por Eli Halfoun
É antiga e repleta de diferentes pontos de vista a discussão em torno do uso farmacêutico de um dos 80 princípios da maconha (canabidiol). Agora a discussão ganha um novo capítulo diante da possibilidade de até o final do mês uma fórmula da maconha passe a integrar a lista de medicamentos liberados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O medicamento será vendido sob controle, mas sua liberação coloca ponto final em pelo menos uma das teorias mais discutidas em torno da maconha. Para Dirceu Barbaro, diretor-presidente da Anvisa, “a prescrição do medicamento só será autorizada para o produto acabado, ou seja, um produto embalado e com nome e não para a matéria prima".
O presidente da Anvisa acredita que “o que está sendo demonstrado é que essa planta, como, poderia ser qualquer outra, pode fornecer substâncias que podem ser úteis na medicina. Diz ainda o presidente da Anvisa que “não se pode demonizar nem achar que porque essa planta é a maconha que ela não possa produzir um princípio ativo digno, nobre e medicinal." É importante desmistificar: essa substância poderia estar presente em qualquer outra planta”.
A utilização da maconha como medicamento ganhou reforço com a divulgação de que família brasileira trazia (sem autorização legal) dos Estados Unidos o medicamento para o tratamento de uma forma grave de epilepsia. Nas últimas semanas a Anvisa autorizou pelo menos seis pacientes a importarem o medicamento. Importante: ninguém está liberando o uso indiscriminado da chamada “erva maldita”: outros princípios ativos da maconha permanecerão proibidos até que eventualmente sua efetividade seja comprovada cientificamente. A Anvisa acredita que está passando “uma mensagem mais clara para quem prescreve e para quem usa reforçando o entendimento de que se trata de uma substância que, quando usada em doses definidas e numa fórmula farmacêutica definida e com indicação terapêutica definida, pode ser usada de forma segura”.
Portanto não adianta sair por aí fumando maconha indiscriminadamente porque isso só fará mal para a saúde (nunca se sabe exatamente o que se está fumando). Além de ainda dar cadeia. (Eli Halfoun)
Um comentário:
É muito sério esse liberação da maconha para ser tratada e reivindicada em passeatas. No Uruguai – não pensem que a maconha foi discriminalizada e ficou impune – o seu plantio e uso ficou sob o controle e fiscalização do governo.
A experiência de liberalização das drogas na Holanda não deu certo. É assunto muito complexo e discutido pela medicina a liberação da maconha. Muitos grupos de médicos põem em dúvida se a maconha tem realmente efeito medicinal para determinadas doenças.
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