sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O povo do gueto mandou avisar



por Eli Halfoun
Fim de ano é de muitos shows para as mais populares, no momento, é claro, cantoras da Bahia (não vale dizer baianas porque Claudia Leite é fluminense de Niterói). A exemplo de Roberto Carlos, Ivete Sangalo também ganhará um especial na Rede Globo. Está decido que as gravações serão realizadas em duas etapas na segunda quinzena de dezembro: a primeira será no Rio e Ivete virá acompanhada de Marcelo, seu filho de apenas dois meses. A segunda etapa será, é claro, em Salvador. O programa só será exibido no dia 2 de janeiro de 2010 e nele Ivete, considerada a diva baiana, estará acompanhada vários cantores (também como acontece no especial de com Roberto Carlos) entre os quais Ana Carolina, Saulo (o vocalista da Banda Eva, da na qual Ivete surgiu) e Zeca Pagodinho.
Já Claudia Leite, a outra musa musical da Bahia tem convites para especiais na Bandeirantes e no SBT, além de uma proposta para estrelar um filme e que será a sua estréia como atriz. Até agora Claudinha não tomou nenhum decisão, mas é certo que fará, sempre viajando com o filho David, muitos shows durante todo o mês de dezembro para em janeiro viajar em férias ao exterior, provavelmente para a Disneyworld, em Orlando, Estados Unidos. Quem tem filhos pequenos e dinheiro para viajar não pode abrir mão de conhecer o cinquentão Mickey e sua turma, o que muitas vezes pode transformar-se em um sacrifício.

Próxima edição do Fashion Business reúne moda, cultura e beleza

"De 10 a 13 de janeiro de 2010, a Marina da Glória irá sediar a principal bolsa de negócios e moda do país – o Fashion Business. Fruto de uma união entre o Sistema Fecomércio-RJ, responsável por 60% do PIB estadual e por mais de três milhões de empregos formais, a Dupla Assessoria e a Escala Eventos, o Fashion Business terá nessa edição um novo pavilhão dedicado a soluções tecnológicas para os varejistas. As outras novidades são o aumento do número de compradores: 350 para vestuário, 50 para calçados e bolsas, 50 para bijuterias e ainda 15 Vips internacionais. No total, o evento irá reunir mais 170 grifes de 12 estados brasileiros. A previsão é gerar R$ 350 milhões para o mercado nacional e US$16 milhões em exportação.
Essa edição trará de volta importantes ferramentas de concretização de negócios, como o salão técnico de desfiles e o encontro de integração entre compradores e expositores, além de um bate-papo diário, antes da abertura dos negócios, sobre assuntos relacionados ao varejo. O horário de funcionamento também será maior, das 9 às 20h.
Compradores e expositores terão acesso ao Fashion Business Club, um spa com salas de descanso, massagem e serviços expressos de beleza. No espaço multiuso serão realizados pocket shows de atrações que dialoguem com a moda. Um desfile inaugural mostrará as tendências mais fortes do outono/inverno 2010 com looks das grifes participantes.
Salão Tech - Totalmente voltada para lançamentos de serviços, equipamentos e tecnologia, o salão Tech pretende oferecer tudo que facilite e modernize a operação dos lojistas. “O Rio terá o evento mais completo da América Latina nesse setor”, declara Eloysa Simão, diretora da Dupla. “Agregar tecnologia, equipamentos, informação e serviço já era uma demanda da maioria dos cinco mil lojistas que comparecem ao evento a cada edição”, explica Jerônimo Vargas, diretor da Escala. “A próxima edição apresentará a cadeia fashion business na sua totalidade”, finaliza Orlando Diniz, presidente do Sistema Fecomércio-RJ."
(Divulgação: In Press Porter Novelli Assessoria de Comunicação)

Mulheres se amam no cinema

por Eli Halfoun
O cinema parece ser mesmo o novo xodó de Glória Pires, sem dúvida uma de nossas melhores atriz: depois de viver Dona Lindu, a mãe do presidente, em “Lula, o filho do Brasil”, Glorinha aceitou convite do produtor e diretor Fabio Barreto, o mesmo do filme sobre Lula, para integrar a versão cinematográfica da peça “Um Porto para Elisabeth Bishop” de Marta Góes.. Assim como a peça, o filme também desenvolverá seu roteiro em torno da relação lésbica entre a famosa poetisa americana e a paisagista brasileira Lota Macedo Soares na década de 50, quando esse tipo de romance ainda não era tão comum. O diretor Fabio Barreto escolhe a atriz que interpretará Elisabeth Bishop, mas sabe que Glória Pires será Lota.

Parabéns amaaaaaaaaaaada!





Hoje é dia de festa no Panis que comemora em grande estilo o aniversário de Jussara Razzé, minha querida amiga e irmã. E como amo você de paixão, copiei sua idéia para fazer essa homenagem. Só que para postar, ou melhor, recortar essa foto para colocar no blog, foi um parto! Como você sabe não sou uma expert em informática como você. Mas com ajuda da nossa amiga Patrycia Oliveira (mais conhecida como a loura da Barão de Ipanema) que também queria lhe prestar uma homenagem, conseguimos terminar a edição ás 2h da manhã. Então, chega de papo furado e vamos ao que interessa:
Amada, te desejo toda a felicidade do mundo, você merece!
Obrigado por tudo que você faz por mim e por todos os seus amigos. Se todas as pessoas do mundo possuíssem suas qualidades e a integridade do caráter que você tem, tenha certeza que viveriamos num paraíso. Parabéns, Parabéns, Parabéns! Conte comigo para o que der e vier. Amanhã, eu e a Paty , lindas e louras, brindaremos muuuuuuito com você no quiosque da Lagoa!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Iluminado 2


O escritor Stephen King acabou de lançar o seu novo livro, Under the Dome (Sob o Domo), ainda não editado no Brasil, e já anuncia que está trabalhando na sequência de um dos seus mais famosos best-seller, O Iluminado, que foi adaptado para o cinema por Stanley Kubrick, com Jack Nicholson. De acordo com o site Torontoist, o enredo, para quem lembra do romance, traria o menino Danny Torrance já nos seus 40 anos, marcado pelas sequelas emocionais que o trágico episódio no Hotel Overlook provocou. Ele trabalharia com doentes terminais em um hospício, onde sua verdadeira tarefa seria se valer de suas faculdades psíquicas para auxiliar pacientes em suas "passagens para o outro lado". Além disso, faria uns bicos em apostas de corridas de cavalos, explorando seus dons de clarividência.

Quem canta os males não espanta

por Eli Halfoun
Desde que o carnaval passou a concentrar-se apenas no desfile das escolas de samba, as deliciosas marchinhas carnavalescas perderam força até porque perderam também a ingenuidade crítica que as faziam cantar com bom humor os problemas da cidade nos. Sem animados bailes de salão, que hoje são apenas um desfile de bundas (calma aí: nada contra as bundas, as belas bundas) e de corpos “marombados” e sem carnaval de rua, as marchinhas acabaram engavetadas e por mais que se tente recupera-las até através de com concursos não há uma única música de carnaval (exceção, é claro dos samba-enredos) dos últimos anos que o folião realmente conheça. O que baila na memória carnavalesca do nem tão animado folião de hoje são as alegres marchinhas de antigamente. De antigamente, mas sempre atuais, como é o caso de, entre outras, “Vagalume” que acerta em cheio em um problema atual e que pelo visto também existia há mais de 20 anos, o que de certa forma mostra cantando que as chamadas autoridades não fazem e nunca fizeram nada. Composta em 1954 por Vitor Simon e Fernando Martins, veja só como a letra de “Vagalume” é atualíssima: “Rio de Janeiro, cidade que me seduz/ de dia falta água/ de noite falta luz”. Pode ser mais atual?

A mentira deslavada dos números

por Eli Halfoun
Cá pra nós: será que você, obrigado a fazer uma ginástica diária para sobreviver ganhando um salário mínimo ou, na maioria das vezes, por imposição do mercado de trabalho, menos do que isso, conseguiu entender alguma coisa dessa chuva de números divulgados pela Fundação Getúlio para mostrar que a miséria no Brasil diminuiu. Entender a matemática dos economistas é sempre uma missão quase impossível porque a realidade da vida nunca bate com os números divulgados. Então tá: não vamos duvidar dos estudos garantindo que o percentual da população brasileira que vive em situação de miséria caiu de 22,7% para 19,31%. Quer dizer: ainda temos muitos miseráveis espalhados por todo o Brasil.
Um recente estudo mostra que existe um resultado no papel e outro, bastante diferente, no dia a dia e concluiu que os 50% mais pobres foram os que mais ganharam com acréscimos anuais de 8,4% - acréscimos que convenhamos nada representam em termos de melhor qualidade de vida para aqueles (a maioria) que mais dia, menos dia acabam enterrados em uma montanha de moedas pagas como esmola salarial, incluindo a esmola oficial do Bolsa Família ou do Fome Zero.
Apesar da verdadeira (só faltou soltar foguetes) festa de otimismo que alguns setores tentaram fazer a partir dessa deslavada mentira sobre a redução de miseráveis no Brasil, o estudo considera indigentes mais de 50 milhões (29.3% da população) de brasileiros que não consegue juntar RR$ 80,00 mensais para tentar sobreviver.
Não há dúvidas de que o dado mais importante é o que revela que se cada brasileiro cedesse R$ 14,00 mensais para um indigente, a fome no Brasil seria totalmente erradicada. Diante disso uma pergunta não quer calar: será que a enorme carga de impostos que pagamos não é suficiente para o governo dispor de R$ 14 para cada brasileiro em situação de miséria?
Cabe ao governo e somente a ele, acabar com a mentira deslavada dos números e olhar definitivamente para a verdade da realidade do povo e do país. .

Os paulistas são intolerantes com relação à intolerância? APPM realiza pesquisa com 1.000 entrevistados no Estado de São Paulo

"O caso da garota da saia curta numa universidade de São Bernardo do Campo (SP) está em alta! A imprensa cobriu bem o fato, que repercutiu em veículos de comunicação do mundo todo. Para ter idéia desta dimensão, numa pesquisa recente realizada pela APPM - Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado com mil entrevistados no Estado de São Paulo, 95% dos paulistas afirmaram ter conhecimento do caso – o número é apenas 1% menor que a mesma resposta feita numa pesquisa sobre o conhecimento sobre a Cidade do Rio de Janeiro ter sido escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Uma das principais perguntas da pesquisa sobre o caso foi “Neste episódio, quem estava com a razão: a aluna, que tem o direito de usar um vestido curto para assistir aula, ou os estudantes, que se manifestaram contra a aluna de forma ofensiva?”. A resposta: 44% dos entrevistados dão razão à aluna, 22% aos estudantes e 34% preferiram não responder. Ainda sobre esta pergunta, vale ressaltar que os homens são os que mais defenderam a aluna (50 contra 38% de mulheres). “Este caso é um assunto polêmico, por isso repercutiu em todo o mundo. No caso dos paulistas, os que responderam se mostraram mais favoráveis à aluna, porém, a polêmica também apresenta o receio em opinar sobre a situação, por isso o alto número de não respostas, mas quando se trata de analisar a truculência da instituição ao expulsar a garota, o número de pessoas favoráveis à estudante aumenta significativamente”, afirma Rodrigo de Souza Queiroz, diretor de Comunicação e Marketing da APPM, lembrando que a maioria não concordou com a expulsão (83%) - apenas 12% concordaram e 5% preferiram não responder. Dentre os que concordaram com a expulsão, as mulheres formam a maioria, com 15 ante 8% entre os homens."
(Informações divulgadas pela assessoria de imprensa da APPM). O estudo completo pode ser acessado no link Pesquisa sobre caso Geise

Por dentro do Ivetemóvel





Ivete Sangalo volta a se apresentar em público. O palco será o Carnatal, em Natal (RN). Conheça o interior do Demolidor, o trio da cantora baiana. Maior do que muito apartamento de Copacabana  (Fotos de divulgação)

Me dá um dinheiro aí

por Eli Halfoun
É preciso faturar mais para melhorar o orçamento, principalmente nessa época de festas em que se gasta mais do que se tem, quando se tem. Alguns trocados ajudam sempre, desde que ganhos honestamente e com ética, coisa que anda difícil, muito difícil, nesse país em que honestidade virou virtude e não obrigação como deve ser. Em busca dos trocados a mais o carioca exerce uma criatividade invejável. Reportagem do Jornal do Brasil mostra que na Saara, o mais concorrido e variado comércio popular do Rio, alguns trabalhadores da região passaram a cobrar qualquer moedinha para prestar informações e agora se pode dizer sem medo de errar que na Saara realmente se vende de tudo. Nada de desonesto nesse comércio de informações, mas ele não tem nada a ver com o Rio porque vai de encontro a uma das mais fortes características cariocas que é a gentileza, especialmente a gentileza de informar que, aliás, é famosa em todo o Brasil. Os novos vendedores de informações (esse comércio é comum na política e nas investigações policiais, o que no fundo dá na mesma) dizem que é apenas uma brincadeira e que paga (no mínimo dez centavos) quem quer. O povão entrou na brincadeira e está pagando (o faturamento de cada, digamos, informante é de no mínimo R$ 60 semanais, confirmando o velho ditado popular segundo o qual “de grão em grão a galinha enche o papo”). O perigo é que essa prática se espalhe por toda a cidade e no caso específico da Saara que os comerciantes espertinhos paguem aos vendedores de informações para que só indiquem suas lojas. Se a moda pega periga também a turma de Brasília, sempre de olho em “mais algum por fora” adapte a ideia e passe a cobrar para dar ao povo as informações do que estão fazendo com o nosso dinheiro. Não é um perigo tão iminente assim até porque eles não fazem nada e, portanto, não tem nada, absolutamente nada, para informar.

Acredite: ela sofreu preconceito em Hollywood

A americana-cubana Eva Mendes, de 35 anos, em entrevista à revista alemã TV Movie dessa semana, diz que não se acha sexy. A atriz gostaria de fazer o papel de um freira mas se prepara, na verdade, para interpretar uma prostituta de luxo. Para isso, fez "laboratório" com garotas de programas que recebem seus clientes em flats de luxo. Com toda essa beleza, Eva se queixa de que teve que brigar muito para conseguir bons papéis no cinema já que é forte e persistente a discriminação racial em Hollywood. Sei não, há alguma coisa errada na cabeça ou nas extremidades dos produtores da meca do cinema. (Foto de divulgação)
 

Correção monetária na pauta da assembleia dos ex-funcionários da Bloch

do site do Sindicado de Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro
"Os ex-empregados de Bloch Editores estão convocados para participar de uma assembleia que será realizada nesta sexta-feira, dia 27, às 11h, no auditório do Sindicato – Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar, na Cinelândia. Segundo informações de administradores da massa falida, a correção monetária será paga após o pagamento de todos os créditos devidos ao mercado e a instituições e órgãos públicos, incluindo os fiscais e trabalhistas. Para se ter ideia, ainda restam aproximadamente 400 reclamações trabalhistas na Justiça do Trabalho. "O pagamento da correção neste momento, além de não ser possível por uma questão legal, inviabilizaria o pagamento dos créditos trabalhistas ainda não liquidados", explica a massa falida. Dos 2.500 processos habilitados na Justiça, restam apenas 75 para serem pagos, segundo levantamento realizado no último dia 19. Devido ao recesso na Justiça, o escritório da massa falida, onde o pagamento é feito, permanecerá fechado entre os dias 21 de dezembro e 6 de janeiro."

É jornalítica ou politismo? Notícia boa vira notícia ruim

por Gonça
Andam meio misturados esses dois conceitos. Lendo os jornais, fica difícil saber onde acaba o jornalismo e começa a política. Como ala da oposição, a imprensa joga tudo no mixer e oferece aos leitores uma espécie de suco de ressentimentos e preconceitos. Passaram a vida falando dos impostos altos no Brasil. Com toda razão, a imprensa e toda a torcida do Vasco. Quando a autoridade alivia o bolso do contribuinte com medidas como o corte do IPI em produtos industrializados e materiais de construção - medidas que ajudaram o país a manter empregos em plena crise mundial - o jornal se queixa de que os comerciantes estão vendendo tanto que vai faltar produto. Esquece de dizer que o alarmismo político espalhado pela mídia (era a crise do fim do mundo, a mãe de todas as crises, lembram-se?) levou os empresários mais medrosos e ganaciosos a cortar produção com medo da falta de compradores. Esses, que se impressionaram com a mídia, demitiram e eliminaram turnos em fábricas. A crise não veio, foi marolinha mesmo, e agora correm o risco de ter comprador mas não ter o que vender. Desconfio que os importadores vão ganhar dinheiro, mas essa é outra história. As notícias são boas mas os jornais ouviram "especialistas preocupados" para dizer que o caos, de novo, vem aí. Agora travestido de inflação alta e taxas de juros exorbitantes. Na capa, dizem que as taxas de juros voltaram a subir em outubro. É verdade, segundo o Banco Central. Mas voltaram a cair em novembro, segundo a mesma fonte (mas essa informação essencial e que desmonta a paranoia política está bem escondidinha lá dentro). Quer apostar? Vão quebrar a cara. De novo.     

São muitas emoções

Depois de usar a palavra analfabeto como xingamento (dá-lhe preconceito), Caetano agora compara Lula a Stálin. Mas admite que chorou de emoção, na cabine, ao votar em no analfabeto, que já era analfabeto de pai e mãe naquele dia. Os jornais continuam explorando isso e o baiano, que tem show em turnê e CD na prateleira, embarca na comédia. Desconfio que não vai parar. Seria melhor deixar o Caetano em paz: o talento do baiano está acima dessas polêmicas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Beyoncé


O site New Music Express elegeu Crazy In Love, de Beyoncé com participação de Jay-Z, a melhor música da década. A canção está em "Dangerously In Love", de 2003, o primeiro disco solo de Beyoncé, que, na época, ainda fazia parte do grupo Destiny's Child. A cantora deve vir ao Brasil no próximo ano, segundo informou nesta quarta-feira o jornal paulistano "Destak". De acordo com a publicação, a artista vai se apresentar no país em fevereiro no estádio do Morumbi, em São Paulo.

Alguma coisa acontece na esquina da Ipiranga com São João...

por Gonça
Impressão minha ou São Paulo está avançando em legislação e deixando o Rio na poeira? Lá, na terra da garoa, já existe, por exemplo, uma lei que dá ao consumidor o direito de pedir às companhias telefônicas que impeçam chamadas de telemarketing para a sua linha. Agora, a Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei que proíbe a cobrança de assinatura mensal pelos serviços de telefonia fixa e móvel. O projeto de lei 255/2002, do deputado Jorge Caruso (PMDB), deve ser publicado no Diário Oficial do Estado, após a assinatura do presidente da Casa. A lei acaba com um das mutretas da privatização: a que obriga o consumidor a pagar uma tal de "assinatura". Em todos os países, consumidor paga apenas a conta de telefone. Ou seja, ligou, pagou. Não tem essa de "assinatura" embutida na conta.
Segundo a Assembleia Legislativa, as concessionárias que desrespeitarem a nova norma serão multadas com valor dez vezes superior ao cobrado de cada usuário.

Bom humor sem fim

por Eli Halfoun
Costumamos dizer que vice não é e não manda nada, mas agora, no caso da vice-presidente José de Alencar, ele feito muito como exemplo de que é sempre preciso lutar, ou seja, não desistir nunca como, aliás, está fazendo há anos enfrentando o que não vence definitivamente, mas nem por isso se deixa vencer. Talvez o remédio mais eficiente de sua batalha seja o bom humor, que não perde nem nos momentos mais doloridos do tratamento. Agora mesmo, por exemplo, está revelando que há dias quando soube da diminuição de seus tumores, ficou com uma dúvida: “Não sabia se deveria contar a todos a boa notícia. Pensei que, sabendo que eu ainda posso viver mais um pouco, o pessoal iria parar de falar tão bem de mim”. Alencar também brinca com o caso Cesare Battisti e quando seu irmão de 90 anos perguntou se, sendo a favor da extradição, estava virando comunista ao apoiar Lula, que é contra a extradição. A resposta do bem humorado Alencar foi em russo: “все еще” (“Ainda não”). E mais não disse. Nem era preciso.

Um Moliére para o Zé

por Eli Halfoun
O Brasil é sem dúvida o país dos exageros e um deles é a farta distribuição de prêmios que são promovidas praticamente em qualquer esquina. Tem prêmio para tudo: melhor síndico, melhor camelô, melhor pastel, melhor bolinho, melhor pão com manteiga, melhor cerveja, melhor botequim, melhor padaria, melhor espirro, melhor isso, melhor aquilo. É esse exagero que muitas vezes faz os prêmios perderem importância, mas apesar desse festival de medalhas, troféus e diplomas alguns prêmios ganham credibilidade e merecem respeito. É o caso do Prêmio Moliére de teatro sempre ambicionado por autores, diretores e atores aplaudidos em suas conquistas artísticas profissionais. Pois bem, o criador do Prêmio Moliére saiu de cena quase em segredo e sem o reconhecimento que merecia. Depois de enfrentar uma doença que se arrastou durante anos Joseph Halfin, que virou nosso José vivendo muitos anos no Brasil (era casado com a brasileira Maria Alice, primeira capa da Vogue) como diretor da Air France e responsável, via Moliére, pela vinda ao Brasil de grandes atrações francesas, entre as quais Maurice Chevalier, Marcel Marceau, e Charles Aznavour. Ultimamente Halfin, o nosso José, vivia em um pequeno apartamento no Rio e partiu sem muitas homenagens. Então, fica daqui um simbólico Moliére para ele por serviços prestados ao teatro brasileiro.

Um caminho de vida



por Eli Halfoun
Mais do que o reconhecimento ao inegável talento artístico brasileiro através de diretores, técnicos, autores e por aí vai, o Emmy conquistado há dias pela novela “Caminho das Índias” é um prêmio ao esforço, otimismo, força e, é claro, ao indiscutível talento da autora Glória Perez que mais uma vez se superou física e emocionalmente para poder escrever a novela. Na época, não é novidade para ninguém, Glória Perez enfrentou com uma exemplar e admirável garra, um grave problema de saúde e mesmo assim foi em frente buscando no trabalho o remédio mais eficaz. Também não é novidade que Glória Perez enfrentou há anos o brutal assassinato de sua filha, a jovem e talentosa atriz Daniela Perez, e também se superou. Portanto, o Emmy agora conquistado não é só um prêmio autoral. É um prêmio de vida para uma mulher excepcional, a própria mulher Maravilha. (Na foto: TV Glçobo/Divulgação/Luiz.C.Ribeiro, Juliana Paes, a Maya de Caminho das Indias, e a autora Glória Perez)

Políticos no show business

Carla Bruni, primeira-dama da França, vai atuar em filme de Woody Allen; Lula é tema de longa-metragem; Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, foi eleito a "Estrela rock" do ano, por seu estilo de vida similiar ao dos astros da música; o deputado Frank Aguiar finaliza o filme que conta a histíria da sua vida; Eliezer Batista, ex-ministro, vira tema de documentário; foi lançado nos Estados Unidos o filme Obama Deception (a propósito, considerado um panfleto racista); Oliver Stone fez um documentário sobre Chávez, da Venezuela...
Melhor atores a atrizes profissionais ficarem de olho. Estão tentando tomar o emprego deles. E, o pior, talento para interpretar, fingir, fazer algumas canastrices, eles, os políticos, têm de sobra.

Blog terá que pagar 16 mil reais de indenização

por Yanna Guimarães (transcrito do jornal O Povo, de Fortaleza (CE)
"Se você pensa que Internet é território sem lei, cuidado. O estudante de jornalismo Emílio Moreno, 33, foi condenado a pagar R$ 16 mil por causa de um comentário postado em seu blog após a publicação de um texto sobre uma briga no Colégio Santa Cecília, em Fortaleza. No último sábado, um oficial de Justiça foi à casa do universitário com um mandato de penhora. Conforme o processo, o comentário foi publicado por outra pessoa e era bastante agressivo à diretora da escola.
O processo teve início em março deste ano. Emílio conta que só soube da existência do comentário quando recebeu uma ligação do advogado da escola, Hélder Nascimento. ``Nem tinha visto. Na época, os comentários do meu blog não eram moderados, qualquer um poderia postar. Mas apaguei assim que li, era realmente muito ofensivo``. Emílio informou os dados do autor do comentário ao advogado da escola. ``Mas ele foi checar e eram dados falsos``.
O advogado Hélder Nascimento, que defende a escola, ressalta que o responsável pelos comentários é o dono do blog. ``O moderador do blog é ele. Se alguém - anônimo ou não - mandou uma mensagem que agrediu a honra de uma pessoa, ele deveria ter barrado. No momento que ele admitiu, compactuou com a situação``. O advogado destaca ainda que o direito à liberdade de expressão está abaixo da honra e dignidade das pessoas.
"Se ele estava responsável por isso, tem que arcar com os benefícios e eventuais ônus. O Judiciário já entendeu que ele é culpado. Mas é oportuno que haja um debate. A honra das pessoas não pode ser objeto de chacota``. Emílio Moreno, entretanto, ainda deve levar o caso à impugnação. ``Me chama atenção um processo que poderia ter sido resolvido de forma muito mais simples. Ofereci escrever uma carta de desculpas e publicá-la. Propus também uma reunião para pedir desculpas. Não houve resposta".
O universitário diz que compareceu às quatro primeiras audiências. "A outra parte não foi a nenhuma delas. Alegava viagens, congressos. Mas na última eu confundi as datas e acabei perdendo. Quando fui ver com meu advogado, não dava mais pra recorrer". De acordo com Lauro Araújo, diretor do 11º Juizado Especial Cível, onde está o caso, ainda há possibilidade de mudar a sentença, mas será bem mais difícil. "Ele faltou uma audiência e não justificou. Nesse caso, a lei determina que isso significa que tudo que é alegado na petição inicial é verdade", explica.
E mais
- Para Hélio Leitão, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), é necessário que haja uma legislação específica para casos na Internet. "A Internet hoje é um grande veículo de comunicação e é poderosíssimo. Precisa ter um regramento próprio".
- "É bom deixar claro que a liberdade de expressão é a regra, mas não podemos absolutizá-la frente à dignidade e à honra alheia". Segundo ele, existem iniciativas legislativas em tramitação. Mas nada foi definido ainda.
- O blog do estudante Emílio Moreno (liberdade.blogueisso.com) foi criado com o objetivo de discutir as publicações na mídia. "O post sobre a briga no colégio era para mostrar que o fato não havia sido noticiado. Não sei nem como eles viram, meu blog não é tão conhecido", justificou Moreno.
- O valor da dívida já chega a cerca de R$ 20 mil. "Não tenho esse dinheiro. Moro com meus pais e não tenho nenhum bem. O dinheiro do meu trabalho é para pagar a faculdade".
- "Se não tem como pagar, não vai pagar. Agora no dia que tiver algum bem, ele vai ser cobrado", afirma Lauro Araújo, diretor do 11º Juizado Especial Cível.

Gravidez na adolescência 1: um problema de vidas

por Eli Halfoun
Sem essa de bairrismo: os bons exemplos devem ser um incentivo para todos, venham de onde vierem. É de São Paulo que chega uma animadora informação: a da redução de 32% nos índices de gravidez na adolescência. A gravidez na adolescência é apontada como um grave problema social. Estudos da Organização Pan-americana de Saúde atribuem o aumento do número de filhos de mães menores de 20 anos ao fato de que “o conhecimento sobre a relação sexual livre se difunde mais rapidamente entre os adolescentes, que o conhecimento sobre os efeitos biológicos e psicológicos adversos na gravidez nessa idade, tanto para a mãe quanto para o filho”.
Pesquisas mostram que no Brasil é na classe social mais pobre que se encontram os maiores índices de fecundidade na população adolescente (26%c das adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram filhos, enquanto nas classes de renda mais elevada o índice foi somente de 2,3). Estima-se que no Brasil de 20% a 25% do total de mulheres gestantes sejam adolescentes: há uma gestante adolescente em cada cinco mulheres. Fica clara a necessidade de incentivar programas (muitos existem, mas será que saíram do papel?) de educação e prevenção, além de um adequado atendimento médico às jovens e desorientadas pacientes. Estudos revelam ainda que a gravidez na adolescência é, na maioria das vezes, indesejada e acaba influenciando diretamente na vida das meninas que por causa da gravidez, acabam deixando a escola. Pesquisas confirmam que as complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente as de faixa etária mais baixa. São problemas de saúde como anemia, ganho de peso, hipertensão, infecção urinária e muitos outros causados pela absoluta falta de atendimento pré-natal adequado. Portanto, cuidar das jovens grávidas com programas de esclarecimento e prevenção se faz urgente, especialmente quando se sabe que na maioria das vezes as meninas engravidam sem querer. A gravidez na adolescência é um problema de vida. De duas vidas.

Gravidez na adolescência 2: pobres meninas grávidas

por Eli Halfoun
Às vezes é preciso ser repetitivo para criar consciência. A sempre duscutida gravidez na adolescência é, queiramos ou não, um problema de saúde porque lota hospitais e coloca em risco a vida de muitas jovens e seus bebês. Com base nas Estatísticas de Registro Civil o IBGE chama atenção para o número de adolescentes que ainda engravida: 20,5% dos nascimentos registrados (um em cada cinco gestações) ocorrem entre meninas com menos de 20 anos.
Não resolve ficar olhando e lamentando os números: é urgente uma política mais abrangente de orientação. A educadora sexual Maria Helena Vilela lembra que “diversos fatores contribuem para a gravidez na adolescência, mas é certo que meninas com projetos de vida, escolaridade, objetivos e orientação em casa engravidam muito menos”.
A educadora diz ainda que as adolescentes nas classes sociais mais favorecidas têm melhores condições de fazer abortos com mais garantias e por isso mesmo a gravidez precoce registrada na classe social mais baixa é alta. A constatação confirma que o aborto é praticado livremente em consultórios ou clínicas luxuosas, mas só é permitido aos que podem pagar caro. A hipocrisia, não permite que adolescentes mais pobres tenham direito e liberdade de escolher se querem ou não a maternidade.
Uma das soluções é a conscientização da prevenção: segundo especialistas quase a totalidade dos jovens sabe do que tratam as pílulas e camisinhas, mas não necessariamente usam esse conhecimento em seu benefício.
Para a ginecologista Vera Fonseca, “a pobreza é fator determinante para a gravidez entre as adolescentes, não apenas por conta da dificuldade de acesso à informação e aos métodos contraceptivos. Quando elas não têm perspectiva de vida a maternidade lhes parece um bom negócio”.
Além de acesso a informação é fundamental dar às meninas perspectivas de vida, de futuro: a gravidez não pode ser uma válvula de escape, uma espécie de bolsa família para quem nada mais tem a perder e acredita que com um filho vai ganhar. Perde mais: em geral os pais não assumem a responsabilidade e a mãe adolescente passa a viver em condições até piores do que as de antes.
Definitivamente não é o que queremos para as meninas do Brasil. Gravidez precoce é problema de saúde que precisa de solução urgente com ampla e definitiva discussão, inclusive sobre o aborto, que pé feito por aí aos montões, mas só por quem pode pagar..e pagar caro.

...e Clarice não virou lixo



por Gonça
Será o Verão da Clarice Lispector? Beth Goulart encena a peça "Simplesmente Clarice", monólogo adaptado sobre a vida e a obra da escritora; há uma exposição no CCBB; e, agora, o lançamento da biografia Clarice, (assim mesmo, com vírgula no título) do americano Benjamin Moser, editada pela Cosac Naify. Nos EUA, o livro foi lançado com o título Why This World (em português, Por Que Este Mundo) e tem recebido elogios da crítica. Moser se empenhou em cinco anos de pesquisa para relatar a vida de Clarice. Lendo recente matéria sobre este livro no Prosa & Verso, do Globo, lembrei-me de um breve contato que tive com a autora de A Hora da Estrela. Se não estou errando a data, foi em 1976, na revista Fatos & Fotos. Clarice Lispector entrou na redação no 7º andar do prédio da Manchete, na rua do Russell. Chegou com Adolpho Bloch. Um par de brasileiros nascidos, por acaso, na Ucrânia. Adolpho queria nos apresentar a escritora e dizer que, a partir daquela semana, ela seria colaboradora da revista para escrever crônicas, entrevistar personalidades, o que preferisse. À sua maneira - testemunhamos outros episódios semelhantes - Adolpho apoiava a amiga, que vivia dias difíceis. A visita durou poucos minutos, o suficiente para troca de telefones, combinar como enviaria os textos, como marcaria fotógrafo, quando entrevistasse alguém, pagamento etc. Se ninguém decifrou Clarice - Benjamin Moser bem que tenta isso em seu livro de mais de 6oo páginas - não seríamos nós da então jovem equipe da revista que o faríamos naqueles poucos minutos. Podemos dizer que conhecemos Clarice naquele fim de tarde, quase hora de sair para o "terceiro expediente" no bar do Novo Mundo? Não. Foi só um flash a mais na agitada redação de uma revista ilustrada.
Moser afirma no livro que Clarice Lispector foi incompreendida. O livro relata episódios que traduzem essa incompreensão. "Lixo, sim: lançamento inútil". Foi como definiu, em julho de 1974, a revista "Veja" o livro "A Via Crucis do Corpo", de Clarice Lispector. O "Jornal do Brasil", onde ela trabalhou, atacou: "teria sido melhor não publicar o livro, em vez de ser obrigada a se defender com esse falso desprezo por si própria como escritora". Por arrogância - essa deformação frequente da mídia -, puro moralismo ou para agradar aos poderosos de então, os críticos se incomodaram com o teor do livro, que consideraram pornográfico.
Clarice não viveu muito após aquela visita à Fatos & Fotos. Morreu em menos de um ano depois, em fins de 1977.
E, ao contrário do que prediziam a revista e o jornal, não virou lixo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Oito e meio, de Fellini, em nova versão

Nine, do diretor Rob Marshall, estréia no Brasil em janeiro. O filme é baseado na peça musical de mesmo nome que, por sua vez, foi inspirada no clássico 8½ (1963) do italiano Federico Fellini. Veja o poster de Nine - com as sedutoras Penélope Cruz, Nicole Kidman, Marion Cotillard e Kate Hudson - e compare com os cartazes cartazes originais do filme de Federico Fellini.



Futebol no Camarote da Brahma

O camarote da Brahma no Sambódromo carioca comemorará 20 anos em 2010 e terá o futebol como tema. Com um plus: a Nike lançará no famoso espaço da cervejaria a nova camisa da Seleção, o modelo guardado a sete chaves que será utilizado na Copa da África do Sul.  

PEC dos jornalistas pode ser votada nesta quarta-feira

Deu no site do sindicato: "PEC dos Jornalistas está na pauta da CCJC do Senado para ser votada nesta quarta 24 de novembro de 2009. O relatório favorável à Proposta de Emenda Constitucional 33/09, que reinstitui a exigência de diploma para o exercício do Jornalismo, está na pauta da Comissão de Constuição, Justiça e Cidadania (CCJC) do Senado para ser votada na manhã desta quarta-feira, dia 25.
Nesta terça-feira, 24, diretores da Fenaj e dos sindicatos de jornalistas no Brasil, inclusive a presidente do Sindicato do Rio, Suzana Blass, tiveram audiência, às 17h, com o ministro do Trabalho, Carlos Luppi, para abordar procedimentos quanto à emissão do registro profissional após a publicação do acórdão da decisão do STF que extinguiu a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão.
Na quarta-feira passada, a Proposta foi retirada da pauta da CCJC do Senado pelo seu autor, senador Antonio Carlos Valadares (PT-RS), por considerar que haveria uma situação mais favorável para a aprovação da matéria uma semana depois. Os senadores Francisco Dornelles (PP) e Marcelo Crivella (PRB) são os representantes do Rio de Janeiro na CCJ do Senado. É preciso sensibilizá-los a nos apoiar nesta luta. Vamos conversar com os dois ou enviar mensagens para os endereços: francisco.dornelles@senador.gov.br e crivella@senador.gov.br.
A PEC 33 recebeu parecer favorável do relator, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Por terem o mesmo teor, já foram iniciadas conversações no sentido de a PEC 33 se juntar à PEC 386, aprovada na CCJC da Câmara dos Deputados. A idéia é facilitar a tramitação e a votação da matéria em uma reunião plenária única do Congresso Nacional."

Sebastião Salgado expõe no Rio


Lula, o bom aluno do Brasil

(Foto: Divulgação)
Por Eli Halfoun
Lula, que não é bobo nem nada, resolveu usar o bom humor, uma das mais marcantes características brasileiras para continuar respondendo a agressiva declaração de Caetano Veloso que entre outras coisas o chamou de analfabeto. Agora toda vez que utiliza uma palavra menos usual em seus discursos Lula faz questão de, publicamente, chamar um assessor e pedir: “anote essa palavra e manda para o companheiro Caetano para ele ver que eu estou me esforçando”. Lula é no momento, não se pode negar, o principal personagem de piadas e não só das que, mesmo quando fala sério, ele faz. O jornalista José Simão, por exemplo, acha que o filme sobre o presidente foi lançado com o título errado: para Simão o título adequado seria “Lula, o filho do barril”. O mesmo Simão acredita que outros filmes do gênero virão por aí e aposta que o próximo será “2 filhos de FHC”. O filme sobre Lula tem obtido uma grande repercussão, inclusive internacional: a revista semanal francesa L’Express dedica grande espaço ao filme e antecipa que o próximo passo será adaptar a história e transformá-la em uma novela com o título de “Lula Superstar”. Das duas uma: ou eles estão de gozação ou acham que o Brasil é mesmo o país da ficção.

O olhar perfeito da sabedoria popular

Por Eli Halfoun
Não se pode desprezar a sabedoria popular. De uma forma ou de outra ela sempre se confirma. Agora é o Flamengo que está aprendendo e ensinado isso uma vez mais ao descobrir que tinha ao seu lado o que mais procurava: um técnico capaz de dar ao time a cara do Flamengo. Primeiro o clube tentou, como, aliás, acontece em todos os chamados grandes times, a solução contratando “medalhões” aos quais pagava (na verdade ficava devendo) salários extraordinários. Nada deu certo até o Flamengo perceber que a solução estava ali pertinho, praticamente colada ao seu corpo. Foi só olhar para o lado e dar de cara com Andrade, profissional perfeitamente identificado com o clube do qual foi craque. Andrade sempre esteve ali usado como tapa buraco e sem qualquer tipo de vaidade, se deixava usar como uma espécie de ioiô em um joguinho que não lhe fazia justiça profissional até ser confirmado como técnico (esse negócio de interino é uma hipocrisia) isso depois do Flamengo ter tentado todos os tipos de solução. Mesmo os não rubro negros (meu caso: sou Vasco e pronto) sabem que Andrade está fazendo um excelente trabalho que, aliás, colocou o carioca Flamengo na briga pelo título do Campeonato Brasileiro. A grande lição (o futebol sempre nos dá maravilhosas lições de vida) que fica é a da sabedoria popular segundo a qual na maioria das vezes o que procuramos está e sempre esteve bem pertinho: basta olhar para o lado.

Dengue: a culpa também é nossa




Por Eli Halfoun
Podem ficar novamente alarmantes os números de casos de dengue nesse ensolarado Rio (o sol parece ser carioca da gema) que passou a ter o sempre tão esperado verão como uma ameaça. Mais preocupante ainda é saber que a culpa é nossa: cansam de nos avisar da necessidade de alguns simples cuidados, mas deixamos pra lá como se o tenebroso mosquito fosse picar apenas os postes. É impressionante como o ser humano é desleixado na hora de cuidar dele mesmo: quando se trata do nosso corpo, da nossa saúde, do nosso bem estar deixamos tudo para depois e depois pode ser muito tarde. Foi assim no ano passado. Estamos acostumados (burramente, é verdade) a culpar os outros em tudo e por tudo. Culpamos principalmente o governo, que tem, sim, muitas culpas e responsabilidades. Exemplo: nunca se desenvolveu no Brasil uma política eficiente de saúde preventiva e sabemos todos que em matéria de doenças a prevenção é e sempre será o melhor remédio.
A dengue só se transformou nesse perigo iminente por falta de atenção. Principalmente a nossa. Não custa nada manter os vasos sem água nos pratos (a beleza das plantas não pode ser mortal), limpar nossos quintais, não deixar água empoçada, mas a maioria da população não faz isso porque, por falta de cuidado e excesso de otimismo, acha que o mosquito vai “voar em outra freguesia”. Só nos mancamos diante de ameaças e punições. Parece que gostamos de levar bronca, de que nos encostem contra a parede. O homem só reage quando está encurralado. Seria bem mais fácil se cada um fizesse pelo menos o mínimo. O maior bem que possuímos é o de poder cuidar de nós mesmos, de reagir a tudo que possa de alguma forma nos fazer mal. Não adianta apenas protestar, reclamar, ficar indignado. É preciso agir. No caso da dengue a ação se faz urgente.
Todos devem lembrar do anúncio de uma marca de amortecedores que mostrava terríveis acidentes de carro e alertava para a necessidade de usar no carro amortecedores de boa qualidade. Na época todo mundo reagiu contra a agressividade do anúncio, mas só assim as pessoas se conscientizaram da necessidade de alguns importantes cuidados. Esses mesmos cuidados se fazem fundamentais (e cada vez mais) agora. É bom lembrar que diminuir a incidência de casos de dengue é uma tarefa (uma missão) que cabe a nós, embora isso não seja uma desculpa para não cobrarmos ações urgentes do governo em relação à saúde. Cuba conseguiu acabar com a dengue. Nós também podemos. Ou será que estamos esperando um tapa na cara, que nos mostre pessoas agonizando nos leitos (quando há leitos) dos hospitais por conta da picada de um mosquito que só está vencendo essa guerra porque nós, vítimas, estamos permitindo. Pense bem: não faz sentido deixar de cumprir tarefas simples e ficar esperando que a televisão nos mostre a cruel realidade da dengue. As pessoas estão morrendo ao nosso lado. Não adianta fingir que não estamos vendo e que não temos nada com isso. Essa culpa também é nossa. Vamos “picar” o mosquito e evitar que ele se acomode nas nossas vidas. Lembremos sempre que apenas nós podemos acabar com a dengue.

Caminho das Indias ganha o Emmy







por Gonça
Caminho das Índias foi eleita a melhor novela do 37th International Emmy Awards, prêmio entregue  ontem, em Nova York, à autora Gloria Perez e o diretor artístico Marcos Schechtman. "Depois de um ano como esse é muito emocionante lembrar de tudo o que passamos para chegar ate aqui. Estou muito emocionada e sem palavras. Obrigada" disse Gloria Perez, ao lado do diretor artístico de Caminho das Índias, Marcos Schechtman e da atriz Juliana Paes, que também foram a Nova York receber o prêmio. Ao todo foram mais de 800 programas de mais de 50 países inscritos nas 10 categorias que disputavam o título de melhor do mundo.
A novela foi ao ar no Brasil de 19 de janeiro a 14 de setembro de 2009, registrou audiência média de 41 pontos e 65% de participação, o que significa a atingir mais de 52.811 milhões de telespectadores por dia, em média. (Fotos/Divulgação/TV GLOBO/Luiz C Ribeiro)

O outro lado...

Depois do apagão "político", o apagão "privado". Parte de Ipanema e Leblon ficaram ontem, por oito horas, sem energia elétrica. E deu no jornal que em Manaus os apagões são tão frequentes que já nem chamam mais atenção. No interior do Rio Grande do Sul o pessoal está tomando chimarrão no escuro. Raio, chuva, roubaram os cabos, incompetência, embolsaram os lucros e não investem, Harry Potter enfeitiçou as linhas de transmissão, a Mulher-Melancia sentou em cima do transformador? Se o apãgão é estatal, como de Itaipu, ou de empresas privatizadas, como é o caso agora, o tal do consumidor sofre do mesmo jeito. Falta a mídia convocar os analistas de plantão para "analisar" o fenômeno. Ou o buraco agora é mais embaixo e o caso é diferente? Como dizia Cazuza, "Brasil, qual é o nome do teu sócio..,"   

Benza, deusas

Eva Herzigova na i-D...

...em ensaio ao lado de Claudia Schiffer...




...e Helena Christensen.

O trio de tops foi clicado por Kayt Jones para a edição de dezembro da i-D.

por JJcomunic
A expressão top model, que é hoje é pronunciada quase em vão, é nome até de reality show e denomina qualquer estreante, foi criada para classificar essas três modelos (e mais outras pioneiras que não estão nas fotos, como Cindy Crawford e Elle Mc Pherson). Não havia palavra para defini-las e o top se impôs naturalmente. A anorexia passava longe dessas curvas saudáveis. Os estilistas - a maioria hoje parece ver a mulher como simples cabine e escolhe aquelas que se assemelham ao acessório para pendurar roupas: braços magérrimos, duas pernas que parecem uma só, olho fundo, cabeça que é só orelha, por aí... - tiveram que aceitá-las e desfrutaram dessa que é tida como a era de ouro das passarelas.
A revista i-D, de dezembro, reuniu Eva Herzigova, 36, Helena Christensen, 40, e Claudia Schiffer, 39, para um ensaio e capa fotografados por Kayt Jones. É um daqueles casos em que as imagens falam por milhões de palavras. Alguém duvida de que Deus (e deusas) existem? (Imagens reproduzidas da i-D)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Uma nova lourinha na mesa e no copo

por Eli Halfoun
Esse intenso, quase infernal, calor que anda fazendo no Rio (se estivesse frio ou chovendo a gente ia reclamar do mesmo jeito) tem lá suas vantagens e uma delas é sem dúvida permitir e até incentivar calorosos encontros em torno de uma cerveja gelada ( não estupidamente gelada que é estupidez porque, segundo os especialistas, a cerveja fica saborosa quando é gelada a cinco graus). A turma da “loura gelada” tem mais um bom motivo para beber: está sendo lançada uma nova opção. É a Braun-Brau Bier, a primeira “lourinha” líquida produzida em Nova Friburgo, no Rio. Embora seja uma colonização alemã, Nova Friburgo não tinha uma cerveja local, ou se preferirem, uma “lourinha” da casa. Agora tem. A Braun Braun é uma cerveja tipo pilsen, categoria Premium e produzida artesanalmente, seguindo os padrões da Lei da Pureza da Região de Reinhesggebot, na Baviera. Por enquanto só é possível encontrar a nova loura gelada na região serrana (Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis), mas já a partir do próximo ano haverá uma selecionada distribuição entre bares e restaurantes do Rio para só depois chegar a São Paulo. Quem experimentou a nova cerveja garante que com esse calor vale a pena subir a serra para refrescar-se não só com o clima, mas agora também com a nova cerveja. Difícil será acertar o nome, mas não tem problema: basta pedir a mais nova “lourinha” da casa. Saúde!

Pesquisa do IBOPE Mídia traça o perfil de consumo da elite brasileira

91% da população brasileira com alto poder aquisitivo busca informações na internet antes de efetuar uma compra e 81% concordam que vale a pena pagar mais caro por produtos de qualidade
(Pesquisa divulgado pela Ketchum Estratégia/ Assessoria de Imprensa do Ibope)

"Com o objetivo de conhecer de forma detalhada os hábitos e comportamentos de consumo da população com alto poder aquisitivo, o IBOPE Mídia lança um estudo inédito que desvenda o perfil da chamada elite brasileira. A pesquisa The Elite Consumer retrata as opiniões dos usuários de internet que figuram na camada Top 5% de alto potencial de consumo, de acordo com o padrão de Nível Socieconômico adotado pelo Target Group Index na América Latina, e além do Brasil foi realizada em países como Argentina, Colômbia e México. “Há alguns anos era latente a demanda por conhecer melhor este consumidor. Agora podemos apresentar um quadro abrangente e harmonizado deste segmento em vários países da América Latina”, afirma Roberto Lobl, diretor de negócios do IBOPE Media.
O estudo aponta que 85% deste público seleto confia na internet como fonte de informação – 91% deles buscam dados na web sobre produtos antes de efetuarem uma compra. Os brasileiros destacam-se no entendimento de que o consumo online é mais conveniente (82%), se comparados a argentinos, colombianos e mexicanos, que se mostram mais conservadores: menos da metade concorda com esta percepção.
Na hora de comprar, a maioria da população (81%) concorda que vale a pena pagar mais por produtos de qualidade e a lealdade às marcas é evidenciada por 70% dos consumidores de alto padrão no Brasil, México e Argentina. “A pesquisa traça um verdadeiro retrato do consumidor premium, que valoriza o luxo e a excelência dos produtos e marcas com que interage”, destaca Juliana Sawaia, gerente de marketing do IBOPE Mídia.
Em relação a intenção de compra nos próximos 12 meses, 50% dos brasileiros apontam o aparelho Smartphone como objeto de desejo. Quando questionadas, 76% das mulheres comprariam produtos para o cuidado com a pele, 50% optariam por um computador e 45% por roupas de grife. A média de gasto dessas mulheres com cosméticos, nos últimos 12 meses, foi de R$ 733.
Já entre o público masculino destacam-se produtos como telefone celular (57%), computadores (54%), perfumes (49%) e roupas de grife (41%). Quando o tema é beleza, 50% dos homens adquiriram produtos para o cuidado com a pele para consumo próprio e 35% para dar de presente. O gasto médio anual masculino com presentes desta categoria é de R$ 616, enquanto o feminino é de R$300.
A população retratada pelo The Elite Consumer possui alta taxa de uso de serviços bancários e faz ampla utilização dos autosserviços financeiros: 63% deles usam home banking, enquanto 56% delas usufruem da ferramenta – 49% do público masculino utiliza o caixa eletrônico contra 45% das mulheres e o índice de acesso via internet pelo celular é de 6% para eles e 4% para elas.
O estudo The Elite Consumer é aferido com o mesmo padrão metodológico na Argentina, Brasil, Colômbia e México, com pessoas de 20 a 64 anos, que representam o top 5% em nível sócio-econômico e que tenham acessado a internet nos últimos 3 meses."

Sou porteiro mas pode me chamar de mãe

por Eli Halfoun
Ficou para trás o tempo em que porteiro era só uma espécie de recepcionista dos prédios residenciais. Agora, por conta da violência, foi transformado também em segurança (é preciso estar atento para evitar assaltos) e também “cuidador” de idosos – função imposta pelo aumento da expectativa de vida e, portanto, por um cada vez maior número de velhos morando sozinhos e muitas vezes esquecidos pelos próprios filhos. Há pouco mais de cinco anos, quando escrevi semanalmente na Tribuna da Imprensa uma página dedicada à terceira idade, já chamava atenção para a importância dos porteiros em relação aos idosos. Agora e finalmente já se fala em formação de porteiros para aprender a lidar com os idosos que moram sozinhos e que acabam por, de uma forma ou de outra, incluindo o porteiro na família como um amigo da maior importância. Fundamental até
Não são raros os casos em que os próprios filhos, que não moram mais com os velhos pais, pedem ao porteiro para que “fique de olho no meu velho”. O porteiro passou a ser uma verdadeira mãe para muitos idosos e cada vez mais será uma fundamental na atenção aos idosos: o Brasil já é um país de velhos. Em duas décadas, a expectativa de vida aumentou em 11 anos no Brasil. Projeções do IBGE mostram que até 2050 as pessoas com mais de 60 anos representarão 30% da população brasileira, o que mostra que porteiros e idosos se relacionarão por ainda muito tempo. Os números reforçam a importância de se estabelecer enfim programas que capacitem profissionais de todas as categorias (e todos os jovens) a lidar melhor com os idosos. As empresas privadas também, e finalmente, se organizam e oferecem cursos de aperfeiçoamento, caso de uma companhia de seguros que está promovendo o Programa de Aperfeiçoamento Profissional de Porteiros de Condomínios. Pesquisas revelam ainda – e não é de agora – que os idosos estão cada vez mais distantes dos filhos que mal os visitam, mas procuram notícias através dos porteiros, o que não deixa de ser uma maneira de “limpar a consciência”. O fato é que, revelam ainda as pesquisas, que é aos porteiros que os velhos moradores e hoje moradores velhos pedem socorro. Pedem e recebem, o contrário do que costuma acontecer nos chamados órgãos públicos nos quais velho não costuma ter vez porque “está com prazo de validade vencido”. Não, não está. Definitivamente não está.

Apertem o cinto, o "padrinho" sumiu

por Gonça
Os donos dos institutos de opinião costumam dizer que pesquisas eleitorais são apenas "retratos" do momento, uma simples "fotografia" do que vai pela cabeça do eleitor. Daqui a um mês ou daqui a um ano tudo pode ser diferente. Estamos a pouco menos de um ano das eleições e a cada semana um instituto, são vários, divulga os números de uma enquete. Para o eleitor, de pouco valem. São um tédio. Quando o Bonner e a Fátima começam a ler aquela sucessão de números invariavelmente acrescida do monótono "o instituto tal ouviu 2500 eleitores, blá, blá, blá", é hora de ir ao banheiro. Muita coisa vai mudar até a véspera do pleito. Para avaliação dos partidos e correção de seus rumos ou nomes talvez até tenham alguma utilidade. Os jornais de amanhã divulgam uma dessas pesquisas. Devem mostrar, por exemplo, que todos os pré-candidatos cresceram e José Serra caiu ligeiramente. Nada que preocupe o PSDB. Apenas um dado vai tirar o sono dos tucanos. Um das perguntas feitas aos eleitores tenta aferir o grau de rejeição dos "padrinhos" das candidaturas. O "padrinho" do Serra é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o "padrinho" de Dilma é o presidente Lula. Mais de 40% dos cidadãos e cidadãs ouvidos não votariam em candidato indicado por FHC. Cerca de 16% não votariam em candidato indicado por Lula. Quer apostar que FHC vai sumir, ou será sumido, da campanha de Serra, pelo menos na "fotografia" do momento?   

MP: Mais Paulada nos aposentados

por Eli Halfoun
Pelo visto meter a mão no bolso dos aposentados é uma prática que só vai melhorar nos discursos que prometem muito, mas nada mudam. Agora mesmo em Brasília já se sabe que “Lula decidiu com o ministro José Pimentel que o reajuste dos aposentados e pensionistas que ganham (se é que isso pode ser considerado ganho) acima de um salário-mínimo será de apenas 6.5% e prepara medida provisória nesse sentido”. Não estão adiantando nada os avisos de parlamentares da base aliada de que não será fácil aprovar a MP (deve ser Mais Paulada) já que até a base aliada quer um aumento baseado no INPC cheio, que é na ordem de 9,2%. A base aliada também tem feito questão de lembrar que 2010 é ano eleitoral (e Dilma não vai bem nas pesquisas), ou seja, é ano de agradar os aposentados. Agradar, não. Fazer justiça, sim.

Jornal coloquial

por Omelete
De uns tempos pra cá, a Globo resolveu orientar seus âncoras a dar à narração de notícias um tom coloquial, supostamente inspirado nos telejornais americanos. A ABC e a NBC criaram ainda no fim dos anos 60 a clássica figura do âncora, da qual o jornalista Walter Cronkite foi o melhor exemplo. Saia o locutor, o simples leitor de notícias, entrava o Cronkite "inteligente", capaz de analisar o fato que acabava de narrar, de entrevistar um presidente, de questionar um senador ou dirigente de uma grande empresa. A fórmula se espalhou pelas TVs de todo o mundo. Nos anos 90, a CNN inovou mais ainda e ampliou a ação do âncora. Manteve o apresentador-pivô na central do telejornal mas transformou cada repórter em um comentarista, capaz de dialogar com o âncora e, assim, tornar mais clara e contextualizada a informação. O telejornal ganhou nova dinâmica. Aparentemente, a Globo pretende trilhar essa rota. Mas há algumas pedras no caminho. William Bonner e Fátima Bernardes simulam diálogos no meio ou ao fim de determinadas notícias. Mas parecem vacilantes, olham para o telespectador, olham um para o outro, mas não podem perder de vista o teleprompter (há uma facção, no jornalismo da Globo que pretende restringir o uso desse aparelhinho), e temem errar de câmera. Para o telespectador, parece exatamente isso, uma simulação. Não dialogam, apenas encenam um diálogo. Os âncoras americanos improvisam. Bonner e Fátima não fogem do script. Os âncoras americanos emitem opiniões. O próprio Bonner já disse em entrevista que guarda para si a opinião e limita-se a difundir a opinião da emissora. Fica difícil mostrar espontaneidade e ao mesmo tempo não se soltar do texto. Na falta desse improviso e para ressaltar o tal tom coloquial, apresentadores e repórteres agora também se chamam pelo nome. Às vezes, em excesso,. ninguém, em uma conversa normal, intercala o diálogo com o nome do interlocutor tantas vezes. Fátima vira-se para o marido e diz, por exemplo, "Bonner, hoje São Paulo sofreu com um engarrafamento de 150km". Bonner rebate: "Fátima, mas isso não foi nada comparado à Anchieta que registrou um congestionamento de 250km". A Globo News não fica atrás. Acabei de ver Em Cima da Hora. Em uma notícia relativamente curta sobre uma pesquisa eleitoral, ouvi uma dúzia de vezes "Leilane" pra cá, "Camarotti" pra lá, "Leilane" foi isso, 'Camarotti" foi aquilo o que houve... e por aí foi o "bate-papo" entre a apresentadora Leilane Neubarth e o repórter Gerson Camarotti. Soa falsa essa "intimidade", parece coisa ensaiada, sem naturalidade. Daqui a pouco, para mostrar descontração, vai rolar um "meu irmão" por aqui, um "mano" em São Paulo, um "queridão" em Brasília. "'Queridão' como foi o dia do presidente?" "Foi maneiro" gata..."