Panis Cum Ovum, o Blog que Virou Manchete, estreou há oito anos, não por acaso poucos meses depois do lançamento do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou.
A ideia era dar um suporte digital ao livro e tornar permanente o propósito que motivou aquela coletânea: reunir aqui uma memória jornalística, desde os bastidores de reportagens históricas ou rotineiras aos causos das redações, de reproduções de fotos marcantes à trajetória das diversas revistas editadas pela extinta Bloch.
Sem maiores pretensões, o blog incorporou uma dinâmica atual com foco especial no jornalismo, especialmente o dos meios de comunicação das redes sociais, aqueles inovadores, independentes e diversificados.
Da revista Manchete, que inspira o título da página, foi reciclada a essência do jornalismo ilustrado e de variedades, algumas seções e um certo espírito - saudável, aliás - de quem não se leva muito a sério. Carlos Heitor Cony, que lançou a EleEla e a Desfile e dirigiu Fatos & Fotos e edições especiais da Manchete, se inspirou no poeta latino Virgílio e criou um lema para Adolpho Bloch, Dementia Omnia Vincit, algo como "a loucura vence todas as coisas", em versão livre. O que explica tudo, inclusive a ascensão, apogeu e queda do seu império. Em tempo de "jornalismo de guerra", vale lembrar que a Manchete, como alguns outros importantes veículos da época, tinha suas claras preferências políticas e empresariais, de direita e com variações cromáticas antes, durante e depois da ditadura, mas não eram inquisitoriais, Torquemada não era colunista, e nem tinham a pretensão de apresentar cada edição que chegava às bancas como um "auto de fé", nem de ditar à sociedade odiosas bulas da moral, "bons costumes" e da exaltação do rentismo a todo custo.
Já no primeiro mês, junho de 2009, o blog precisou atender à curiosidade do leitor sobre o nome Panis Cum Ovum, sugerido por Cony, um dos autores do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou. O nome de batismo é, em si, fruto de uma das historinhas de bastidores. Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete e da Fatos & Fotos, escreveu o texto explicativo O Poder do Pão Com Ovo, que virou item permanente da página, na barra à direita.
E é por falar em ovo que este post se justifica.
Um leitor sugeriu anexar à página algumas frases antológicas sobre ovos.
Taí, gostamos da ideia, como você pode conferir na barra ao lado.
A propósito, os romanos comiam no jentaculum, a primeira refeição do dia, nada menos do que panis cum ovum. A diferença é que o pão deles era embebido em vinho aquecido ou azeite.
Sabiam das coisas, os "filhos da loba".
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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sexta-feira, 14 de julho de 2017
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Pão com ovo, patrimônio imaterial do jornalismo, muda de nome e de receita pra ficar mais caro. Corta essa!
por Omelete
Inflacionou. A coluna Gente Boa, do Globo, noticiou no último domingo a cotação da uma iguaria com a qual este blog tem afinidade histórica. Enquanto o petróleo desce, o pão com ovo sobe. Está "gourmetizado". Assim como "enochatos", existem os "gourmetchatos": um descreve vinho como "alma de folha de outono revestido de caramelo'; outro inventa de fazer pão com ovo com "pão de campanha", um tipo de pão rústico italiano. E o ovo é mexido, nada a ver. Tudo brega, deve ser receita de Miami. Pra ficar no clima, estão viajando na maionese. Não passarão. Pão com ovo - sendo o pão, o francês de crosta dourada e miolo branco e o ovo, frito, com o cozimento da gema entre mole e duro para não emporcalhar a beca domingueira do freguês -, é patrimônio imaterial do jornalismo, chegou ao Brasil no fim do século 19, é servido nos melhores botequins cariocas e era oferecido nas melhores redações de antigamente.
Para conhecer a história do pão com ovo que deu nome a este despretensioso blog - que Carlos Heitor Cony chamou de "panis cum ovum" - leia o texto "O poder do pão com ovo", de Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete, no campo direito deste sítio, rolando a página.
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