas raivas nessas manifestações de ódio – quem sabe? a si mesmos?

Black 21 disse...

É preciso que entidades de direitos humanos montem esquemas para rastrear a rede e denunciar racismo a polícia. Internautas devem ajudar a identificar criminosos. Organizações com base nisso a abrirão processos e denunciarão racistas nos seus empregos, escolas etc.

Prof. Honor disse...

Menos mal. Empresas e agências de publicidade passam a analisar com mais critério os conteúdos dos influenciadores. Pretendem evitar associar marcas a racismo, intolerância, homofobia, incitação à violência, apologia a crimes etc. Ou simples imbecilidades que a maioria desses despreparados posta na rede. As empresas e instituições já perceberam que se apoiarem o ódio podem sofrer boicotes uma arma que tende a ser cada vez mais usada pela opinião pública.