sábado, 21 de janeiro de 2017

Posse de Trump: "carga de cavalaria" dos black bloc


por O.V.Pochê (de Washington)

Veja o momento exato em que os manifestantes fazem uma autêntica "carga de cavalaria" contra a barreira de policiais. VEJA O VÍDEO AQUI

A mídia capta em Washington a cena mais dramática da posse de Donald Trump


por O.V.Pochê (de Washington)

A imagem acima deixou a internet curiosa.

A vítima jaz, inerte, em chamas.

Nunca tantos jornalistas cumpriram a árdua e perigosa missão de fotografar uma lixeira em chamas.

Obra dos manifestantes que tentaram estragar a posse de Donald Trump.

Veja aí: os quatro profissionais agachados não querem perder nenhum detalhe do "crime". O de casaco preto, em pé, observador, tenta descobrir pelo olfato qual o combustível utilizado na depredação. A fotógrafa de casaco verde chega correndo para não perder a chama que não vai durar para sempre. A velhinhas de azul pede que os responsáveis sejam enviados para Guantánamo. O de colete verde protesta contra a concorrência porque, segundo ele, a matéria era exclusiva. A pessoa de gorro preto e bolsa verde, à direita, sai de fininho porque supostamente foi ele o autor do fogo para incrementar a imagem do colega cinegrafista brasileiro de casaco cinza ao fundo.

Posse de Trump: "Olha lá a velhinha comunista. Esculacha, dá um corretivo de spray de pimenta nela!"


por O.V.Pochê (de Washington)

As manifestações em Washington dividiram espaço com a cerimônia de posse. Soube que a TV, no Brasil, optou por mostrar imagens geralmente mais fofas ou a ação do que os nossos âncoras chamaram de baderneiros.

Até a CNN foi menos parcial na cobertura.

A cena acima que viralizou na rede durou alguns minutos e mostrou a polícia dando um banho de spray de pimenta em uma velhinha manifestante. Ou uma "pilantra baderneira" segundo a TV tupiniquim.

VEJA A CENA DO BANHO DE PIMENTA NA VELHINHA "COMUNISTA". CLIQUE AQUI

Leitura labial...


por O.V.Poché (de Washington)
Climão na posse de Trump.
O momento exato em que Michele Obama enquadrou Hillary Clinton:
- Miga, e você não conseguiu derrotar esse imbecil... que merda, fuck...!
- É...foi mal...

Nada que não possa piorar...

Segundo colunista porta-voz não-oficial de Michel Temer, o ilegítimo cogita indicar - na prática, nomear -, Alexandre Moraes, atual ministro da Justiça, ex-secretário de Segurança do governo Alkmin, para o STF, na vaga de Teori Zavaski. O jornalista amigo do presidente peemedebista avalia que a nomeação seria uma maneira de tirá-lo do Ministério da Justiça, onde não estaria agradando, e ao mesmo tempo deixar mais confortável para outros concorrentes a corrida pela sucessão do tucano Alkmin, já que Moraes seria um dos pretendentes.
O colunista obviamente não diz, mas caso isso ocorra será a primeira vez que uma vaga de ministro do STF passará a ser tratado como um "cargo" e como moeda de troca tal qual uma diretoria da Petrobrás, a presidência do Correios, a Funai, uma boquinha no Banco do Brasil ou na Caixa. um ministério, uma secretaria-geral.
É o governo Temer inovando

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Nunca desliga? Globo News entrevista Vesgo, do Pânico, como se fosse um americano eleitor de Donald Trump doidaço em Washington


por Ed Sá 
A Globo News foi trolada em Washington.
A repórter Carolina Cimenti entrevistou o Repórter Vesgo, personagem de Rodrigo Scarpa, do Pânico (Band), como se fosse um americano eleitor de Donald Trump.


Depois de destacar que ele estava fantasiado de Trump, a correspondente da Globo News ganhou uma cantada bem ao estilo do assediador Trump. “You are gorgeous, I love you so”, disse o "americano" Vesgo. "Obrigada", devolveu a jornalista brasileira que, em seguida, supresa com o entusiasmo do "eleitor" perde o ritmo e dá uma gaguejada de leve.
VEJA A TROLADA, CLIQUE AQUI


Nota do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro sobre demissões na Infoglobo

Fonte: Site do SJPMRJ

Passaralho: Globo passa o rodo em dezenas de jornalistas...

Depois do passaralho na TV Globo e na Globo News, chegou a vez da Infoglobo, que edita o Globo, Extra e Expresso.

O grupo mandou embora ontem mais de 30 jornalistas. A alegação é a mesma de Abril, Estadão, Folha etc: "reestruturação do negócio", "novo modelo", "crise"...

Esse padrão de atuação dos patrões tem ditado que algumas vagas são extintas, outras preenchidas por um exército de trainees e mais outras ocupadas por jornalistas contratados a salários bem mais baixos do que aqueles demitidos.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro publicou uma nota de repúdio ao processo de enxugamento arbitrário, "em total desrespeito aos trabalhadores". A representação dos jornalistas declara " solidariedade aos profissionais dispensados" e informa que estará atenta "a qualquer tipo de ilegalidade que possa ocorrer no processo de demissão".
 
Prestar solidariedade e fiscalizar é, na prática, o que o sindicato poderá fazer. É pouco, mas é uma consequência das limitações legais e da fragilidade da categoria. Em muitos países capitalistas, uma empresa não pode, por exemplo, demitir profissionais para preencher vagas, em seguida, com salários mais baixos. Ou, ainda, precarizar o trabalho sobrecarregando, como geralmente acontece, as equipes mantidas. Em casos de crises ou de "reestruturação do negócio", empresários sentam-se à mesa com representantes do trabalhadores para equilibrar e racionalizar o processo e conter ao máximo os danos.

Aqui, é a selvageria que predomina nesses momentos. Uma espécie de fundamentalismo patronal que tudo pode.

No Brasil, o negócio de mídia, esse que passa por traumática "reetruturação", tem características "especiais". TVs e Rádio são concessões públicas; a mídia impressa recebe subsídios na aquisição de insumos, o papel, por exemplo. Recentemente, ainda no governo Dilma Rousseff, as corporações receberam uma milionária desoneração sobre a folha de pagamentos. Supostamente, o governo pensava em evitar demissões. Se pensava, foi miseravelmente enganado. De 2013 para cá cerca de 5 mil jornalistas foram demitidos em todo o Brasil. Com poder junto ao governo federal, as empresas de mídia conseguem benefícios públicos, como acesso ao dinheiro barato do BNDES, sem qualquer contrapartida trabalhista. Alguns governos estaduais concedem descontos em ICMS a grupos de comunicação. Em nenhum desses casos, os beneficiados foram levados a assumir compromissos como, por exemplo, preservação de empregos. E a nova onda de demissões na mídia chega em um momento em que Michel Temer aumenta as verbas publicitárias para as grandes corporações em proporções megassênicas.

As perspectivas não são boas para os jornalistas. Há tempos, o superintendente de uma revista paulista comentava abertamente que não precisava da equipe trabalhando de segunda a sexta. Segundo ele, bastavam dois dias para que a redação fechasse a revista. Tudo indica que não está longe esse dia. Entre outras propostas, a reforma da CLT que vem aí pretende permitir a modalidade de trabalho/hora, com o profissional ficando à disposição da empresa para convocação a qualquer momento mas com direito a remuneração só a partir do momento em que sentar a bunda na cadeira.

Houve uma época em que alguns veículos - alternativos, principalmente - fizeram várias reportagens investigativas sobre o mundo cão dos boias-frias explorados em canaviais.

Nesse ritmo, os jornalistas poderão em breve retomar essas pautas. Agora, na primeira pessoa.  

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Manchete Esportiva em tese de mestrado - "Futebol em Revista no Brasil: dos primeiros títulos à resistente Placar"




Entre o material garimpado por Unzelte está a reprodução acima,  de um página dupla da Manchete Esportiva. Em uma reportagem sobre o jogador Escurinho, do Fluminense, e sua namorada branca, o editor cravou um título racista, inaceitável à época e condenável nos dias de hoje. 


por Niko Bolontrin

O jornalista Celso-Dario Unzelte construiu um completo painel da ligação entre o futebol e o meio revista. A informação é do Portal Comunique-se.

Pesquisa iconográfica e entrevistas com profissionais da área valorizam o trabalho. Destaques para a Placar, a mais antiga publicação do gênero, editada desde 1970, a Manchete Esportiva, que deu um tratamento de revista ilustrada ao esporte mais popular do Brasil, a Revista do Esporte, além de publicações pioneiras, desde 1914, quando o futebol ainda se afirmava no país como esporte de massa.

PARA LER A TESE COMPLETA, CLIQUE AQUI

Leia na CartaCapital: "Agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais reacionários do que já são"

Depois de 27 anos de trabalho na redação, em abril de 2016 o jornalista Moisés Mendes pediu demissão de Zero Hora – o mais importante jornal do grupo RBS, afiliado da Rede Globo no Rio Grande do Sul. O estopim para a saída foi a redução da periodicidade da coluna de opinião que Mendes assinava: de quatro para três dias da semana.

O colunista também perdeu o espaço nobre do domingo, porque Zero Hora deixou de circular nesse dia com a criação da chamada “superedição” de fim de semana, distribuída aos sábados.

O jornalista diz não se surpreender com o corte no espaço que ocupava, porque acredita que o “alçapão” para preparar a sua saída já estava sendo armado. “É como um casamento ou uma relação de amizade: tem uma hora em que você estabelece um limite. Eu estabeleci um limite em relação à RBS e fui embora, até porque eles iriam me pegar mais adiante”, avalia.

Moisés Mendes e outro colunista do jornal haviam criado, embora involuntariamente, uma espécie de “Gre-nal” de opinião, “ele à direita e eu à esquerda, que é uma posição que sempre tive”, explica.

Mas os tempos andam áridos para o exercício da pluralidade na imprensa brasileira: “Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante”, diz. Para Mendes, o debate sobre o oportuno conceito de pós-verdade, um dos termos-chave de 2016, não pode eximir a imprensa. “A internet mente como as pessoas sempre fizeram no mundo, mas a imprensa institucionalizada não pode mentir.”

Aos 62 anos, o jornalista – que começou a trabalhar em redações do interior gaúcho aos 17 – publica uma coluna no jornal Extra Classe, do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul, e mantém um blog “porque escrever é uma cachaça e não é possível parar”.

Também é convidado frequente em debates sobre jornalismo e política (“depois que saí da Zero Hora, virei o ‘Homem Elefante’: ninguém queria o meu trabalho, mas queriam me ver e me ouvir”, brinca). No final do ano, lançou uma reunião de crônicas no livro Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim, 160p., R$ 39,90). Sobre o livro e os rumos da imprensa e do País, Moisés Mendes concedeu em Porto Alegre a seguinte entrevista:

CartaCapital: A imprensa brasileira vive o seu pior momento?

Moisés Mendes – Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante. Um dia escrevi que, na época da ditadura, os patrões mandavam os jornalistas escreverem a favor do golpe; agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais golpistas do que já são.

A gente pega a capa d’O Globo, por exemplo, vê as chamadas para quatro colunistas ou formadores de opinião do jornal e os quatro são conservadores, para não dizer reacionários. Na Folha, escapa o Janio de Freitas. É uma coisa meio assustadora.

O jornalismo fez uma escolha conservadora para preservar o público que o sustenta e que mantém os jornais vivos, e esse público é conservador. Há uma crise profunda no ambiente político, e a mídia é parte disso ao fazer a opção pelo golpe. (...)

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Deu no Notícias ao Minuto: passaralho fora da gaiola


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Axé no Carnaval Carioca. Vieira Souto vai se chamar Circuito Crivela, a Primeiro de Março vai atender pelo nome de Circuito Riotur...

 por O.V.Pochê
O Rio é provavelmente a cidade mais aberta à multiculturalidade musical. Por ter sido capital do Império e capital da República atraiu brasileiros de todas as regiões a assimilou sons, ritmos e comportamentos.

Daí, o foco da discussão sobre trios de axé ocupando ruas no carnaval carioca não ser bem sobre a música ou supostos preconceitos musicais.

Há menos de duas décadas, o carnaval de rua, no Rio de Janeiro, estava quase extinto. O foco público concentrava-se, praticamente, no Sambódromo. Uns poucos, heroicos e insistentes blocos de bairros, mais antigos, ainda saiam com menos de 100 foliões, em alguns casos.

Foi o carioca das Zonas Sul e Norte e do Centro que, em iniciativas de amigos e vizinhos, sem apoio inicial de governos e patrocinadores, fez voltar os blocos na rua. E a população foi atrás. Depois, vieram os turistas. E o Rio passou a fazer um dos maiores e mais animados carnavais de rua do mundo, sem que as escolas de samba deixassem de brilhar no Sambódromo. Ao contrário, os ensaios em quadra e os ensaios técnicos na passarela passaram a atrair multidões, sem falar nos desfiles principais de sábado, domingo, segunda e no Sábado das Campeãs.

Naturalmente, o sucesso do carnaval de rua do Rio despertou o interesses dos empresários de blocos comerciais. Vieram os grandes trios com megacaminhões. Um deles, há alguns anos, provocou acidente com morte na Avenida Atlântica. Há anos, esses empresários tentam privatizar as ruas e implantar aqui os tais abadás caros que criam "áreas vips", fora do alcance do povão. Muitas dessas iniciativas foram rejeitadas, mas com prestígio e influência alguns desses shows comerciais obtiveram autorização para desfilar (por enquanto, sem cobrar abadá) e estão aí os trios elétricos da Preta Gil, da Anitta, blocos de promoção de sertanejos etc.

Agora, há novas turbulências no horizonte do carnaval de rua que o carioca recriou.

A Banda Eva, de Salvador, está autorizada a desfilar no Rio. Não foi informado ainda se vai cobrar abadá como faz a indústria do carnaval de Salvador.

O ex-prefeito Eduardo Paes tinha o bom senso de limitar esses exageros. A administração Crivela, aparentemente, tende a abrir a porteira. O raciocínio dos empresários de blocos comerciais é simples: se Preta Gil pode, se Anitta pode, se a Banda Eva pode, cadê o Camaleão, o Nana Banana, o Coruja, Bloco Cerveja e Cia e o Largadinho? Ano que vem dá para botar todo mundo na Vieira Souto, que vai se chamar Circuito Crivela, na Primeiro de Março ficará o Circuito Riotur, na Avenida Atlântica, o Circuito Marcelo Alves (o novo presidente da Riotur, dono de empresa de eventos) que afirma no Globo de hoje que quer "democratizar" o carnaval. Democratizar? Ou baianizar?

Meu rei, ói paí ó, esse cara nunca saiu no Simpatia, no Suvaco, no Bola Preta, no Céu na Terra, no Escravos da Mauá, e centenas de outros onde a democracia dá samba e abadá pago não entra?

Melhor ele passar o carnaval em Salvador. A internet já está vendendo abadá de 300 a 1.140 reais.

ATUALIZAÇÃO EM 29/01/2017 - Segundo informações divulgadas por vários veículos, A Banda Eva desistiu do Carnaval carioca. Em momento de bom senso, a Prefeitura proibiu os baianos de desfilarem na orla e transferiu o show do bloco comercial para o Parque Olímpico. A turma do axé preferiu desligar o trio elétrico e vai ficar pela Bahêa mesmo.


Repórter da Globo/Globo News é agredida ao vivo durante cobertura de rebelião de presos



por Niko Bolontrin

Muitas pessoas se despediram de 2016 com alívio. Mas 2017 está mostrando que não veio para brincar. Não é só a temperatura que está alta, a tensão também. E a indignação. Nesse clima, muitos repórteres, aqueles que botam a cara nas ruas, têm sido vítimas de agressões absurdas.

A repórter Larissa Carvalho, da TV Globo/Globo News, foi agredida na madrugada de hoje quando fazia a cobertura ao vivo da rebelião no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, MG.

Uma mulher, supostamente parente de um detento empurrou a jornalista. Um policial militar deteve a mulher. Larissa informou depois que não se machucou e registrou queixa.

Com base em informações da PM, a repórter dizia ao vivo que não havia feridos no interior do presídio. Segundo Larissa, que após a agressão voltou a noticiar o caso, a confusão aconteceu porque parentes de presos não concordaram com essas informações da PM, que após o incidente voltou a afirmar que a rebelião estava contida e não havia feridos nem fugitivos.

Não está fácil a vida dos repórteres que cobrem tais conflitos.

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

Ôba! Chegou a hora de privatizar a febre amarela, a zika, as ciclovias, as prisões, os transplantes, as bolsas de colostomia, as praias...

por Omelete

Um dos principais argumentos dos privatistas se baseia na ideia de que aliviar o Estado de administrar empresas e serviços públicos acaba com a corrupção. Desligando-se os governos dessas atividades, restam fechadas as portas para roubos e desvios, é a pregação messiânica dos neoliberais. Se o Estado não tem empresas, promove concessões. E nessa modalidade, como se vê, o cofre público continua provedor e generoso. Em nome da "eficiência", espalhou-se a terceirização e a privatização disfarçada de escolas, hospitais públicos, parques, serviços essenciais etc transferido para "ongs", "organizações sociais", "igrejas" e "entidades não-lucrativas". Várias delas são alvo de denúncias e de investigações por superfaturamento, desvio de recursos e corrupção "social'.

Foi preciso uma explosão de sangue em um presídio de Manaus para vir a público a privatização dos porões que são as prisões brasileiras. Aquele mundo cão dá lucro para uns e outros. E mesmo presídios que ainda não foram privatizados fazem dos fornecedores de comida terceirizados alguns dos milionários do país.

Vai ver a solução está aí.

Aparentemente, não falta muito para o Brasil privatizar: redes de esgotos, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica... que mais?

A privatização de presídios já é um indício de que a bocada está chegando ao fim e, digamos, é hora de raspar o tacho. Serviços exóticos como administrar o submundo das prisões entram na lista do empresariado nacional. Se um preso dá lucro, porque um doente de zika não pode ser um ativo, como se diz no mercado?

Porque criminalizar o trabalho escravo? Pode estar aí uma boa fonte de lucro como o governo já percebeu. é hora de acabar com a CLT ou qualquer regra, permitir a contratação por hora e até minutos sem maiores burocracias, pagamento em vale, o trabalhador vai estar "empregado" que é o que importa e o empresário não precisa se preocupar com frivolidades como férias, segurança no trabalho etc.

Já há "organizações sociais" faturando com abrigos para cracudos. Devem vir aí, transporte e comércio de órgãos para transplante, cemitérios já são terceirizados, mas pode vir aí o pedágio para movimentação do caixão do defunto entre o IML e a cova. Estádios já estão privatizados, mas os campos de pelada ainda não. Falta cobrar pedágio das ciclovias. A orla está privatizada, mas a areia não. Que tal um empresa para cuidar das vítimas da zika? O governo repassa a verba e a empresa passa a ganhar um bom percentual por sobrevivente e uma indenização por doente que passar desta para outra. Faz sentido. Veja, como tudo está terceirizado acabaram esquecendo da febre amarela, que há muito tempo não dava as caras em forma epidêmica. No vazio da órgão público para cuidar disso, a amarela está de volta. Privatizem já!.

O governo fornece bolsa de colostomia de graça? Assim não dá. Tem empresa privada aí que agilizaria esse serviço cobrando um jabazinho de  responsa.

Vamos lá, Temer! Imaginação no poder.

Analisem o caso do Congresso. Já é um clube fechado, praticamente privatizado, e o custo ainda é por conta do governo. Um modelo ideal seria o do Hippopotamus. Deputados e senadores seriam escolhidos por concessionários do Congresso e pagariam uma mensalidade. Seriam tratados como sua excelência sócio, deputado-sócio etc. O governo sairia no lucro e economizaria em verbas de campanha e o custo dos tribunais eleitorais.

Pra finalizar, resolva esse enigma. Se o Brasil privatiza desde os anos 90, se Lula e Dilma seguiram a mesma cartilha e se tantas empresas e serviços que davam prejuízo já estão nas mãos eficientes de empresários porque a corrupção só cresce e os impostos idem?

Peçam para os seus bisnetos começarem a pensar na resposta que eu vou ali oferecer a minha avó em licitação publica para um concessionário em previdência privada.

Despedidas... só que não

por Ed Sá
O cantor Silvio Caldas entrou para o folclore da música por ter feito várias despedidas oficiais da carreira. Eram shows de adeus emocionado, plateia em lágrimas, entrevistas, comoção nacional. Daí a pouco olha lá Silvio Caldas outra vez. Foram várias despedidas.

Sílvio Caldas não está mais sozinho como exemplo de vai-e-volta..

Duas celebridades resolveram engrossar o cordão dos que fingiram que foram e voltaram. Felipe Massa disse adeus e fez Galvão Bueno gastar algumas lágrimas ao vivo e em vão. Pilotos e mecânicos abraçaram e aplaudiram Massa nos boxes enquanto ele supostamente acelerava para a aposentadoria. Deletem a cena; Massa está de volta à Fórmula-1 exatamente na mesma equipe, a Williams, de onde havia saído.

A outra famosa a se despedir foi a apresentadora Fernanda Lima. no ano passado ela anunciou o fim do programa Amor & Sexo. Em entrevistas, declarou que a Globo lhe deu liberdade para escolher o que fazer e ela decidiu encerrar o programa depois de oito temporadas. Já deu, alegou. "Colocamos um ponto final", disse. Bom, o adeus foi revogado e Fernanda Lima volta a comandar o programa neste 2017 com cara de replay.

Bernardinho, da seleção masculina de vôlei, acaba de se despedir. No seu caso, a julgar pelas declarações consistentes e motivos pessoais, o treinador não parece que vai voltar ao modo "Sílvio Caldas".

domingo, 15 de janeiro de 2017

Ringling Bros. e Barnum & Bailey Circus: o maior espetáculo da terra baixa a lona para sempre


por Ed Sá 

Reportagem do USA Today, hoje, confirma que o Ringling Bros. e Barnum & Bailey Circus apaga as luzes e baixa a lona. Foram 146 anos de atividade percorrendo pequenas e grandes cidade americanas, além de turnês internacionais.

Nos últimos anos, o lendário circo já havia diminuído suas atividades. Custos altos e queda na venda de ingressos contribuíram para o fim das atividades. Um fator importante para a decadência do circo foi a atuação dos grupos que defendem os direitos do animais. Não só esses ativistas lutam por uma causa justa como sua luta sensibiliza as novas gerações. Embora não haja proibição legal em todos os Estados Unidos (no Brasil, por exemplo, leis estaduais e municipais proíbem a exploração de animais em picadeiros) o circo foi alvo de numerosas ações judiciais.

A companhia ainda fará 30 espetáculos até maio. A última sessão do Ringling Bros. e Barnum & Bailey Circus acontecerá no dia 21 de maio, no Nassau Veterans Memorial Coliseum, em Uniondale, N.Y.




Ficam a lenda e as imagens de uma superprodução de Hollywood, dirigida por Cecil B. De Mille, em 1952. No elenco de "O Maior Espetáculo da Terra", destacavam-se Charleston Heston, no papel de Brad Braden, o dono do circo, o trapezista "Grande Sebástian" vivido por Cornel Wilde, o palhaço interpretado por James Stuart e a trapezista Holly ( Betty Hutton).

Coincidentemente, na mesma semana em que o Ringling Bros anuncia o encerramento das suas atividades, os comediantes Renato Aragão e Dedé Santana. Na trama de "Saltimbancos Trapalhões, eles tentam salvar um circo. No Brasil, espetáculos circenses também caminham para a extinção.

Quer ver como era o lendário Cavern Club? Fotos raras dos Beatles, há 60 anos. Veja álbum no The Sun

Foto Getty Images/The Sun

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sábado, 14 de janeiro de 2017

A edição número 12 da revista Fatos foi para as bancas em 10 de junho de 1985. Pelos títulos das matérias poderia circular amanhã. Confira: o Brasil e o mundo parecem estar em looping...














Reproduções de títulos da revista Fatos, junho de 1985. 

por José Esmeraldo Gonçalves

Looping, você sabe, é a configuração que faz um vídeo repetir-se ao infinito. Chega ao fim e retorna ao começo, como um incansável Sísifo digital. O Brasil parece dar voltas nesse modo replay. E o mundo, em parte, idem.

A Fatos foi uma tentativa da Bloch, ou melhor, na Bloch, de produzir uma revista semanal de informação e análise. Por desafiar, de alguma forma, a cultura e os interesses da empresa, durou apenas um ano e meio. Carlos Heitor Cony era o diretor, J.A. Barros, o diretor de Arte e eu o editor-executivo. Projetamos e enterramos a revista ao perceber, em meados de 1986, que já estava combalida por problemas políticos, pressões corporativas e, em consequência, falta de  investimento e contenção de circulação. Mas essa é outra história.

Vamos ao que interessa: aquela edição da Fatos poderia até ser digitalizada e postada hoje na web.

Em 1985, Ronald Reagan era o presidente americano. Aqui, o PMDB assumia a presidência com José Sarney. Neste 2017, a dobradinha repete a coincidência partidária e a incerteza política: o republicano Trump lá, o peemedebista Temer aqui. Reagan implantava política que ficou conhecida como Reaganomics, de redução de gastos, desregulamentação etc, algo parecido com a atual Temernomics.

O Brasil tentava deixar para trás a ditadura militar, mas a direita civil se articulava intensamente para não perder o poder. Naquela semana, a Fatos pôs nas capa "o novo guru da direita", o general Newton Cruz. Sob o título "Direita: por dentro do ovo da serpente", os repórteres Luiz Carlos Sarmento e Carlos Eduardo Behrendorf foram a campo ouvir os políticos e fizeram uma entrevista exclusiva com Newton Cruz.

Alguma semelhança com a atualidade? Viu o Bolsonaro por aí?

Ainda na rubrica Política, uma reportagem da sucursal de Brasília destacava o esfacelamento dos partidos em nome de interesses pessoais. Também da Capital Federal, o repórter Gilberto Dimenstein mostrava que o Congresso queria discutir uma Lei de Greve liberalizante mas o SNI, ainda atuante, e militares de alta patente "ponderavam" contra o projeto. Nesse contexto, as repórteres Lenira Alcure e Maria Luíza Silveira entrevistaram o presidente da CUT, Jair Meneguelli, que via ameaça aos direitos do trabalhadores e avaliava que o país trocara uma ditadura militar por uma ditadura econômica.

A repórter Sandra Costa ouvia o então ministro da Reforma Agrária e Desenvolvimento, Nelson Ribeiro, e a própria entrevista deixava claro que aquela reforma dificilmente sairia do papel.

No Rio, o repórter Rodolfo de Bonis, fora do tempo e a quilômetros do espaço das prisões de Manaus, entrava nas unidades do Instituto Penal Lemos de Brito para mostrar o inferno do sistema prisional.

Na editoria internacional, a União Soviética era acusada de utilizar detetives particulares americanos para colher informações estratégicas. Ainda não se especulava sobre os cyber espiões da Rússia e a prova encontrada era uma prosaica sacola de lixo com documentos sobre movimentação da frota americana.

No Kwait, terrorista suicida da organização Jihad Islâmica explodia uma bomba no centro da capital do país matando dois guarda-costas do alvo do atentado, que escalou ileso, o xeque Al Sabah.

O terrorismo não estava entre as preocupações da Bélgica, naquele momento, mas uma grande tragédia abalava a Europa. Em Bruxelas, durante um jogo do Liverpool, da Inglaterra, e do Juventus, da Itália, brigas de torcedores levaram pânico à multidão e o tumulto resultou em 41 vítimas fatais.

Em apenas uma edição, essa de referência, a de número 12, a Fatos analisava inflação e juros altos, como os jornais de hoje.

E tal qual hoje, o "medo" do comunismo gerava histeria. Sarney recebia comunistas no Palácio do Planalto pela primeira vez em 40 anos e era criticado pela direita e por religiosos. Alíás, a comitiva do PCB era liderada por Roberto Freire, atual ministro da Cultura de Temer. O partido levava seu apoio à primeira Nova República - há quem apelide o atual governo de segunda Nova República -  ao mesmo tempo em que lutava pela legalização.

Assim como João Dória está varrendo São Paulo, o prefeito da cidade a ser eleito em fins de 1985 era também da vassoura; Jânio Quadros. E se Dória hoje está apagando os grafites de São Paulo, em 1985, no Rio, a polêmica eram os painéis que alunos pintaram no muro do Solar Grandjean de Montigny, na PUC. O arquiteto Lúcio Costa protestou e o Patrimônio Histórico mandou apagar os murais.

Trecho de abertura do artigo de Alberto Tamer,
na Fatos, em 1985. 
A Previdência era notícia na Fatos, não ainda pela reforma mas por fraudes.

Mick Jagger, que hoje é apontado como um "símbolo" do trabalhador brasileiro do futuro, aquele que terá a obrigação de ser longevo, lançava seu disco solo - "She's the boss".

A tentativa não deu muito certo e ele permanece nos Rolling Stones até hoje, sem se aposentar como Temer gosta.

Por falar em Temer, desculpe, Tamer, isso mesmo, Alberto Tamer, jornalista de economia, escreveu naquela Fatos artigo que falava em déficit público, cortes, recessão e autoridades batendo cabeça.

Parece que foi hoje.

Kim Kardashian: revistas sofisticadas se rendem a um fenômeno popular




Essas três capas - Vogue, GQ e Bazaar - lideram a lista de melhores de 2016.  Em duas delas, a campeã de covers no ano, a onipresente Kim Kardashian. A socialite foi capa em mais de 100 revistas, no mundo. Entre estas, descartando-se as revistas de celebridades populares, as mais icônicas publicações dos Estados Unidos. Não está fácil para ninguém. São os novos tempos. Todo dia é dia de vender revista, bebê! (Clara S. Britto)