![]() |
(Trabalhou no JB, de 1965 a 2011, Ex- Editor de Arte)
Como era de se esperar, na Reforma Gráfica de O GLOBO, nas bancas neste domingo, foram redesenhadas as páginas, as seções, pequenos ajustes, mudanças pontuais, mantendo a mesma filosofia do jornal. De um modo geral, o trabalho foi bem executado pela imensa equipe do imenso jornal, que,com o fechamento do JB impresso, ficou sem concorrente nas bancas. Afinal, como dizia o Dr. Roberto Marinho, é muito difícil fazer alterações e mudanças bombásticas num jornal da envergadura de O GLOBO e um risco para o seu maior patrimônio, que são seus leitores, antigos e novos, acostumados com a "cara" do jornal. Os anunciantes também poderiam protestar, causando constrangimento.
A CAPA: Acho que poderiam ousar mais. O logotipo foi preservado. O “altinho”, nosso velho conhecido, poderia ser mais estreito e mais trabalhado com infográficos, aumentando o espaço para a manchete, cuja tipologia também foi mantida, embora com antetítulo, título, subtítulo, texto deabertura, além de mais um texto na chamada, um exagero... A charge do Chico também está muito pequena. Esperava-se que, com a mudança, ficasse um pouco maior. É a primeira coisa que todos olham. Acho, também, excessivo o número de chamadinhas na lateral, que poderiam ir para a página 2, continuação da capa. Eventualmente, o “altinho” poderia descer à esquerda no lugar das chamadinhas, ou para baixo, como rodapé.
PÁGINA 2: Está ótima com o Panorama Político, as frases, mais chamadinhas e a excelente foto das meninas.
PÁGINA 3: A abertura do País, também está muito boa. O vermelho no número deu muita força e penso que o infográfico, sempre que possível, deve ser usado.
PÁGINA 4: Correta a coluna do Merval. A matéria do Valerioduto está mal paginada, com cara antiga e sem criatividade.
PAGINA 8: As fotos da matéria do Roberto Jefferson poderiam ser mais abertas, com texto menor. O rodapé da Web foi bem sacado.
PÁGINA 14: UM JULGAMENTO PARA A HISTÓRIA: ótima página, moderna, de fácil compreensão com apoio da infografia, que foi fundamental.
PÁGINA 16: A HISTÓRIA DA MORA/40. Diagramação sofrível, apressada. Matéria de página inteira, os títulos não precisam necessariamente ficar no alto, à esquerda; podem mudar de lugar, assim como a foto, muito boa. O título, NÃO com gosto de SIM, poderia remeter a uma paginação mais arrojada!
PÁGINA 19: Dos leitores. Boa página. Já as fotos on-line, estas sim, poderiam fechar um altinho excelente. O chamado roda-cabeça.
PÁGINAS 20/21: Opinião + Artigos, normal. O Veríssimo deveria ter o bonequinho dele, como tem o Joaquim Ferreira dos Santos.
SEGUNDO CADERNO: Capa muito boa. Penso que poderiam chamar o Cassio Loredado para ilustrar matérias com personagens famosos. Poderia se criar uma vinheta que lembrasse a continuação da matéria, facilitando sua leitura. O Agamenon deveria ter uma diagramação menos hermética, mais engraçada e com ilustração desenhada ou infográfico.
PÁGINA 88: Saúde, diagramação moderna, ótima página!
MORAR BEM: O título na vertical é bom, mas a cor lembra a Folha. Talvez pudesse usar o mesmo azul do logotipo.
BOA CHANCE: Grande caderno, título na vertical, sem o verde que descaracteriza tudo.
NITERÓI: A foto que abre o caderno é antológica, deveria ficar no alto. Caderno e guia de serviços muito bons, vão ser úteis ao pessoal do outro lado da ”poça”.Coluna social é a cara de Niterói.
ECONOMIA: O melhor caderno do jornal. Excelente!
RIO: MISSÃO QUASE IMPOSSÍVEL: ACHAR UM TAXI. Poderia ser o lay-out padrão para matérias de página inteira, com o título centralizado, bem simples e muito bonito.
ESPORTES: Outro caderno muito bom, sendo que o símbolo das Olimpíadas é imbatível. Não importa que tenha sido muito usado, deve ser repetido, sempre. A matéria A PÁTRIA NO OLIMPO está muito grande. É preciso diminuir os textos, valorizando a ilustração, muito boa por sinal. A coluna do Renato Maurício Prado é a melhor do jornal.
REVISTA O GLOBO: Dispensável a palavra Revista; ninguém vai achar que é jornal... A capa poderia ser mais bem transada graficamente. Gabriela Goulart , editora e Joana Dale, repórter, garantem a qualidade das matérias. A diagramação dos NOVOS GARÇONS DO CERVANTES é apressada. Poderia ter uma bela ilustração e os bonecos menores. Já a matéria PARA OUVIR COM OS OLHOS está perfeita. Moderna, clara, bem ilustrada. Na matéria de capa,os textos poderiam ficar mais para dentro com os claros em volta. A COR DO INVERNO deveria ter um sinal gráfico avisando que ela continua... A coluna do Xexéo também é ótima: Inteligente, engraçada e um excelente fecho para a revista.
CONCLUSÃO: O saldo da Reforma é altamente positivo! A preocupação de não fazer grandes alterações, deve ter sido o ponto de equilíbrio da equipe. Penso que a direção de O GLOBO conseguiu reunir jornalistas veteranos, como o Orivaldo Perin , Paulo Mota e Leo Travejnhansky, com jovens jornalistas, formando uma excelente equipe que, certamente, ainda vai fazer edições memoráveis IMPRESSAS para serem lidas e guardadas. Parabéns a todos que participaram do projeto, quando o jornal completa 87 anos. (Nelio Barbosa Horta).
Falando como leitora, sem ser uma especialista, gostei muito do novo Globo. Como você falou, não mudou muito mas achei mais organizado para facilitar a leitura.
ResponderExcluirNão ficou parecendo o Estadão?
ResponderExcluirNao eh uma revolucao grafica com fizeram o JB e, acho, o Jornal da Tarde, mas ficou melho para leitura.
ResponderExcluirA "charge "do Chico não é a minha primeira leitura da 1ª página do jornal O Globo. A sua "charge "é muito feita em cima da palavra "entreouvido". Não acho que a primeira página seja o lugar ideal para "charge". A Folha de São Paulo, que na minha opinião está com os melhores chargistas – a começar pelo Angeli – abre a sua charge na página dos editoriais, como fazia o JB.
ResponderExcluirSó uma coisa não muda: é jornal de extrema direita que apoiou golpes contra a democracia como no episódio do suicídio de Getúlio e na implantação da ditadura de 64. Isso não há reforma que apague da história.
ResponderExcluirA maior parte dos leitores detestou; è só perguntar.
ResponderExcluirO verdadeiro intuito foi economizar, já que é notório que a imprensa escrita passa por séria crise financeira. O jornal em verdade encolheu.