Amigos, acabo de assitir e ouvir pela TV – horrorizado – a fala do presidente em um dos seus discursos, num palanque, inaugurando uma obra inexistente de um projeto fantasioso batizado de PAC I.
Em toda minha vida, acompanhando esse processo político brasileiro, desde a eleição, em 1950, do dr. Getúlio Vargas, confesso que nunca vi um presidente do país se pronunciar com tanto ódio e revolta contra o poder constituido brasileiro como o fez o atual o primeiro mandatário do Brasil.
Em pé, diante da bancada de orador, seguindo o seu estilo com voz rouca, os indicadores das mãos apontando para um inimigo invisivel na platéia, dando suas rodadinhas em cima dos pés ora para o lado direito, ora para o lado esquerdo, com movimentos ensaiados bem ao estilo marqueteiro, destilava, no seu discurso, ódio incontido contra o sistema judiciário brasileiro.
Dos seus olhos, saiam fumaça, injetados de sangue, com uma baba bovina escorrendo do canto da boca, vociferava contra um simples juiz de direito que, no cumprimento do seu dever, seguindo a lei que rege o sistema eleitoral deste país, o multou duas vezes por ter infringido essa mesma lei, ao citar nominalmente, em uma das solenidades públicas, ao inaugurar mais uma obra inacabada do PAC I, o seu candidato à presidencia da República.
"A regra é clara", como diria um comentarista esportivo. A lei veta qualquer campanha eleitoral em atos solenes patrocinados pelo governo constituido, muito menos citar nomes de candidatos a cargos eleitorais.
O que me impressionou, realmente, foi a demonstração de se achar com um poder tão forte, que lhe daria autoridade para exprobar e o mais importante não aceitar atos dentro da lei, como a condenação do juiz, com isso, pregando a desobediência civil, ostensiva, contra um dos poderes da República, no caso o do Judiciário.
Não pude deixar de identificar no presidente, um transtorno psicológico à luz da medicina como um "magalomaníaco" atacado por ilusões de grandeza, poder e superioridade, caracterizado pela obsessão em realizar atos e feitos grandiosos.
Essa é a realidade do processso político brasileiro e não podemos fugir dela e tomarmos muito cuidado, porque toda essa agressividade pode levar a um "coup d' etat" e sem mais nem menos, podemos estar diante de mais um regime ditatorial liderado por um ditador.
Um comentário:
debarros, Lula falou o que pensa e deu essa histeria na mídia. Na verdade, estão confundindo a Constituição com a chamada "lei eleitoral", que não é tão respeitável assim. Primeiro, muda a cada ano, é casuística, juízes fazem interpretações conflitantes. Uma zôrra, e isso não tem a ver com partidos, atrapalha a todos. Agora mesmo um desses juízes interpretou que a internet deve ser tão patrulhada quanto a televisão e igualou os dois meios. Não é a mesma coisa e não conseguiriam controlar: blog, sites e twitter iriam mesmo para a desobediência civil. Felizmente, alguém de mais bom senso fez nova interpretação e não vão censurar a internet. É tão ruim a legislação eleitoral que muita coisa ainda é entulho da ditadura. Só uma reforma política, com voto distrital, financimento público de campanhas, reorganização de salários e beneficios de deputados, senadores e vereadores, proibição de canditaturas sem ficha limpa etc etc resolveria isso. O resto é hipocrisia e firula de um Poder que deveria esvaziar seus arquivos de milhões de processo parados, a maioria de gente simples, porque quem paga bons advogados vai a Brasília e acompanha suas pendências. O que não pode é essa colcha de retalhos de leis eleitorais que mudam a cada eleição, mudam as regras e muda a interpretação. Fica difícil.
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