sexta-feira, 6 de julho de 2012

E a arte da interpretação? Para onde vai?


por deBarros
Tempos atrás antes de se assistir um filme procurava-se nos jornais as opiniões dos críticos. Criaram até a figura do bonequinho que classificava os filmes. Se era muito ruim o bonequinho aparecia dormindo na poltrona, mas se eram muito bom o bonequinho aparecia em pé aplaudindo. Não se tinha mais dúvidas que o filme era bom e valia a pena ir comer pipocas vendo o filme em questão.
Indo mais além na suas criticas os atores eram elogiados chamando a atenção para suas qualidades histriônicas. Muitos críticos acertavam quais atores seriam os ganhadores do Oscar daquele ano e também os filmes premiados.
Assim era crítica de cinema dos tempos que se foram. E hoje? Que tipo de criticas temos dos filmes atuais? Depois que inventaram os dubladores das vozes dos atores de cinema entendi que as críticas acabaram. Por que acabaram? Por que esses críticos de cinema não se preocupam em fazer crítica do filme em si, mas estão mais preocupados em destacar as vozes do dubladores, que nunca, pode-se dizer, tiveram criticas ruins, todas até agora, sempre muito elogiadas. Ora, fico sempre a me perguntar, diante das dublagens, em quase todos os filmes que venho assistindo pela televisão, porque vozes inexpressivas, que não conseguem transmitir a emoção verdadeira dos artistas que interpretam determinadas ações de cenas em que se passa o filme passaram a ser mais importantes que as vozes dos atores?
Artistas que estudaram o tom da voz a ser usada naquele personagem. Expressões vocais para tornar as cenas o mais perto da realidade dramática do momento da cena, que foram conseguidas através de seu trabalho durante horas seguidas no estudo desse personagem que está sendo criado.
Para que todo esse esforço e trabalho do ator se amanhã em países distantes, no caso o Brasil, vão jogar tudo na lata do lixo em total desprezo pela criação artística de atores que levaram a sua vida estudando arte dramática para trabalharem nos palcos dos teatros e nos sets dos cinemas. Para dar emprego a artistas desempregados?
Alguém, pelo menos, que já assistiu o filme Júlio César, com Marlon Brando, de toga interpretando Marco Antônio, nas escadarias do Senado romano, fazendo o discurso diante do cadáver do Conquistador da Gália, que acabara de ser assassinado por Brutus e Caio, senadores romanos, ser dublado por alguem que se formou, em pouco meses, em dublagem de vozes em um curso de São Paulo?  Ou, quem viu, Lawrence Olivier, no filme “Hamlet”, uma das obras primas de Shakespeare, recitando “To be or not To be? That the question? “.
Tudo isso está me parecendo brincadeira de donos de estúdios de gravação de vozes que querem ganhar dinheiro tirando do telespectador, no caso, a força dramática emprestada pelo ator nas cenas dos filmes que interpretam.

Um comentário:

Luciana disse...

Opinião muito radical. A dublagem atende milhões de pessoas que têm dificuldade em ler legendas. Além disso, muitos canais oferecem a opção de ver o filme com legendas ou dublado.