quinta-feira, 19 de julho de 2012

Quer dançar, companheiro?


por deBarros
Na década de 50, a política no Brasil era exercida com muito mais seriedade e, por que não dizer?, sobriedade. As campanhas eleitorais ainda eram feitas muito mais em palanques nas praças das cidades, nos comícios organizados pelos partidos com seus candidatos a vereadores e prefeitos, a deputados e senadores, e a governadores e presidentes, em discursos solenes e pomposos, onde expunham as suas metas e objetivos. Falavam o que pretendiam realizar se fossem eleitos. Eram campanhas honestas e até familiares entravam nas campanhas divulgando seus parentes candidatos. O máximo de propaganda a que chegavam eram os chamados “santinhos”, impressos no formato das figuras dos santos distribuídos pelas Igrejas durante as missas aos seus seguidores. Nesses “santinhos” vinha a imagem do candidato, seu nome e a sigla do partido a que pertencia. Depois vieram os números dos partidos impressos nos “santinhos”.  Mas, veio a televisão e tudo mudou na vida do homem no seu meio social.  A televisão entrou com toda a força e como não podia deixar de ser invadiu o processo político brasileiro transformando as campanhas eleitorais em verdadeiras guerras de publicidade. Aparecer a imagem do candidato na televisão o maior tempo possível se tornou a verdadeira guerra politica que passou a ser travada entre os candidatos a cargos eleitorais. Nesse jogo, que antes obedecia a uma regra de comportamento entre cavalheiros, passou a ser um jogo de vale tudo: de ponta-pé na canela a xingar a mãe, tudo fazia parte do jogo.
Até se aliar e abraçar a um inimigo antes mortal e tentar dançar o “passo doble” com seu candidato a prefeito para aparecer na mídia passou a fazer parte dessa nova modalidade de campanha. São os novos tempos que a mídia moderna eletrônica trouxe para o mundo político do Brasil de hoje. Será essa nova campanha moderna o melhor para a política no Brasil?

Nenhum comentário: