segunda-feira, 28 de abril de 2014

Racismo no futebol: só cadeia e punições pesadas vão coibir as agressões. Campanhas só não bastam. Se um jogador é vítima de racismo no estádio, seu time deveria parar o jogo


(da Redação)
A Espanha é, no momento, o foco de episódios racistas em jogos de futebol. A vítima mais recente foi Daniel Alves, do Barcelona, ontem. Ao se posicionar para cobrar um escanteio, ele foi alvo de uma banana atirada por um torcedor do Villa Real. Com digna ironia, Daniel comeu a banana e cobrou o escanteio. Cobraria outro, em seguida, que resultou no gol da virada do Messi. Valeu como resposta. As agressões se repetem e não se tem notícia de qualquer repressão aos intolerantes por parte das autoridades esportivas ou civis do país. Se, no Brasil, em casos semelhantes, as punições são brandas - embora racismo seja crime previsto no nosso Código Penal - a Espanha deixa corre livre o preconceito. Há um pouco de História por trás desse comportamento - a Espanha foi aliada de Hitler e viveu muitos ano sob a ditadura fascista de Franco, que ainda tem muitas "viúvas" no país e até deixou como "herança" uma família real nomeada pelo ditador e atualmente envolvida em casos de corrupção. A Fifa limita-se a campanhas que já se revelaram inócuas. Os racistas lá fora e aqui no Brasil não se deixam levar por faixas, cartazes e anúncios bem-intencionados. Está na hora de rever o regulamento. O juiz deve obrigatoriamente paralisar a partida diante de manifestações racistas. Se os dirigentes não identificarem para a polícia através de vigilantes ou de câmeras internas o torcedor ou torcedores racistas o clube deve perder os pontos do jogo, sem prejuízo de outras punições. A atitude de Daniel Alves foi significativa mas não basta. Se a Fifa não cria punições imediatas para esses casos, caberia aos jogadores sentar em campo e se recusar a dar continuidade ao jogo enquanto o torcedor ou torcedores racistas não saírem da arquibancada direto para a cadeia.
ATUALIZAÇÃO - Em gesto inédito na Espanha, o Villa Real tomou a iniciativa de banir do seu estádio o torcedor responsável pela agressão a Daniel Alves. É importante a atitude do clube, assim como as manifestações de apoio ao jogador nas redes sociais, mas é pouco. O caso é de polícia e de retaliação que doa no bolso dos responsáveis. Um bom exemplo deram os patrocinadores do Los Angeles Clippers que suspenderam os contratos de publicidade após manifestação racista do dono do clube de basquete, o empresário Donald Sterling. É bom que grandes marcas sejam cobradas nas redes sociais por apoiar clubes ou entidades como a Fifa, a CBF e outras que não tomam providências pesadas em casos de intolerância racial. Nesses casos, não vale brincar. Nem mesmo como fez recentemente o presidente do São Paulo ao declarar em entrevista à rádio Bandeirantes que o meia Kaká, do Milan, poderia ser contratado nesta temporada. O sujeito, Carlos Miguel Aidar, respondeu literalmente: "Gostaria muito de ter Kaká de volta. Tem a cara do São Paulo, alfabetizado, tem todos os dentes na boca, fala bem, joga bem, faz gols, mas não tem como competir com os árabes e os chineses. Se der para trazer, esse é um jogador que cai feito uma luva no São Paulo". Sem comentários. .


2 comentários:

J.A.Barros disse...

Essas manifestação já aconteceram quando Eto'o quando jogava no Barcelona. No meio do jogo ele parou e gritando "no mas, no mas " ia deixando o campo, mas juizes e companheiros correram e conseguiram impedir que deixasse o campo.
O povo espanhol se esquece que eles foram dominados por muitos anos pelos mouros, árabes e negros que deixaram as suas marcas nos filhos das mulheres espanholas com quem se relacionaram.
Tem muito espanhol de pele bem morena e cabelos bem negros.

Celio disse...

A Espanha vai jogar em Salvador. Capital mais afro do Brasil. E o treinador da seleção diz que não existe racismo no futebol. Que a Bahia acolhedora recebe os espanhois bem melhor do que os jogadores brasileiros são tratados na Espanha