Mostrando postagens com marcador pós-verdade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pós-verdade. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Disputa acirrada: redações brigam por troféu que vai premiar a maior cascata do ano...

por Armando F.  Ferraz

O site Coleguinhas, Uni-vos criou em 2015 o Troféu Boimate para premiar a redação que produz o maior número de cascatas e pós-verdades de cada ano.

A matéria da Veja sobre o "boimate". Algo a lembrar sempre às futuras gerações
e peça simbólica digna dos anais do jornalismo mundial. 

Boimate, como se sabe, foi um mentira cabeluda publicada pela Veja em 1983 exaltando cientistas alemães que "criaram" um ser que era uma mistura de boi com tomate. Naquela semana, a editoria de Ciência da Veja e seu redator-chefe esqueceram de tomar o remédio e levaram a sério uma brincadeira de 1° de abril - tradição manjadíssima no jornalismo local - da revista britânica New Scientist.

O troféu, como explica o site, é "o único prêmio dedicado aos coleguinhas que mais se destacam na tarefa de avacalhar o jornalismo brasileiro".

No momento, a Folha lidera o Boimate -2017. E a Globo News vence a segunda seletiva do King of the Kings.

Seis "notícias" já estão classificadas para a grande final em janeiro de 2018.

1. Jornalista da GloboNews festeja recessão e desemprego por devolver poder de compra aos brasileiros. (161 votos, 16%)

2. Estudante tem a cabeça quebrada por cassetete empunhado por policial e e Folha diz que foi por “homem trajado de PM”. (139, 14%)
3. Miriam Leitão afirma ter sido agredida por petistas durante voo, mas ninguém vê. (O Globo)  (127, 13%).
4. Veja acusa Lula de usar Dona Marisa para escapar de Moro. (121, 13%)
5. Procuradores da PGR dão “coletiva em off” para vazar nomes da Lista da Odebrecht. (Vários). (105, 11%).
6. Folha usa perito Molina para desqualificar gravações de Joesley Batista que mostram Temer cometendo diversos crimes. (88, 9%).


 TROFÉU BOIMATE – 2017 (CASCATAS POR REDAÇÃO)

1. Folha de São Paulo: 3

2. Veja: 2

3. IstoÉ, Record, Exame, Globo e Globonews: 1


VOCÊ PODE VOTAR E ACOMPANHAR A MARCHA DA APURAÇÃO NO SITE COLEGUINHAS, UNI-VOS, CLIQUE AQUI


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Leia na CartaCapital: "Agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais reacionários do que já são"

Depois de 27 anos de trabalho na redação, em abril de 2016 o jornalista Moisés Mendes pediu demissão de Zero Hora – o mais importante jornal do grupo RBS, afiliado da Rede Globo no Rio Grande do Sul. O estopim para a saída foi a redução da periodicidade da coluna de opinião que Mendes assinava: de quatro para três dias da semana.

O colunista também perdeu o espaço nobre do domingo, porque Zero Hora deixou de circular nesse dia com a criação da chamada “superedição” de fim de semana, distribuída aos sábados.

O jornalista diz não se surpreender com o corte no espaço que ocupava, porque acredita que o “alçapão” para preparar a sua saída já estava sendo armado. “É como um casamento ou uma relação de amizade: tem uma hora em que você estabelece um limite. Eu estabeleci um limite em relação à RBS e fui embora, até porque eles iriam me pegar mais adiante”, avalia.

Moisés Mendes e outro colunista do jornal haviam criado, embora involuntariamente, uma espécie de “Gre-nal” de opinião, “ele à direita e eu à esquerda, que é uma posição que sempre tive”, explica.

Mas os tempos andam áridos para o exercício da pluralidade na imprensa brasileira: “Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante”, diz. Para Mendes, o debate sobre o oportuno conceito de pós-verdade, um dos termos-chave de 2016, não pode eximir a imprensa. “A internet mente como as pessoas sempre fizeram no mundo, mas a imprensa institucionalizada não pode mentir.”

Aos 62 anos, o jornalista – que começou a trabalhar em redações do interior gaúcho aos 17 – publica uma coluna no jornal Extra Classe, do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul, e mantém um blog “porque escrever é uma cachaça e não é possível parar”.

Também é convidado frequente em debates sobre jornalismo e política (“depois que saí da Zero Hora, virei o ‘Homem Elefante’: ninguém queria o meu trabalho, mas queriam me ver e me ouvir”, brinca). No final do ano, lançou uma reunião de crônicas no livro Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim, 160p., R$ 39,90). Sobre o livro e os rumos da imprensa e do País, Moisés Mendes concedeu em Porto Alegre a seguinte entrevista:

CartaCapital: A imprensa brasileira vive o seu pior momento?

Moisés Mendes – Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante. Um dia escrevi que, na época da ditadura, os patrões mandavam os jornalistas escreverem a favor do golpe; agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais golpistas do que já são.

A gente pega a capa d’O Globo, por exemplo, vê as chamadas para quatro colunistas ou formadores de opinião do jornal e os quatro são conservadores, para não dizer reacionários. Na Folha, escapa o Janio de Freitas. É uma coisa meio assustadora.

O jornalismo fez uma escolha conservadora para preservar o público que o sustenta e que mantém os jornais vivos, e esse público é conservador. Há uma crise profunda no ambiente político, e a mídia é parte disso ao fazer a opção pelo golpe. (...)

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI

sábado, 26 de novembro de 2016

Bomba na web "notícia" de que a CNN transmitiu por acidente 30 minutos de filme pornô. É falso! É pós-verdade!


Em tempo de pós-verdade, o povo consome todo tipo de informação. Aparentemente, não apenas o povo, mas respeitados veículos. Desde ontem bomba nas redes o caso da CNN, que teria transmitido um filme pornô por 30 minutos, por engano. 

Até reproduções montadas, como se vê acima, foram publicadas em todo o mundo. Pior: Fox News, New York Post, Variety, entre outros respeitáveis veículos, repassaram a notícia sem checar e agora corrigem suas matérias. 

Tudo começou quando um simples usuário twittou que estava vendo um programa de viagem de Anthony Bourdain, "Parts Unknown", quando teria sido surpreendido por paisagens nada turísticas e saliências e reentrâncias bastante conhecidas transmitidas por uma TV a cabo de Boston, a RCN.  

A CNN desmente. A RCN garante que sua programação não foi interrompida em nenhum momento e que nenhum outro telespectador reclamou.

Suspeita-se que o HD da smart TV do usuário apenas exibiu em privê o que guardava na memória e o show foi exclusivo para a sua sala exatamente durante o jantar de Ação de Graças.