segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Deu no Observatório da Imprensa: montanha russa de notícias reduz capacidade de reflexão



por Carlos Castilho (para o Observatório da Imprensa)

Ao renunciar esta semana ( 3/10)  à direção do sistema de rádio da emissora britânica BBC, Helen Boaden ressuscitou a expressão “jornalismo lento” (slow journalism) reabrindo um debate que foi atropelado pelo ritmo vertiginoso da corrida deflagrada pela maioria dos órgãos da imprensa em ser o primeiro a dar uma notícia.

A instantaneidade informativa foi de tal maneira incorporada à rotina jornalística que a surpresa ou espanto só se manifestam quando alguém decide propor algo diferente. Se a obsessão com a primazia já era grande na era analógica do jornalismo, ela se tornou ainda maior com a chegada da computação e da internet. Tão intensa que a maioria dos profissionais simplesmente não sentem que pode haver outras alternativas.

A priorização da velocidade ganhou ainda mais força com a multiplicação dos canais 24 horas de notícias na TV, onde além da urgência, a massificação informativa passou a ser a marca registrada deste tipo de programação. Uma mesma notícia é retransmitida várias vezes no mesmo dia, com raras atualizações, levando o espectador a achar que a repetição é sinônimo de relevância. Para as redações, a repetição é um recurso para encher espaços na transmissão e não ficar atrás dos concorrentes, o que acaba padronizando quase todos os noticiários, independente da emissora.

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2 comentários:

J.A.Barros disse...

A velocidade com que as notícias são realizadas nos jornais das estações de TV, que às vezes o espectador não consegue acompanhar o noticiário e mais tarde vai ver a mesma notíica sendo repetida em outros horários e continuando com mais velocidade do que a anterior. Os jornais estão vendendo cada vez menos nas bancas e com isso, para sobreviver, os jornaleiros estão transformando as suas bancas em quase uma loja de diversos produtos como canetas, lápis, refrigerantes e etc. tudo que possa ser vendido e comprado a um preço bem vantajoso para o comprador. A banca de jornais passou a ser mais uma barraca de camelô.

Corrêa disse...

Na grande imprensa se divulga uma só opinião seja de política, economia, política internacional, social, educação, saúde, parece tudo escrito por uma pessoa só. É chato e prejudica a discussão de problemas do país.