por deBarros
Tempos atrás antes de se assistir um filme
procurava-se nos jornais as opiniões dos críticos. Criaram até a figura do
bonequinho que classificava os filmes. Se era muito ruim o bonequinho aparecia
dormindo na poltrona, mas se eram muito bom o bonequinho aparecia em pé
aplaudindo. Não se tinha mais dúvidas que o filme era bom e valia a pena ir
comer pipocas vendo o filme em questão.
Indo mais além na suas criticas os atores eram
elogiados chamando a atenção para suas qualidades histriônicas. Muitos críticos
acertavam quais atores seriam os ganhadores do Oscar daquele ano e também os
filmes premiados.
Assim era crítica de cinema dos tempos que se
foram. E hoje? Que tipo de criticas temos dos filmes atuais? Depois que
inventaram os dubladores das vozes dos atores de cinema entendi que as críticas
acabaram. Por que acabaram? Por que esses críticos de cinema não se preocupam
em fazer crítica do filme em si, mas estão mais preocupados em destacar as
vozes do dubladores, que nunca, pode-se dizer, tiveram criticas ruins, todas
até agora, sempre muito elogiadas. Ora, fico sempre a me perguntar, diante das
dublagens, em quase todos os filmes que venho assistindo pela televisão, porque
vozes inexpressivas, que não conseguem transmitir a emoção verdadeira dos
artistas que interpretam determinadas ações de cenas em que se passa o filme
passaram a ser mais importantes que as vozes dos atores?
Artistas que estudaram o tom da voz a ser usada
naquele personagem. Expressões vocais para tornar as cenas o mais perto da
realidade dramática do momento da cena, que foram conseguidas através de seu
trabalho durante horas seguidas no estudo desse personagem que está sendo
criado.
Para que todo esse esforço e trabalho do ator
se amanhã em países distantes, no caso o Brasil, vão jogar tudo na lata do lixo
em total desprezo pela criação artística de atores que levaram a sua vida
estudando arte dramática para trabalharem nos palcos dos teatros e nos sets dos
cinemas. Para dar emprego a artistas desempregados?
Alguém, pelo menos, que já assistiu o filme
Júlio César, com Marlon Brando, de toga interpretando Marco Antônio, nas
escadarias do Senado romano, fazendo o discurso diante do cadáver do Conquistador
da Gália, que acabara de ser assassinado por Brutus e Caio, senadores romanos,
ser dublado por alguem que se formou, em pouco meses, em dublagem de vozes em
um curso de São Paulo? Ou, quem viu, Lawrence
Olivier, no filme “Hamlet”, uma das obras primas de Shakespeare, recitando “To
be or not To be? That the question? “.
Tudo isso está me parecendo brincadeira de
donos de estúdios de gravação de vozes que querem ganhar dinheiro tirando do
telespectador, no caso, a força dramática emprestada pelo ator nas cenas dos
filmes que interpretam.
Um comentário:
Opinião muito radical. A dublagem atende milhões de pessoas que têm dificuldade em ler legendas. Além disso, muitos canais oferecem a opção de ver o filme com legendas ou dublado.
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