por Eli Halfoun
Inexplicável, desastroso, vergonhoso,
vexame, incompetência, fulminante - não há palavra que defina a histórica
derrota do Brasil diante de uma Alemanha quase perfeita. A seleção alemã jogou
bem, mas o Brasil facilitou tudo jogando muito (bota muito nisso) mal. Usando o
lugar comum podemos dizer que perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra
que destruiu categoricamente o sonho de milhões de brasileiros - um sonho construído
durante quatro anos e que esteve muito perto (isso é o que dói mais) de ser
realizado. Não deve existir dor mais profunda do que ver um sonho (qualquer
sonho) desmoronar em apenas trágicos dez minutos Se tivéssemos perdido por um
placar digamos normal, não seria nenhuma surpresa: desde o início da Copa
sabíamos que não tínhamos um bom time, sabíamos quer a possibilidade de
conquistar o hexa seria um premio que pelo futebol que mostramos em campo não
merecíamos. Foi o nosso excesso de otimismo que nos fez acreditar e dar como
certo que no título estava no papo. Otimismo demais faz a decepção ficar muito
maior. Mais doída.
Resta o consolo e uma vitória incontestável:
perdemos a batalha, mas vencemos a difícil guerra de sediar uma Copa quase
perfeita e que sem dúvida teve no comportamento da torcida brasileira uma
conquista histórica de alegria, de paz, de criatividade e até de decepção. A
derrota não mudou o magnífico comportamento dos torcedores que aplaudiram os
adversários e mesmo profundamente magoados e machucados começaram a construir
imediatamente o novo sonho de buscar o hexa na próxima Copa na Rússia. A seleção
brasileira perdeu, mas o Brasil venceu porque como diz o publicitário Nizan
Guanaes “o Brasil se mistura com o mundo neste momento de uma forma que nunca antes
havíamos nos misturado. Sediamos o mundial de 1950 no mundo de 1950. Hoje
sediamos o mundo na ultra-realidade do século 21. As imagens transmitidas de
nossos gramados e de nossas ruas estão quebrando recordes de audiência e “likes”
ao redor do mundo. Essa mistura do Brasil com o mundo faz muito bem para o
Brasil e muito bem também para o mundo.”
O espetáculo de encerramento da Copa
no próximo domingo pode dar se a Fifa deixar mais uma vitória para o Brasil e
fazer esquecer a péssima qualidade do mixuruca show quer abriu a Copa. Basta que se entregue aos profissionais
brasileiros de shows a responsabilidade de fazer agora sim um espetáculo alegre
e inesquecível. Como foi de uma forma ou se outra a Copa. (Eli Halfoun)
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