sábado, 1 de outubro de 2016

Livros condenados?

(do jornal Floripa) 
Se o anúncio do fechamento da Cosac Naify, no fim do ano passado, pegou os autores da casa de surpresa, a notícia de que as sobras de seu estoque podem ser destruídas até 31 de dezembro trouxe um sentimento geral de desolação — mas também uma pressa redobrada. , diretor financeiro da editora, a informação fez os escritores acelerarem a busca para reaver os últimos exemplares de suas obras e salvá-los da “fogueira”. Paralelamente à venda pela Amazon de todo o estoque da Cosac a preços reduzidos — a partir de um acordo fechado recentemente —, alguns escritores aproveitam os descontos previstos em seus contratos (que chegam a 70%) para comprar seus próprios títulos com a editora. Outros esperam dela uma proposta de doação. Há, ainda, os que se dizem perdidos, sem saber como proceder, já que não foram procurados pela empresa editorial. — Estou, no momento, tentando um contato na Cosac para ver se eles terão algum esquema para os autores — conta Vanessa Barbara, que nos últimos dias vem divulgando nas redes sociais o seu “O livro amarelo do terminal” (2008), para “salvá-lo do esquartejamento”. — É uma pena isso tudo, dá vontade de ir ao estoque, se acorrentar aos livros e depois levar todos pra casa. Desde que Charles Cosac encerrou bruscamente as atividades de sua empresa, as dúvidas sobre o futuro das obras atormentam os autores. Gerente-geral para livros impressos da Amazon, Daniel Mazini informa que a varejista comprou 1.350 títulos — destes, porém, apenas 250 já se esgotaram tanto no estoque dela quanto no da Cosac. Entre os mais vendidos não estão os autores nacionais, mas os clássicos estrangeiros, como “Guerra e paz” e “Os miseráveis”. Os estrangeiros também dominam a lista dos esgotados, como “O clube do suicídio e outras histórias”, de Robert L. Stevenson; “Onde vivem os monstros”, de Maurice Sendak; e “O que é o cinema?”, de André Bazin. Em março, a Cosac confirmou a transferência de 300 títulos para as editoras do Sesi e do Senai. Parte do catálogo também foi vendida para a Companhia das Letras.

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Um comentário:

J.A.Barros disse...

E qual a razão desse estado pre-falimentar do sindicato dos Jornalistas? Por ser dos jornalistas esse sindicato, esse estado pre-falimentar não poderia acontecer, não é verdade?