Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Memória do paniscumovum: há um ano, nesta data, era lançado o livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou - editora Desiderata
Deu no Globo: Caetano chama Woody Allen de "careta" e provoca polêmica. Roberto Muggiati responde
Matéria de Arnaldo Bloch e Rodrigo Fonseca no Segundo Caderno de hoje joga lenha na fogueira das polêmicas opiniões de Cateno Veloso sobre Woody Allen. Segundo o baiano, o diretor é "um cineasta pequeno", "chegado a uma decoração creme por trás de roupa bege"(!!!), "muito hetero" (será esta a nova definição de machista?). O Globo ouviu, entre outros, Roberto Muggiati (tema de post logo abaixo sobre o curso 100 Anos de Jazz). "Woody pequeno? Sim, é baixinho, como muita gente boa. Careta? Não pode haver coisa mais careta do que esta polêmica arretada. Allen não perderia tempo com uma besteira destas: deve estar muito ocupado fazendo um novo filme ou tocando jazz em sua clarineta", diz Muggiati.
A propósito, para quem prefere tirar a dúvida na tela, o CCBB abre hoje, no Rio, mostra dos filmes de Woody Allen com a estréia do inédito "Tudo pode dar certo" ("Whatever works").
A propósito, para quem prefere tirar a dúvida na tela, o CCBB abre hoje, no Rio, mostra dos filmes de Woody Allen com a estréia do inédito "Tudo pode dar certo" ("Whatever works").
As novas cores do turismo
Por Eli Halfoun
Demorou, mas finalmente o Rio está abrindo os olhos para a importância do turismo gay, que já é uma realidade em vários países. Na recente parada gay (a 14ª) que coloriu a praia de Copacabana com as cores do arco-íris o prefeito Eduardo Paes anunciou a criação de uma coordenadoria de governo só para tratar das causas homossexuais a fim de garantir direitos e combater preconceitos e violência. “O Rio – diz o prefeito – é uma cidade aberta à diversidade. Economicamente o turismo gay é muito importante”. Torcendo o nariz os mais preconceituosos certamente dirão que a Prefeitura tem mais o que fazer. Tem sim, e por isso mesmo não pode se dar ao luxo de abrir mão da arrecadação que o turismo gay pode proporcionar a essa cidade maravilhosa que como diz o empresário Gilles Lascar (dono da boate gay Le Boy) “tem um clima perfeito, uma noite superinteressante, homens bonitos.” Incentivar o turismo GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) também é uma das preocupações da Associação Brasileira de Turismo. Não é para menos já que como diz o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc “as duas causas que mais avançam no mundo são a ambiental e a dos direitos civis e nós não seremos um planeta saudável com poluição e com preconceito”.
O Brasil da próxima Copa do Mundo e da Olimpíada não pode abrir mão de seu potencial turístico para atrair o público gay que mete a mão no bolso para gastar – e gastar bem. Não é obrigatório simpatizar, mas é obrigatório não desprezar as pessoas por sua opção sexual e afetiva. Economicamente o mercado não pode mais dispensar esse grande público consumidor, que se hoje é mais aceito e compreendido, em um passado não muito distante era obrigado a viver em guetos e marginalizado. Historicamente o Rio é uma cidade gay e o grande ponto de encontro era o antigo Largo do Rocio, hoje Praça da República. Nos anos 50 criou-se a bolsa de Copacabana em frente ao Copacabana Palace. Por conta das absurdas perseguições os grupos gays eram itinerantes: nos anos 60 e 70 fizeram da galeria Alaska, em Copacabana, seu ponto de encontro e foram caminhando até criar a bolsa de Ipanema (também conhecida como penteadeira) em volta da Rua Farme de Amoedo. Ainda vistos e recebidos com preconceito os gays conquistam cada vez mais espaço e são em todos os segmentos profissionais de grande talento e um público que não se pode simplesmente desconhecer desprezar. Principalmente quando se fala em turismo.
P.S – O Globo de hoje noticia que o Rio foi eleito o Melhor Destino Gay em eleição promovida pelo Logo, um canal da MTV destinado ao público homossexual.
Demorou, mas finalmente o Rio está abrindo os olhos para a importância do turismo gay, que já é uma realidade em vários países. Na recente parada gay (a 14ª) que coloriu a praia de Copacabana com as cores do arco-íris o prefeito Eduardo Paes anunciou a criação de uma coordenadoria de governo só para tratar das causas homossexuais a fim de garantir direitos e combater preconceitos e violência. “O Rio – diz o prefeito – é uma cidade aberta à diversidade. Economicamente o turismo gay é muito importante”. Torcendo o nariz os mais preconceituosos certamente dirão que a Prefeitura tem mais o que fazer. Tem sim, e por isso mesmo não pode se dar ao luxo de abrir mão da arrecadação que o turismo gay pode proporcionar a essa cidade maravilhosa que como diz o empresário Gilles Lascar (dono da boate gay Le Boy) “tem um clima perfeito, uma noite superinteressante, homens bonitos.” Incentivar o turismo GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) também é uma das preocupações da Associação Brasileira de Turismo. Não é para menos já que como diz o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc “as duas causas que mais avançam no mundo são a ambiental e a dos direitos civis e nós não seremos um planeta saudável com poluição e com preconceito”.
O Brasil da próxima Copa do Mundo e da Olimpíada não pode abrir mão de seu potencial turístico para atrair o público gay que mete a mão no bolso para gastar – e gastar bem. Não é obrigatório simpatizar, mas é obrigatório não desprezar as pessoas por sua opção sexual e afetiva. Economicamente o mercado não pode mais dispensar esse grande público consumidor, que se hoje é mais aceito e compreendido, em um passado não muito distante era obrigado a viver em guetos e marginalizado. Historicamente o Rio é uma cidade gay e o grande ponto de encontro era o antigo Largo do Rocio, hoje Praça da República. Nos anos 50 criou-se a bolsa de Copacabana em frente ao Copacabana Palace. Por conta das absurdas perseguições os grupos gays eram itinerantes: nos anos 60 e 70 fizeram da galeria Alaska, em Copacabana, seu ponto de encontro e foram caminhando até criar a bolsa de Ipanema (também conhecida como penteadeira) em volta da Rua Farme de Amoedo. Ainda vistos e recebidos com preconceito os gays conquistam cada vez mais espaço e são em todos os segmentos profissionais de grande talento e um público que não se pode simplesmente desconhecer desprezar. Principalmente quando se fala em turismo.
P.S – O Globo de hoje noticia que o Rio foi eleito o Melhor Destino Gay em eleição promovida pelo Logo, um canal da MTV destinado ao público homossexual.
Curso sobre 100 anos de Jazz, por Roberto Muggiati
Início: dia 9 de novembro Inscrições pelo tel. (21) 2286-3299 ou pelo site
http://www.polodepensamento.com.br/
O objetivo do curso é apresentar o nascimento do jazz, o panorama de seus estilos, sua evolução e sua ligação com a cultura do século 20, mostrando a influência que vem exercendo sobre artistas e intelectuais ao longo dos seus 100 anos de história.
- 4 aulas às segundas-feiras, das 19h30 às 21h30
9 de novembro
O que é jazz? Blue note: a célula-mater. A matéria-prima do jazz: standards, blues etc. (Ilustração musical do cd What‘s Jazz - uma aula magistral do maestro Leonard Bernstein).
16 de novembro
A história do jazz: como e onde surgiu. Componentes sociais e geopolíticos que deram início ao gênero musical. As primeiras manifestações do jazz e suas características.
23 de novembro
Um panorama de estilos: o jazz tradicional e suas primeiras gravações. As Big Bands; a revolução do bebop; os anos 1950/ 1960/ 1970; a Bossa Nova; a ascensão da fusion; a volta de Miles Davis; as novas divas e os novos Sinatras.
30 de novembro
O erudito descobre o jazz: Ernest Ansermet e Sidney Bechet. O jungle sound de Duke Ellington e a arte africana. Jazz e dança: do Cotton Club a Hollywood. Anos 1960: a Igreja de St. John Coltrane. A imagem do jazz no século 21.
Roberto Muggiati é jornalista e escritor. Autor dos livros O que é jazz, Blues: da lama à fama e Improvisando Soluções: O Jazz como exemplo para alcançar o sucesso, entre outros. Trabalhou na BBC em Londres, período em que viu e ouviu de perto gigantes como Duke Ellington, Thelonious Monk, Miles Davis, Chet Baker, Bud Powell, Bill Evans, Gerry Mulligan e Dexter Gordon.
POP-Pólo de Pensamento Contemporâneo
Rua Conde Afonso Celso, 103 - Jardim Botânico - CEP 22461-060
Tel. (21) 2286-3299 e 2286-3682
O POP - Polo de Pensamento Contemporâneo é um espaço de estudos, discussão e convívio, onde se realizam cursos, oficinas, palestras e eventos culturais.
http://www.polodepensamento.com.br/
O objetivo do curso é apresentar o nascimento do jazz, o panorama de seus estilos, sua evolução e sua ligação com a cultura do século 20, mostrando a influência que vem exercendo sobre artistas e intelectuais ao longo dos seus 100 anos de história.
- 4 aulas às segundas-feiras, das 19h30 às 21h30
9 de novembro
O que é jazz? Blue note: a célula-mater. A matéria-prima do jazz: standards, blues etc. (Ilustração musical do cd What‘s Jazz - uma aula magistral do maestro Leonard Bernstein).
16 de novembro
A história do jazz: como e onde surgiu. Componentes sociais e geopolíticos que deram início ao gênero musical. As primeiras manifestações do jazz e suas características.
23 de novembro
Um panorama de estilos: o jazz tradicional e suas primeiras gravações. As Big Bands; a revolução do bebop; os anos 1950/ 1960/ 1970; a Bossa Nova; a ascensão da fusion; a volta de Miles Davis; as novas divas e os novos Sinatras.
30 de novembro
O erudito descobre o jazz: Ernest Ansermet e Sidney Bechet. O jungle sound de Duke Ellington e a arte africana. Jazz e dança: do Cotton Club a Hollywood. Anos 1960: a Igreja de St. John Coltrane. A imagem do jazz no século 21.
Roberto Muggiati é jornalista e escritor. Autor dos livros O que é jazz, Blues: da lama à fama e Improvisando Soluções: O Jazz como exemplo para alcançar o sucesso, entre outros. Trabalhou na BBC em Londres, período em que viu e ouviu de perto gigantes como Duke Ellington, Thelonious Monk, Miles Davis, Chet Baker, Bud Powell, Bill Evans, Gerry Mulligan e Dexter Gordon.
POP-Pólo de Pensamento Contemporâneo
Rua Conde Afonso Celso, 103 - Jardim Botânico - CEP 22461-060
Tel. (21) 2286-3299 e 2286-3682
O POP - Polo de Pensamento Contemporâneo é um espaço de estudos, discussão e convívio, onde se realizam cursos, oficinas, palestras e eventos culturais.
Televisão é uma piada
por Eli Halfoun Assistir televisão não é a melhor opção para uma tarde de domingo, mas é sem dúvida a mais procurada por um grande público que por falta de condições financeiras não tem como sair de casa. As opções de programação oferecidas pela televisão não são das melhores. Ainda assim não se pode negar que O Domingão do Faustão cumpre direitinho o objetivo de ser não mais do que apenas um passatempo dominical. O programa até tem aberto oportunidades para jovens talentos musicais geralmente condenados a tocar (ou fazer barulho) em uma garagem que é, aliás, o título do quadro. Outra proposta de Fausto Silva é a de revelar o novo humor do Brasil (o velho é sem dúvida o de Brasília) através do quadro “Quem chega lá”. Só pode ser humor a maneira de apresentar os candidatos: Faustão solta a voz e apresenta o concorrente do novo humor do Brasil dizendo que fulano tem muitos anos de carreira e se apresenta no teatro em clubes e em casas noturnas. É a primeira piada: como é que alguém pode ser novo depois de tantos anos de carreira nas costa?
(Foto: reprodução TV Globo)
Lata nova, vinho velho
Por Eli Halfoun
Quem experimenta, estuda e pesquisa vinho (todo mundo acha que entende do assunto, mas são poucos os que realmente sabem das coisas) não deve andar nada entusiasmado com essa idéia de desengarrafar o vinho e transferi-lo para umas frias latinhas de alumínio como já fizeram (e descaracterizaram) com a cerveja. O bom vinho, que sempre teve nos variados tipos de garrafas e nos rótulos dois de seus muitos prazeres está sendo enlatado, como se fosse uma sardinha ou salsicha qualquer. O primeiro (tomara que seja o único) é o tinto frisante Vino & Fashion (não poderia haver nome mais inapropriado para um vinho) que começou a ser comercializado inicialmente na Itália e está desembarcando por aqui importado pela Solex Brasil. A novidade foi “criada” pela Pico Maccario uma das mais renomadas vinícolas italianas. O Vino & Fashion é feito com a uvavitinifera lambrusco cultivada somente no interior da Itália. Os primeiros enlatados são tintos, mas os irmãos Vitalino e Pico Maccario, proprietários da vinícola, prometem lançar também latas de vinho branco. Os franceses devem estar com ódio.
Quem experimenta, estuda e pesquisa vinho (todo mundo acha que entende do assunto, mas são poucos os que realmente sabem das coisas) não deve andar nada entusiasmado com essa idéia de desengarrafar o vinho e transferi-lo para umas frias latinhas de alumínio como já fizeram (e descaracterizaram) com a cerveja. O bom vinho, que sempre teve nos variados tipos de garrafas e nos rótulos dois de seus muitos prazeres está sendo enlatado, como se fosse uma sardinha ou salsicha qualquer. O primeiro (tomara que seja o único) é o tinto frisante Vino & Fashion (não poderia haver nome mais inapropriado para um vinho) que começou a ser comercializado inicialmente na Itália e está desembarcando por aqui importado pela Solex Brasil. A novidade foi “criada” pela Pico Maccario uma das mais renomadas vinícolas italianas. O Vino & Fashion é feito com a uvavitinifera lambrusco cultivada somente no interior da Itália. Os primeiros enlatados são tintos, mas os irmãos Vitalino e Pico Maccario, proprietários da vinícola, prometem lançar também latas de vinho branco. Os franceses devem estar com ódio.
Um dia, uma gata (que não queria papo)
Do livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Desiderata)
Em setembro de 1995, para marcar os 50 anos da Segunda Guerra Mundial, o escritor e repórter Joel Silveira, na flor dos seus 77 anos de vida e do alto dos seus sessenta anos de atividade jornalística, publicou um livro inspirado na série de reportagens sobre o tema realizada para a Manchete, de Munique 1938 a Nuremberg 1948, além de Hiroshima, claro, e Nagasaki também. E, como prêmio conferido a ele por ele mesmo, foi-se de mala e cuia em um pulinho até a Europa ver como a "Velha Senhora" estava. Ia rever Paris, Milão, Florença, Veneza e adjacências, inclusive os Harry's e todos os bares de sua intensa carreira etílica. E foi em uma mesa de bar que bateu uma saudade, essa dor tropical, no peito do velho escritor. E Joel quis falar com sua gata de estimação, por telefone. Uma gata gorda e devassa, pelo menos na ótica do seu amigo Carlos Heitor Cony. Pois do outro lado da linha tinham respondido que a gata não queria papo. "Então aperta a barriga dela, quero ouvir pelo menos o miado!" Apertaram um pouquinho, ela miou. Pronto. Então ele pediu mais um para o moço do bar. Sem gelo. Cowboy. "Duplo."
Em setembro de 1995, para marcar os 50 anos da Segunda Guerra Mundial, o escritor e repórter Joel Silveira, na flor dos seus 77 anos de vida e do alto dos seus sessenta anos de atividade jornalística, publicou um livro inspirado na série de reportagens sobre o tema realizada para a Manchete, de Munique 1938 a Nuremberg 1948, além de Hiroshima, claro, e Nagasaki também. E, como prêmio conferido a ele por ele mesmo, foi-se de mala e cuia em um pulinho até a Europa ver como a "Velha Senhora" estava. Ia rever Paris, Milão, Florença, Veneza e adjacências, inclusive os Harry's e todos os bares de sua intensa carreira etílica. E foi em uma mesa de bar que bateu uma saudade, essa dor tropical, no peito do velho escritor. E Joel quis falar com sua gata de estimação, por telefone. Uma gata gorda e devassa, pelo menos na ótica do seu amigo Carlos Heitor Cony. Pois do outro lado da linha tinham respondido que a gata não queria papo. "Então aperta a barriga dela, quero ouvir pelo menos o miado!" Apertaram um pouquinho, ela miou. Pronto. Então ele pediu mais um para o moço do bar. Sem gelo. Cowboy. "Duplo."
Qual é mesmo a cor do talento?
por Eli Halfoun
Existe preconceito racial no Brasil? – essa é uma pergunta feita constantemente e para a qual a resposta é da boca pra fora um sonoro e hipócrita não. Mas não é o que o dia a dia nos mostra: estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela que o perfil do empregado que as empresas procuram é de homens (63%) e brancos (58%), números que descartam friamente os negros. Se não é preconceito é o que? Outra manifestação preconceituosa é a que destina cotas para estudantes negros nas universidades. Não estão, como se finge acreditar, beneficiando os negros: estão passando a mão na cabeça deles para disfarçar as restrições que enfrentam diariamente. Vejamos: o branco é mais bem colocado socialmente, mas isso não o faz um aluno mais preparado do que um estudante negro que mete a cara nos livros porque sabe que para poder continuar estudando é obrigado a ser um aluno exemplar. Assim mesmo enfrenta, como também mostra a pesquisa, maiores dificuldades para conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
O estudo do Ipea revela que embora 9,134 milhões de pessoas tenham procurado (em 2007) emprego no país apenas 1,673 milhões estão aptas para ocupar as vagas disponíveis, mas o estudo não especifica a cor da pele dos que estão ou não estão aptos. Não é exatamente a aptidão que pesa mais na hora da escolha final. A cor da pele tranca com cadeados de preconceito as portas do mercado de trabalho aos negros.
Assim uma enorme fatia do povo é empurrada para trabalhos informais, que são “atividades de sobrevivência de populações marginalizadas no mercado de trabalho” gerando assim maior número de ambulantes e de “quebra galhos”, ou seja, de milhões de trabalhadores movimentando a economia informal.
O número de empregos formais gerados no Brasil precisaria ser 473% maior do que as 1.592 milhões ofertas. A conta simples: faltam mais de oito milhões de empregos para o sonho de criar 10 milhões de novas frentes de trabalho. Resumindo: a falta de empregos afeta os brancos e os negros, mas as poucas vagas limitam ainda mais a possibilidade do negro trabalhar com carteira e direitos trabalhistas. Estão tirando dos negros (e dos pobres) todos os direitos. Com preconceito enrustido fica pior. As coisas precisam ficar claras para todas as raças. Todas as pessoas.
Existe preconceito racial no Brasil? – essa é uma pergunta feita constantemente e para a qual a resposta é da boca pra fora um sonoro e hipócrita não. Mas não é o que o dia a dia nos mostra: estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela que o perfil do empregado que as empresas procuram é de homens (63%) e brancos (58%), números que descartam friamente os negros. Se não é preconceito é o que? Outra manifestação preconceituosa é a que destina cotas para estudantes negros nas universidades. Não estão, como se finge acreditar, beneficiando os negros: estão passando a mão na cabeça deles para disfarçar as restrições que enfrentam diariamente. Vejamos: o branco é mais bem colocado socialmente, mas isso não o faz um aluno mais preparado do que um estudante negro que mete a cara nos livros porque sabe que para poder continuar estudando é obrigado a ser um aluno exemplar. Assim mesmo enfrenta, como também mostra a pesquisa, maiores dificuldades para conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
O estudo do Ipea revela que embora 9,134 milhões de pessoas tenham procurado (em 2007) emprego no país apenas 1,673 milhões estão aptas para ocupar as vagas disponíveis, mas o estudo não especifica a cor da pele dos que estão ou não estão aptos. Não é exatamente a aptidão que pesa mais na hora da escolha final. A cor da pele tranca com cadeados de preconceito as portas do mercado de trabalho aos negros.
Assim uma enorme fatia do povo é empurrada para trabalhos informais, que são “atividades de sobrevivência de populações marginalizadas no mercado de trabalho” gerando assim maior número de ambulantes e de “quebra galhos”, ou seja, de milhões de trabalhadores movimentando a economia informal.
O número de empregos formais gerados no Brasil precisaria ser 473% maior do que as 1.592 milhões ofertas. A conta simples: faltam mais de oito milhões de empregos para o sonho de criar 10 milhões de novas frentes de trabalho. Resumindo: a falta de empregos afeta os brancos e os negros, mas as poucas vagas limitam ainda mais a possibilidade do negro trabalhar com carteira e direitos trabalhistas. Estão tirando dos negros (e dos pobres) todos os direitos. Com preconceito enrustido fica pior. As coisas precisam ficar claras para todas as raças. Todas as pessoas.
Cachaça especial
por Eli Halfoun
É dia disso, dia daquilo. Tem dia pra tudo no Brasil que ganhará mais uma, digamos, data festiva: 13 de setembro passará a ser o Dia Nacional da Cachaça, data aprovada pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara. A escolha do dia 13 do dia 13 de setembro é histórica: foi em 13 de setembro de 1661 que aconteceu uma revolta popular contra a colônia portuguesa que proibiu a comercialização do produto. O Brasil quer que a cachaça seja reconhecida internacionalmente como uma bebida autenticamente brasileira até porque é uma das preferências nacionais, o que leva a crer que não demora muito será criado também o Dia Nacional da Bunda que como se sabe é outra das preferências nacionais.
* Nesse quesito as brasileiras são imbatíveis
É dia disso, dia daquilo. Tem dia pra tudo no Brasil que ganhará mais uma, digamos, data festiva: 13 de setembro passará a ser o Dia Nacional da Cachaça, data aprovada pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara. A escolha do dia 13 do dia 13 de setembro é histórica: foi em 13 de setembro de 1661 que aconteceu uma revolta popular contra a colônia portuguesa que proibiu a comercialização do produto. O Brasil quer que a cachaça seja reconhecida internacionalmente como uma bebida autenticamente brasileira até porque é uma das preferências nacionais, o que leva a crer que não demora muito será criado também o Dia Nacional da Bunda que como se sabe é outra das preferências nacionais.
* Nesse quesito as brasileiras são imbatíveis
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Proibido dirigir
Do livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Desiderata)
Um competente redator da Manchete não abria mão de passar no bar do Hotel Novo Mundo ao fim do expediente para alguns drinques de happy hour. Só que não eram apenas dois, três ou quatro uísques... Bem mais tarde, algumas doses acima do resto da humanidade, ele deixava o bar e ia pegar o carro estacionado na frente do hotel. No caminho, cruzava com o guarda de trânsito que ficava na esquina. O guarda, gente boa que deu plantão ali por décadas, já conhecia a turma e logo percebia suspeitos passos trocados. Imediatamente, impedia que o redator dirigisse e embarcava o rapaz em um táxi. "Pega o carro amanhã", recomendava. No dia seguinte, repetia-se a cena. O redator tomava alguns uísques a mais e o carro ficava mais uma noite ao relento. Essa rotina, às vezes, durava uma semana. A solução era mulher do redador vir resgatar o Fusca antes que a maresia - bons tempos em que o Rio não tinha tantos e tão ativos ladrões - corroesse o carango.
Um competente redator da Manchete não abria mão de passar no bar do Hotel Novo Mundo ao fim do expediente para alguns drinques de happy hour. Só que não eram apenas dois, três ou quatro uísques... Bem mais tarde, algumas doses acima do resto da humanidade, ele deixava o bar e ia pegar o carro estacionado na frente do hotel. No caminho, cruzava com o guarda de trânsito que ficava na esquina. O guarda, gente boa que deu plantão ali por décadas, já conhecia a turma e logo percebia suspeitos passos trocados. Imediatamente, impedia que o redator dirigisse e embarcava o rapaz em um táxi. "Pega o carro amanhã", recomendava. No dia seguinte, repetia-se a cena. O redator tomava alguns uísques a mais e o carro ficava mais uma noite ao relento. Essa rotina, às vezes, durava uma semana. A solução era mulher do redador vir resgatar o Fusca antes que a maresia - bons tempos em que o Rio não tinha tantos e tão ativos ladrões - corroesse o carango.
Todo cuidado é pouco
por Eli Halfoun
É inacreditável e inconcebível, mas está na primeira página da edição do Jornal do Brasil de domingo 1/11: os acidentes domésticos já são a principal causa de morte entre as crianças e a mais constante é o afogamento, responsável pela maioria dos casos registrados na faixa de 0 a 4 anos. Acidentes são acidentes e embora aconteçam alheios à nossa vontade podem ser perfeitamente evitados, o que significa dizer que todo cuidado é pouco, especialmente com as indefesas crianças. A mortalidade na infância teve uma grande queda, o que permitirá ao Brasil alcançar (até que enfim) em quatro anos uma das metas do Milênio da ONU. Ainda assim as mortes provocadas pelas chamadas causas externas, entre as quais está a violência, cresceram (ta na cara) e afetam faixas etárias cada vez mais precoces. A morte de crianças não deve ser um recorde do qual o Brasil possa orgulhar-se, ainda mais quando muitas delas ocorrem por afogamentos em simples bacias domésticas, como ocorreu há dias com uma menina de 4 anos, em Ribeirão Preto, São Paulo. Fica claro e na superfície que é preciso estar mais atento com nossas crianças. E isso começa dentro de casa.
É inacreditável e inconcebível, mas está na primeira página da edição do Jornal do Brasil de domingo 1/11: os acidentes domésticos já são a principal causa de morte entre as crianças e a mais constante é o afogamento, responsável pela maioria dos casos registrados na faixa de 0 a 4 anos. Acidentes são acidentes e embora aconteçam alheios à nossa vontade podem ser perfeitamente evitados, o que significa dizer que todo cuidado é pouco, especialmente com as indefesas crianças. A mortalidade na infância teve uma grande queda, o que permitirá ao Brasil alcançar (até que enfim) em quatro anos uma das metas do Milênio da ONU. Ainda assim as mortes provocadas pelas chamadas causas externas, entre as quais está a violência, cresceram (ta na cara) e afetam faixas etárias cada vez mais precoces. A morte de crianças não deve ser um recorde do qual o Brasil possa orgulhar-se, ainda mais quando muitas delas ocorrem por afogamentos em simples bacias domésticas, como ocorreu há dias com uma menina de 4 anos, em Ribeirão Preto, São Paulo. Fica claro e na superfície que é preciso estar mais atento com nossas crianças. E isso começa dentro de casa.
Levanta, sacode a poeira
por Eli Halfoun
Certamente foi com um misto de decepção e tristeza que a torcida brasileira recebeu a notícia de que a atleta Daiane dos Santos foi flagrada no teste antidoping. Mesmo que consiga provar (o que certamente acontecerá) sua inocência a carreira de Daiane, que encantou o mundo com seus saltos e nossa música (emocionante ouvir “Brasileirinho” ao final de cada salto) ficará com uma cicatriz definitiva, que a partir de agora inclui a descrença da torcida e sem dúvida enfraquece o mérito de suas conquistas e esforço. Daiane não estava competindo, portanto, não visava obter qualquer vantagem quando utilizou o medicamento que a reprovou no teste antidoping. Ainda assim haverá em torno dela e por muito tempo uma mistura de orgulho e desconfiança.
Não há dúvidas de que Daiane não utilizou o medicamento “dedo-duro” por conta própria, embora a perigosa auto-medicação seja comum no Brasil. Uma atleta do porte de Daiane não correria o risco de automedicar-se: foi orientada por um médico. Nesse caso se faz necessário orientar os médicos, todos os médicos, sobre medicamentos que podem funcionar com um paciente qualquer, mas são prejudiciais para um atleta. Daiane superará o drama (sim,é um drama para uma atleta ver, mesmo que apenas temporariamente, sua dedicação condenada). Com saltos e movimentos precisos Daiane dos Santos terá de mostrar que é uma atleta acima de qualquer suspeita. E mostrará.
Certamente foi com um misto de decepção e tristeza que a torcida brasileira recebeu a notícia de que a atleta Daiane dos Santos foi flagrada no teste antidoping. Mesmo que consiga provar (o que certamente acontecerá) sua inocência a carreira de Daiane, que encantou o mundo com seus saltos e nossa música (emocionante ouvir “Brasileirinho” ao final de cada salto) ficará com uma cicatriz definitiva, que a partir de agora inclui a descrença da torcida e sem dúvida enfraquece o mérito de suas conquistas e esforço. Daiane não estava competindo, portanto, não visava obter qualquer vantagem quando utilizou o medicamento que a reprovou no teste antidoping. Ainda assim haverá em torno dela e por muito tempo uma mistura de orgulho e desconfiança.
Não há dúvidas de que Daiane não utilizou o medicamento “dedo-duro” por conta própria, embora a perigosa auto-medicação seja comum no Brasil. Uma atleta do porte de Daiane não correria o risco de automedicar-se: foi orientada por um médico. Nesse caso se faz necessário orientar os médicos, todos os médicos, sobre medicamentos que podem funcionar com um paciente qualquer, mas são prejudiciais para um atleta. Daiane superará o drama (sim,é um drama para uma atleta ver, mesmo que apenas temporariamente, sua dedicação condenada). Com saltos e movimentos precisos Daiane dos Santos terá de mostrar que é uma atleta acima de qualquer suspeita. E mostrará.
Um grito coletivo
por Eli Halfoun
Socorro - essa foi a única palavra (ou teria sido um grito) que a bonita e talentosa atriz Bia Seidl usou em recente entrevista (dessas rapidinhas que tentam mostrar o perfil de uma celebridade através de gostos e comportamento) para definir o Rio de Janeiro. Não poderia ser mais apropriado e definitivo. O Rio continua lindo, mas anda precisando com urgência de uma cirurgia plástica (não basta maquiagem) reparadora nos buracos que passaram a fazer parte da paisagem, nos hospitais ineficientes, nas escolas incompetentes, no transporte insuficiente. Em tudo. Bia Seidl não exagerou quando pediu socorro. Seu grito não precisa ser ouvido apenas pelas autoridades, mas também por toda a população: estamos destruindo as belezas naturais com as quais fomos generosamente brindados. O Cristo Redentor, uma das maravilhas do mundo, ainda está lá de braços abertos para nos abraçar; visto de longe o mar continua sorrindo um azul quer nos enche os olhos e o coração, como acontece também o verde de nossas matas. Essa é só e ainda uma paisagem de cartão postal. É linda vista de longe, mas começa a ficar assustadora, muito assustadora, de perto: por falta de amor (um amor que não podemos perder) estamos fazendo de tudo para acabar com as belezas que ainda são o nosso (e talvez único) melhor cartão de visitas.
É verdade que é responsabilidade das autoridades botar ordem na casa e dar um fim às nossas mazelas, incluindo a violência. A população também precisa fazer a sua parte preservando – e cada vez mais - o que recebemos de mão beijada. O grito de Bia Seidl (socorro) não é solitário. É o grito de todos que amam essa “cidade maravilhosa, cheia de encantos mil”. (foto de divulgação/TV globo)
Socorro - essa foi a única palavra (ou teria sido um grito) que a bonita e talentosa atriz Bia Seidl usou em recente entrevista (dessas rapidinhas que tentam mostrar o perfil de uma celebridade através de gostos e comportamento) para definir o Rio de Janeiro. Não poderia ser mais apropriado e definitivo. O Rio continua lindo, mas anda precisando com urgência de uma cirurgia plástica (não basta maquiagem) reparadora nos buracos que passaram a fazer parte da paisagem, nos hospitais ineficientes, nas escolas incompetentes, no transporte insuficiente. Em tudo. Bia Seidl não exagerou quando pediu socorro. Seu grito não precisa ser ouvido apenas pelas autoridades, mas também por toda a população: estamos destruindo as belezas naturais com as quais fomos generosamente brindados. O Cristo Redentor, uma das maravilhas do mundo, ainda está lá de braços abertos para nos abraçar; visto de longe o mar continua sorrindo um azul quer nos enche os olhos e o coração, como acontece também o verde de nossas matas. Essa é só e ainda uma paisagem de cartão postal. É linda vista de longe, mas começa a ficar assustadora, muito assustadora, de perto: por falta de amor (um amor que não podemos perder) estamos fazendo de tudo para acabar com as belezas que ainda são o nosso (e talvez único) melhor cartão de visitas.
É verdade que é responsabilidade das autoridades botar ordem na casa e dar um fim às nossas mazelas, incluindo a violência. A população também precisa fazer a sua parte preservando – e cada vez mais - o que recebemos de mão beijada. O grito de Bia Seidl (socorro) não é solitário. É o grito de todos que amam essa “cidade maravilhosa, cheia de encantos mil”. (foto de divulgação/TV globo)
Vídeo-memória
Você quer ver o comercial da edição especial da Manchete no Réveillon de 2000, com a cobertura da última virada do ano da revista. A Bloch Editores pediria falência em agosto daquele ano. A revista Manchete ainda ganharia uma sobrevida editada por uma cooperativa formada por ex-funcionários. Posteriormente, o título foi leiloado. O empresário e editor Marcos Dvoskin, detentor dos direitos, lançou mais algumas edições especiais de Carnaval pela Editora Manchete. Neste comercial, a locução é de Roberto Canázio, cuja voz virou uma marca das campanhas da revista. Veja no link Comercial da revista Manchete
Um olhar sobre o mundo -1
No site do J.L Bulcão, fotógrafo que hoje atua em Paris, uma ampla visão do trabalho de um profissional que foi da equipe da revista Manchete nos anos 80. Visite no link J.L.Bulcão
Um olhar sobre o mundo - 2
O fotógrafo Ricardo Beliel, que fez grandes matérias para a Manchete, reuniu em um site sua importante e diversificada obra. Vale a visita no link Ricardo Beliel
Importante: opine sobre a regulamentação da Internet no Brasil
O Ministério da Justiça abriu um site de audiência pública para quem quiser opinar sobre a criação de um marco regulatório civil para uso da Internet no Brasil. Você pode entrar na página e mandar sugestões durante os próximos 45 dias. A partir dessas sugestões será elaborado um projeto de lei para ser votado pelo Congresso no ano que vem. Fique ligado. O marco tratará de questões como liberdade de expressão e privacidade na rede. Link: Mande suas sugestões para a Regulamentação da Internet
Pelada no cartoon
Marge Simpson na Playboy e...
...Elektra no site Morango.
Os Simpsons comemoram 20 anos e Marge posa para uma edição limitada da Playboy americana. Aguardem Luluzinha, que cresceu, Mônica idem... Nessa linha de ensaio sexy de ficção, o site brasileiro Morango saiu na frente e já mostrou versões "melancia" e "popozuda" de algumas estrelas dos quadrinhos.
E se melar o jogo?
Somos a favor da Copa e da Olimpíada carioca etc etc mas não vai ser fácil acompanhar essa preparação. O Rio apresentou um projeto ao COI e ganhou o direito de sediar os jogos. Por acaso (aqui iria um ponto de ironia, se existisse), o projeto é importante e, entre outras coisas, diz que a cidade construiria um Centro de Imprensa na Barra, ou imediações, que concentrará a maioria das competições. Hoje, deu no Globo que o prefeito resolveu mudar de idéia e quer fazer o Centro na Zona Portuária, longe da Barra. Os representates do COI se dizem surpresos e já protestam. Até há margem para certas mudanças, afirmam, mas sempre para melhor e sempre discutidas seriamente com os dirigentes. Bom a cidade ficar sabendo que está obrigada a cumprir várias etapas e não pode mudar o que prometeu no projeto a cada idéia nova ou pressão de quem quer que seja. Se sentir os Jogos de 2016 ameaçados, se a progressão das obras (que devem começar em 2010) emperrar, o COI não vai correr o risco de comprometer a Olimpíada e pode rever a escolha. Madri, a segunda colocada, vai ficar só observando.
Imprensa tendenciosa? -1
Essa até o ombusdman reclamou. No primeiro momento, ao noticiar a tragédia do avião da TAM em Congonhas, parte da mídia deu um claro tom político à cobertura atribuindo o desastre às condições da pista antes mesmo de os especialistas e agências internacionais iniciarem a perícia técnica para levantar as verdadeiras causas do acidente. Sabe-se que há interesses políticos e econômicos (a pressão para a privatização dos grandes aeroportos, os lucrativos claro, os pequenos e deficitários ninguém quer esse ficam com a "viúva", é um deles). Na Folha de hoje, o ombudsman afirma que a reportagem do jornal sobre o relatório das causas do acidente "subverteu regras essenciais do jornalismo ao dedicar manchete e abertura de texto a um 'fator contribuinte' para a tragédia (a pista de Congonhas) e relegar a segundo plano o 'fator decisivo' (a posição do manete)". Um leitor sugere ao ombudsman que a Folha faça uma revisão crítica de artigo publicado em 19 de julho de 2007, apenas dois dias depois do acidente, quando nem o metal queimado havia esfriado ainda e o jornal já "sabia" a causa da tragédia e a definia em título de primeira página referindo-se à pista: "O Nome Certo do Que Ocorreu em SP é Crime". O ombudsman acha uma boa idéia. A propósito, tecnicamente, segundo a perícia e gravações e informações da caixa-preta, um dos manetes estava em posição irregular o que fez que um motor acelerasse e o outro entrasse em reversão. A pista molhada e sem ranhuras adequadas foi o "fator contribuinte" mas os técnicos avaliam que mesmo sem chuva e com ranhuras provavelmente não seria capaz de segurar o avião desgovernado pela má operação dos manetes.
Imprensa tendenciosa? - 2
Ao criticar programas sociais do governo, embora reconheça que impulsionam o Brasil e ajudaram a superar a ameaça de crise, a Folha de hoje chama aposentadorias de "assistencialismo". Não é. Os trabalhadores contribuem durante longo período, com "pedágio" de "deságio" durante anos e anos. E, talvez os editores não saibam, mas essa contribuição não é assim tão irrisória ao bolso de que luta para viver. Ou talvez saibam: há muito a setores da da mídia comercial aderiram àqueles que demoliram parte, e tentam demolir o que resta, da Previdência pública.
Histórias reais: o jeito foi baixar as calças
do livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Desiderata)
Supositório é item que jamais entra no rol do que se bota na mala em caso de viagem. Pois foi esse o problema de um fotógrafo da Manchete em ação no exterior. O retratista estava na Polônia e, se já não era brilhante no idioma pátrio, imagina na língua deles. Precisou de tal recurso médico cujos efeitos podem ser positivos mas a posição é absolutamente ridícula. O jeito foi entrar na farmácia e tentar fazer a atendente compreender, por meio de gestos, o que ele queria. Em mímica, estava a léguas de Marcel Marceau, foi difícil e demorado explicar-se. No desespero, baixou as calças e, só de cuecas, virou-se de costas, mostrou o dedo médio e fez um movimento de ir e vir. Foi aí que a moça não teve dúvidas. "Ah, supositório..." Sotaque fora, em polonês supositório soa como supositório mesmo. Não só a pronúncia como o efeito. E a ridícula posição.
Supositório é item que jamais entra no rol do que se bota na mala em caso de viagem. Pois foi esse o problema de um fotógrafo da Manchete em ação no exterior. O retratista estava na Polônia e, se já não era brilhante no idioma pátrio, imagina na língua deles. Precisou de tal recurso médico cujos efeitos podem ser positivos mas a posição é absolutamente ridícula. O jeito foi entrar na farmácia e tentar fazer a atendente compreender, por meio de gestos, o que ele queria. Em mímica, estava a léguas de Marcel Marceau, foi difícil e demorado explicar-se. No desespero, baixou as calças e, só de cuecas, virou-se de costas, mostrou o dedo médio e fez um movimento de ir e vir. Foi aí que a moça não teve dúvidas. "Ah, supositório..." Sotaque fora, em polonês supositório soa como supositório mesmo. Não só a pronúncia como o efeito. E a ridícula posição.
sábado, 31 de outubro de 2009
Um gol, um dia de mágoa, uma imagem e uma viagem
Você já deve ter visto a imagem centenas de vezes. 1950, Brasil e Uruguai decidem a Copa Jules Rimet. Ghiggia recebe a bola de Júlio Perez, corre, aproxima-se do gol, Bigode acompanha a jogada, pensa, talvez, que virá um cruzamento para a área, mas o uruguaio chuta direto a gol e vence o goleiro Barbosa. Uruguai campeão do mundo. O filme em 16mm, que a televisão tantas vezes exibe, mostra Barbosa caído. Um zagueiro leva a mão à cabeça em sinal de puro desespero. Aquele zagueiro era o titular Juvenal, que morreu ontem, aos 86 anos, na Bahia. Além da atuar na seleção, jogou no Palmeiras, Flamengo, Pelotas, Bahia, entre outros clubes. Como todos os craques daquela brilhante seleção, vice-campeã do mundo, Juvenal carregou pelo resto da vida a fama e o trauma de ser um dos protagonistas de uma derrota que entrou para a história. Sobre aquele dia de mágoa, que só agora, na última viagem, se apaga no coração de Juvenal, Carlos Heitor Cony citado na introdução do livro Anatomia de uma Derrota, de Paulo Perdigão (a propósito, dois outros craques, Cony e Perdigão, amigos que atuaram na revista Manchete), escreveu. "Deixei de acreditar em Deus no dia em que vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã. Duzentas mil pessoas viram quando Ghiggia fez o segundo gol do Uruguai. Foi um lance claríssimo, sem qualquer confusão que pudesse suscitar dúvidas: havia apenas Ghiggia, Bigode, Juvenal e Barbosa. Pois bem: depois do jogo, não encontrei uma só pessoa que descrevesse aquele lance da mesma maneira. Então, como acreditar na versão de meia dúzia de apóstolos, os poucos que viram Cristo ressuscitar, meio na penumbra, num local ermo e obscuro?"
Se é lugar-comum, vale assim mesmo: que Juvenal, descanse em paz. A expressão é apropriada aos craques de 50, marcados e atormentados em vida pela derrota que o Brasil jamais entendeu e aceitou. Um sentimento que nem o Penta apagou. Vá entender... (nas reproduções, a cena do célebre documentário de Milton Rodrigues e a ficha de Juvenal dos arquivos da antiga CBD)
Nelson Rodrigues e Pelé
Jornais, revistas e TVs preparam matérias ou documentários para comemorar o Gol 1000 de Pelé, marcado em 19 de novembro de 1969. Quase às vésperas dos 70 anos - completou 69 anos agora em outubro - o eterno craque será alvo de muitas homenagens. Nenhuma, talvez, chegue perto da crônica que lhe dedicou Nelson Rodrigues, na Manchete Esportiva, em 1959. Pelé era apenas um garoto mas Nelson já via alí, no seu estilo inimitável, o deus dos estádios. Um trecho: "Olhem Pelé, examinem suas fotografias e caiam das nuvens. É, de fato, um menino, um garoto. Se quisesse entrar num filme de Brigitte Bardot seria barrado, seria enxotado. Mas reparem: é um gênio indubitável. Digo e repito: gênio. Pelé podia virar-se para Michelangelo, Homero ou Dante e cumprimentá-los com íntima efusão: Como vai, colega? (...) Na idade em que o ser humano anda quebrando vidraça, ou jogando bola de gude, ou raspando perna de passarinho a canivete, Pelé é um campeão do mundo".
Quem dá mais
por Eli Halfoun
Cada um se desaperta como pode: enquanto a classe média corre para o penhor da Caixa Econômica quem está acima, muito acima, disso adere ao que já se pode considerar um novo modismo: o leilão de jóias. As de Lily Marinho, leiloadas recentemente no exterior, bateram, um recorde de faturamento. Agora é a vez de Lucia Moreira Salles, ex-primeira dama do Unibanco (foi casada com Walter Moreira Salles) leiloar as suas tão preciosas jóias, o que acontecerá breve, muito breve, na Sotheby’s de Nova York. Espera-se um novo recorde no pregão já que são jóias de quem era “refinada, elegante e glamurosa”. São jóias com grife: criações Cartier, Van Cleef & Arpels, Bulgari e Jar. Especialistas garantem que cada jóia está valendo no mínimo US$ 200 mil. Como se vê a crise financeira mundial não livra a cara (nem o pescoço dos colares, os punhos das pulseiras e os dedos dos anéis) de ninguém. Perdem-se as jóias, mas não se perde a pose.
Dá na mesma
por Eli Halfoun
A idéia é antiga, mas tudo indica que dessa vez a Câmara Municipal do Rio de Janeiro vai mesmo mudar de endereço: a sugestão do competente vereador Stephan Nercessian é que a nova Câmara se instale na Zona Portuária, em prédio a ser construído (aí é que mora o perigo) porque isso ajudaria a revitalizar o local para o qual a Prefeitura tem anunciado muitos projetos. Acredita-se que com a revitalização da área e a presença da nova Câmara Municipal o número de ladrões diminuirá significativamente. Quando soube disso um escolado eleitor não fez por menos: “vão apenas trocar uns pelos outros”, o que evidentemente não inclui todos os vereadores, inclusive porque alguns realmente trabalham em benefício próprio, é claro, e da população. Se a sugestão de mudança for aceita, o atual prédio da Câmara (Praça Floriano, sem número, Cinelândia) poderá ser transformado em museu. Não é só: nos corredores da Câmara, onde sempre se fala muito, corre também o papo de que está em estudos a idéia da CMRJ criar seu próprio Fundo para que as final de cada ano a Câmara não tenha que devolver dinheiro para a Prefeitura, o que provocou outro comentário do eleitor escolado: “Vai ser um fundo sem fundo”.
A idéia é antiga, mas tudo indica que dessa vez a Câmara Municipal do Rio de Janeiro vai mesmo mudar de endereço: a sugestão do competente vereador Stephan Nercessian é que a nova Câmara se instale na Zona Portuária, em prédio a ser construído (aí é que mora o perigo) porque isso ajudaria a revitalizar o local para o qual a Prefeitura tem anunciado muitos projetos. Acredita-se que com a revitalização da área e a presença da nova Câmara Municipal o número de ladrões diminuirá significativamente. Quando soube disso um escolado eleitor não fez por menos: “vão apenas trocar uns pelos outros”, o que evidentemente não inclui todos os vereadores, inclusive porque alguns realmente trabalham em benefício próprio, é claro, e da população. Se a sugestão de mudança for aceita, o atual prédio da Câmara (Praça Floriano, sem número, Cinelândia) poderá ser transformado em museu. Não é só: nos corredores da Câmara, onde sempre se fala muito, corre também o papo de que está em estudos a idéia da CMRJ criar seu próprio Fundo para que as final de cada ano a Câmara não tenha que devolver dinheiro para a Prefeitura, o que provocou outro comentário do eleitor escolado: “Vai ser um fundo sem fundo”.
A bola da vez
Por Eli Halfoun
Até quem não gosta de tênis (não confundir com a velha piada dos dois portugueses que foram jogar tênis e voltaram descalços) está mobilizado para ver a jogadora Maria Sharapova ao vivo: ela estará em São Paulo nos dias 6 e7 de dezembro para jogos-demonstração na Fazenda Boavista. O interesse em torno da tenista russa se justifica plenamente: foi eleita pela (quem diria!) revista americana People uma das 10 mulheres mais bonitas do mundo. Como se não fosse suficiente está também entre as mulheres mais ricas do esporte com uma fortuna calculada em US$ 15 milhões. Ela não come criancinhas. Só adultos.
Doping
Ou o Brasil acaba com o doping ou o doping continuará causando estragos entre os atletas olimpicos. Bom lembrar que antes dos jogos do Rio-2016, vem aí Londres 2012. Na fila dos que são flagrados usando substâncias proibidas entrou agora a ginasta Daiane dos Santos. A atleta se defende, alega que passou por uma cirurgia e não estava competindo. Polêmica à parte, o que preocupa é a sucessão de casos.
A bola é de todos
por Eli Halfoun
Considerado (com apenas 35 anos) velho e superado para o futebol Dejan Petkovic, o Pet dos torcedores, calou com uma inegável habilidade (parece até que é brasileiro) a boca dos que não o queriam mais no Flamengo porque é um velho que nada mais tem a oferecer”. A lição de que nunca se deve duvidar (e muito menos menosprezar) qualquer profissional não é a única que Pet nos deu e dá. Não digo isso com nenhum sentimento de orgulho rubro-negro até porque sou vascaíno e serei sempre na primeira, segunda, terceira divisão, onde o Vasco estiver. Mas torcer por um time não pode nos limita a aprender as muitas lições que o futebol costuma nos oferecer. Petkovic, por exemplo, está mostrando que os velhos (ele só é considerado velho para o futebol) podem surpreender em qualquer profissão, mesmo quando, como é o caso da maioria, desacreditado. A bola que hoje rola fácil nos pés de Petkovic pode ganhar outro formato nas mãos (e pés) de outros “velhos” profissionais em qualquer trabalho ou profissão. Basta rolar outra vez a bola para eles, que só são realmente velhos porque a sociedade quer.
Edney Silvestre lança livro
O jornalista Edney Silvestre, que foi correspondente da Globo em NY por mais de 10 anos e hoje faz reportagens para o Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Globo e apresenta o programa Espaço Aberto Literatura, lança nesta terça-feira, 3, o livro "Se eu fechar os olhos agora",
às 19h, na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon. Na sua estréia como romancista, Edney incursiona no mistério: em abril de 1961, quando Yuri Gagarin, o primeiro homem a entrar em órbita, voltava à Terra, dois garotos encontram um corpo às margens de um lago. O jornalista já publicou dois livros de crônicas: “Dias de Cachorro Louco” e “Outros Tempos”.
A caipirinha é nossa
por Eli Halfoun
A cerveja e o chope continuam sendo as bebidas preferidas do brasileiro (o Brasil está entre os cinco maiores consumidores do mundo do chamado precioso líquido, que também entra da lista de melhores cervejas mundiais), mas parece que qualquer mistura está valendo para justificar um generoso gole, mesmo que seja de um desses explosivos e geralmente muito ruins coquetéis. Na onda de misturas estranhas a nossa caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores, mas nada supera a verdadeira e tradicional caipirinha brasileiríssima preparada de maneira simples e saborosa. Nessa onda de misturas estranhas (há quem chame de exóticas) a caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores. A receita original é essa:
limão verde cortado em oito pedaços, sem o miolo, esmagados em um copo com duas colheres (café) de açúcar, combinados a duas doses de cachaça.
Como beber também é cultura e não só desculpa façamos um brinde ao surgimento da caipirinha: a receita foi criada entre os escravos (naquela época nem, se sonhava com barman) que trabalhavam nos engenhos de cana de açúcar do Brasil colônia. Nos anos 1920, quando estava mais aprimorada, caiu no gosto do escritor Oswald de Andrade que a transformou na bebida da moda entre os intelectuais. Vai ver é para parecer intelectual que muita gente bebe.
A cerveja e o chope continuam sendo as bebidas preferidas do brasileiro (o Brasil está entre os cinco maiores consumidores do mundo do chamado precioso líquido, que também entra da lista de melhores cervejas mundiais), mas parece que qualquer mistura está valendo para justificar um generoso gole, mesmo que seja de um desses explosivos e geralmente muito ruins coquetéis. Na onda de misturas estranhas a nossa caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores, mas nada supera a verdadeira e tradicional caipirinha brasileiríssima preparada de maneira simples e saborosa. Nessa onda de misturas estranhas (há quem chame de exóticas) a caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores. A receita original é essa:
limão verde cortado em oito pedaços, sem o miolo, esmagados em um copo com duas colheres (café) de açúcar, combinados a duas doses de cachaça.
Como beber também é cultura e não só desculpa façamos um brinde ao surgimento da caipirinha: a receita foi criada entre os escravos (naquela época nem, se sonhava com barman) que trabalhavam nos engenhos de cana de açúcar do Brasil colônia. Nos anos 1920, quando estava mais aprimorada, caiu no gosto do escritor Oswald de Andrade que a transformou na bebida da moda entre os intelectuais. Vai ver é para parecer intelectual que muita gente bebe.
Memórias de um repórter
Nelson Brandão, que trabalhou no Globo, O Dia e Extra, está aposentado da batalha de redações mas não aposentou a memória. O jornalista lança na terça-feira, 3, o livro "Pô! Que mentira, pai" (Editora Multifoco), às 19h, na própria sede da editora, na rua Mem de Sá, 126, Lapa. Brandão relata com bom humor os bastidores do seu trabalho de campo como repórter.
Boa de livro, boa de cama
por Eli Halfoun
Enquanto nossos escritores penam um bocado para vender seus livros (o brasileiro ainda não tem o saudável hábito de ler) a americana Stephenie Meyer deita confortavelmente em um punhado de papéis, no caso as verdinhas notas de dólar: é a recordista na lista de livros vendidos no Brasil. Cinco de seus livros estão entre os 10 de maior sucesso de vendas na categoria ficção: a série Crepúsculo, sobre os novos vampiros, vendeu nada menos do que 2,5 milhões até o ano passado. Stephenie está partindo para mais um recorde com A Hospedeira, sobre alienígenas, que em apenas duas semanas superou a marca de 65 mil exemplares e inspirou dois subprodutos, um dois quais O Livro de Anotações, de Catherine Hardwick, a diretora da adaptação de O Crepúsculo para o cinema.
No Brasil sucesso literário, que nunca é dos maiores, não depende só de qualidade (e não nos faltam bons produtos nacionais). Um inesperado exemplo de sucesso é O Doce Veneno do Escorpião, escrito por Raquel Pacheco, a ex-prostituta Bruna Surfistinha, que chega ao mesmo tempo ao cinema com filme estrelado por Deborah Secco e dirigido por Marcos Baldini, e ao teatro: o diretor e crítico de cinema Rubens Ewald Filho promete estrear breve (e com cenas bem realistas) a adaptação de Doce Veneno (será também o título do espetáculo) para a qual o Ministério da Cultura autorizou a captação de R$ 2 milhões pela Lei Rouanet. Como se vê é na cama que ainda se fazem os melhores negócios.
No Brasil sucesso literário, que nunca é dos maiores, não depende só de qualidade (e não nos faltam bons produtos nacionais). Um inesperado exemplo de sucesso é O Doce Veneno do Escorpião, escrito por Raquel Pacheco, a ex-prostituta Bruna Surfistinha, que chega ao mesmo tempo ao cinema com filme estrelado por Deborah Secco e dirigido por Marcos Baldini, e ao teatro: o diretor e crítico de cinema Rubens Ewald Filho promete estrear breve (e com cenas bem realistas) a adaptação de Doce Veneno (será também o título do espetáculo) para a qual o Ministério da Cultura autorizou a captação de R$ 2 milhões pela Lei Rouanet. Como se vê é na cama que ainda se fazem os melhores negócios.
Boas intenções, de novo
Já se falou aqui sobre o perigo das "boas intenções" que justificam tudo. Sou a favor da Copa de 20014 no Brasil e, ainda mais, da Olimpíada de 2016, no Rio. Mas há o risco de que, em nome desses eventos, desvios aconteçam. É a teoria do tudo-pode em função do pretexto. Tudo isso para falar que, hoje, está no jornais que o governo do estado está desistindo da parceria público-privada para a reforma do Maracanã. Aparentemente, não apareceu o parceiro privado disposto a botar dinheiro no projeto. Resultado: a obra será feita mesmo com dinheiro público e, quando pronta, entregue, aí sim, ao parceiro privado que administrará a "receita". Alguma novidade ou surpresa nisso? Claro que não. É a famosa receita da privatização-moleza desenvolvida nos anos 90. Para esclarecer: sou a favor de que o estado cuide de saúde, educação, serviços públicos, empresas mistas estratégicas e fomente o desenvolvimento, outros setores devem mesmo privatizados. Mas que tal o parceiro privado meter a mão no bolso também e não apenas usufruir dos lucros?
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Cordel bem vestido
por Eli Halfoun
Muitas restrições podem ser feitas em relação a algumas decisões do governo, mas não se pode negar que apesar de tudo o presidente Lula ainda consegue ter um extraordinário bom humor que certamente o faz divertir-se com as piadas que rolam sobre ele em todos os segmentos da sociedade. Lula tem sido, por exemplo, personagem constante do cordelista Miguezin da Princesa, que por conta da recente comprar de roupas de ternos, camisas, meias, terninhos e cintos realizada pela Presidência da República o brindou com um novo cordel intitulado “Mais de Mil Paletós”. É assim: “Um pregão impertinente/das profundas do inferno/comprou uma ruma de terno/pra vestir o presidente/com o dinheiro da gente/no corpo do cabeludo/ E eu com o fundo rombudo/ e sem elástico no cós/ São mais de mil paletós/pra cobrir o rei desnudo/Pra que tanta camisa/se há armário entupido/ e pra que tanto vestido/no corpinho de Marisa/Sei que ela não precisa/já tem vestido pra tudo/E mesmo o sapo barbudo/ prefere ficar a sós/São mais de mil paletós/pra cobrir o rei desnudo”. (na foto de Ricardo Stuckert, de divulgação de Presidência da República, o presidente Lula, de paletó, ao lado da bela Michelle Obama, em recente almoço oferecido pela rainha Margaret II, da Dinamarca).
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Intolerância
Geyse Arruda, 20 anos, aluna da Faculdade de Turismo da Uniban, de São Bernardo(SP), foi xingada e agredida verbalmente por colegas revoltados. O motivo? A menina usava uma "saia muito curta". Essa turma está atrasada: a minissaia foi inventada pela inglesa Mary Quant há 45 anos. Reação caipira à parte, a atitude é de intolerância. Por acaso esses alunos fazem parte de uma "polícia moral", coisa de países fundamentalistas dirigidos por aiatolás? Ao lado, reprodução de imagem de TV. Veja o vídeo no link (para o IG) Universitários caipiras
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