sábado, 14 de novembro de 2009

Cigarros não precisam de fumaça

por Eli Halfoun
É uma boa: que tal trocar o tabaco em forma de cigarro por palitos, também em forma de cigarro e embalados em maços, de cenoura? Essa é a proposta da campanha Stereotype, criada pelo designer chinês Daizi Sheng e lançada há dias na Inglaterra. A campanha pretende combater o vício e mudar hábitos alimentares propondo também trocar as batatas fritas por aipo no mesmo formato. Os cigarros de cenoura e outros produtos saudáveis ganharão embalagens idênticas às utilizadas para alimentos fast-food. O projeto foi criado com base em dados da Organização Mundial de Saúde de produtos não saudáveis que estão entre as principais causas de doenças não transmissíveis. Para reforçar a nova campanha antitabagista o Comitê de Medicina da Inglaterra recomenda aos fumantes que pretendem deixar o vício controlar a vontade de fumar segurando palitos não apenas de cenoura como também de frutas e outros vegetais. A Organização Mundial de Saúde condena o tabaco por ser a principal causa de morte evitável no mundo. Estatísticas revelam que o vício do tabaco atinge 16% dos brasileiros. A mesma estatística mostra que um terço (1 bilhão e 200 milhões de pessoas) da população mundial adulta não fuma. Campanhas antitabagista, incluindo as dificuldades impostas os fumantes entre as quais a proibição de “fazer fumaça” em locais fechados (bares, restaurantes) têm obtido bons resultados: pesquisas já mostram que 25,8% de homens pararam de fumar, o quer ocorreu também com 18,6% de mulheres. Acredita-se que os cigarros de cenoura ajudarão mais fumantes a abandonar o vicio. Cigarros de cenoura podem até ajudar a diminuir o número de homens e mulheres que fumam, mas certamente aumentará o número de coelhos viciados.

Casaca, casaca



Por Eli Halfoun
O Vasco é, com méritos incontestáveis, o campão 2009 da série B. Sem essa de segunda divisão porque queiram ou não o Vasco é um time de primeira. Em campo e fora dele. Quando foi rebaixado uma dúvida tomou conta dos dirigentes do clube: qual seria a reação da torcida? Essa torcida fantasticamente apaixonada não mudou de camisa (quem muda de “time” todo o tempo é político interesseiro) e mostrou o forte sentimento vascaíno – o sentimento que não pode parar. O melhor exemplo da força deste sentimento talvez esteja em uma criança: meu neto de 11 anos nasceu e vive em São Paulo, mas não tenho dúvidas em afirmar que é um dos vascaínos mais “doentes” que conheço. Acompanhou todos os jogos do Vasco (a maioria pela televisão, é claro), sabe tudo sobre o time, tem uma invejável coleção de camisas, canetas, agendas, enfim, tudo que estampe a marca vascaína. Quando o Vasco foi fazer uma participação especial na série B achei que perderia um jovem torcedor. Não aconteceu. Até por provocação brinco com ele dizendo que como é paulista acabará torcendo pelo Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, sei lá e argumento que, ele mora em São Paulo, mas a resposta é taxativa: “Vô sou Vasco em qualquer lugar”. Eu também.

Se Jorge Luis Borges tivesse um blog...

"Já se disse que, se o tempo é infinito, o número infinito de vidas, rumo ao passado, é um contradição. Se o número é infinito, como algo infinito pode ter chegado até o presente? Se um tempo é infinito, creio eu, esse tempo infinito tem que abranger todos os presentes e, em todos os presentes, por que não este presente, em Belgrano, na Universidade de Belgrano, vocês comigo, aqui, juntos? Por que não esse tempo também? Se o tempo é infinito, em qualquer instante estamos no centro do tempo. Pascal pensava que, se o universo é infinito, o universo é uma esfera cuja circunferência está em todas as partes e o centro em nenhuma. Por que não dizer que este momento tem atrás de si um passado infinito, um ontem infinito? E por que não pensar que este passado passa também por este presente? Em qualquer momento estamos no centro de uma linha infinita; em qualquer lugar do centro infinito estamos no centro do espaço, já que espaço e tempo são infinitos. Os budistas acreditam que vivemos um número infinito de vidas. Infinito, no sentido de número ilimitado, no sentido estrito da palavra, um número sem princípio nem fim, algo assim como um número transfinito das modernas matemáticas de Kantor. Estamos agora em um centro - todos os momentos são centros - desse tempo infinito. Agora estamos conversando, nós, quanto a vocês, estão pensando no que digo, aprovando ou desaprovando". (De "Cinco Visões Pessoais", de Jorge Luis Borges)

Se Hemingway tivesse um blog...


"Naquele tempo não havia dinheiro para comprar livros. Eu os obtinha no departamento de aluguel da Shakespeare and Company, que era ao mesmo tempo a biblioteca e a livraria de Sylvia Beach, na rue de l'Odéon nº 12. Nessa rua fria, varrida pelo vento, a Shakespeare and Company era um lugar acolhedor e alegre, com um grande fogão aceso no inverno, mesas e estantes de livros, novidades na vitrina e, nas paredes, fotografias de famosos escritores vivos e mortos. Todas as fotografias pareciam instantâneos, e até mesmo os escritores mortos tinham um ar muito vivo. O rosto de Sylvia era animado, de linhas marcantes, com olhos castanhos tão vivos como os de um pequeno animal e tão alegres como os de uma menina; seus cabelos, castanhos e ondulados, ela os usava penteados para trás de sua bela testa e cortados abaixo das orelhas, na altura da gola do blusão de veludo castanho que costuma usar. Tinha lindas pernas, era amável, alegre e participante, e gostava de fazer brincadeiras e contar mexericos. Jamais conheci alguém que tenha sido mais gentil comigo. Eu era muito tímido quando entrei na livraria pela primeira vez, não tendo dinheiro sequer para me inscrever na biblioteca de aluguel. Sylvia me disse que eu podia pagar o depósito quando tivesse dinheiro, preparou o meu cartão e encorajou-se a levar quantos livros quisesse. Não havia motivo para que ela confiasse em mim dessa maneira. Não me conhecia, e o endereço que lhe dei, rue Cardinal Lemoins, nº74, não podia ser mais pobre. Mas ela foi cordial, encantadora e amabilíssima". (De Paris é Uma Festa, de Ernest Hemingway. O escritor estava revendo as provas desse livro quando se suicidou em 2 de junho de 1961. Foi publicado pela Civilização Brasileira em 1964. Na "orelha", o editor Enio Silveira escreve que a obra "mostra o escritor no momento em que está, por assim dizer, fechando o círculo da sua atividade intelectual". O título, em inglês, é A Moveable Feast. Ênio Silveira traduziu o livro e, um dos seus grandes amigos, Carlos Heitor Cony, sugeriu a versão em português: "Paris é uma Festa". Talvez seja este um dos títulos mais copiados por jornais e revista. Quantas vezes já não lemos O Rio é uma Festa, São Paulo é Uma Festa, Paraty é uma Festa, Búzios é uma Festa...?. Na reprodução, Hemingway e Sylvia Beach à porta da Shakespeare, livraria que ela transformou em ponto de encontro de jovens escritores, no anos 20, em Paris.)

Se Pablo Neruda tivesse um blog...

"Aproxima-se o Natal. Cada Natal que passa nos aproxima do ano 2000. Para essa alegria futura, para essa paz de amanhã, para essa justiça universal, para esse sino do ano 2000, nós os poetas desse tempo de agora temos lutado e cantado. Lá pelos anos 30, Sócrates Aguirre, aquele homem sutil e excelente que foi meu chefe no Consulado de Buenos Aires, pediu-me num 24 de dezembro que eu me fantasiasse de São Nicolau ou Papai Noel, em sua casa. Fiz muitas coisas mal em minha vida, mas nada ficou tão mal quanto esse Papái Noel. Caíam os algodões do bigode e me enganei demais na distribuição dos brinquedos. E como disfarçar minha voz que a naturaza do sul do Chile tornou fanhosa, nasalada e inconfundível, desde a minha mais tenra idade? Recorri a um truque: dirigi-me às crianças em inglês, mas elas cravavam em mim vários pares de olhos negros e azuis e mostraram mais desconfiança do que convém a uma infância bem-educada." (De "Confesso que Vivi", livro de memórias do poeta chileno)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Vasco, campeão brasileiro, 2009



Vasco da Gama, 2009: festa no Maracanã!!!!!!!!!!!!!

Flavia Maria, Millôr e o leão soltos no Leblon


Um time de craques. A escritora Flavia Maria, em parceria com o jornalista e cartunista Millôr Fernandes, lança, neste sábado (14), às 16h, na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon, Maurício, o leão de menino, pela Cosac Naify. Além da dupla de peso, acima, o cartunista Jaguar assina a quarta capa. O livro teve sua primeira edição em 1969 e conta a história de um leão bem diferente, que mora dentro do guarda-roupa de um garoto. O menino nunca o viu, mas, quando se é criança nem é preciso ver para saber que algum bicho muito feroz vive no armário. A nova edição tem projeto gráfico que destaca o amarelo, a cor do leão. No texto, com humor e irreverência, Flávia "conversa" com o leitor. Além da sessão de autógrafos, haverá Contação de Histórias.

Muito além da ficção sexual


Cartaz do Filme: "Do Começo Ao Fim", dirigido por Aluízio Abranches.
Por Eli Halfoun

Se existe um negócio que não para literalmente de crescer é o da chamada indústria do sexo que, aliás, está cada vez mais ousada e, digamos, liberal. Agora mesmo, por exemplo, paulistas e visitantes estão assistindo ao Festival Mix Brasil (espera público superior a 24 mil pessoas) com a exibição de 104 novos filmes sobre diversidade sexual. Apesar da liberdade sexual conquistada nos últimos anos quando muita gente “saiu do armário”, ainda há temas que ruborizam e criam protestos quando exibem e superam os assuntos ainda considerados tabus. Exemplos: em um dos filmes do novo Festival Mix dois irmão gays tem um caso; em outro filme três atletas de nado sincronizado da França vivem felizes e satisfeitos e no mais polêmico é mostrado o relacionamento entre um rabino e um de seus discípulos, tema que a comunidade judaica ortodoxa, classificou como "ficção científica”. Sei não, mas do jeito que caminham as coisas a realidade anda muito mais surpreendente do que qualquer ficção científica. Em todos os setores.

Nudez com currículo

Por Eli Halfoun
O Gonça alertou para nessa sexta-feira, 13, não ler nada (dá um azar danado) sobre a Uniban, mas escrever acho que pode. Era de se esperar: a estudante Geisy Arruda, que criou fama (mas não deitou na cama...) está na mira da revista Playboy e as negociações começaram (na Playboy é tudo na base do quem dá mais). Embora tenha abundância mais do que suficiente para ocupar até página dupla a revista não a quer sozinha no ensaio fotográfico. A ideia de Edson Aran, o competente diretor da revista, é reunir diversas estudantes universitárias, incluindo as que participaram com o corpo nu de recente protesto realizado em Brasília (tomara que a moda não pegue: a possibilidade de ver senadores, deputados e ministros nus com a mão no bolso – no bolso dos outros, é claro - é trágica). Alunas da Uniban também estão sendo convidadas até porque todo dia a publicação recebe fotos de universitárias candidatando-se a ser uma das playmates da revista. Geisy Vestidinho Arruda ainda não disse se aceita a empreitada, mas está certa de que se o fizer a revista esgotará nas bancas em torno da faculdade da qual voltou a ser aluna, agora famosa (por pouco tempo, é verdade) por conta do machismo de alguns e de um vestidinho que não ganharia nem foto 3 X 4 em qualquer revista de moda ou erótica.

Mara Manzan: último "flash"


Comunicado da TV Globo
A TV Globo informa o falecimento da atriz Mara Manzan, na manhã de hoje, dia 13 de novembro, no Hospital Rios D'or, no Rio de Janeiro, em decorrência de falência pulmonar. Mara tinha um câncer de pulmão e estava internada desde a última sexta-feira, dia 06. Há 57 anos, a atriz nasceu em São Paulo, no dia 28 de maio. Um dos trabalhos mais marcantes de Mara foi na novela 'O Clone', em que Dona Odete celebrizou o bordão "Cada mergulho é um flash!" e acompanhava as peripécias de sua filha Karla, interpretada por Juliana Paes. Seu último trabalho foi na novela 'Caminho das Índias', em que viveu Ashima, uma viúva indiana que morava no bairro carioca da Lapa. Em sua trajetória na televisão, também participou das novelas 'Duas Caras' (Amara), 'Cobras & Lagartos' (Marilene), 'Senhora do Destino' (Janice), 'Kubanacan' (Agatha), 'Pecado Capital' (Alzira), 'Salsa e Merengue' (Sexta-feira) e 'A Viagem' (Edméia), além da minissérie 'Hilda Furacão' (Nevita). No cinema, atuou recentemente em "Sexo com Amor?", longa-metragem de 2008, dirigido por Wolf Maya. Sua estreia como atriz, entretanto, foi no teatro. Nascida em uma tradicional família paulistana, Mara era uma criança tímida e jamais imaginou que um dia pudesse seguir a carreira artística. Aos 17 anos, conheceu o Grupo Teatro Oficina e ficou encantada pela companhia que, na época, era dirigida por Luiz Antônio Martinez Correia. Mara ficou amiga da turma e começou a desempenhar as mais variadas tarefas para o grupo: ajudava na bilheteria, comprava sanduíches, colaborava nos bastidores. Sua estreia no palco foi de repente, no dia em que uma atriz se machucou. Como a casa estava cheia e o espetáculo não podia ser cancelado, Mara foi retirada da bilheteria para substituí-la, já que conhecia o texto tão bem quanto os próprios atores. Daquele dia em diante, nunca mais abandonou a arte de atuar e participou de mais de trinta peças. Ao longo da carreira, a atriz também fez aulas de circo e se especializou em pirofagia, a arte de cuspir fogo.
Mara Manzan será velada nesta sexta-feira, a partir das 20h, na capela 01 do cemitério Memorial do Carmo (Rua Monsenhor Manuel Gomes, 287, Caju, Rio de Janeiro. Foto (divulgação): TV Globo/ Renato Rocha Miranda/ Central Globo de Comunicação/ Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2009


Sexta-feira, 13

por Omelete
Dê uma olhada no calendário do celular ou do computador (ainda existe calendário impresso, a popular folhinha?), confira a data e evite:

- Ler qualquer notícia sobre a loura da Uniban

- Ler sobre o que não faz Madonna

- Ler sobre o que faz Eike Batista

- Falar sobre o que você fez no apagão

- Entrar no twitter do William Bonner

- Idem, o twitter do Luciano Huck

- Sites que dão notícias como "Chico Buarque cuida da boa forma em caminhada no calçadão", "Carolina Dieckmann faz compras em farmácia no Leblon", "Sasha machucou a perna e anda com proteção ortopédica", "Famosas curtem o sol carioca", "Jesus a caminho da academia", "Luana Piovani e namorado em cenas "calientes", Tais Araújo e Christiane Torloni botam a conversa em dia".

- Ir a show sertanejo na Lapa.

- Fazer curso de cabala

- Usar calças "caguel"

- Falar "entãoooooooo" antes de começar qualquer frase

- Cruzar com políticos, melhor atravessar a rua, mas no sinal

- Candidados à OAB, estão emporcalhando a cidade

- Juízes de futebol

- Gazeteiros da Câmara

- Muro de Berlim

- ler Arnaldo Jabor

- ler Diogo Mainardi

- ver Ana Maria Braga

- ouvir o Chávez falando "la democrácia"

- ouvir o Gilmar Mendes falando qualquer coisa

- o julgamento do Battisti

- a meteorologia, que só anuncia frente fria para os fins de semana

- Michael Jackson, o pai de Michael Jackson, a irmã de Michael Jackson, qualquer programa de TV sobre Michael Jackson

- ver a Fernanda Young na Playboy.


Um alerta do amigo Omelete: tudo isso dá um azar danado. Um bom dia para todos!!!! (na reprodução, o cartaz do filme Sexta-Feira, 13, com Jason, que virou um símbolo da data)

Campanha política 1 (faltou dizer)


por Gonça
Em outros tempos, havia um editor carioca que detalhava a pauta de uma determinada matéria, rascunhava o título e, só então, chamava o repórter e dava a ordem: "quero que você vá para a rua e me traga uma matéria que combine com esta manchete". O jornalistas pegava seu caderninho, botava pilha nova no gravador, e saia em campo para provar a "tese" do editor. Fatos e entrevistados que a contrariassem seriam descartados ou minimizados. A interpretação de números, opiniões e fotos que "sustentassem" a "tese" do editor seriam destacados. Simples assim, a "tese" se comprovava e virava "notícia". Basta ler com certa atenção e isenção os jornais, praticamente qualquer jornal, para identificar técnica semelhante. Este blog já levantou algumas em post anteriores. O recente apagão, coisa séria que atinge milhões de brasileiros, virou mote de campanha política. Esse bate-boca é o caminho que desvia o foco da discussão. Por exemplo, porque o setor elétrico tem que ser entregue a um político que mal sabe acionar um interruptor? No governo Lula, a eletricidade é do PMDB; no governo FHC, foi do DEM. Agora, apagão. Antes, racionamento (lembram-se, os jornais "esqueceram") e apagão. Pena que o consumidor/eleitor também esquece e continua votando nos políticos de sempre, os mesmos que adiam as reformas políticas e transformaram o Congresso em agremiações pessoais. Se o debate tiver como foco os problemas de infraestrutura do país, há muito o que discutir (por acaso, vamos sediar uma Copa e uma Olimpíada e já pensou em uma final ou um pódio a luz de velas?). Há linhas licitadas e privatizadas e não construídas (e o setor privado é responsável hoje por 44% das linhas de transmissão e subestações), há projetos do governo que não sairam do papel, há falta de investimento, questões que deveriam estar acima dos partidos. (registre-se que o apagão e racionamento na era FHC foram motivos de exploração política na campanha eleitoral seguinte mas não na mídia, até porque a mídia estava, como permanece, alinhada com os projetos políticos do clã FHC). Falta dizer, por exemplo, que as regras da privatização impedem que a Eletrobrás invista em lnihas novas. Ela só pode melhorar aquelas de que já dispõe. Para novas linhas, tem que disputar licitação com empresas privadas. Veja um exemplo no jornal de hoje sobre a leitura "conveniente" dos números. O título aí reproduzido focaliza apenas um dos pontos da matéria publicada lá dentro (curiosamente, não analisa o período antes de 2000, quando os investimentos cariam e as estatais foram praticamente sucateadas para a famosa venda em troca de "moedas podres").
Leia a reportagem completa e conclua que não é bem assim: o tal do setor elétrico não sai bem na foto em nenhum dos dois governos. Em tempo, mesmo os números da manchete principal são contestados no texto da reportagem. O apagão, agora, pelo visto e lido, deu-se foi no bom e autêntico jornalismo.

Campanha política 2


Não vai ser fácil. você duvida que a baixaria vai predominar no ano eleitoral? Candidatos do governo e da oposição trocarão estocadas no baixo-ventre ao invés de discutir programas. Nenhum sinal, este por parte da oposição, poderia ser mais claro e evidente do que esta sequência de notas publicadas hoje no Globo. O conteúdo é improvável e a linguagem de baixo calão inédita. Para preservar a manhã dos amigos deste blog, a reprodução registra apenas parte do conteúdo das notas.  

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Vamos arrumar a casa antes que a chuva nos leve

por Eli Halfoun
É a velha história de só reforçar a tranca depois da casa arrombada: toda vez que chove repetem-se as desumanas cenas envolvendo gente que já não tem nada ficar com menos ainda porque a casa foi invadida pelas águas, pela lama e, principalmente pela irresponsabilidade do poder público cansado de saber que com qualquer chuvisco o Rio está literalmente ameaçado de transbordar levando em suas águas um punhado de lágrimas de moradores carentes. A chuva que acaba de novamente massacrar a Baixada Fluminense, especialmente Caxias mostrou uma vez mais que a porta continua sem tranca.
Há sempre quem se defenda com a desculpa de que chuva forte é uma fatalidade contra a qual nada se pode fazer. A cidade tem sido vítima constante de chuvas contínuas. Ninguém espera por elas e pede que se fechem as torneiras do céu, mas se é impossível evitar a chuva não é impossível evitar as tragédias que se repetem da mesma forma, como se fossem um festival de reprises de filmes na televisão. É esse filme que desabriga pessoas e as condena a umas pobreza ainda maior, a uma subvida, apavorada a cada trovoada.
As cenas são sempre as mesmas: encostas caem, casas desabam, móveis bóiam em águas sujas, gente morre engolida pela lama. Todo mundo, inclusive as autoridades, sabe que quando a chuva chega maiores serão as tragédias nos locais de sempre. Fica claro, mesmo quando falta luz, que a única solução é partir para prevenção. Não é preciso esperar chover para socorrer as vítimas - vítimas que certamente seriam bem menores se nos períodos ensolarados fossem feitas as fundamentais obras de prevenção e a população, principalmente a carente, estivesse informada de como proteger-se e evitar danos maiores dos que os que ocorrem. Nada se faz simplesmente porque em dia de sol todo mundo quer ir para a praia.
A cada pingo mais forte a Defesa Civil atende centenas de pedidos de ajuda para imóveis com infiltração, desprendimento de esboço/reboco, deslizamento de barreira, queda de muro, inundação/alagamento e outros danos que poderiam ser perfeitamente evitados se necessárias providências fossem tomadas antes da casa arrombada. São medidas urgentes que certamente evitarão maiores estragos e desnecessários prejuízos aos cofres do município e do estado.

O incrível pais do diminutivo

por Eli Halfoun
Assim como todos os brasileiros eu só queria entender: embora o governo faça discursos e mais discursos falando em grandeza (econômica, política, etc. etc.) do país toda vez que um problema se apresenta esse mesmo governo tem a incompreensível mania de minimizar as coisas e tratá-las no diminutivo, esquecendo que mínimo no país é o miserável salário do trabalhador. Quando a crise financeira atingiu (ainda atinge) o mundo veio o presidente Lula e disse que no Brasil a crise financeira mundial seria apenas “uma marolinha”. Agora diante do apagão que parou o país e que pelo visto corre o sério risco de se repetir, vem o ministro da Justiça, Tarso Genro e diz com a maior tranqulidade que “isso foi um microproblema” – um micro que deixou pelo menos 80 milhões de brasileiros, agora literalmente às escuras por quatro ou mais horas. Quando será que o Brasil perderá, até nas crises, esse doente complexo de inferioridade e continuará vivendo no diminutivo?

O futuro das revistas

por JJcomunic
Nos últimos anos, especialistas têm lançado dúvidas sobre o futuro das revistas, que estariam com os dias contados. A internet, dizem, vai atropelar as publicações impressas. Durante uma palestra em São Paulo, o jornalista Samir Husni abre uma segunda linha de discussão sobre esse tema: as revistas não estão morrendo e nem vão desaparecer. Ao contrário, a integração com a internet dará nova vida às revistas. Husni alerta que os editores devem esvaziar a cabeça de idéias velhas e abrir espaço para as novidades. "Ao escrever um texto jornalístico, o repórter deve esquecer as fórmulas de construção ensinadas nas universidades. Quando estiver fazendo um lead, por exemplo, é fundamental passar ao leitor as sensações visuais e auditivas, ou seja, o público tem que visualizar e ouvir o que você está contando", explica Husni.

A grande ilusão do tempo de festa

por Eli Halfoun
Todo fim de ano a gente faz tudo sempre igual: está começando outra vez a corrida para compras de Natal. Parece ser uma época feliz, mas sabemos que não é assim para grande parcela da população sem condições de, como manda a tradição, desfrutar de uma mesa farta (aliás, hábito gastronômico que nada tem a ver com a nossa realidade salarial e o nosso clima e agora também com uma quase imposição médica que proíbe alimentos calóricos e gordurosos). Há um grande entusiasmo dos lojistas (esses sim sorridentes com lucros nesse período festivo). Não é para menos: até dezembro o 13º salário injetará bilhões na economia brasileira.
Especialistas orientam que se gaste apenas 30% do 13º salário nas compras de Natal, mas supostamente vantajosas ofertas comprometem o dinheiro extra que geralmente já chega comprometido com dívidas acumuladas durante o ano - dívidas na maioria das vezes com serviços essenciais como contas de luz, gás, água, telefone e remédios adquiridos com cheques pré-datados: as doenças não esperam por dias financeiramente melhores.
É nesse período que a taxa de desemprego diminui e os governos (federal, estadual e municipal) costumam orgulhar-se como se o mérito fosse de suas administrações e não apenas por conta do período festivo que independe de qualquer interferência governamental. É festa e pronto.
A criação de novos empregos nessa época do ano é apenas mais uma ilusão de Natal. São empregos provisórios que deixam de existir assim que a festa termina. Até quando tudo nesse país terá que ser provisório?

Sósia da Angelina Jolie


Quem não tem cão... A bela Angelina Jolie ganhou uma sósia brasileira: a modelo Lucila Siclaco, que está na capa da edição de aniversário da revista Sexy. Vejam a foto (de J. Domingos/Divulgação)

Mais anzol no futebol do "Peixe"



por Eli Halfoun
Todo mundo sabe que independente do que aconteça nas partidas, fora de campo o futebol é um grande e lucrativo negócio, que atrai a atenção até de fortes bancos, pensando sempre nos bons resultados financeiros e não exatamente nos dos jogos. De olho nesse rentável negócio um grupo de empresários paulistas está de olho no Santos. São (ou se dizem) todos torcedores do “peixe” desde os tempos de Pelé. A proposta é criar um fundo de investimento para gerir o clube já a partir do ano que vem quando de saída seria criado também um Departamento de Futebol terceirizado para esse fundo sem nenhuma ingerência da direção do clube nessa área. Os empresários Roberto Setúbal (Itaú) e Fabio Barbosa (Santander) além do senador Aloísio Mercadante já apresentaram o projeto ao atual presidente do Santos, Marcelo Teixeira, que não mordeu a apetitosa isca e descartou a idéia: não quer ver o Santos no banco de jeito nenhum, até porque sabe que assim o peixe será fisgado pelo anzol da fritura econômica. E não quer o Santos frito e mal pago. Nem bem pago também.

Quando a idade é o limite da burrice

por Eli Halfoun
Não é preciso procurar muito para perceber que alguns dos melhores profissionais da Rede Globo, especialmente no elenco de novelas, estão no chamado bloco da terceira idade. Exemplos: Glória Menezes, Regina Duarte, Yoná Magalhães, Tarcísio Meira, Pedro Paulo Rangel, Antonio Fagundes, Stenio Garcia, Lima Duarte e muitos outros. Se nas novelas e em vários outros programas os artistas mais velhos são prestigiados, aplaudidos e respeitados o mesmo não acontece em outros setores. Agora mesmo a garota-propaganda (linda por sinal) Adriana Colin, que é sem dúvida e sem exagero uma das atrações do Domingão do Faustão recebeu cartão vermelho ou bilhete azul, como se dizia antigamente. Adriana, que foi Miss São Paulo em 1989 e segunda colocada no concurso Miss Brasil não dará mais o ar de sua graça no programa porque o Departamento Comercial a considera velha para continuar desempenhando a função de, digamos, “vender” produtos. É burrice: o fato de ser mais velha é um ponto positivo para o trabalho de Adriana, que por conta da idade e da experiência, lhe dá inegavelmente maior credibilidade. Mesmo assim o Departamento Comercial da Rede Globo sugeriu sua “dispensa”, palavra mais gentil para demissão e que desemprega do mesmo jeito. Não se sabe se a Rede Globo adotará a mesma e burra filosofia de trabalho (ou seria de desemprego?) em todos os programas. Se o fizer acabará tendo que exibir “Malhação” o dia inteiro. E aí será uma tortura.

"Não quero apagão no meu governo"

por DeBarros
Amigos, não posso acreditar que depois deste acidente, do APAGÃO, o Ministro das Minas e Energia venha a público para dizer que o acidente está encerrado e não se fala mais nisso. Como? Já estamos na Ditadura daquele que não se pode dizer o nome? O direito do cidadão de se expressar e comentar erros e acertos do governo está suprimido? A grande vontade, realmente, do inexplicável senhor – ninguém sabe o que ele faz no governo a não ser defender o Ditador da Venezuela – Marco Aurélio Garcia é implantar no Brasil, senão igual, uma ditadura semelhante à da Venezuela. O M. das Minas e Energia, que disse para não se falar mais no assunto do APAGÃO, deve comungar das mesmas ideias desse comunista fracassado.
Aquele que não se pode dizer o nome quer empurrar, por nossas goelas abaixo, essa senhora que fracassou como Ministra das M. e Energias e que possibilitou esse vergonhoso APAGÃO, para ser Presidente do Brasil. Ora, brincadeira tem hora, aquele que não se pode dizer o nome, essa senhora é incompetente. Imagina que há duas semanas atrás, ela teve a coragem de falar em público, que estava afastada a hipótese de APAGÃO. Neste governo não ocorreria APAGÃO. E somos obrigados a ouvir sandices dessa natureza?
Ainda me lembro, como se fosse hoje. Aquele que não se pode dizer o nome, chamou essa senhora e nomeou-a Ministra das M. e Energia dizendo em alto e bom som. Não quero APAGÃO no meu governo. E agora? Como é que fica?
Essa história de raios e trovões é que fizeram o APAGÃO é mentirosa, falaciosa e é uma afronta à inteligência do brasileiro. Está provado que no local em que ocorreu o acidente, não foram raios que provocaram o desligamento de energia para mais de 10 Estados. Foi erro e incompetência MESMO. Foram mais de 3 horas sem luz em mais de 10 Estados e vem o Ministro das M e Energia dizer que o assunto está encerrado e não se fala mais nele? então, como desconfiava, estamos marchando aceleradamente para uma Ditadura nos moldes do Chavismo da Venezuela.

Biopirata inglês

A Polícia Federal prendeu no Aeroporto Tom Jobim (Galeão) um pilantra inglês que tentava embarcar para a Europa contrabandeando mil aranhas. É biopirataria explícita, um crime internacional em ascensão e do qual o Brasil, por ter uma biodiversidade ímpar, é vítima maior. A boa notícia é que a PF e os agentes do Ibama estão ativos. O inglês contrabandista pode ser multado em R$4 milhões. As aranhas serão periciadas, catalogadas por espécie, antes de serem devolvidas ao seu habitat. Para o tal inglês, o melhor habitat é mesmo uma cela.     

 

Um pirulito para disfarçar

por Eli Halfoun
Sabe quando você não dá ou faz tudo o que o seu filho precisa e depois para compensar a própria culpa passa a mão na cabeça dele e oferece um pirulito como se isso fosse o máximo. É mais ou menos assim que o governo age em relação aos negros toda vez que se criam cotas ou planos especiais na tentativa de compensar as oportunidades sociais que sempre lhe foram de uma forma ou de outra negadas. Primeiro foram as cotas nas Universidades. Agora o governo anuncia, através do Ministério do Trabalho, a implantação a partir da próxima semana do Plano de Qualificação Profissional com recorte social e racial.
A promessa (promessas, sempre elas) é a de capacitar 25 mil negros que estão desempregados nos 26 estados e no Distrito Federal. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Matogrosso oferecerão 6.945, 3.860 e 2.940 vagas, respectivamente, o que é uma pequena esmola em ralação ao número de desempregados (negros e brancos) que o país acumula como se fosse um troféu. O Planseq oferecerá, entre outros, cursos de carpinteiro, mecânico de motos, borracheiro, eletricista, operador de telemarketing, recepcionista, gerente de supermercado e cuidador de pessoas com doença falcifone – a doença mais comum da população brasileira, que diminui a circulação provocando dor e destruição dos glóbulos vermelhos. A doença acomete principalmente a população negra.
Deixa ver se entendi: quer dizer que só terá chance nos cursos oferecidos pelo Planseg o negro que teve a sorte de estudar, na infância, pelo menos um pouquinho, o que sabemos não acontece. Os que não tiveram a sorte de ir ao colégio nem para comer merenda continuarão convivendo com o terrível fantasma do desemprego e da falta de capacitação profissional que, aliás, não precisaria de cotas e muito menos de plano especiais (geralmente demagógicos) se desde a infância lhes dessem o direito de ser, como se diz popularmente, alguém na vida. Não é um favor. É obrigação do governo. Qualquer governo.
Deixa ver outra vez se entendi: doenças genéticas não costumam ter cura, mas é claro que podem ser retardadas e tratadas desde o início. Então, não é hora de mobilizar também o Ministério da Saúde: não adianta muito criar capacitação para a conquista de empregos (não esqueçam, por favor, de criar também os empregos) se o cidadão negro estiver doente e, portanto, não puder trabalhar.
Nada contra a criação de planos para, enfim, olhar para os negros com mais atenção, mas não será dando um “pirulito” e criando cotas que os problemas serão resolvidos agora e no futuro. Daqui a pouco vão querer criar cotas para os negros até nas escolas de samba.

Olha o barraco!!!!!!!

por Omelete
Vida de repórter não é facil. Ainda em consequência do apagão, jornalistas da Globo e da Record disputaram quase a tapa uma entrevista com o secretário de Minas e Energia Marcio Zimmerman. O vídeo está no You Tube. Uma perguntinha? Não teria sido mais fácil e mais civilizado a assessoria do ministério ter organizado uma entrevista coletiva? Clique no link Barraco na TV

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Durante o apagão, dois meios (rádio e twitter) foram a mensagem

por Gonça

Ontem, durante o apagão, o twitter bombou. Eram milhares de mensagens sobre o assunto. Mas outro meio também brilhou no escuro: sem acesso à TV, muita gente ligou o radinho de pilha para tentar entender o que estava acontecendo. As rádios Band News e CBN acionaram seus correspondentes em outras capitais e, ao mesmo tempo,  usaram seus próprios twitters para relatar as consequências da queda geral de energia em 800 cidades. Twiteiros de todo o país contavam o que estava acontecendo nas suas cidades e os âncoras das rádios liam os relatos. Rádio e twitter: uma inesperada e ativa dobradinha.   

Longe da "marolinha", a Mesbla volta on line


por Eli Halfoun
Mesmo que se leia diária e atentamente as reportagens sobre a nossa economia é difícil, muito difícil, entender o assunto até porque os artigos econômicos nunca nos permitem absorver nada não só porque não explicam direito mas também porque ainda utilizam um “economês” que necessita de uma boa tradução. O que mais se lê é que a nossa economia superou a tal “marolinha”, que as coisas ainda estão pretas, existe grande inadimplência e que o comércio está falindo. No meio desse turbilhão chega notícia de que a velha Mesbla, uma das mais famosas redes varejista do país, que faliu em 1990, voltará em abril do ano que vem. Inicialmente seu foco serão os artigos femininos vendidos em circuito fechado a apenas 75 mil consumidores para testar o sistema e-commerce no Brasil. A ainda não anunciada oficialmente mas já acertada volta da Mesbla está sendo movimentada pelo Mercantil Brasileiro a partir de um contrato assinado com Ricardo Mansur, dono da marca. Somente depois de testar a venda para convidados é que a Mesbla se instalará em novas lojas. Espera-se que nessa nova empreitada pelo menos o relógio da Mesbla, antes instalado no prédio onde funciona hoje uma Lojas Americanas, na Lapa, Rio, não perca o rumo. Nem a hora. (Na foto, o prédio da extinta Mesbla, com o famoso relógio)

A saideira que não sai

por Eli Halfoun
Todo cuidado é pouco: dezembro está na bica e com ele os tradicionais (alguns chatíssimos) encontros de confraternização, sempre uma bela desculpa para encher o pote. Aí é que mora o perigo: sempre se perde a noção da quantidade de álcool consumido e por conta disso, o que era uma festa pode terminar em desastre muitas vezes fatal. Nada contra quem bebe (já fui muito bom de copo), mas tudo a favor de quem sabe beber e beber é uma arte que precisa ser saboreada e não uma maneira descontrolada e nada prazerosa de ficar de porre.De vez em quando o porre é inevitável. É sempre ruim: tira o prazer, principalmente no dia seguinte, do que deveria ser um delicioso esporte de levantar o copo.
Depois de cada confraternização haverá vai ter muita gente reclamando ainda mais da Lei Seca, que só existe porque não aprendemos a nos impor limites (é muito chato beber com limites) na hora de tomar mais uma, outra e mais outra até a saideira que não termina nunca. Agora a vigilância da Lei Seca ficará necessariamente maior e não se pode negar que mesmo cometendo exageros (o tal do bafômetro é um vexame) tem sido muito eficiente. Desde que começou, a Lei Seca permitiu que 394 pessoas escapassem da morte, de ferimentos ou de colisões, índice que representa, segundo dados oficiais, uma queda de 26,7% no número de acidentados em relação a outubro de 2008.. Estudo realizado com base nos dados do Grupamento de Socorro de Emergência do Corpo pode Bombeiros revela ainda que foram contabilizadas 1.082 vítima vítimas de acidentes em outubro contra 1.476 do mesmo mês em 2008. A Lei Seca salvou, segundo cálculos oficiais, 2.800 pessoas até o último mês de outubro em relação ao mesmo período do ano passado.

Nos oito meses da operação Lei Seca foram abordados 102.099 motoristas e mais de 96 mil foram submetidos ao teste de bafômetro. Com esse trabalho de fiscalização foram aplicadas 20.200 multas e 3.700 veículos foram rebocados, além do recolhimento de 8.195 carteiras de habilitação e mais a aplicação de 1.562 sanções administrativas e 517 criminais. Motoristas beberrões ( vale sempre lembrar que “se dirigir não beba”) tentam escapar das blitze e utilizam a internet, especialmente o twitter, para ser informar sobre os locais em que a fiscalização está atuando, o que, convenhamos, é tentar submeter-se a um risco desnecessário já que, queiramos ou não, uma blitz desse tipo pode salvar a vida do motorista (e caronas) de quem, exagerou no chopinho amigo. É preciso também levar em conta que muita gente quer fugir de uma blitz porque sabe que ela pode ser falsa (como muitas ultimamente) para facilitar assaltos. A verdade é que bêbados ou sóbrios, estamos vivendo (nesse período de esta muito mais) na cidade do “mãos ao alto”.

Chatas de galocha


por Eli Halfoun
Está ficando chata essa brincadeira de pique-esconde que Madonna anda fazendo com seus fãs desde que desembarcou no Brasil. Isso sempre acontece porque artistas estrangeiros acham que fazem um grande favor de vir ao Brasil e também porque os fãs (brasileiros ou não) lhes dão muita confiança. Eu era um jovem repórter (e não vai aí nenhum saudosismo) quando fui escalado pelo jornal (uma perfeita escola) Ultima Hora, para acompanhar os passos da visita de Brigitte Bardot (na época ela era mesmo uma gracinha, como diria Hebe Camargo) e se escondia da imprensa e dos fãs, o que lhe rendeu a primeira página dos jornais durante pelo menos uma semana (artistas reclamam da mídia e dos fãs, mas sempre precisam dos dois. Cansada da brincadeira, que repetiu até na época desconhecida Búzios) Brigitte Bardot parou de esconder-se, ou seja, apareceu na janela, se deixou fotografar virou figurinha fácil. Tão fácil que acabou ficando desinteressante para a mídia que a transformou em uma quase notinha de rodapé. Lembro que ficou tão fácil dar de cara com a deliciosa BB em restaurantes e boates que não se olhava para ela com entusiasmada admiração e prazer. Pelo contrário: quando alguém anunciava que Brigitte Bardot estava chegando os assíduos frequentadores de badalados pontos de encontro noturnos (como a antiga Fiorentina, no Leme, Rio) ficavam incomodados a ponto de alguém alertar: “Vamos embora porque lá vem aquela chata”. Madonna também acabará cansando da brincadeira e ficará desinteressante até para as fãs que, como comentou uma, acham que “ela não quer aparecer para não mostrar a verdade das rugas de sua idade”. E como Brigitte Bardot, Madonna também ficará uma chata. Pior: uma chata que ainda por cima canta. (Na reprodução, BB na capa da Manchete)

A Amazônia é nossa. Ainda


por Eli Halfoun
O Brasil orgulha-se da ainda nossa Amazônia e, embora a Amazônia Legal concentre dez estados, não é neles que a União mais gasta com seu pessoal (os que trabalham, a minoria, e os que não trabalham, a maioria – e bota maioria nisso). Os maiores gastos (77%) da União com pessoal acontecem em Brasília com 60%, seguida do Rio com 17,5%. Apenas 3,98% são “aplicados” em pessoal da Amazônia. Alguns dados importantes: a Amazônia é a região compreendida pela bacia do Rio Amazonas (a mais extensa do mundo), formada por 25 mil km de rios navegáveis em cerca de 6.9 % de km quadrados, dos quais 3,8 milhões de km estão no Brasil. A chamada Amazônia Legal abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, parte do Maranhão e cinco municípios de Goiás. Representa 59% do território brasileiro, distribuído por 775 municípios, onde viviam, segundo o censo de 2002, 20,3% milhões de pessoas (12,32% da população nacional). No tamanho a Amazônia é nossa. Resta saber até quando. Ou seja: o Brasil não pode bobear. Os estrangeiros estão com os olhos cada vez mais compridos. E gulosos.


Tiraram o plug da tomada (a turbina é paraguaia?). E quem vai indenizar o baby boom?


por Gonça
Até agora não se sabe a causa do apagão de ontem. Se foi um raio que o parta, se a água de Itiapu saiu pelo ralo, se um técnico tomou uma e outras e tirou o plug da tomada, se a turbina é paraguaia... Nos próximos dias, os especialistas e não-especialistas ouvidos por jornais e Tvs vão encher o saco com cacetadas de explicações. Já começaram. No último apagão, falaram que o pais precisava interligar o sistema para evitar problemas desse tipo. Hoje, diz a Folha, que a interligação das redes é boa, por um lado - uma região pode suprir a outra de energia, se necessário - mas, por outro lado, pode levar um curto localizado ao resto do pais. Vai rolar também uma exploração política do episódio: se a culpa é do governo ou das linhas de transmissão privatizadas. Ou das distribuidoras que não meteram a mão no bolso para construir linhas alternativas. A Folha diz que isso é inadiável mas custa caro e o consumidor deve escolher se quer segurança, com tarifa mais cara, ou risco de apagões. Pra começar, a tarifa que as distribuidoras cobram não é baratinha. ao contrário, descobriu-se agora que por conta dos contratos de concessão embolsam há anos, ilegalmente, bilhões dos consumidores. Bom, aqui em casa, ontem, foi noite de roça. Luz de velas, lanterna, pipoca, radinho de pilha ligado no final do jogo do Vasco, silêncio no alto-falante da comunidade aqui ao lado, hora de tentar checar pelo celular (depois de algumas tentativas, funcionou) se os filhos estão bem, de volta da faculdade e do trabalho. Hoje, o Procon avisa que quem teve prejuízo com aparelhos elétricos ou eletrônicos deve pedir indenização à concessionária da região. Isso, se sua geladeira, ou TV ou computador foram danificados. Mas quem vai indenizar, daqui a nove meses, o baby boom que vem por aí????. Veja a imagem, ou anti-imagem, de Ipanema vista da nossa janela, por celular, ontem.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

As Farc em debate

O jornalista e escritor Fernando Molica, que foi repórter da Manchete, e é autor, entre outros, do livro Ponto de Partida, participa de debate sobre as Farc, na Livraria Da Conde, no Leblon, com o autor colombiano Ecchomo Cetina, que lança no Brasil o livro O Tesouro - uma história de roubo nas Farc (Editora Record). No dia 12 de novembro, às
20h.

Pílulas sobre o futuro dos jornalistas

por JJcomunic

Leia o que diz o repórter Joshua Benton, do New Journalism Lab, de Harvard, que participou recentemente de um seminário internacional de jornalismo on line, o MediaOn, em São Paulo, realizado pelo portal Terra:

- "Os jornalistas terão de perder a sua arrogância e agir com seres humanos."

- "A busca da qualidade no jornalismo on-line é crescente e com o passar do tempo deve chegar no mesmo padrão dos jornais que temos hoje."

- "O que se fala sobre o Twitter é o mesmo que se dizia dos jornais, que colocavam sempre manchetes curtas, que não contemplavam a matéria como um todo, mas que eram suficientes para chamar a atenção para uma notícia. Não é o único, mas é um caminho que não tem volta".

- "Muitos jornais imaginavam que os tablets (como o Kindle) seriam a salvação. Que o usuário iria disponibilizar US$ 400 para comprar o aparelho e que depois ainda iria investir em uma assinatura para comprar o conteúdo. Não vai ser assim. Com relação aos livros, eles duram um pouco mais do que a notícia, que é imediata."

- "Enquanto que do ponto de vista do jornalista há informação demais, do lado do leitor poderia haver mais coisas. O leitor busca informações e notícias por outros canais que não os tradicionais. É um movimento alavancado pela internet"

- "O papel do jornalista, nessa conjuntura, é atuar mais como filtro das informações online, levando o leitor para outros sites relevantes e direcionando-o para que se aprofunde no conteúdo de seu interesse. Até hoje os jornais têm filtrado conteúdo que poderia ser interessante e dado prioridade apenas a um tipo de informação"

- "Façam o que fazem de melhor, e 'linkem' o resto".

- Benton diz que uma das causas da crise da mídia imprensa, nos Estados Unidos, é a grande extensão territorial do país: "O que dificulta a existência de um grande jornal de tiragem e abrangência nacional. Do outra lado, há um alto número de pessoas conectadas à rede. Além disso, não há como negar os baixíssimos custos da internet quando comparados aos dos meios em papel: um anúncio de ¼ de página, por quatro domingos seguidos, custa em torno de US$ 157 mil dólares, enquanto a mesma propaganda na web sai por US$ 7.500 dólares por todo um mês.

- "Se quer permanecer jornalista, viva on-line o quanto puder. Esse é o conselho mais valioso que posso dar. Faça um blog sobre aquilo por que você se interessa, dissemine isso no Twitter. Aprenda a trabalhar com multimídia, aprenda a usar Flash, programação. O número de pessoas que fazem isso hoje é pequeno. Se você conseguir isso, estará um passo à frente..."

Não faça o que eu faço

por Eli Halfoun
Ainda bem que a Uniban, hoje conhecida também como UniTaleban, mudou de idéia e cancelou a absurda expulsão da aluna Geysi Arruda. Se continuasse usando a roupa como desculpa para uma atitude descabida, a Uniban teria que mandar também o dono da faculdade ir desfilar em outra freguesia. O jornalista paulista Giba Um lembra que Heitor Pinto e Silva Filho, o dono, sempre foi, digamos, extravagante em matéria de roupas e estética: Heitor usa os cabelos pintados em cores alternadas e há dois anos, quando se casou com Eloísa Zits, de 35 anos ( é ela quem toma conta do teatro da faculdade que agora virou um palco total,) Heitor, 61 anos, usou uma espécie de casaca branca (estilo redingote feminino) até os joelhos e sapatos (feitos especialmente para ele) de prepúcio de baleia branca ( a baleia deve ter ficado vermelha de dor). É bom lembrar também que Heitor Pinto e Silva Filho, era candidato a vice-prefeito de São Paulo, em 2002, na chapa de Paulo Maluf quando o candidato mor cunhou - teria sido com a ajuda de seu staff, incluindo Heitor? - a frase “estupra, mas não mata”. Como no episódio da jovem aluna Geysi os 700 selvagens do total de 30 mil alunos que a faculdade tem hoje gritavam “Vamos estuprar, vamos estuprar” é de se acreditar que o dono da faculdade fez escola. E a das piores.

Novas emoções para o artista que se fez rei



por Eli Halfoun
Falando sério: os detalhes da carreira de Roberto Carlos nunca foram apenas de emoções e aplausos. Se hoje ele é sem dúvida o mais popular (e querido) artista do Brasil houve um tempo em que era praticamente renegado por um público que se considera mais exigente, mas nem sempre essa exigência significa exatamente qualidade. No tempo da Jovem Guarda, Roberto era, sim, um artista popular entre os jovens de classe média, mas pouco ou nada reconhecido pela crítica e pela turma que se acha intelectual. Mesmo assim Roberto continuou apostando nas simples melodias de suas canções e no romantismo de suas letras que para muitos eram o cúmulo da breguice. Cantando e compondo, Roberto continuou dizendo de forma simples e, portanto, popular o que todos gostariam (e gostam: o romantismo não tem fim e muito menos prazo de validade) de dizer. Chegou aos 50 anos de carreira aplaudido e até adorado por qualquer tipo ou faixa de público. Agora RC, que se fez Rei da Canção, encerrará os festejos de seu cinqüentenário musical com a maior turnê internacional de uma vida artística de hoje respeitado sucesso e reconhecimento: serão três meses viajando ( no primeiro trimestre de 2010) pelo mundo com apresentações em dez países, entre os quais Canadá, Colômbia, México e Peru. A turnê se encerra em abril com um grande show no Radio City Music Hall em Nova Iorque. Serão tantas e novas emoções que a caminho dos 60 anos de carreira Roberto Carlos, mais do que qualquer outro artista brasileiro, poderá dizer com a sabedoria musical de sempre, que “importante é que emoções eu vivi”. E como

Daiane dos Santos: o patrocinador sumiu...

por Gonça
Ontem, a ginastas Daiane dos Santos deu um entrevista coletiva para tentar explicar o episódio em que foi flagrada em doping, por usar substâncias proibidas. Daiana não estava competindo, não fazia parte da atual seleção brasileira e se submeteu a uma recente cirurgia. Alegou que não sabia que a tal substância estava na lista de proibições e que, por não estar competindo, não imaginou que pudesse ser testada. De fato,  é incomum atletas afastados entrarem em listas de exames anti-doping. Provavelmente, os atuais dirigentes da Ginástica, terão dificuldades em dar exemplos semelhantes. Mas isso aí é outra história. Durante a entrevista, estava por trás da imagem da Daiana o usual painel de patrocinadores da atleta, que a apoiaram nos momentos de vitória e tiveram a justa e lucratriva exposição na mídia. Só que dessa vez, em uma hora complicada, o painel estava virado ao contrário e as marcas escondidas. As empresas pulam fora ao menor sinal de "desgaste" da imagem do atleta. Isso aconteceu até com o Ronaldo Fenômeno. Empresas também não investem na formação de atletas. Compram o produto pronto ou quase pronto. Se o governo não investir fortemente na preparação de massa em clubes, escolas, universidades e outras instituições públicas, os projetos olímpicos nunca deixarão de ser projetos.
Por essas e por outras, e por tabela, devo dizer que não tenho muito entusiasmo por coisas como futebol-empresa. São projetos e programas instáveis e precários. Vejam no vôlei: há um forte apoio de empresas em troca do sucesso e das audiências da modalidade no Brasil. Mesmo assim, a cada fim de ano, clubes são fechados e abertos em função do planejamento dos patrocinadores. Todo ano é a mesma coisa, os atletas saem pedindo emprego por aí, ajuda a prefeituras etc. Curiosamente, o vôlei é sucesso mas não desenvolveu uma cultura de torcida de massa, como a dos clubes de futebol. Rexona, Ades, Bradesco etc são os nomes dos times que levam às quadras torcidas oficiais uniformizadas, com animadores remunerados. Diria que os times de vôlei, com exceção das seleções brasileiras que atraem às quadras torcedores autênticos, têm admiradores, milhões, que torcem mais pelos atletas do que pelas siglas, até porque essas mudam a toda momento. As tentativas de formação de times fortes com patrocinadores associados a clubes como Vasco, Flamengo, Botafogo, são esporádicas e, quase todas, também fracassaram.
Já o futebol-empresa, esse não deslanchou no Brasil. Quem tentou, fracassou. Mesmo a alternativa de não transformar o clube em empresa formal mas incluir o patrocinador na diretoria de futebol tem sido um desastre. O Fluminense que o diga. Temos uma cultura secular de times vinculados a clubes amadores. Você, vascaíno, já se imaginou torcendo pelo Eletrobrás-Vasco? Um flamenguista levando bandeiras do Lubrax-Flamengo, um tricolor empunhando a faixa Unimed-Fluminense?  Tal qual no vôlei, patrocinadores de futebol fazem o balanço ao fim do contrato e tiram o time de campo, às vezes, literalmente, levando os jogadores dos quais detêm o passe e deixando o clube na pior. Isso aconteceu, por exemplo, com o Palmeiras quando a Parmalat foi embora. No caso do Corinthians e do Vasco, os respectivos elos com a polêmica empresa MSI e com o Bank of America foram parar até nos tribunais. Bem faz o São Paulo ao mostrar que um clube pode ser bem administrado, profissionalmente bem administrado, sem negar suas características e sem trasformar torcedor em consumidor.  

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Internet e políticos: mera coincidência?

por Eli Halfoun
O craque Gonça fez recentemente um perfeito post sobre a situação atual da imprensa, a nossa, é claro e informou que nenhum de nossos jornais abriu espaço para fazer chegar ao público e aos profissionais de comunicação os temas discutidos em também recente seminário, na UFRJ, Rio. É (e foi) sempre assim: qualquer assunto que possa alimentar de informação e conhecimento os profissionais de imprensa, os jornais preferem ignorar, como se manter informados os seus profissionais não fosse vantagem maior para os próprios veículos, o que faz acreditar que está mais do que na hora dos profissionais de imprensa produzirem seu próprio veículo (um tablóide ou um simples boletim).
Como o Brasil continua com a pobre mania de achar que tudo o que vem de fora e melhor abriu generoso espaço (no Jornal do Brasil) para o jornalista francês Jean Pierre Lengellier, correspondente do jornal Le Monde no Brasil. Jean Pierre não poupou elogios para a imprensa brasileira (da qual de certa forma agora ele também faz parte hoje) e deitou falação. Ele com a palavra: “Vejo a imprensa brasileira com bons olhos. Claro que ela tem características peculiares: não está muito à esquerda, é centrista de modo geral. Mas tem muitos pontos fortes. A parte econômica, por exemplo, é impressionante. É muito forte. Há mais espaço aqui do que no Le Monde e nos jornais ingleses, com exceção do Financial Times. E a cobertura cultural não é ruim. Eu acompanho tudo que se faz na imprensa cotidiana generalista, que considero como sendo de bom nível”.
Ao contrário de muitos jornalistas o francês Jean Pierre não está assustado com a cada vez maior força da internet e diz: ”A internet não tem a mesma legitimidade do que o papel: mesmo quando a informação veiculada é verdadeira, não temos como saber se ela é de fato verdadeira”.
Em outras palavras: a internet é igual a político. Não dá para acreditar.

Irritando a rapaziada

por Jjcomunic
Fernanda Young pelada na Playboy? Só pode ser, literalmente, sacanagem. Tirar a roupa de uma "intelectual" equivale a botar a Mulher Melancia pra fazer um curso de física quântica aplicada à desconstrução da hegemonia do ego sobre o superego. Por coincidência ou marketing oportuno, a escritora está lançando, neste 14 de novembro, um romance inttitulado O Pau. Não li, mas desconfio que não vai subir.

Parem de nos roubar

por Eli Halfoun
Aparentemente as coisas estão melhorando, mas a verdade é que houve um crescimento no nível de inadimplência (palavra que, convenhamos, de certa forma significa calote) em financeiras: passou de 17,7% para 118,8% o número de inadimplentes na faixa salarial acima de R$ 3.840, o que significa que quem ganha mais é quem paga menos. O pobre vive (?) de salário mínimo paga direitinho suas pequenas prestações porque o crédito é o único patrimônio que ainda lhe permite adquirir produtos com baixas, como ele acredita prestações que o fazem pagar mais, muito mais do que o dobro por um eletrodoméstico, um guarda-roupa ou cama (sem colchão) de qualidade duvidosa. Sejamos justos: ninguém (ou, melhor, quase ninguém) que dar calote e só o faz por absoluta imposição do mercado.A inadimplência verificada junto as financeiras é, não tenho dúvidas, resultado dos extorsivos juros cobrados em todo tipo de empréstimo: o credor, paga, paga, paga e sempre deve mais. Um dia (esse dia sempre chega) percebe que já pagou bem mais do que pediu emprestado e decide parar de ser explorado e, enfim, escapar da armadilha dos juros sobre juros fugir dos juros, que são uma outra modalidade de assalto. De violência.
O endividamento geral do carioca aumento de 41,3% para 51%, segundo pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ. A pesquisa verificou também que o carioca está pagando dívidas com mais dívidas, ou seja, para, por exemplo, pagar a um banco ou financeira faz um novo empréstimo e acaba preso em uma bola de neve que nunca para de crescer. A maior oferta de crediários em suaves (suaves nada) prestações e as facilidades para conquistar crédito e, portanto, empréstimo é, evidentemente, uma das causas da inadimplência. Foi com ofertas de crédito fácil e vantajoso (só para quem os concedia) foi o que permitiu o varejo a manter a economia no decorrer da turbulência financeira pela venda a prazo. Quem recorre a um ou mais empréstimos-créditos conta, é claro, com o salário para honrá-los, mas no dia seguinte perde o emprego, o que é comum ultimamente, e fica impossibilitado de pagar, mas a verdade é que embora as sempre complicadas pesquisas econômicas, não comprovem isso a inadimplência junto às financeiras é uma espécie de grito: “Parem de me roubar. Já pagamos demais”

Vestindo a hipocrisia

por Eli Halfoun
Definitivamente não é a roupa que determina o caráter, o comportamento e a capacidade de qualquer pessoa – ainda mais em uma época em que cada um faz sua própria moda já que os estilistas ( o comércio) não conseguem mais impor o uso daquilo mostrado nas passarelas e o que só serve mesmo para estar ali, na passarela, que é apenas o palco de um show. Assim, além de absurdo, é muito esquisito esse episódio (está recebendo tanta atenção que até parece que não há com que se preocupar). É lamentável o comportamento de toda uma Faculdade (a Bandeirante, de São Bernardo, São Paulo) em torno de um simples vestido vermelho e muito menos sensual do está se querendo fazer crer. A roupa não significa nada e nem determina coisa nenhuma: houve época em que as chamadas roupas de oncinha, eram vistas como uma espécie de “uniforme de prostituta” e depois frequentaram os salões mais chiques no corpo de mulheres consideradas o máximo em elegância. Com o agora tão polêmico vestido que usava a estudante Geisy Vila Nova Arruda, estava exibindo sua exuberância, mas não oferecia a ninguém sua abundância. Os jovens alunos, esses sim, é que parecem exageradamente interessados no abundante corpo da moça. Apesar de toda a liberdade sexual que o novo tempo permite essa a garotada que pode transar livremente (de camisinha, é claro) com a namorada ou “ficar” depois de um casual encontro em uma boate, restaurante, lanchonete, shopping e até na rua, os jovens ainda são os que mais procuram garotas de programa geralmente bem e “comportadamente” vestidas, oferecidas às pencas também via internet. A impressão é de que os alunos é que estão que vendo "prostitutas" dentro de qualquer tipo de roupa. Muitas prostitutas ( também jovens , repito, elegantemente vestidas) confirmam que os jovens são a sua clientela maior e talvez por isso eles estejam vendo e querendo coisas demais. Nada contra desejar uma mulher, desde que esse desejo, não se transforme em atitude e fantasia absurda e extremamente agressiva. Houve época em que uniformes escolares eram exigidos apenas para alunos do primário. Pelo visto agora o uniforme será obrigatório também nas faculdades, cerceando assim mais uma liberdade de expressão através da maneira de se vestir.
Expulsaram a estudante para supostamente dar um exemplo e preservar a imagem (mas que imagem?) da Faculdade em questão e de seus alunos. Se for adotado o caminho de julgar alguém pela roupa a Faculdade Bandeirante, assim como muitas outras, acaba tendo de expulsar vários de seus alunos. Mais do que as matérias pautadas as faculdades devem ensinar outras coisas e uma dela e uma delas é a de não ser hipócrita em uma sociedade que faz diariamente (infelizmente) da hipocrisia uma verdadeira “arma”.
P.S. Diante das pressões e da repercussão até internacional do caso, a Uniban revogou a expulsão da aluna.

Quem é menor? A saia ou a Uniban?

por Omelete
Segundo o MEC, a Uniban é uma das piores universidades do país. A minissaia da estudante expulsa - e agora readmitida - tem mais conteúdo do que essa instituição que pertence a um político, pra variar, que foi candidato a vice do Maluf em recente eleição. Precisa dizer mais?