por Gonça
Sobre o post do debarros, abaixo. Há controvérsias. Muitas. É preciso pesar bem essa questão de dano ambiental. Itaipu, por exemplo, construida pela ditadura, teve enorme impacto na natureza. Verdade. Mas você consegue imaginar o Brasil hoje sem Itaipu? Teria que gerar energia muitas vezes mais poluente, o país estaria mais pobre, sem força e luz para mover cidades e empreedimentos. Pobreza, sabe-se, é um dos maiores danos ambientais. Assim como falta de projetos e de perpectivas. Um exemplo: durante o governo FHC, o Brasil não fez obras de infraestrutura. A política era vender bens públicos, mas aí é outra história. Como consequência, veio o célebre apagão, o maior que o país já sofreu. A saída do governo anterior foi, então, liberar a instalação de emergência de termelétricas extremamente poluentes, movidas a óleo diesel e até condenáveis unidades a carvão.
Mas a discussão não deveria ser política, nem enquadrada em tema de governo versus oposição. O país vai precisar de energia, principalmente após ter voltado a crescer desde 2003.
Hoje há métodos e técnicas para minimizar danos ambientais. Debarros provavelmente não se preocupou em ler um pouco mais sobre o projeto. Belo Monte terá impacto ambiental sim, mas não será um desastre ecológico como Balbina, outra usina construida na Amazônia pelos militares. Segundo os técnicos, a nova hidrelétrica formará um lago, mas de proporções menores, por adotar técnicas mais mais modernas de geração de energia. A futura hidrelétrica submete-se à vazão do Rio Xingu (PA), o que evita que seja construida uma enorme parede e um imenso lago artificial. Isso porque a usina terá turbinas convencionas e também turbinas tipo bulbo, que funcionam a fio-d'agua, na expressão dos técnicos, ou seja, são movidas pela própria vazão do rio. Se a discussão não for política, o que as organizações de defesa do meio-ambiente devem fazer é lutar para que sejam minimizados os efeitos sobre as populações. Curiosamente, o governo Lula é violentamente criticado pela oposição por instalar as reservas territoriais necessárias à sobreviência dos índios. Subitamente, a mesma oposição passa a ser "defensora" dos índios, no caso de Belo Monte, que serão afetados pelas obras. Uma posição meio hipócrita. Que o país encontre o equilíbrio entre gerar energia (que resulta em progresso e ascensão social de milhões de brasileiros), o controle ambiental e o respeito à cultura e aos direitos dos índios. Quanto ao outro ponto do post do debarros, o financiamento, é naturalmente innevitável aqui e em qualquer país do mundo. Empresas privadas não entram em um projeto dessa magnitude, de grande aporte de recursos e retorno a longo prazo, sem uma forte participação estatal. Essa, aliás, foi uma das razões da paralisação do pais no governo passado em matéria de infraestrutura. Os tucanos parecem ter imaginado que ao privatizar as estatais e abrir concessões de estradas, portos etc poderiam esperar que grandes grupos privados tocassem adiante novas e grandes obras. Como se sabe - e as estatísticas mostram - nada foi construído. Com atraso, só depois de 2003 foram retomadas construções de hidrelétricas, ferrovias, portos, o país voltou a construir, por exemplo, navios (será lançado essa semana o primeiro grande petroleiro construido em estaleiro nacional após mais de dez anos de inércia no setor), gasodutos etc. São os fatos.
Um comentário:
Essa resposta será dada no momento certo. Tudo na vida tem a sua hora e o seu momento.
"Os progressistas"serão sempre respondidos.
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