sábado, 22 de julho de 2017

Fotografia - Na Carta Capital, a história de um legado de Robert Capa


No passado, essa foto encorajou voluntários estrangeiros a aderir à luta contra Franco. Agora, pode ajudar os atuais moradores do prédio. Foto de  Robert Capa

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI

MANCHETE no Carnaval 2018: sorteio define ordem dos desfiles das Escolas do Grupo Especial

O Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, foi o palco, na semana passada, do sorteio da ordem de apresentação das Escolas de Samba no Grupo Especial do Rio de Janeiro.

O presidente da LIESA, Jorge Castanheira, revelou otimismo e disse contar com a garra e a criatividade das Escolas de Samba para superar o corte de verbas e realizar um grande espetáculo.

Algumas escolas já divulgaram seus enredos para 2018.

- Grande Rio - Homenageará Chacrinha com "Vai pro trono ou não vai?
- Salgueiro - "Senhoras do Ventre do Mundo".
- Portela - Contará em "De repente de lá pra cá e dirrepente daqui pra lá" a saga dos judeus que viveram no Nordeste brasileiro e depois fundaram cidades e sinagoga na América do Norte.
- Paraíso do Tuiuti vai duvidar se a Escravidão acabou em "Meu Deus, meu Deus, está extinta a Escravidão?"
- Imperatriz vai representar "Uma noite real no Museu Nacional", que festejará os 200 anos da instituição.
- São Clemente comemorará os 200 anos da Escola de Belas Artes, com "Academicamente Popular".
- Mocidade Independente virá de “Namastê... A estrela que habita em mim saúda a que existe em você”
- Vila Isabel, mostrará “Corra, que o futuro vem aí!”.
- União da Ilha cantará “Brasil bom de boca”.
- Unidos da Tijuca celebrará “Um coração urbano, Miguel (Falabella), o arcanjo das artes, saúda o povo e pede passagem!”
- Mangueira apresentará “Com dinheiro, ou sem dinheiro, eu brinco!”.
- Império Serrano percorre "O Império do Samba na Rota da China”.

ATUALIZAÇÃO EM 01/8/2017 - A Beija-Flor finalmente anunciou seu enredo para 2018:  “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”,

Veja como ficam as noites de Domingo, 11 de fevereiro, e Segunda, 12: 
Foto LIESA/Divulgação


sexta-feira, 21 de julho de 2017

Foto oficial de presidente rende piadas na web...


A foto oficial de Emmanuel Macron, o novo presidente da França e...

...variações que os...

...internautas produziram em...

...forma de...

...memes. Fotos/Reproduções Facebook/Tweeter
por Ed Sá 

As redes sociais, onde tudo se discute, não perdem a piada. De uns tempos pra cá, as fotos oficiais dos presidentes têm gerado boas polêmicas. A bola, ou a foto, da vez agora é o francês Emmanuel Macron, que decidiu inovar na pose. Por isso, a imagem tem cinco centímetros a mais do que a do seu antecessor. O problema é que as prefeituras e repartições públicas terão que arcar com o custo de trocar as molduras para acomodar a fotona.
Antes de Macron, a foto oficial de Donald Trump, que incluiu uma das frases dele, sem revisão, foi marcada por internautas em flagra de erro gramatical, coisa comum no vocabulário do atual inquilino da Casa Branca. Mandaram Trump voltar pra escola.
A primeira foto oficial de Temer, segundo o Planalto divulgou, tinha grosseiro erro de montagem e não havia sido tratada, o que foi corrigido depois. O photoshop deixou o ilegítimo com uma cara que lembra ainda mais um figurante de cinema da Transilvânia.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, quis uma foto com o mar atrás e foi criticado pelos conservadores por quebrar o protocolo. Ficou com jeitão de selfie de turista.
Macron não só recebeu críticas - um deputado disse que o presidente tem um "problema de ego que deve ser administrado" - como virou alvo de memes nas redes sociais.
Não se pode negar que a voz do povo também é divertida.

Memórias da redação: o dia em que Alberto Jacob foi cobrir para Fatos & Fotos a guerra que não aconteceu...


Trechos de um capítulo do livro "Memórias de um repórter", de Fernando Pinto. Junto com o
fotógrafo Alberto Jacob, ele cobriu a "Guerra da Lagosta" para Fatos & Fotos. 

O contratorpedeiro francês Tartu. O primeiro flagrante de um dos navios de guerra que invadiram os mares
do Nordeste durante a chamada "Guerra da Lagosta". A foto de Alberto Jacob, feita a bordo de um helicóptero militar,  foi publicada na Fatos & Fotos, cedida à Marinha do Brasil e reproduzida em jornais brasileiros e franceses. 
Entre 1961 e 1963, barcos franceses capturavam ilegalmente, no litoral do Nordeste, toneladas de lagostas. Pescadores, pequenas empresas e jangadeiros denunciaram a pirataria. As gestões diplomáticas com a França, então governada por De Gaulle, não avançaram e a Marinha brasileira enviou para a região a corveta Ipiranga, que apreendeu o pesqueiro francês Cassiopée.

A França enviou uma força-tarefa de peso, até com o porta-aviões Clemenceau, para as proximidades da área onde agiam os piratas franceses. O governo brasileiro mobilizou mais navios de guerra, a FAB e o 4° Exército sediado em Recife.



O relato reproduzido acima é um trecho do livro "Memórias de um repórter" de Fernando Pinto (Editora Thesaurus). Ele formou com o fotojornalista Alberto Jacob a dupla enviada al mare pela Fatos & Fotos para cobrir a "guerra" que acabou não acontecendo. No campo diplomático, posteriormente, o Brasil teve reconhecidas suas razões no episódio.

Com a foto "A Mão de Deus", Alberto Jacob
ganhou o Prêmio Esso  de 1971,
quando trabalhava no Jornal do Brasil. 
Alberto Jacob morreu na última terça-feira, no Rio, aos 84 anos.
O carioca começou sua carreira na Revista do Rádio, foi contratado pela Sétimo Céu, da Bloch, e integrou as equipes da Fatos & Fotos e Manchete que acompanharam a construção de Brasília, a citada "Guerra da Lagosta", a queda de João Goulart e as passeatas de protesto contra a ditadura.

Transferiu-se para o JB, onde ganhou um Prêmio Esso, em 1971, com a famosa foto da freira quase atropelada por um ônibus. "A mão de Deus" foi o nome com que ele batizou a imagem premiada.

Alberto Abraão Jacob foi um dos grandes mestres do fotojornalismo brasileiro.



Chegou o Snapcine. É o "netflix" brasileiro

Foi lançada há uma semana uma plataforma de streaming de filmes e séries brasileiras. O produtor Philipe Ribeiro criou para isso o aplicativo Snapcine, que estreia com 100 filmes. A notícia está no Meio & Mensagem

CONHEÇA O SNAPCINE, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Em 1977, a União da Ilha cantou um típico "Domingo" no Rio. Cheque os fatos: a cidade está hoje mais partida do que nunca...

por José Esmeraldo Gonçalves

Em 1977, a Beija  Flor foi campeã do Carnaval. Mas quem fez a festa na Avenida Presidente Vargas foi a União da Ilha.

Como a seleção da Hungria de Puskas, vice na Copa de 1954, a Holanda de Cruyff , vice em 1974, e o Brasil de Sócrates, Zico, Falcão e Junior, quinto lugar em 1982, a carismática escola da Ilha do Governador perdeu o título mas ficou na história - e no terceiro lugar - ao celebrar a alegre agenda de um típico domingo do Rio.

Uma rápida leitura nas notícias de hoje deixam bem claro que 40 anos se passaram na cidade mais partida do que nunca desde aquele Carnaval.

Vida que segue, ligaram o foda-se. Não vale nostalgia nem saudade, apenas medir a frieza dos fatos que passaram a abalar o modo de vida carioca que a União da Ilha cantou naquele distante ano.

A letra descreve um domingo no Rio de Janeiro. O Brasil estava sob a ditadura militar, "Domingo" cantava a vida e naquela noite a arquibancada sonhou com o "lindo dia que se anuncia". Se veio ou não veio, isso dá outro enredo.

Relembre a letra do samba. O puxador - ainda não era politicamente incorreto chamar assim o intérprete - foi Aroldo Forde.

"Domingo"

Autores: Aurinho, Ione do Nascimento, Adhemar e Waldir da Vala,

G.R.E.S União da Ilha do Governador (RJ)

Vem amor
Vem à janela ver o sol nascer
Na sutileza do amanhecer
Um lindo dia se anuncia
Veja o despertar da natureza
Olha amor quanta beleza
O domingo é de alegria 
No Rio colorido pelo Sol
As morenas na praia (bis)
Que gingam no samba
E no meu futebol

Veleiros que passeiam pelo mar
E as pipas vão bailando pelo ar
E no cenário de tão lindo matiz
O carioca segue o domingo feliz
Vai o sol e a lua traz no manto
Novas cores, mais encanto
A noite é maravilhosa
E o povo na boate ou gafieira
Esquece da segunda-feira
Nesta cidade formosa

Há os que vão pra mata
Pra cachoeira ou pro mar (bis)
Mas eu que sou do samba
Vou pro terreiro sambar

Percebeu? Agora veja como a cidade, de lá pra cá, tornou-se ainda mais dividida. Pois é, compare com letra do samba que virou poesia e desfez-se no sufoco atual:

"Praia" - O Globo revela hoje que o calçadão ganhará mais um quiosque de luxo e preços idem. O território mais democrático do Rio perde mais um espeço. Ainda é possível ao povão "ver morenas na praia" sem morrer em uma grana, mas tomar mais de uma cervejinha já é outra história. Quiosque, nem pensar. Foi gourmetizado.

"Samba" - O samba entrou em crise. Escolas discutem a relação, mas é certo que Carnaval está fora da  'bíblia" do prefeito. Os blocos que se cuidem.

"Futebol" - O Maracanã foi elitizado, perdeu a geral, o torcedor de havaiana, a dignidade e deixou de ser o "estádio de todos os clubes" como imaginou Mário Filho. Agora parece loja da maçonaria, fica mais tempo fechado do que aberto. Tem o Engenhão. Tem $im $enhor. Tem São Januário. Tinha. O Estádio do Vasco tomou um grampo de 180 dias.

"Mar" - Veleiros? Claro que só uma meia dúzia velejava e hoje nem isso, mas o resto podia pelo menos apreciar o "barquinho que vai", a tardinha cai"... O mar? Mais sujo do que cagueta da Lava Jato.

"Pipas" - praticamente sumiram da areia, especialmente aquelas em forma de gaivotas. Vê-las "bailando no ar" é bobeira. Vai perder o celular.

"Boate e Gafieira" - Ficou difícil, o jornal informa, hoje, que em um ano caiu em mais de um milhão de pessoas o número de usuários de ônibus, trem e metrô. Sem emprego, sem vale-transporte e com a explosão de assaltos, o carioca que não lava dinheiro e não tem conta ilegal no exterior botou o chinelão e ficou em casa vendo TV. Ou vai ao gargarejo do baile funk com direito a voltar pra casa  se não for no território "doszalemão".

"Cachoeira" - Também ficou mais complicado. O povão resiste, mas cumprir ritual afro, ir pra cachoeira, pra mata ou saudar Iemanjá no mar tende a ser atividade de risco. Fanáticos passaram a perseguir os cariocas filhos de santo.

Haja corpo fechado.

VEJA O VÍDEO DA UNIÃO DA ILHA NA AVENIDA EM 1977. CLIQUE AQUI



terça-feira, 18 de julho de 2017

A Terra é um ovo!

Entre as compras de hoje no mercado: aspargos frescos do Peru (a R$ 13,89); lentilhas em lata de Saint Étienne, França (a R$ 7,99); cebolinhas em conserva de Almería, Espanha (a módicos R$ 3,79 o vidro) e cornichons (pepinos) em conserva de Bangalore, Índia (baratinhos também). [É de Bangalore que vem todo o incenso consumido no Brasil.] Agora só me expliquem uma coisa: por que três cabeças de alho estão custando 20 reais? Caro pra car...amba! (Acácio Varejão)

Fotógrafo brasileiro vence concurso internacional

Vitória Régia Flower © Wendell Azevedo de Medeiros 

O paraense Wendell Azevedo de Medeiros, de 41 anos, é um dos ganhadores do 2017 Photo Contest  da organização ambientalista The Nature Conservancy (TNC).

Medeiros retratou uma vitória-régia em forma de coração no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. A imagem foi selecionada por um júri de fotógrafos especializados, entre as 100 melhores e, em seguida, apontada como a melhor na categoria Voto Popular.

O concurso atraiu mais de dez mil fotógrafos de 80 países, entre os quais 700 brasileiros.

Segundo o site TNC, Wendell Medeiros usou uma Nikon Coolpix, Lente 13.3 mm, Abertura f/3.0.

Entre os prêmios, câmeras profissionais, vale-compras e divulgação nas redes sociais da TNC.

Na categoria Global, a foto vencedora (abaixo) foi do norte-americano Geo Jooste.

Darter bathing. © Geo Jooste

VOCÊ PODE VER MAIS FOTOS NO SITE THE NATURE CONSERVANCY, 
CLIQUE AQUI

Vídeo de jovem saudita usando minissaia com meio século de atraso viraliza nas redes sociais. Bancada religiosa da ditadura islâmica quer condená-la a 60 chibatadas...

Arábia Saudita: jovem sob ameaça de chibatadas por divulgar vídeo onde usa minissaia. Reprodução You Tube

Há alguns anos, na Arábia Saudita uma jornalista, Rosana Al-Yami, 22, foi condenada a receber 60 chibatadas. Seu crime? Entrevistou um homem que admitiu ter mantido relações sexuais fora do casamento. Além do açoite, foi impedida de deixar o país islâmico por dois anos. O caso teve repercussão na época, 2009, por ter sido o primeiro em que uma jornalista foi condenada no reino fundamentalista - que é uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos -, por exercer sua profissão e não diretamente pelo rígido código moral e religioso dos sauditas.

O caso que está viralizando na rede, agora, é diferente, mas igualmente representativo de um Estado extremamente repressor.

Uma jovem saudita está sob investigação, ameaçada de prisão, chibatas e corre risco de receber pena até mais pesada por ter se deixado filmar usando uma discreta minissaia, blusa de mangas curtas e cabeça descoberta. No caso, o crime é o de "indecência". O vídeo foi feito na cidade história de Ashkir e publicado nas redes sociais.

A jovem apenas mostrou um figurino que, no Ocidente, já comemorou meio século. A britânica Mary Quant lançou a minissaia em 1964 e dois anos depois recebeu da Rainha Elizabeth II a Ordem do Império Britânico.

Na Arábia Saudita as mulheres são proibidas de dirigir. A justificativa para isso é inacreditável: tanta mobilidade lhes daria mais liberdade para se "encontrarem com homens de forma privada", além de lhes "facilitar a circulação sem o uso do hijab.

Esse tipo de intolerância parece distante do Brasil. Mas temos aqui um "ovo da serpente" em fecundação: as tentativas frequentes  - e em muitos casos já em prática, através de leis aprovadas por bancadas de vereadores e deputados fanáticos- , de fundamentalização religiosa do Brasil, embora a Constituição determina que o Estado é laico. A vítima -  nesse ritmo e mais adiante -, será a liberdade individual.

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI  

segunda-feira, 17 de julho de 2017

"Quem" desacontece! Grupo Globo encerra edição impressa de revista de celebridades e manterá o título apenas na internet

O site Meio & Mensagem acaba de anunciar que a revista "Quem Acontece", do Grupo Globo, encerrará sua edição impressa.

A partir de agosto, a publicação especializada em celebridades se dedicará apenas ao meio digital e à realização de eventos patrocinados, com o site e outras plataformas digitais ganhando mais conteúdo.

"Em um contexto onde celebridades têm seus próprios canais de conteúdo, a marca visa acompanhar o segmento através de plataformas como Facebook, Instagram, Twitter e Pinterest", escreve o M&M. citando anúncio oficial da Editora Globo.

 Para um mercado abalado por crises, essa não é um boa notícia. Não há informações ainda sobre demissões de jornalistas.

Voo JJ3054: há dez anos, a tristeza pousou em Congonhas

Memorial 17 de Julho. Foto de Fábio Arante/Secom/Prefeitura de São Paulo


por José Esmeraldo Gonçalves 

Há dez anos, em 17 de julho de 2007, uma terça-feira, a maior tragédia da aviação brasileira chocava o país. O voo JJ 3054, do Airbus 320 da TAM, com 199 pessoas a bordo, fez um pouso desastrado no Aeroporto de Congonhas, ultrapassou o fim da pista e explodiu contra um prédio da empresa na Avenida Washington Luís. Não houve sobreviventes.

Dizem os especialistas que normalmente um acidente aéreo resulta de uma conjunção de fatores. No caso do desastre com o jato da TAM foram muitas as falhas e o descaso apurados. As investigações constataram que o Airbus voava sem um dos reversores, equipamento que faz uma inversão do fluxo do exaustor da turbina e ajuda na frenagem; vivia-se o "apagão aéreo" e havia um desgaste em toda a malha em função de atrasos e cancelamentos de voos, estressando funcionários em terra e no ar e com as companhias pressionando a todos para cumprimento de horários, segundo depoimentos de tripulações; matéria da BBC Brasil informa que o avião da TAM estava muito pesado por ter sido abastecido em Porto Alegre com mais combustível do que o necessário, isso porque o ICMS do querosene na capital gaúcha custava 8% menos do que em São Paulo; chuvas na véspera do acidente acumularam água na pista, cujo recapeamento não estava inteiramente concluído, faltava um elemento técnico, as ranhuras; e a tripulação recebeu um alerta sobre a pista escorregadia. A reportagem da BBC Brasil afirma que "o mais lógico, diante das condições, seria desviar para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, distante 31 quilômetros do plano original. Mas a inconveniência para os passageiros e tripulantes em época de apagão aéreo, e sobretudo a pressão da empresa em evitar outros aeródromos", fizeram com que os pilotos mantivessem o pouso em Congonhas.

O caso permanece em curso na Justiça. Ninguém foi punido até hoje.

Naquela terça-feira, eu voltava de São Paulo após uma reunião de trabalho. Com dois colegas, Sergio Zalis e Marcelo Tabach, cheguei a Congonhas por volta de 17h30 bem a tempo do voo da ponte-aérea para o Rio, se não me engano, o de 18h30. Menos de uma hora depois, fomos chamados a embarcar. Com os passageiros acomodados, a porta da cabine foi fechada, mas nada de o avião deixar a "sanfona" de embarque. Mais alguns minutos e, pelas janelas, percebemos uma agitação incomum entre o pessoal de terra.

O avião da TAM havia pousado em Congonhas às 18h48.

Menos de dez minutos depois, não mais do que isso, o piloto informou que havia um "obstáculo" no fim da pista e que o nosso voo seria cancelado até o dia seguinte. Estranhamos que um"obstáculo" interrompesse a pista por tanto tempo. Mas, enfim, eram dias de apagão aéreo e desembarcamos.

Logo ao deixar o portão de embarque, de volta ao terminal, soubemos por passageiros que aguardavam seus voos, também cancelados, que acontecera um acidente. Pelos relatos da rádio-corredor não parecia grave. Talvez um avião com problemas fosse o "obstáculo" na pista.

Não demorou muito essa impressão inicial desinformada foi deixada de lado: um forte odor de combustível queimado invadiu o aeroporto. Ao sair do terminal, já na rua, vimos uma coluna de fumaça à distância. O trânsito de carros e pedestres na Washington Luís já estava interrompido, sirenes ligadas, perplexidade. "Parece que tem mortos", informou um funcionário.

Tínhamos compromissos no Rio na manhã de quarta-feira e concordamos em não pernoitar em São Paulo. O trânsito nas avenidas próximas do aeroporto também parou, andamos em direção contrária à coluna de fumaça em busca de um táxi fora do entorno. Até então, os indícios não eram bons, mas não fazíamos ideia da extensão da tragédia. O motorista de táxi, tampouco. O rádio noticiava, ainda sem detalhes, praticamente só chamadas: "acaba de acontecer um acidente"...; bombeiros no local"...; "não há informações sobre vítimas", e não confirmava a procedência ou se o avião acidentado decolava e para onde.

Seguimos para o terminal rodoviário do Tietê. Lá, passamos rapidamente por TVs que abriam "plantões", ainda sem imagens do local do acidente. Não havia informações precisas sobre quantos passageiros o avião levava ou número de mortos, mas já se falava em tragédia. Corremos para comprar passagem e embarcar logo.

Enquanto estávamos no avião que não decolou havíamos desligado os celulares. Ao ativá-los, depois, pipocaram ligações. Amigos e parentes preocupados, especialmente aqueles que tinham o horário do nosso voo de volta e os colegas de quem nos despedimos após as reuniões e que sabiam que estaríamos embarcando naquele horário. No ônibus, rumo ao Rio, as informações iam sendo atualizadas no celular, 20 mortos, 50, 100, 150...

Evidentemente, não corremos qualquer risco. Mas ter estado tão próximos de um acontecimento tão triste, a poucos minutos de decolar da mesma pista onde o voo JJ3054 encontrou seu fim, foi um impacto a mais. Sempre que passo na Washington Luís e vejo a Praça Memorial 17 de Julho penso menos nesse relato pessoal desimportante que faço aqui e mais naquela noite triste, nas vítimas - que têm seus nomes esculpidos na mureta do espelho d'água -, e nas suas famílias.

E na impunidade que, ao que parece, só falta impôr aos passageiros a culpa pela tragédia de 17 de julho de 2007.

Disputa acirrada: redações brigam por troféu que vai premiar a maior cascata do ano...

por Armando F.  Ferraz

O site Coleguinhas, Uni-vos criou em 2015 o Troféu Boimate para premiar a redação que produz o maior número de cascatas e pós-verdades de cada ano.

A matéria da Veja sobre o "boimate". Algo a lembrar sempre às futuras gerações
e peça simbólica digna dos anais do jornalismo mundial. 

Boimate, como se sabe, foi um mentira cabeluda publicada pela Veja em 1983 exaltando cientistas alemães que "criaram" um ser que era uma mistura de boi com tomate. Naquela semana, a editoria de Ciência da Veja e seu redator-chefe esqueceram de tomar o remédio e levaram a sério uma brincadeira de 1° de abril - tradição manjadíssima no jornalismo local - da revista britânica New Scientist.

O troféu, como explica o site, é "o único prêmio dedicado aos coleguinhas que mais se destacam na tarefa de avacalhar o jornalismo brasileiro".

No momento, a Folha lidera o Boimate -2017. E a Globo News vence a segunda seletiva do King of the Kings.

Seis "notícias" já estão classificadas para a grande final em janeiro de 2018.

1. Jornalista da GloboNews festeja recessão e desemprego por devolver poder de compra aos brasileiros. (161 votos, 16%)

2. Estudante tem a cabeça quebrada por cassetete empunhado por policial e e Folha diz que foi por “homem trajado de PM”. (139, 14%)
3. Miriam Leitão afirma ter sido agredida por petistas durante voo, mas ninguém vê. (O Globo)  (127, 13%).
4. Veja acusa Lula de usar Dona Marisa para escapar de Moro. (121, 13%)
5. Procuradores da PGR dão “coletiva em off” para vazar nomes da Lista da Odebrecht. (Vários). (105, 11%).
6. Folha usa perito Molina para desqualificar gravações de Joesley Batista que mostram Temer cometendo diversos crimes. (88, 9%).


 TROFÉU BOIMATE – 2017 (CASCATAS POR REDAÇÃO)

1. Folha de São Paulo: 3

2. Veja: 2

3. IstoÉ, Record, Exame, Globo e Globonews: 1


VOCÊ PODE VOTAR E ACOMPANHAR A MARCHA DA APURAÇÃO NO SITE COLEGUINHAS, UNI-VOS, CLIQUE AQUI


domingo, 16 de julho de 2017

CINEMA: “Sempre teremos Paris”


"Perdidos em Paris": Emanuelle Riva na Torre Eiffel entre os atores-diretores Dominique Abel e Fiona Gordon.

por Roberto Muggiati

Uma curiosa coincidência – ou nem chega a ser tanta coincidência assim: estão no momento em cartaz no Rio três filmes com Paris no nome: Perdidos em Paris, Paris pode esperar e Amor, Paris e cinema. (A cidade aparece ainda em Frantz, À sombra de duas mulheres e Monsieur & Madame Adelman.)


Não vou me meter a fazer um catálogo sobre a presença de Paris no cinema. Lembro, apenas, que os primeiros filmes do inventor da – vá lá... – “sétima arte”, os documentários de Louis Lumière, foram rodados em Paris.

E cito poucos outros punti luminosi, para usar uma expressão grata ao nosso Carlos Heitor Cony: o flashback romântico regado a champanhe e ao som de As Time Goes By em Casablanca; o maravilhoso musical Sinfonia em Paris; o melodrama da MGM A última vez que vi Paris; o hino da Nouvelle Vague Paris Nous Appartient; o emblemático-problemático O último tango em Paris; e o mais recente “queridinho” Meia-Noite em Paris, de Woody Allen, que já homenageou a cidade em outros filmes.

E não vai parar por aí, podem ter certeza.

Sempre teremos Paris – em nossas telas, pelo menos.


Alô Patrimônio Carioca, alô Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro: Paysandú Hotel, jóia art déco, está à venda e pode correr risco de descaracterização...

Reprodução Facebook
por Ed Sá 

Deu no site Conexão Jornalismo: o Paysandú Hotel, no Flamengo, está à venda.

O edifício em art déco não aparece na lista de bens tomados do Patrimônio Carioca.

Pode ser demolido ou ter a fachada modificada?

Além do estilo, tem história.

Ali ficou hospedada a seleção uruguaia na noite anterior à história derrota que impôs ao Brasil, em 1950. Uma placa registra o fato. Em 2014, durante a Copa do Mundo, os uruguaios voltaram ao Maracanã para jogar contra a Colômbia, na oitavas de final, e se hospedaram no Payssandú. O mesmo fizeram vários dos seus torcedores. A jogada supersticiosa não resistiu ao goleador James Rodriguez, que fez os dois gols da Colômbia que eliminaram a Celeste.

Há duas referências ao Maracanazzo no hotel. Uma, a placa que mostra em recorte e descreve em diagrama o gol que fez do Brasil o vice de 50. A outra, uma janela onde os uruguaios colocaram a Jules Rimet, por algumas horas, para deleite dos seus torcedores reunidos na rua Paissandu.

Pelé também é uma das lembranças ligadas do hotel. Ali ele dormiu na noite anterior ao seu 1000° gol contra o argentino Andrada, do Vasco, no Maracanã.

O Paysandú, era, ao lado do Hotel Novo Mundo, este no bairro próximo, o Catete, um dos preferidos pelos políticos de outros estados que vinham ao Palácio do Catete, sede do governo federal até o vacilão JK transferir a capital do Rio para Brasília. Deu no que deu.

Voltando ao assunto. Depois que a picareta de Eike Batista destruiu o Hotel Glória, o Payssandú, embora mais modesto, é um dos tesouros arquitetônicos de época naquela região. A fachada e o hall pouco se modificaram desde os anos 50.

A venda por 14 milhões de reais está a cargo da Sérgio Castro Imóveis.

Leia no Comunique-se: jornalismo PJ


por Pedro Zambarda

Eu sou trabalhador terceirizado há alguns anos. Terceirizado full desde 2014, quando fui demitido do meu último emprego CLT. O patrão que me demitiu na ocasião estava certo no diagnóstico, mas sabia que estava “me jogando aos leões”: “Infelizmente assessoria de imprensa não é pra você, Pedro. Você é repórter”. Peguei minhas coisas, fiquei triste e fui procurar empregos no dia seguinte. Felizmente, tinha experiência como freelancer e uma vantagem muito boa no mercado de jornalismo: 25 anos, uma carta de recomendação de emprego anterior, já tinha passado por um site da maior rede de TV do Brasil e tinha mais dois anos nas costas na maior editora de revistas da América Latina. Desde o meu primeiro estágio, aprendi a fazer currículo e usar minha lábia tanto em entrevistas quanto em fazer redes profissionais. Apesar de encarar alguns embates profissionais muito sérios, em geral eu sempre saí dos empregos com um laço de amizade com a chefia e, sobretudo, com meus pares.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO COMUNIQUE-SE, CLIQUE AQUI

sábado, 15 de julho de 2017

O fotógrafo Lula Marques capturou o "monstro" que aterroriza o Brasil

Foto de Lula Marques/Reprodução Twitter

Estudante de jornalismo produz reportagem investigativa e prova que com um gasto de menos de 10 reais qualquer um pode fundar uma "igreja". O paraíso pode ser a isenção tributária...

O pôster da igreja, segundo arte de Mateus Mognon, autor da reportagem
sobre como fundar facilmente uma organização religiosa.
Desde 2010, segundo reportagem do Globo, surge uma igreja a cada hora no Brasil.  Não exatamente por uma explosão de fé. É business.

Igrejas têm isenções de tributos (IPTU, IPVA e imposto de renda) e, com frequência apocalíptica, a cada dia um vereador ou deputado apresenta projetos - e são muitas ideias que aparecem em todo o país - que, na prática, buscam extrair mais dinheiro público para uma atividade privada. Isso, sem falar em convênios que muitas organizações religiosas descolam em administrações dos três níveis - municipal, estadual e federal - para "trabalho social" à base de verbas públicas nem sempre fiscalizado e comprovado nas áreas de educação e saúde, especialmente.

Matéria publicada no Comunique-se relata que o estudante de jornalismo Mateus Mognon, da Universidade Federal de Santa Catarina, recebeu a tarefa de produzir uma reportagem investigativa. Ele escolheu focalizar a proliferação de igrejas e seitas no país. Como base para o trabalho, resolveu criar e registrar uma "religião". Constatou que é mamão-com-açúcar tornar oficial uma instituição do tipo. Não há nem a exigência de que o estatuto da igreja obedeça à Constituição brasileira.

Este é Hanzo, o herói do game Overwatch, a divindade da igreja "fundada" pelo
estudante jornalismo, autor de um reportagem que provou como é moleza se tornar "líder máximo" de uma "igreja".
Foto: Reprodução Facebook

Mateus cumpriu as formalidades, elaborou estatuto, ouviu religiosos, advogados e foi ao cartório para fundar a Igreja Nacionais de Hanzo, que tem como divindade o próprio, Hanzo, um herói do game Overwatch.

O custo foi uma merreca. O mais novo "líder religioso" do Brasil não chegou a gastar nem 10 reais. Apresentou comprovante de residência de um amigo e já poderia correr pro abraço e pro púlpito e coletar dízimo, se quisesse.

Como o estatuto da Igreja de Hanzo, incluía de propósito "ilegalidades" fictícias, do tipo aprovar o consumo de produtos e a propagação de produtos falsificados, isso para testar o processo, ele deixou de cumprir a última e facílima etapa: pegar a assinatura de mais cinco "fiéis" além dele.

O estudante contou ao Comunique-se que, "se fosse mal intencionado", poderia ter botado pra funcionar uma religião reconhecida pela lei e que defenderia como um dos seus dogmas a pirataria.

A Igreja Nacionais de Hanzo - que só não existe porque o "pastor Mateus" não quer -, como provou a reportagem investigativa, elaborou seis mandamentos com a palavra da sua divindade.

1) Os membros da Igreja devem cultivar bons costumes, disseminar a paz, em ambientes virtuais e reais, e incentivar debates e devoção a uma vida honrada e de perdão, assim como Hanzo.

2) Para aprofundar discussões e proliferar a crença de paz e perdão de Hanzo, os membros devem estudar, espontaneamente, os meios onde a palavra do herói e suas inspirações estão disponíveis.

3) Como Overwatch, a casa do herói Hanzo, ganhou vida no dia 24 de março de 2016, uma terça-feira, os membros devem guardar esse dia para meditação e estudos filosóficos pelo menos uma vez ao mês. Caso hajam impedimentos para exercer a fé, o presidente tem poder de emitir um atestado, assinado pelo mesmo, que libera o membro da Igreja de suas atividades diárias para dedicação aos estudos.

4) Durante os seminários presenciais, os membros devem ser receptivos aos novos integrantes. O consumo de alimentos e guloseimas durante os encontros é recomendado, visando deixar os ingressantes à vontade para participarem das discussões.

5) Os membros da diretoria também são os pastores, ou ministros da palavra de Hanzo, e cabe a eles organizarem os encontros da Igreja.

6) Caso o culto não possa ser realizado presencialmente, os membros da Igreja podem se reunir remotamente pela internet. A organização também deve ser feita pelos ministros da palavra de Hanzo.

E pensar que figuras como Pedro, Lutero, Moisés, Maomé, Gautama, Kardec e tantos outros comeram poeira literalmente para difundir suas respectivas crenças.

Glória a Hanzo, portanto.

Aprenda a verificar notícias falsas e a se defender da manipulação da informação tanto na grande mídia quanto nas redes sociais


O quadro acima foi publicado no twitter pela jornalista Géssica Brandão. Foi desenvolvido pela International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA).

"Como Identificar Notícias Falsas" é um guia rápido que deve ser aplicado a qualquer meio de comunicação, das grandes corporações de mídia aos alternativos da rede social inclusive a este blog, caso você tenha alguma dúvida ou desconfiança.

O Brasil já possui várias agências de checagem de notícias e cursos têm sido ministrados a jornalistas sobre os antídotos contra as fake news da mídia corporativa e da internet. São cursos cada vez mais abertos a leitores não jornalistas.

Além disso, a sociedade já tem à disposição sites de verificação de notícias e o Google oferece no Brasil, desde fevereiro de 2017, um serviço de checagem para o qual contratou as agências "Lupa", "Aos Fatos" e "Pública". No site news.google.com.br e no aplicatico Google Notícias é possível verificar a veracidade dos fatos que você pesquisa na seção identificada como "Verificação de Fatos".

Vendaval em Brasília: dinheiro na mão é solução...

Propaganda de impressora, anos 50/Reprodução


Os bandidos chamavam de "guitarra" a prensa para imprimir dinheiro falso. Hoje, as tecnologias digitais aposentaram essa gíria. Fabricar dinheiro falso ainda é crime grave, mas os métodos de fazer dinheiro foram ampliados e diversificados.

Até se "faz dinheiro" com dinheiro legal.

Temer, por exemplo, vem usando a mágica de "fazer dinheiro". E as leis brasileiras são como coração de mãe, sempre cabe mais uma, no caso, mais uma interpretação. Com as reformas da Previdência e Trabalhista, o governo já vinha acionando uma "guitarra" simbólica  e liberando emendas para deputados e senadores. Desde que foi denunciado, ele autorizou repasses de quase 2 bilhões de reais. No que o processo chegou à Comissão de Constituição e Justiça, a "guitarra" institucional soltou 136 milhões de reais para 36 para emendas dos 40 deputados que votaram a favor de Temer, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. E essa "guitarra" não e criminosa, segunda a lei. No máximo, a ética sai borrada. 

Mas ao buscar apoio o governo não mirou apenas nos parlamentares. No último ano, segundo dados da Secom, as verbas publicitárias destinadas à velha mídia cresceram mais do que bolo fermentado. São todos medalhistas, mas se fosse uma corrida de 100 metros rasos, a Istoé seria o Usain Bolt. Veja o quadro abaixo publicado no blog O Cafezinho.

Agora é oficial: em processo juíza define a revista Istoé como veículo de mau jornalismo, tendencioso e machista

A Editora Três foi condenada a ceder direito de resposta a Dilma Rousseff. Em julho de 2016, sob o título "Mordomias" a Istoé acusou a presidente de "práticas ilegais" (utilização de veículos oficiais) que, na verdade, eram legais.

A juíza Karla Aveline de Oliveira, da Vara Cível do Foro Regional Tristeza, em Porto Alegre, ordenou que a revista publique a resposta no mesmo espaço e com igual destaque. Segundo a autoridade, a a reportagem publicada em data próxima ao impeachment foi tendenciosa. A Istoé pagará multa de 20 mil reais caso descumpra a sentença.

A juíza escreveu: "A revista que já esteve sob comando de respeitados jornalistas e diretores em seu passado, atualmente, trilha o caminho de um mau jornalismo, ao apresentar, no mínimo, duas interpretações distintas para o mesmo tipo de episódio, divulgar chamadas apelativas e demonstrar conotação tendenciosa, quiçá machista, ao se referir à ora autora, ultrapassando o caráter meramente informativo e crítico em sua reportagem”.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

"Reforma trabalhista": PJ, a gente se liga em você...

Leia a matéria completa no jornal O Dia, clique AQUI

É isso mesmo? O diferencial da cobertura do jornal Extra... o jornalismo-meme investigativo...


Nas redes sociais...





Carta Capital lança edição especial

Ca

Para se livrar de processo, Temer só precisou adicionar alguns deputados como "amigos" e bloquear outros

por O.V. Pochê 
Na série House of Cards, o político Francis Underwood tem colado na parede da sua sala um mapa com a previsão de votos dos deputados e senadores. É como se fosse a sala de controle e de manipulação de uma usina de energias suspeitas. Na trama do seriado, o mural funciona.

Na vida real, pelo menos a de Brasília, parece um recurso analógico demais, inocente demais.

Repare nas fotos abaixo. A primeira mostra o plenário dos deputados americanos, na Câmara dos Representantes, no Capitólio, em Washington. Coisa mais antiga, de país pobre. Veja que, ao contrário da nossa rica Câmara, eles não têm, cada um, um laptop novinho à disposição no plenário. Isso sem falar que os nossos representantes ainda dispõem de poderosos desktops nos seus gabinetes e nos plenários das Comissões. Claro que nossos deputados ganham bem mais do que os seus colegas americanos, mas os gringos podiam ser mais antenados, pôxa, painel de cartolina para controlar votos?!.

Plenário da Câmara dos Representantes, no Capitólio: deputados sem-computador
usam anotações em papel. Foto: Reprodução Facebook

Deputados brasileiros informatizados na sala das Comissões. Foto: Câmara dos Deputados

Underwood vive se estressando diante do seu tosco painel para saber como votam os deputados e o que poderá oferecer para adquirir suas consciências.

Aqui, praticamente on line, Temer logo descobriu as intenções de voto dos seus aliados hesitantes e, com uma velocidade de computador da Nasa, fez um acelerado troca-troca de deputados até garantir folgada maioria na Comissão de Constituição e Justiça. Claro que out of line a sedução presidencial não estava apenas no "homem até bonito", como já definiu um jornalista participante de uma famosa coletiva festiva com o ilegítimo. Mas os operadores de Temer mostraram agilidade para enquadrar votos, sem estresse, e com espantoso poder de convencimento. Dizem até que formaram dois grupos no what's app: o "É nóis" e  o "Aqui é Temer".

Para falar com seus deputados, Temer só precisa mandar um zap diretamente ao plenário principal, gabinete ou salas das Comissões e adicioná-los como amigos no Facebook e curtir seus votos. Os infiéis podem ser impiedosamente bloqueados.

Francis Underwood invejaria.

Eduardo Cunha: querem apagar o pavio do homem-bomba?

Há indícios, em Brasília, de que a delação de Eduardo Cunha não será homologada. Uma suposta e oficiosa "explicação" é repassada por analistas políticos: Cunha e o doleiro Lúcio Funaro dariam "informações parecidas". Só um dos dois, portanto, poderia fazer a caguetagem premiada.

O rumor começou a circular desde que vazou a informação de que o  ex-presidente da Câmara tinha resolvido entregar o jogo e ao abrir o bico comprometeria centenas de políticos.

Sentiu o cheiro de pizza?

Vamos combinar que Funaro era o operador, Cunha o estrategista. Funaro entregava as malas de dinheiro, era um importante intermediário, amigo de Temer etc. Mas o chamado espectro político da atuação de Cunha, conhecidíssimo pelos cariocas desde os anos 90, é mil vezes mais amplo. E muito maior do que as valises e mochilas de Lúcio Funaro.

Há oito anos, um livro pôs um ovo...

Panis Cum Ovum, o Blog que Virou Manchete, estreou há oito anos, não por acaso poucos meses depois do lançamento do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou

A ideia era dar um suporte digital ao livro e tornar permanente o propósito que motivou aquela coletânea: reunir aqui uma memória jornalística, desde os bastidores de reportagens históricas ou rotineiras aos causos das redações, de reproduções de fotos marcantes à trajetória das diversas revistas editadas pela extinta Bloch.

Sem maiores pretensões, o blog incorporou uma dinâmica atual com foco especial no jornalismo, especialmente o dos meios de comunicação das redes sociais, aqueles inovadores, independentes e diversificados.

Da revista Manchete, que inspira o título da página, foi reciclada a essência do jornalismo ilustrado e de variedades, algumas seções e um certo espírito - saudável, aliás - de quem não se leva muito a sério. Carlos Heitor Cony, que lançou a EleEla e a Desfile e dirigiu Fatos & Fotos e edições especiais da Manchete, se inspirou no poeta latino Virgílio e criou um lema para Adolpho Bloch, Dementia Omnia Vincit, algo como "a loucura vence todas as coisas", em versão livre. O que explica tudo, inclusive a ascensão, apogeu e queda do seu império. Em tempo de "jornalismo de guerra", vale lembrar que a Manchete, como alguns outros importantes veículos da época, tinha suas claras preferências políticas e empresariais, de direita e com variações cromáticas antes, durante e depois da ditadura, mas não eram inquisitoriais, Torquemada não era colunista, e nem tinham a pretensão de apresentar cada edição que chegava às bancas como um "auto de fé", nem de ditar à sociedade odiosas bulas da moral, "bons costumes" e da exaltação do rentismo a todo custo.

Já no primeiro mês, junho de 2009, o blog precisou atender à curiosidade do leitor sobre o nome Panis Cum Ovum, sugerido por Cony, um dos autores do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou. O nome de batismo é, em si, fruto de uma das historinhas de bastidores. Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete e da Fatos & Fotos, escreveu o texto explicativo O Poder do Pão Com Ovo, que virou item permanente da página, na barra à direita.

E é por falar em ovo que este post se justifica.

Um leitor sugeriu anexar à página algumas frases antológicas sobre ovos.

Taí, gostamos da ideia, como você pode conferir na barra ao lado.

A propósito, os romanos comiam no jentaculum, a primeira refeição do dia, nada menos do que panis cum ovum. A diferença é que o pão deles era embebido em vinho aquecido ou azeite.

Sabiam das coisas, os "filhos da loba".

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Flagra: primeira negociação livre de trabalhador com o patrão após a Reforma Trabalhista


Renata Longaray se vê por aqui: repórter da Globo é capa da Playboy



por Clara S. Britto
A repórter e ruiva Renata Longaray, 28 anos, é a capa da Playboy que chega às bancas. Foi fotografada em Campos do Jordão por Gustavo Arrais, ex-Abril e que já venceu por duas vezes o prêmio "Black and White Spiders Awards" nas categorias Fashion, Still Life e Arquitetura. Renata é atualmente repórter do "Domingão do Faustão" e, antes, foi âncora no telejornalismo da Band. A entrevista principal da edição é com Ricardo Boachet, o atual âncora da Band.
Renata Longaray no Domingão do Faustão. Foto Carol Caminha / Gshow)- Divulgação
Renata Longaray quando apresentadora da Band. Reprodução