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terça-feira, 28 de abril de 2020

Fotomemória da redação: eles não usavam fraque e cartola

Eles não usavam...

...fraque e cartola. Reproduções Manchete


Essas duas fotos publicadas na Manchete em abril de 1960 são da inauguração de Brasília, mas ainda dizem muito sobre o Brasil.

De fraque e cartola, Horácio Lafer, Israel Pinheiro e Juraci Magalhães provavelmente se sentiam no Buckingham a convite da Rainha Elizabeth ou em uma tarde de corridas no Hipódromo de Ascot.

Enquanto o trio de calça frouxa posava em modo cafonice colonizada em frente ao Congresso, o Fenemê trazia da Cidade Livre - a aglomeração de casas e barracos de madeira que abrigava os operários -, a comitiva de candangos que envergava "roupa de domingo", mais do que suficiente para a "turma do sereno", que não tinha acesso aos salões nobres.

Manchete quis mostrar a Capital da Esperança e exibiu sem querer o contraste da crônica desigualdade social do Brasil. Pouco depois da inauguração, parte daquela mão-de-obra permaneceu na capital, trabalhando na continuidade das construções. A maioria partiu em busca de outros canteiros de obras.

Eram os invisíveis. Nunca se soube quantos, mas sabe-se hoje que se multiplicaram.

Foi preciso chegar a Covid-19 para o Brasil descobrir que tem um população não identificada. O auxílio de R$ 600,00 que o Congresso autorizou o governo a distribuir mostrou, 60 anos depois, a não existência de 46 milhões de brasileiros invisíveis, pouco menos do que a população da Argentina. Uma legião de filhos da pátria amada que não têm conta em banco, acesso à internet, nem CPF ativo, não participam de grupos no whatsapp, não sabem onde o IBGE mora.

Em 1958, dois anos antes das fotos acima, começou a fazer sucesso no Teatro de Arena, em São Paulo, uma peça que tinha como tema a vida operária. Era "Eles não usam black tie", de Gianfrancesco Guarnieri.

Pois é.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Humilhados e moralmente assediados, jornalistas de Brasília vão reeditar manifestação histórica

Câmeras no chão, Figueiredo fora de foco.
Protesto dos fotógrafos em 1984.
Foto de J. França.
O Sindicato dos Jornalistas do DF organiza um protesto da classe na Esplanada dos Ministérios, marcado para o próximo dia 18 de março.

A ideia é mobilizar todos os profissionais que fazem a cobertura do Palácio do Planalto, do Congresso, além das equipes que sofrem assédio moral e são humilhadas por Bolsonaro e seus bozorocas todos os dias à saída do Alvorada.

O ato é em repúdio aos constantes ataques feito pelo capitão inativo. Na ocasião, os jornalistas repetirão uma manifestação histórica feita por fotógrafos que cobriam o Planalto durante o governo do último general-ditador do regime, o notório João Figueiredo, que costumava escorraçar profissionais da mídia.

Na época, os fotógrafo abaixaram as máquinas no momento em que o elemento descia a rampa.
O único fotógrafo a empunhar a câmera foi José Maria de França, o J. França, do Jornal do Brasil, que foi escalado pelo colegas para registrar o protesto e divulgá-lo à sociedade.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Fatos & Fotos: Brasília com a corda esticada

A manifestação: indignação contra o desgoverno Temer e as reformas trabalhista e previdenciária

A resposta do poder

Discussões: a Câmara, onde Temer montou um rolo compressor para aprovar medidas que cancelam direitos, vira caldeirão.   

A "cavalaria aérea"

O grito do povo

À sombra da repressão

Ofensiva aérea e terrestre

A revolta

Temer chama o Exército.

FOTOS AGÊNCIA BRASIL

O "Rambo" de Brasília: policial dispara tiros de pistola contra os manifestantes. (Reprodução You Tube)


VEJA O VÍDEO DO "RAMBO DE BRASÍLIA, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 16 de março de 2017

Modelo que foi capa da Playboy é indiciada na Lava Jato. Ela foi amante de um cagueta premiado..

por O.V.Pochê

Escândalo midiático que não emplaca uma musa não merece esse nome. A Lava Jato ficou devendo nesse quesito. Nada muito sensacional entrou ou saiu das masmorras de Curitiba.

Mas, como a operação está longe de acabar e a força-tarefa tem gás para atuar até 2030, alguém deve aparecer no power point da Justiça.

Por enquanto, a musa possível é a seria ex-amante do cagueta premiado Alberto Yousseff, a modelo Taiana Camargo. Ela acaba de ser indiciada pela PF sob a acusação de "lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores".

Yousseff, como diz a Lava Jato, foi ativo operador de propinas no esquema da Petrobras. Foi um dos primeiros a usufruir da delação premiada e se deu bem: já está no seu apê de luxo em São Paulo e, segundo a mídia divulgou, foi concedido ao sujeito um acordo que o remunera com 1 milhão de reais correspondentes a cada 50 milhões de reais recuperados a partir da sua denúncia. Calcula-se que ele poderá embolsar até 20 milhões de pixulecos.

A nova esperança de que a operação ofereça ao país uma musa está na chamada Lista de Janot. Quando a chapa esquentar no meio político de Brasília e as delações se transformarem em investigações serão grandes as chances de algumas musas caírem na rede. A história já mostrou mais de uma vez que alguns deputados e senadores deprimidos com a solidão em Brasília costumam buscar belas emendas constitucionais nos melhores endereços do ramo.

Que venham as musas. Vão ajudar a quebrar a monotonia do noticiário.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Vaza o título da delação premiada de Cunha: "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado"

Reprodução Facebook

Reprodução Facebook

por O V. Pochê

Na próximas semanas, o Brasil viverá o suspense de aguardar duas listas: uma, a relação de participantes do BBB Brasil é certa; a outra, o listão dos corruptos incluídos na delação premiada de Eduardo Cunha ainda é incerta.

O fato é que ontem, após a prisão do ex-festejado presidente da Câmara, motoboys cruzavam constantemente as guaritas do Palácio do Planalto, do Senado, da Câmara, do STF, do TCU, do Setor das Mansões e dos condomínios de imóveis funcionais fazendo entregas rápidas de Diazepan, Lorezepan, Sintocalmy, Tensart, Lexotan, Rivotril e até supositórios de camomila em embalagem industrial.

Tem autoridade desligando a TV ao ver que vai passar o filme "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado".

O que acalma o pessoal, mais do que os tranquilizantes, são comentários e indícios de que duas hipóteses seriam mais prováveis: Cunha, como já teria afirmado, diz que não é homem de entregar a rapadura e não fará delação; ou Cunha reverá essa posição, liberará o dossiê acusatório, mas sua delação não será aceita, como já ocorreu em mais de um caso.

O ex-deputado, de qualquer forma, teria passado os últimos meses a formatar sua papelada preparando-se para ligar o ventilador.

Políticos mais otimistas, potencialmente inseridos no listão, especulam que a delação premiada de Cunha só ocorrerá se mirar nomes do PT. Aí, no pacote, poderá sobrar para figuras de todos partidos que se relacionaram com o poderoso ex-deputado do PMDB do Rio de Janeiro.

Se o dossiê não incluir Lula e companhia, se mirar apenas em parte do PMDB e no PSDB, as chances de aceitação despencarão. Tudo isso, claro, são cenários que Brasília faz nesses dias de pânico.

Políticos pessimistas acham que Cunha é vingativo e o imaginam em seus pesadelos como a figura ao lado, ameaçadora e de dedo em riste.

O furacão de memes que varreu a internet, ontem, é um sinal de que os brasileiros torcem para que Cunha abra a caixa preta.

Mas até que esse enigma seja esclarecido, não passa nem um micro nanotubo no esfíncter da República.

Duvida? Confira os dois emoticons mais usados por suas excelências, no momento, em troca de mensagens pelo Whatapps.





E veja a fila do check-in do aeroporto de Brasília, hoje de manhã. Foi o embarque para o exterior de políticos que subitamente pediram licença para tratamento de saúde no Panamá, nas Bahamas e na Suíça.



sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Estátua de Tom Jobim no Arpoador: homenagem ao compositor e uma bela lembrança da Manchete...

Foto Ricardo Cassiano/PMRJ

Foto Ricardo Cassiano/PMRJ

Tom e Vinicius em Brasília, 1958. Foto Carlos Kerr. Reprodução
por José Esmeraldo Gonçalves
O Rio presta uma justa homenagem a Tom Jobim, 20 anos após sua partida, e de quebra lembra a Manchete. Christina Motta, autora da escultura, disse que se baseou em uma foto em que Tom estava com Vinicius de Moraes. Uma feliz inspiração. A foto aí está: foi publicada na Manchete e reproduzida no livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". É de autoria de Carlos Kerr, mostra Tom e Vinícius em Brasília, em 1958, nas proximidades do Catetinho, como eram chamados a casa e o gabinete de JK na futura capital. Naquele mesmo ano, a dupla compôs a "Sinfonia de Brasília". Christina Motta é, entre outras obras, autora da escultura da atriz francesa Brigitte Bardot, em Búzios.