quinta-feira, 21 de abril de 2022

Publimemória: quando a banca era de jornal

 

Campanha da Abril no começo da década de 1970. Clique na imagem para ampliar.

por José Esmeraldo Gonçalves

Algumas poucas resistem bravamente. Eram pontos de referência da notícia. Acima, a reprodução de uma campanha publicitária da Editora Abril no começo dos anos 1970. A banca vista como uma biblioteca. O que, de fato era. Bem de época essa foto. O minivestido da jovem de verde contrasta com a formalidade de senhora, o engravatado da Av. Paulista, o rapaz que "tira uma casquinha", expressão da época, no jornal do dia. Claro que a cena é montada. a Abril escondeu todas as revistas da Bloch, incluindo a Manchete, então a semanal líder do país. Escapou uma Amiga, pouco acima da cabeça do jornaleiro. 

As bancas estão em extinção, a maioria virou um arremedo de loja de conveniência, a Bloch que era sólida se desmanchou no ar, a Abril foi despedaçada, vendida para o mercado financeiro e perdeu relevância, os impressos agonizam em morte lenta há alguns anos e, no Brasil, aguardam apenas um samaritano que lhes desligue os aparelhos (*).  A campanha da Abril é o TBT (Throwback Thursday.) de hoje, o regresso das quintas-feiras, como marca a famosa hastag das redes sociais. Ou, como escreveu Drummond sobre sua Itabira, "é apenas uma fotografia na parede". 

Já o jornalismo foi renovado pela tecnologia, ampliou seu alcance e é cada vez mais importante para a democracia, como se vê nesses tempos de trevas e de aloprados no Brasil atual. As "bancas? Foram para a nuvem. Até a moça de verde, hoje provavelmente uma avó antenada, agora pode acessá-las com um simples clique.

(*) Vale observar que embora os veículos estejam em transformação em todo o mundo, em capitais como Paris e Lisboa a maioria das bancas ainda vende numerosos títulos de jornais e revistas... impressos. Em países subdesenvolvidos (sim, o rótulo que a mídia trocou por "em desenvolvimento", está de volta trazido pela realidade), a crise é bem mais aguda e agravada pela nossa péssima distribuição de renda, pelo desprezo à Educação. 

3 comentários:

Silveira disse...

Na minha infância, ia sempre a uma banca da Batata Ribeiro. Adorava ver as revistas. Sempre ganhava uma revista dexquadrinhos.Essa banca ainda existe, passo lá às vezes, mudou de dono, virou um minimercado. Triste.

Prof.Honor disse...

Voltamos a ser subdesenvolvidos e como voltou a Guerra Fria também voltamos a ser Terceiro Mundo.Essa expressão foi criada em função dos dois mundos, ocidente e leste liderados por EUA e URSS, como isso voltou com a guerra da Ucrânia, então Brasil é Terceiro mundo e tenho dito

J.A.Barros disse...

Meu caro, o brasil de hoje, francamente, nem sei de que mundo é, mas tenho certeza de que: n em terceiro mundo é