domingo, 17 de abril de 2022

De graça nem futebol

 

Reprodução Twitter

por Niko Bolontrin

A festa acabou. Ver futebol no Brasil custa cada vez mais caro. E não apenas isso: é preciso pesquisar muito no Google para saber como ver o jogo. Ingressos caros nos estádios, o fim da geral, violência, tudo isso virou realidade há anos. 

Restava a TV. Bastava sintonizar a Globo. Agora, com a pulverização dos direitos de transmissão, o torcedor tem que  dá uma busca pela imagem. Se a opção 0800 não estiver na TV aberta, que seleciona cada vez menos jogos, o passo seguinte são os canais por assinatura  - que cobram mensalidades caras pagas oficialmente ou clandestinamente ao tráfico e à milícia -  e contratar  pay-per-view, canais do You Tube, sites de clubes, de federações ou confederações, streaming etc. Em todos você morre em uma grana.

 Fora isso, resta ir à casa do vizinho ou fazer uma visita desinteressada a um parente na cara de pau ou pelo menos levando uma cervejinha.  

O que salva o povo é uma grande instituição nacional: os botecos que oferecem o jogo aos clientes em telões ou tvs de boas polegadas. Claro, você deverá consumir alguma coisa ou ficar na nova geral corujando seu time do lado de fora do boteco.  Até às lojas de rua que ligavam aparelhos de tv nas vitrines com os torcedores lotando calçadas já não são tão disponíveis. 

A tendência é que muitos clubes entrem na onda das SAF (Sociedade Anônima do Futebol) comandadas por empresários cujo objetivo é naturalmente turbinar lucros. Com isso, pode-se esperar aumento de preços nos estádios e em todas as plataformas.

A "geral" dos botecos é a salvação.


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