A cantora Preta Gil vai processar Jair Bolsonaro (PP) por racismo. Ontem, no programa CQC, o deputado associou mulher negra a promiscuidade. À pergunta da cantora e apresentadora sobre como reagiria se seu filho se casasse com uma negra, Bolsonaro mandou essa: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu". No dicionário, promíscuo é palavra definida como "mistura mal aceita", "degradação moral".
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Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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terça-feira, 29 de março de 2011
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Qual é mesmo a cor do talento?
por Eli Halfoun
Existe preconceito racial no Brasil? – essa é uma pergunta feita constantemente e para a qual a resposta é da boca pra fora um sonoro e hipócrita não. Mas não é o que o dia a dia nos mostra: estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela que o perfil do empregado que as empresas procuram é de homens (63%) e brancos (58%), números que descartam friamente os negros. Se não é preconceito é o que? Outra manifestação preconceituosa é a que destina cotas para estudantes negros nas universidades. Não estão, como se finge acreditar, beneficiando os negros: estão passando a mão na cabeça deles para disfarçar as restrições que enfrentam diariamente. Vejamos: o branco é mais bem colocado socialmente, mas isso não o faz um aluno mais preparado do que um estudante negro que mete a cara nos livros porque sabe que para poder continuar estudando é obrigado a ser um aluno exemplar. Assim mesmo enfrenta, como também mostra a pesquisa, maiores dificuldades para conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
O estudo do Ipea revela que embora 9,134 milhões de pessoas tenham procurado (em 2007) emprego no país apenas 1,673 milhões estão aptas para ocupar as vagas disponíveis, mas o estudo não especifica a cor da pele dos que estão ou não estão aptos. Não é exatamente a aptidão que pesa mais na hora da escolha final. A cor da pele tranca com cadeados de preconceito as portas do mercado de trabalho aos negros.
Assim uma enorme fatia do povo é empurrada para trabalhos informais, que são “atividades de sobrevivência de populações marginalizadas no mercado de trabalho” gerando assim maior número de ambulantes e de “quebra galhos”, ou seja, de milhões de trabalhadores movimentando a economia informal.
O número de empregos formais gerados no Brasil precisaria ser 473% maior do que as 1.592 milhões ofertas. A conta simples: faltam mais de oito milhões de empregos para o sonho de criar 10 milhões de novas frentes de trabalho. Resumindo: a falta de empregos afeta os brancos e os negros, mas as poucas vagas limitam ainda mais a possibilidade do negro trabalhar com carteira e direitos trabalhistas. Estão tirando dos negros (e dos pobres) todos os direitos. Com preconceito enrustido fica pior. As coisas precisam ficar claras para todas as raças. Todas as pessoas.
Existe preconceito racial no Brasil? – essa é uma pergunta feita constantemente e para a qual a resposta é da boca pra fora um sonoro e hipócrita não. Mas não é o que o dia a dia nos mostra: estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela que o perfil do empregado que as empresas procuram é de homens (63%) e brancos (58%), números que descartam friamente os negros. Se não é preconceito é o que? Outra manifestação preconceituosa é a que destina cotas para estudantes negros nas universidades. Não estão, como se finge acreditar, beneficiando os negros: estão passando a mão na cabeça deles para disfarçar as restrições que enfrentam diariamente. Vejamos: o branco é mais bem colocado socialmente, mas isso não o faz um aluno mais preparado do que um estudante negro que mete a cara nos livros porque sabe que para poder continuar estudando é obrigado a ser um aluno exemplar. Assim mesmo enfrenta, como também mostra a pesquisa, maiores dificuldades para conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
O estudo do Ipea revela que embora 9,134 milhões de pessoas tenham procurado (em 2007) emprego no país apenas 1,673 milhões estão aptas para ocupar as vagas disponíveis, mas o estudo não especifica a cor da pele dos que estão ou não estão aptos. Não é exatamente a aptidão que pesa mais na hora da escolha final. A cor da pele tranca com cadeados de preconceito as portas do mercado de trabalho aos negros.
Assim uma enorme fatia do povo é empurrada para trabalhos informais, que são “atividades de sobrevivência de populações marginalizadas no mercado de trabalho” gerando assim maior número de ambulantes e de “quebra galhos”, ou seja, de milhões de trabalhadores movimentando a economia informal.
O número de empregos formais gerados no Brasil precisaria ser 473% maior do que as 1.592 milhões ofertas. A conta simples: faltam mais de oito milhões de empregos para o sonho de criar 10 milhões de novas frentes de trabalho. Resumindo: a falta de empregos afeta os brancos e os negros, mas as poucas vagas limitam ainda mais a possibilidade do negro trabalhar com carteira e direitos trabalhistas. Estão tirando dos negros (e dos pobres) todos os direitos. Com preconceito enrustido fica pior. As coisas precisam ficar claras para todas as raças. Todas as pessoas.
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