terça-feira, 10 de dezembro de 2024

E o Vampiro não ficou para o Nobel... • Por Roberto Muggiati


Em 2007, o fotógrafo e artista visual Alberto Vianna, Mestre em Comunicação e Linguagem, registrou uma das últimas imagens de Dalton Trevisan. A foto histórica está hoje reproduzida nos principáis veículos do país. O escritor seguia pela Rua XV de novembro, em Curitiba. Em 2022, Vianna contou à Gazeta Brasil que o flagrante surgiu de uma coincidência. "Eu estava passando por ali. Era o caminho dele. Ia ao mercado e também tinha o costume de ir à livraria do Chain. Foto: Alberto Vianna

Não havia escritor com maior bagagem literária para se tornar o primeiro ganhador brasileiro do Prêmio Nobel do que Dalton Trevisan. Isso só não aconteceu porque a Academia Sueca só escolhe candidatos inscritos oficialmente por entidades do seu país. Curitiba – que se autodenominava Cidade Sorriso, mas é também o berço da famigerada Boca Maldita – sempre condenou ao ostracismo seus cidadãos mais bem sucedidos. Dalton sofreu ainda o boicote da velha guarda dos “imortais” por esta frase que publicou no conto-exaltação de 1968 Em busca de Curitiba perdida: “Curitiba, não a da Academia Paranaense de Letras com seus trezentos milhões de imortais, mas a dos bailes no 14, que é a Sociedade Operária Internacional Beneficente O 14 De Janeiro”. E, se dependesse do próprio Dalton, indiferente a prêmios e distinções, aí é que a coisa não andaria mesmo.

Mas, recentemente, com uma Academia Paranaense renovada – acolhendo escritores de destaque como o historiador Laurentino Gomes, autor da trilogia Escravidão – iniciamos uma campanha consistente, Ernani Buchmann e eu, para inscrever o nosso vampiro de estimação ao Nobel de Literatura. O movimento ganhou força a partir do dia 4 de dezembro, quando a jornalista curitibana Isabela França assumiu o cargo de cônsul honorário da Suécia em Curitiba, com jurisdição sobre os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em minha última visita a Curitiba, no início de novembro, discutimos e fizemos planos, entusiasmados com a ideia. Afinal, se o Dalton chegou aos 99, poderia muito bem alcançar os 100 anos. Mas o Vampiro fez forfait, refratário à luz da fama, que sempre o incomodou...


Obrigado, Kubrusly, pela bela parceria • Por Roberto Muggiati

 

Documentário da Globoplay (Kubrusly – Mistério sempre há de pintar por aí)
. No Sul da Bahia, o jornalista em estado de graça ao lado do cachorro Shiva. Imagem Reprodução TV Globo

Comoveram-me as imagens de Maurício Kubrusly deixando-se levar pela espuma dos dias na companhia do seu cão numa praia da Bahia. Quando recebeu o diagnóstico de Demência Fronto Temporal (DFT), chegou a pensar em recorrer à morte assistida, como o fez recentemente o poeta Antônio Cícero. “Não tenho mais o que fazer aqui”, falou. Sua mulher, a arquiteta Beatriz Goulart, o demoveu da ideia. Tudo começou quando ele não conseguia mais ler os jornais e esquecia fatos importantes. Aventou-se a possibilidade de Alzheimer, mas depois se confirmou a demência. Com um relacionamento de quase vinte anos em casas separadas, Maurício propôs a Bia morarem juntos. “Estou esquecendo todas as coisas...” Já são sete anos de luta e o casal tem vivido os últimos tempos no sul da Bahia, na placidez de Trancoso. Um pouco dessa história é contado no documentário da Globoplay Kubrusly – Mistério sempre há de pintar por aí.

Mesmo sem ter o physique du rôle, Kubrusly foi o apresentador de TV mais popular do país, do qual revelou facetas pitorescas e desconhecidas no quadro Me Leva, Brasil, ao longo de 17 anos em mais de 300 programas do Fantástico.


O que poucos sabem: antes disso, Maurício Kubrusly, um carioca que migrou para São Paulo, foi o bem sucedido editor da Som Três, referência entre as revistas sobre música no país. O trabalho editorial em Manchete não me impediu de engrenar uma parceria profícua com Kubrusly, que iria muito além de meras resenhas de discos. Escrevi a seu pedido uma História do Rock em fascículos encartados na revista, depois editados num volume único de 200 páginas. E cinco livretos de 13x10cm e 35 páginas cada sobre aspectos do jazz – encartados na Som Três com anúncio do patrocinador na 3ª e 4ª capas (o jornalismo do Kubrusly passava um bolão para a publicidade esperta da Editora Três): Mestres do jazz, O piano no jazz, A estória do blues, O trompete no jazz e  O saxofone no jazz.









Da minha parte, reciclei o material descartável da revista para o formato mais perene do livro: A história do rock gerou dois volumes da série Tudo É História, da Brasiliense:  Rock: de Elvis à beatlemania [1954-1966] e Rock: da utopia à incerteza [1967-1984], ambos publicados em 1985; e Rock: do sonho ao pesadelo, da L&PM (1984). Já os livrinhos de jazz deram Jazz: uma história em quatro tempos (L&PM, 1985) e Blues: da lama à fama (Editora 34, 1995) – foram cinco volumes ao todo.

Todos os homens são mortais e o Kubrusly já recebeu o seu bilhete azul. Mas as imagens recentes de filmes e reportagens o mostram se divertindo muito, quase em estado de graça. Eu diria que, para ele, a Demência está sendo uma Sala VIP do Céu.


Viralizou! Alguns dos assuntos mais toscos e chatos de 2024

 

por Ed Sá 

*Qualquer coisa sobre Jojo Todinho.

* Malafaia pela obra completa..

* Notícias recorrentes de supostos novos filhos de Neymar.

* Depois de virar tanta notícia, DNA para provar suposto filho de Gugu Liberatto deu negativo.

* Vexame. Filme sobre Silvio Santos, um equívoco cinematográfico.

* TBTs sobre Xuxa, Senna e Adriane Galisteu.

* Desavenças da família real britânica. Enchem o saco e vivem de produzir conteúdo para tablóides ingleses.

*  Briga por lugar na janela. O caso do menino birrento, a mãe sem noção e a advogada que expôs vídeo de passageira.

* Família Bolsonaro. Diaristas da família Trump em Mar-a-Lago.

* Influenciers. Simplesmente por existirem.

* Tiago Leifert: sempre que abre a boca ou tecla opiniões bizarras. 

* Demétrio Magnoli: por produzir opiniões caóticas e extremistas travestidas de "análise". 

* O imbroglio de Gabigol no Flamengo, que durou o ano inteiro.

* A Red Bull dá asas a Max Vestappen, o piloto mais mau caráter que a Fórmula 1 já viu. Detestado no paddock e na pista pelos golpes baixos que pratica e pelo favorecimento que recebe dos organizadores das provas.

* Zelenski e seu uniforme de Chuck Norris, sendo que não dá um tiro sequer. 

* Netanyahu. Por ser o sanguinário Netanyahu.

* Trump. O autoritarismo pelo voto.

*  Congresso brasileiro. Por ser uma casa que reúne maioria de legisladores que se auto representam e defendem interesses próprios, nunca os da população.

* Desvios de emendas parlamentares. São tantos e impunes que a safadeza "prescreveu" na mídia.

* Caso Ana Hickmann e ex-marido Alexandre. Também já deu. Um ano na mídia...

* Qualquer coisa sobre Yasmin Brunet.

* Tédio: brigas virtuais de fãs de Xuxa e de Adriane Galisteu sobre a a herança sentimental de Ayrton Senna. Sendo que Senna não está nem aí.

 





 


sábado, 7 de dezembro de 2024

Trio de ouro: lobbies que são sonho de consumo nas mesas de Brasília

Três lobbies poderosos balançam gavetas em Brasília. Um pressiona para que o governo aumente o número de voos no Santos Dumont prejudicando a recuperação do Galeão, ambos importantes aeroportos do Rio de Janeiro. Outro forte movimento quer a legalização dos cigarros eletrônicos comprovadamente mortais. Uma rica onda que recebe alegres "surfistas" é a da privatização das praias.

Independentemente do que acontece nos gabinetes, os três assuntos estão no cardápio de sucessivos encontros em mesas discretas dos restaurantes da capital.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Na capa da IstoÉ, Janja, que incomoda os saudosos do laquê das primeiras-damas da ditadura


Comentário do blog - Se não tivesse feito mais nada, Janja guarda o mérito de ter argumentado junto a Lula para não decretar uma GLO em janeiro de 2023. Uma intervenção sob o pretexto de Garantia da Lei e da Ordem era, sabe-se hoje, a chave para a efetivação de um golpe de Estado precisamente no rastro dos atos terroristas na Praça dos Três Poderes no dia 8 de Janeiro. E parte da estrutura próxima a Lula, em, altos cargos, era a favor da GLO do golpe. 

Janja foi a voz inteligente em um ambiente duvidoso naquele momento.

Além disso, Janja tem participação e atitude. De resto, direitos da cidadã e não dessa "instituição" deplorável e antiquada de "primeira-dama". A mídia bolsonarista dispara críticas contra a ela porque tem saudade do laquê das primeiras-damas da ditadura, as Iolanda, Scila, Lucy e Dulce que, à mesa de jantar, deviam ouvir os maridos orgulhosos contando seus feitos do dia na implementação de sequestros, torturas e assassinatos, práticas diárias do regime militar.

Aprenda a identificar jornalistas kids pretos da extrema direita brasileira

 por O.V.Pochê 

- É exibicionista ideológico. Exibe em público as partes baixas do seu fanatismo.

- É competitivo. Por isso, quando lê um texto de um concorrente radical apressa-se a escrever algo ainda mais extremo.

- Escreve para o patrão. E costuma ligar para saber: "gostou, chefe? Hoje eu estava afiado".

- Quando não tem patrão ou patrocinador, escreve para a bolha de extrema direita. A excitação é quase a mesma.

- Quando é processado por mentir pede Pix aos seguidores para pagar advogado e indenização.

- Deprecia o Brasil mesmo em questões que passam longe da ideologia. 

- Geralmente é mal-amado, como as antigas seguidoras de Carlos Lacerda e a exemplo do seu supremo líder.

- Detesta os fatos. Estes, quando verdadeiros e checados, atrapalham suas "análises".

- Consequentemente é atraído por fake news que "sustentam" suas pensatas.

- Chama os Estados Unidos de "América". Bota a mão no lado esquerdo do peito quando ouve o hino da "América".

- Considera Orlando a capital cultural dos Estados Unidos.

- Não nega wet dreams com Musk e Trump. 

- Vibra quando Trump ameaça taxar os Brics em 100%. Acha isso politicamente orgásmico.

- Sonha em ver Bolsonaro na posse do Trump. Espera que Trump venha buscá-lo com um pelotão de marines.

- Só não se inscreve para ser mercenário na Ucrânia porque não tem cuecas suficientes.

- Considerando apenas os mega radicais, a facção de jornalistas kids pretos tem representantes nas páginas de opinião do Globo, pelo menos dois, na Folha, vários, no Estadão, idem, no Metrópoles um ensandecido, nos jornais do Sul muitos, na Globo News dois abaixo da linha da ética, na Jovem Pan, todos, nos sites e canais de extrema direita são incontáveis.

- É fácil reconhecê-los. Sempre que analisam denúncias sobre os crimes de Bolosonaro preocupam-se em arranjar argumentos para a linha de defesa do "mito", "mito", "mito".


terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Pré-memórias da redação: Fazendo cinema na Curitiba de 1962 • Por Roberto Muggiati

Tive uma participação curiosa na filmagem de As moradas no primeiro semestre de 1962. Jornalista curitibano desde 1954 na Gazeta do Povo, passei uma temporada em Paris entre outubro de 1960 e fevereiro de 1962 como bolsista do governo francês estudando no Centre de Formation des Journalistes. De volta a Curitiba, trabalhei na Secretaria (ou Departamento) de Cultura do governo Ney Braga, sob a direção de Ênio Marques Ferreira, até o início de agosto de 1962, quando parti para uma temporada de três anos em Londres (até junho de 1965) contratado para trabalhar como Programme Assistant no Serviço Brasileiro da rádio BBC. Conheci Sylvio Back por volta de 1956-57, éramos colegas de imprensa, ele trabalhava no Diário do Paraná, onde editava um suplemento cultural chamado “Letras & Artes”, do qual eu era assíduo colaborador. O cinema era um tema importante, eu diria até dominante no suplemento. De volta a Curitiba em 1962, reatei minha amizade com o Sylvio. Encontrei-o em seu primeiro casamento e trabalhando na redação local da Última Hora, um arrojado projeto de Samuel Wainer com a edição produzida em Curitiba, impressa em São Paulo e distribuída diariamente em tempo hábil nas bancas de Curitiba. (O editor da UH paranaense era o paulista Ary de Carvalho, que elevou a venda do jornal de 6000 para 23000 exemplares diários. Depois ele fundou o jornal Zero Hora em Porto Alegre e se tornaria proprietário de O Dia do Rio de Janeiro.) 

Solteiro, eu morava em casa de meus pais, à Rua Carlos de Carvalho esquina com Francisco Rocha, e rodava toda noite pela Curitiba boêmia no carro da família, um DKW, carro popular fabricado no Brasil entre 1958 e 1967 sob licença da fábrica alemã do mesmo nome.

Senti uma diferença notável entre a Curitiba que deixei em outubro de 1960 e aquela que reencontrei em fevereiro de 1962, com a radicalização política do confronto entre direita e esquerda, que acabaria levando ao golpe militar de 1964. Sylvio Back – mesmo ganhando a vida como jornalista – começava a dedicar mais horas do seu tempo ao sonho que faria dele um dos cineastas mais profícuos e polêmicos do país. Naqueles primeiros meses de 1962 iniciou a filmagem, com uma câmera na mão e muitas ideias na cabeça, do documentário As moradas, focalizando as primeiras favelas que apareciam na periferia da cidade. À falta de equipamento adequado para efetuar travelings, encontramos uma utilidade para o DKW de meus pais.

Eu ao volante e o Sylvio empunhando a câmera debruçado perigosamente sobre a janela traseira, fazíamos pequenos takes  de filmagem, percorrendo distâncias de cinco a dez metros. Orgulho-me muito dessa participação – ainda que tosca e improvisada – no filme inaugural da bela carreira do amigo Sylvio Back.

Infelizmente, passados 62 anos, ainda não vi o produto final. Não tive acesso a um DVD de As moradas e – por inadequação técnica ou humana – nunca consegui abrir um link que me permitisse ver o filme. Mas espero um dia vê-lo e resgatar através de suas imagens o ar fresco das manhãs outonais daquela Curitiba perdida.

Escrevi o texto acima em resposta a um e-mail de Rosane Kaminski, pesquisadora da Universidade Federal do Paraná, especializada na obra cinematográfica de Sylvio Back. Ela já publicou dois livros sobre os longas-metragens que ele fez quando ainda morava no Paraná e escreve atualmente sobre o primeiro filme dele, As moradas, lançado em 1964. No final da tarde quente do primeiro domingo de dezembro, abri mão não do lazer – o descanso do escritor é escrever e estou mergulhado numa matéria interminável para a revista Piauí – e concentrei minha memória naqueles seis meses ensanduichados entre dois anos de Paris e três anos de Londres – um período perdido, ma non troppo, em Curitiba, que na minha autobiografia intitulei Seis meses num DKW. Pouco antes da meia-noite, Rosane me respondeu, “exultante” com o depoimento, e presenteou-me uma cópia de As moradas digitalizada pela Cinemateca Brasileira.  Viajei no tempo ao longo daqueles dez minutos de imagens desbotadas, sentindo-me às vezes ao volante do DKW. A trilha minimalista, com os estudos para violão de Villa-Lobos tocados por Turíbio Santos – lembrando incrivelmente a cítara do húngaro Anton Karas em O terceiro homem – conferem dramaticidade ao texto despojado, isento de qualquer ilusão (“Hoje só há liberdade para morrer. Os homens nem mais soltam grunhidos perturbadores.   Toda essa longa viagem, no entanto, promete uma chegada, pois os homens se revezam e não desistem”.)

http://www.bcc.org.br/filmes/880756

domingo, 1 de dezembro de 2024

Vestappen: jogo sujo até o fim.

por Niko Bolontrin 

Mesmo campeão, Vestappen, o mau caráter  da Red Bull, joga sujo. No GP do Catar ele foi punido por andar em baixa velocidade na classificação pra prejudicar a Mercedes de George Russell. Perdeu aprnas uma posição no grid, o que o deixou no lucro.

Sobre punições, a propósito, esse GP foi recordista em penalidades aos pilotos. Com o campeonato decidido a F1 distribuiu sentenças inclusive ao Vestappen, o tetra campeão beneficiado quatro vezes pela bandeira amarela, uma para cada título. Provavelmente como as punições não valem mais nada os fiscais quiseram demonstrar a isenção que não tiveram ao longo do ano.

sábado, 30 de novembro de 2024

The Times, hoje: Brasileira vence processo em caso de assédio racial motivado pelo sotaque


por Ed Sá
 

Criticar colegas estrangeiros de trabalho por causa do sotaque pode ser considerado assédio racial.  

É o que um tribunal inglês acaba de concluir após julgar o caso de um brasileira que era gerente de engajamento e marketing no departamento de artes criativas da Hertfordshire University. Elaine Carozzi alegou no processo que falava bem inglês, mas os colegas insistiam em dizer que não a entendiam. Carozzi denunciou que seu sotaque foi usado "como um parâmetro para avaliar sua capacidade profissional". Diante das pressões, ela renunciou ao cargo, isso após um ano inteiro de trabalho. A Hertfordshire University será comunicada da decisão para providência s. Foi o segundo julgamento do caso. No primeiro ela perdeu a causa, mas ganhou o direito de recorrer. A vitória de Corazzi poderá impactar litígios semelhantes.

Mbappé é jogador tóxico

por Niko Bolontrin 

O problema do craque francês não é apenas a difícil convivência com os companheiros. O vestiário, como os boleiros denominam a fornalha que é o espaço, principalmente quando o time vai mal. Não lhe bastam os gols que faz - e agora nem está fazendo tantos. E gostaria de fazer todos os gols do time. Que os demais jogadores tivessem apenas a missão de lhe servir a bola. No PSG, criou intrigas com Messi, Neymar, Cavani, Di Maria, Suárez...

Quando o Real Madrid anunciou a contratação do francês, foram muitos os jornalistas da mídia esportiva europeia que apontaram o risco. Ninguém dúvida que Mbappé é um super craque. O problema é que ele não se adapta a time algum. Quer que todo o time se adapte a ele. 

Aconteceu mais cedo do que se esperava a crise do Real Madrid. O treinador Ancelotti dá sinais de que por questões políticas internas está cedendo às vontades de Mbappé. Diz que é preciso paciência. O francês atravessa uma fase de "falta de confiança". Confiança é o que surpreendentemente está faltando no próprio Ancelotti.

Como fez no PSG e na seleção francesa, Mbappé está fritando alguns jogadores do Real Madrid. O caldo da paella está entornando. Baixar o fogo do francês  é o desafio de Ancelotti, um dos treinadores mais vencedor do futebol europeu 

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O BBB dos jornalistas da Globo. Tudo mundo já pro paredão!

Vladimir Neto interpretando ele mesmo. Foto: Reprodução de vídeo veiculado pala Globo

Às vezes, uma ideia que parece "genial" pode se tornar uma enorme furada. Principalmente quando, na reunião de pauta, ganha unanimidade. Já dizia Nelson Rodrigues, toda unanimidade é... 

No meio do furacão da denúncia do golpe de Bolsonaro e seus kids pretos, repórteres da sucursal da Globo em Brasília encenaram um reality de quinta série mostrando "como trabalham". Imaginavam, talvez, estar protagonizando uma espécie de tutorial do jornalismo investigativo. Cada um dos "atores" e "atrizes" ali deve ter se sentido assim a dupla Bob Woodward e Carl Bernstein desvendando o escândalo Watergate, uma Oriana Falacci ou uma Christiane Amanpour. 

O filminho foi ao exibido e ganhou nas redes sociais o Prêmio Vergonha Alheia do Ano. A direção da Globo, no Rio, mandou tirar do ar. William Bonner achou a encenação "cafona", segundo o site F5. A internet se divertiu e pede bis. O reality abre com o repórter Vladimir Netto falando aparentemente com uma fonte, um deep throat do Planalto Central, na sequência, entre outros, o elenco inclui Júlio Mosquera e Delis Ortiz. Vê-se a redação trabalhando ao fundo, como meros figurantes não identificados, mais ou menos como aquelas multidões de anônimos em batalhas de filmes épicos. Diria que agora agradecem ao deus dos jornalistas por não aparecerem em primeiro plano. 

É isso, velhos jornalistas sabem que reuniões de pauta também podem produzir "monstros da criatividade". 

Se o vídeo "a sucursal da Globo como você nunca viu" ainda não foi retirado da internet, você pode vê-lo neste link ou em um endereço qualquer na vastidão do mundo dos algorítmos. 

https://revistaforum.com.br/midia/2024/11/28/globo-apaga-teatrinho-do-jn-que-caiu-no-ridiculo-william-bonner-achou-cafona-170033.html

   

Le Cardinal Macron e o segundo "incêndio" da Notre Dame

 


por Flávio Sépia 

A reabertura da Notre Dame após a conclusão das obras incendeia Paris. Segundo o Libération, o presidente da França se apropriou da reinauguração. A cerimônia oficial e religiosa acontecerá na semana que vem, mas Macron atropelou a agenda e fez uma visita à catedral, transmitida pela TV. Na prática, apresentou e declarou simbolicamente aberta a belíssima Notre Dame. Antes, Macron tentou convencer o Papa Francisco a participar da reabertura solene. Chico recusou alegando que na data estaria em visita à Córsega. O presidente não gostou. Essa pode ser uma das razões da "invasão" antecipada? Só falta agora Francisco resolver dar o troco, mudar de ideia e levar sua trupe à catedral para roubar a cena. 
Uma das gárgulas só observa a "heresia" de Macron. Não é prudente provocá-la. Foto Instagram.
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Em todo caso, Macron deve conhecer a função medieval das criaturas que ornam a igreja. Sim, as assustadoras gárgulas, que parecem vivas, são protetoras da catedral de Notre Dame. Bom ter cuidado.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Na capa da Carta Capital: o golpe da rataria fardada

 


Deu no Portal dos Jornalistas: Acervo do Diário de Pernambuco é protegido por lei

Acervo jornalístico do Diário de Pernambuco é oficialmente patrimônio cultural material do Brasil.

Fundado a 200 anos, o Diário de Pernambuco tem sua memória agora preservada pela Lei 15.027, de 2024, de autoria da senadora Teresa Leitão (PT-PE).

Expectativa em Brasília: qual será a embaixada que vai receber Bolsonaro?

por O.V. Pochê 

Setoristas de representações estrangeiras estão notando movimentação estranha em Brasília para uma quinta-feira. 

A fala de Bolsonaro ameaçando se refugiar em uma embaixada pode ser a razão da inquietação. Não seria surpresa se alguns diplomatas preferirem antecipar o fim de semana e fechar a lojinha. 

Aparentenente Bolsonaro terá como opção apenas países mais receptivos à extrema direita e até ao fascismo assumido: El Salvador, Itália, Israel e Polônia já podem encomendar Leite Moça, iguaria preferida pelo meliante. Vão recebê-lo de braços abertos  mesmo que tenham de esconder as joias. 

Países da África não correm o risco, o Bozoroca não é chegado ao pedaço. Estados Unidos só depois da posse de Trump, mas lembrando que o magnata pretende se livrar de milhões de imigrantes e pode não querer mais um. Ucrânia toparia, só que o candidato a exilado é um ex-soldado medíocre e tem medo de guerra. Suíça é atualmente governada pela direita, mas tem uma imagem a zelar, não vai receber o desocupado. Além disso é fabricante de relógios caros, isso poderia ser um problema. Restam Paraguai e Argentina. Essa última está prendendo "patriotas" que já estão enchendo o saco dos hermanos cheio de problemas. Tá difícil. 

Bolsonaro vai acabar se refugiando no sítio "Sonho Meu", do amigo Frederick Wassef, o advogado que hospedou o fugitivo Queiroz da Rachadinha. Fica em São Paulo, estado que faz parte da Internacional da Direita.

Do Meia Hora, hoje...

 


Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprova PEC do Estuprador e do Pedófilo. Texto vai para votação em plenário.

 


Pacote Milei

O plano de corte de gastos é ruim para a imensa maioria do povo brasileiro, trabalhadores e aposentados. Mas vai piorar muito quando sair do Congresso. Tanto que Milei vai perdir para assiná-la.

Essa palavra vai entrar no dicionário em 2025. É o que dizem.....

Rachenda - s. f. - relativo a rachadinha e emenda, prática criminosa de desvio de recursos publicos, modalidade que é geralmente consequência da falta de transparência na execução de verbas públicas, neologismo inspirado na "rachadinha" termo popular para denominar retenção de parte de proventos de servidor público em benefício de políticos desonestos. Variação: Rachendinha.

À moda de Milei, Congresso se prepara para endurecer o pacote fiscal. É o presente de Natal que o mercado exige

O relatório do golpe já está na gaveta da PGR, junto com a caduca investigação sobre as jóias afanadas por Bolsonaro e o assunto da mídia nos próximos dias será o ajuste fiscal. 

O mercado está raivoso hoje contra a isenção de imposto de renda para pessoas que ganham até 5 mil reais mensais. Na outra ponta, viria a taxação para o pessoal que fatura a partir de 50 mil reais mensais.

É quase certo que deputados e senadores integrantes do pior Congresso da história derrubem tudo isso e ainda ataquem com maior vigor a correçoes do salário mínimo e das aposentadorias. Aliás, são os mesmos deputados e senadores que recentemente decretaram imposto zero para igrejas, impuseram a lei de porteira aberta para as ricas  emendas parlamentares, impedindo o Executivo de segurar eventualmente o pagamento da bocada e esticaram mais uma vez a desoneração de encargos legais nas folhas da empresas, mecanismo que foi criado durante a pandemia e que ameaça virar eterno. 

No Congresso brasileiro o Natal dura o ano inteiro, mas você não está convidado para participar de "amigo oculto". Muito oculto...

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Que Jojo Todynho é essa

Não sabemos quem é e o que faz, não vamos qualificar a pessoa. Mas uma cidadã vulgo Jojo Toddynho (nas redes sociais há quem chame de Jojo Nescau) acusou o PT de ter pago cachê a todos os artistas que divulgaram apoio a Lula nas eleições de 2022. A Todynho ou Nescau ou Ovomaltine ou Danoninho declarou ao podcast de extrema direita Brasil Paralelo que recebeu um telefonema com oferta de "trabalho" e ao chegar ao local, um restaurante, alguém supostamente lhe ofereceu 1 milhão e meio de reais para promover o voto em Lula. O PT nega e anuncia que vai processar a polêmica figura envolvida em sucessivas encrencas. Jojo terá que dizer na justiça o nome ou nomes de quem lhe fez a proposta e em qual restaurante aconteceu o encontro. Provavelmente a perícia tentará recuperar em HDs as imagens do evento, difícil mas não impossível, na internet ou sistemas nunca é. Se foi mentira, Jojo, que se identifica com a direita bolsonarista, responderá por calúnia e difamação. 

E os pets influencers chegam à capa da Time. Nesta semana em todos os gatis e canis

 


Ministro de Israel quer expulsar um milhão de palestinos da Faixa de Gaza.

Segundo a AFP, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, um aliado desvairado do tresloucado Netanyahu, defende a redução pela metade da população de Gaza. Smotrich não detalhou qual seria o método de deslocamento, se expulsão, eliminação, abdução ou um gentil convite para irem embora mais de um milhão de palestinos. Antes da guerra, a Palestina tinha pouco mais de 2 milhões de habitantes. O ministro também não explica como a população forçada a emigrar será selecionada pelo seu plano a ser apresentado ao governo.        

"Kids pretos" causídicos...

Também existem advogados "kids pretos". Uma obscura organização, que se intitula Lexum, foi formada recentemente para "atuar na defesa da contenção judicial". Contenção quer dizer controle, limitação, restrição. Pois é, eles querem a Justiça relativa. Na verdade, a Lexum ficou nervosa com a abertura do sigilo do inquérito sobre os golpistas e abriu campanha contra Alexandre de Moraes para derrubá-lo da condução do processo. 

terça-feira, 26 de novembro de 2024

A Folha publicou ontem uma matéria sobre os 100 anos da Coluna Prestes, que começou sua epopeia em 28 de outubro de 1924. Em 1995, Manchete fez uma série épica por ocasião dos 70 anos da jornada revolucionária do Cavaleiro da Esperança. Durante nove meses Luiz Carlos Prestes Filho cruzou o Brasil do Sul ao Nordeste recolhendo memórias históricas dos passos do pai

 

Folha de São Paulo 


por José Esmeraldo Gonçalves 

A revista Manchete publicou uma série de 10 reportagens em uma monumental e exclusiva revisita à trajetória da Coluna no Sul, Centro Oeste e Nordeste do Brasil. Ao longo de nove meses, Luiz Carlos Prestes Filho percorreu 25 mil quilômetros. Ele não apenas reencontrou as memórias revolucionárias, como ouviu testenunhos, localizou antigas armas e apetrechos, comparou os tempos, as perdas ecológicas, relatou espécies animais desaparecidas e rios que perderam a pujança desde meados do século passado aos anos 1990. 


Na foto de Gustavo Stephan, Luiz Carlos Prestes Filho à frente de cavaleiros gaúchos e...

Luiz Carlos Prestes em imagem de arquivo da época no comando da tropa revolucionária

Como repórter, cumpriu sozinho o desafio de compor a série "Nas Trilhas da Coluna Prestes, em 1995, quando dos 70 anos da Coluna, mas a produção de imagens exigiu o revezamento de uma equipe de fotojornalistas. Prestes Filho foi acompanhado  Gustavo Sthepan, Marcos Corazza, João Mário Nunes, J.Egberto e Izan Peterle. Juntos os cinco profissionais operaram cerca de 10 mil fotos.  Esse material original integra ou integrava o arquivo fotográfico da Manchete leiloado após a falência da Bloch e que até hoje encontra-se em paradeiro e condições de preservação desconhecidos. 

A série, contudo, pode ser lida e vista na coleção da revista digitalizada pela Biblioteca Nacional.      

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Racista sai das trevas

por Ed Sá 

A internet lembra um filme de zumbis ou mortos vivos. A toda hora emergem anormais. Vários veículos - e não apenas de fofoca - repercutem um ataque racista da apresentadora de um programa de rádio da Band e musa da escola de samba Gaviões da Fiel contra uma cantora negra. Não vou reproduzir as ofensas. A racista em questão atende pelo nome de Ana Paula Minerato. A vítima é a cantora Ananda. Diante da repercussão do crime,  Band e Gaviões demitiram a Minerato. Curiosa é a justificativa que ela deu: diz que estava "sob efeitos de remédios". Essa justificativa substitui a já batida "minha fala foi tirada de contexto". Em tempo: a agressora crítica o cabelo da cantora do Melanina Carioca. Fala com desprezo. Só que a Ananda é muitas vezes mais bonita do que a racista. Confiram no Google.

Economia da Argentina despenca em quase 4%. Chegou a hora do pesadelo

por Flávio Sépia 

Mercado é de extrema direita. Alguem dúvida ? Não há nada de técnico na maioria das projeções. No Brasil erra sempre pra pior mesmo quando é bom o desempenho da economia. Na Argentina, também erra, mas sempre a favor de Milei. Enche a bola do liberticida e agora se "surpreende" com a queda da economia argentina em quase 4%.

domingo, 24 de novembro de 2024

Na capa da IstoÉ: o balão de ensaio


por O.V.Pochê 
Segundo a IstoÉ, Bolsonaro e cúmplices testam a viabilidade de Eduardo Bolsonaro ser candidato a presidente em 2026, mas a  extrema direita tem circulado dois outros nomes: Ronaldo Caiado e Tarcísio Freitas.

Como simples exercício de imaginação, listo alguns candidatos  a cargos do futuro primeiro escalão de Eduardo Bolsonaro.

Casa Civil - Carlos Bolsonaro 
Defesa - Flávio Bolsonaro
Cultura - Jojô Todinho
Economia - Fabrício Queiroz 
Banco Central - Agurdando indicação de Trump 
Educação - Regina Duarte 
Secretário de Imprensa - Alexandre Garcia. 
Planejamento - Veio da Havan.  
Relações Exteriores - Luciano Huck
Agricultura - Gustavo Lima
Casa Civil - Michele Bolsonaro
Petrobras - Aguardando indicação de Musk.
Itaipu - Aguardando indicação de Trump. 
Embaixada do Brasil em Washington - Allan dos Santos.
BNDES -Aguardando indicação de Trump.
Cônsul na Flórida - José Aldo
Novo Ministério Deus, Pátria e Família - Michelle Bolsonaro.
Gerência da Contas Secretas em Paraísos Fiscais - Paulo Guedes
Exército, Marinha e Aeronáutica - Aguardando indicações de Trump.
Cordenação Ministerial para Privatização da Amazônia - Aguardando indicação de Musk.
Chefia Especial do Departamento de Presentes para o Presidente (Jóias, Relógios, Estatuetas de Ouro, fuzis, pistolas,  automóveis Tesla, ações da Starlink etc) -  Jair Messias Bolsonaro.
Ministro do Turismo - Jair Renan Bolsonaro.
Diretor de Motociatas e Gerente do Puxadinho do Alvorada - Caio Copolla.
Coordenador do Café da Manhã com a Mídia Bolsonarista - Augusto Nunes.
Caseiro da Representação Avançada do Alvorada em Orlando FL. - Rodrigo Constantino.
Redator de discursos em lives - Demétrio Magnoli.
Supervisão de Manutenção de Pistolas no Alvorada - Carla Zambeli.
Mentoria de Palestras de Michelle Bolsonaro - Joel Pinheiro.

sábado, 23 de novembro de 2024

Lava e passa?

Sob suspeita. Camboriú (SC) é hoje um dos mais  intensos pontos de lavagem de dinheiro do Brasil. Região não por acaso bolsonarista. Duvida? Basta dar um Google associando Camboriú+Lavagem de dinheiro. São muitos andares de transações.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Na capa da Veja Digital: conversa de bunker

 


A operação Punhal Verde Amarelo não foi piada


Comentário do blog- A capa da Carta Capital dá ao fato a dramaticidade verdadeira. Bolsonaristas têm adotado a estratégia de minimizar a tentativa de atentado, foi apenas um protesto, um ensaio simbólico, dizem. Um dos boys da família Bolsonaro diz que pensar em matar não é crime. Um colunista do Globo descreve a tentativa como tosca. E afirma que Bolsonaro analisou o risco e abortou a operação. E assim ele livra a cara do indiciado. Eu, hein?

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Mídia - Precisamos falar sobre o jornalismo kid preto

por Flávio Sépia

O jornalismo kid preto está disseminado nas redes sociais e em sites, principalmente. Cada um desses canais tem seus "analistas" adestrados nas forças especiais da manipulação neoliberal. Metrópoles, Jovem Pan, Globo News, CNN, Globo, Folha, Estadão têm kids pretos de estimação. Vários deles fazem artigos e  editoriais que um Braga Neto assinaria. Não é difícil identificar o pelotão que faz a linha auxiliar do punhal verde amarelo. São rancorosos, detestam o politicamente correto, a diversidade, as cotas, condenam campanhas contra o racismo, formulam teses para supostamente provar que o Brasil é uma "democracia racial", protestam contra o "cancelamento" de racistas e assediadores. Dizem que isso é "censura" e agride a "liberdade de expressão". Um colunista de um grande jornal costuma ficar nervoso contra quem defende o banimento de conceitos e gírias de conotação preconceituosa. A Câmara dos Deputados tem seus kids pretos. O Senado idem. O  mercado cultiva seus kids pretos. As igrejas estão lotadas de kids pretos. As redes sociais estão roxas de kid pretos. Até o ministério de Lula tem kid preto. As urnas apontaram prefeitos kids pretos e vereadores kids pretos. O futebol tem kid preto. A música sertaneja tem kid preto. 

Não sei porque tanta surpresa com a mais recente revelação de ameaça golpista planejada por kids pretos.

Lula e Xi na capa do Washington Post. Um aperto de mãos que Trump abomina

The Washington Post. Reprodução 

Brasil e China assinaram um amplo pacote de acordos. A China se prepara para a tempestade protecionista que Trump provocará na forma de taxação de importações. A ofensiva de Trump atingirá vários países. O Brasil é um deles. São esperadas, por exemplo, medidas fiscais sobre vendas de aço para os Estados Unidos. O slogan de Trump, que promete a "América" grande de novo, vai levar a arrogância estadunidense às trocas comerciais.  O porto chinês no Peru, os caças Gripen suecos do Brasil, os investimentos de Pequim na África, qualquer afirmação de autodeterminação que a Casa Branca interpretar como hostil vai virar alvo do autoritarismo do magnata. No caso do Brasil, a extrema direita bolsonarista deverá ser interlocutora de Trump. Cenas explícitas de subserviência vão compor a agenda entre um "I love you Trump" e visitas de serviçais da extrema direita brasileira à área de serviço de Mar-a-Lago. 

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Descubra as palavras em inglês que marcaram as últimas nove décadas. Muitas delas você incorporou ao seu vocabulário

The Times. Reprodução

Para celebrar 90 anos, o British Council elaborou uma lista de palavras em inglês para mostrar como a linguagem registra as mudanças sociais que ocorreram nas últimos decadas. The Times, na edição de hoje, publica uma matéria sobre essa linha do tempo dos vocábulos. Muitas dessas palavras foram incorporadas ao dia a dia do Brasil. 

Confira alguns termos selecionados: 

1930 - Babysitter, Nylon, Jukebox, Video, Multicultural.

1940 - Bikini, Blockbuster, Buzzword, Cool, Deli (abreviatura de Delicatessen), Diskjockey, Nuclear.

1950- Artificial Inteligence, Disco, Graffiti, Rock'n'roll, Sitcom.

1960 - Baby boomer, Bollywood, Gentrification, Hippie, Homophobia. Multiverse, Reggae, Supermodel, Vibes.

1970 - Punk, Hip hop, Karaoke, Curry.

1980 - Avatar, Biodiversity, Cell phone, E-book, Sustainability, Virtual. 

1990 - Blog, Carbon fooprint, Cloud, Emoji, Spam, Google, Web

2000 -Cringe, Crowfunding, Hashtag, Podcast, Selfie.

2010 - Deepfake, Woke, Ghosting. 

2020 - Barbiecore, Bubble.

Veja mais palavras e as justificativas do British Council. Acesse o link

https://www.britishcouncil.org/english-assessment/eltons/festival-of-innovation?shpath=/english-language-evolution

Charlie Hebdo resume a crise: franceses não querem acordo com o Mercosul porque temem ter que comer carne humana da Amazônia...

 

* Pelo menos uma empresa francesa, o Carrefour, informou que não mais comprará carne de países do Mercosul. Alegam que o produto não obedece às normas européias. Já os exportadores brasileiros acusam a medida de protecionista.

O terror parece terrir, mas, cuidado, um dia eles aprendem

 por José Esmeraldo Gonçalves 

A operação terrorista Punhal Verde Amarelo foi coisa séria, foi uma grave ameaça à democracia. Não deu certo, mas o risco continua presente. A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, ele mesmo protótipo de autoritário, é um incentivo aos golpistas brasileiros. 

Despreze os editoriais dos jornalões que até recentemente, sem nenhuma consistência jornalística, apenas sustentados pelo "achismo" ideológico, garantiam aos seus prezados leitores que "o perigo passou", "é hora da conciliação", "vamos dar as mãos" etc. 

Esse tipo de postura é linha auxiliar das ameaças à democracia. 

O Brasil não está imerso apenas um confronto de opiniões, a extrema direita representada pelo bolsonarismo já demonstrou várias vezes que quer implantar no país um regime autoritário e usa a violência para alcançar o objetivo. 

Uma das cenas mais inacreditáveis que a TV mostrou em dezembro de 2022, no dia da diplomação do presidente eleito Lula da Silva, foi um grupo de terroristas aglomerados em um viaduto tentando empurrar um ônibus sobre o trânsito engarrafado no horário do rush em Brasília. A ideia era atingir os carros e seus condutores e conduzidos. Outros terrorristas colocaram uma bomba em uma caminhão tanque nas imediações do aeroporto da capital. Tudo isso, além do 8 de Janeiro e do bolsonarista que agora se imolou em frente ao STF,   demonstra com sobras que essa facção antidemocrática não está brincando e não desistiu. 

Não é surpresa a descoberta do plano Punhal Verde Amarelo cujo objetivo era assassinar Alexandre de Moraes, Lula, Geraldo Alkmin e quem mais resistisse aos golpistas.  

A sorte é que até aqui abusaram da incompetência. São figuras patéticas acostumadas a usufruir do dinheiro público, como um filho inviável que vive de mesada até os 60 anos. Só reaparecem a todo momento porque se beneficiam da impunidade e dos trâmites vagarosos da justiça.

Essa tal Punhal Verde Amarelo é uma tragicomédia. Daria um filme ou um livro como Roberto Muggiati cita no post "Atentados Simbólicos" publicado neste blog, ontem.

Um dos acusados de terrorismo perdeu a oportunidade porque não conseguiu chamar um uber que o levasse à posição determinada pelo chefes da operação. Outro esqueceu uma motocicleta na rua ao saber que o crime havia sido abortado porque uma das vítimas, Alexandre de Moraes, não estava em Brasília. Um general suspeito de terrorismo estava tão confiante que imprimiu todo o plano em uma impressora do Palácio do Planalto. Deve ter mostrado para a sogra, levou para a igreja, exibiu-se na mesa do carteado, vangloriou-se na sauna. Deixou pistas certamente porque se orgulhava da obra feita: queria passar à posteridade, talvez até ser entrevistado pela Jovem Pan, Pânico, Antagonista e Folha de São Paulo. 

Outro general suspeito recebeu em casa a célula criminosa, com direito a salgadinhos e drinques, sem show de Jojô Todinho e Gustavo Lima mas com despesas pagas por verba pública (claro, os terroristas tinham cargos altamente remunerados, estavam com o boi na sombra, como dizem os cariocas). 

Um dos itens do plano levou os acusados de terrorismo a vistarem a quadra do condomínio onde morava Alexandre de Moraes. Devem ter checado também a churrasqueira, piscina, o salão de festas, indagado se o ministro jogava vôlei, perguntado se havia apartamento vago para hospedar um cúmplice e deixado cartão para contato.

Outro terrorista, com a ajuda de um funcionário da equipe de Bolsonaro no Palácio do Planalto, se encarregou de levantar a rota que Moraes seguiria para ir à diplomação do Lula. Bom, Moraes foi, discursou e voltou vivo. Talvez o tal funcionário tenha perdido a conexão com o Waze.

Aparentemente, como a situação estava confusa, os elementos "altamente treinados" das forças especiais, fizeram uma pausa para relaxar em um restaurante conhecido em Brasília, frequentado por burocratas do poder. A conta? Paga pelo tesouro nacional, evidentemente. Se bobear, pediram recibo superfaturado e apresentaram ao RH do Palácio do Planalto para reembolso.

Se a democracia brasileira tem a quem agradecer é às instituições militares e policiais que construíram a incompetência desses aloprados. 

Em todo caso, segue um aviso aos editorialistas dos jornalões que defendem a "conciliação" e aos simpatizantes que articulam uma "anistia" no Congresso. Cuidado, eles acabam aprendendo.

                            

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Atentados simbólicos, ou, A vida imita a arte • Por Roberto Muggiati




• Em 1907, Joseph Conrad publicou O agente secreto, romance em que um grupo anarquista pratica um atentado contra o Observatório de Greenwich, em Londres – marco zero do fuso horário e símbolo supremo do Tempo e do “Império em que o sol nunca se punha”. A história se passa em 1886 e o agente encarregado do ato, Verloc – proprietário de uma lojinha de bricabraque e material pornográfico – acovarda-se e repassa a tarefa para seu cunhado Stevie, jovem irmão de sua mulher. Retardado mental, Stevie tropeça antes de chegar ao objetivo e cai sobre o artefato, que explode, destroçando seu corpo. Em vingança, sua irmã, Winnie, mata o marido com uma faca de cozinha. 
 

Em 1936, Alfred Hitchcock filmou o romance de Conrad com o título de Sabotage (no Brasil com o título lusitano de O marido era o culpado; em Portugal o título foi À 1 e 45). O Verloc de Hitch é, sugestivamente, dono de uma sala de cinema e os explosivos são rolos de filme. Em 1996, o britânico Christopher Hampton fez a sua versão, O agente secreto, com um elenco estelar: Bob Hoskins, Patricia Arquette, Robin Williams, Gérard Dépardieu e Christian Bale. Além disso, o livro de Conrad teve várias adaptações para o rádio e a TV e inspirou nada menos do que três óperas.

O agente secreto era o livro de cabeceira de Ted Kaczynski, o Unamomber, que matou três pessoas e feriu 23, entre 1978 e 1995, enviando cartas-bomba para pessoas que, segundo ele, estavam promovendo avanços tecnológicos que destruíam o meio ambiente.

Nas duas semanas que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, foi uma das três obras literárias mais citadas pela mídia norte-americana.


• Em Leviatã, romance publicado em 1992, Paul Auster narra a história de um intelectual nova-iorquino que um dia larga tudo e, intitulando-se “Fantasma da Liberdade”, sai pelos Estados Unidos explodindo réplicas da Estátua da Liberdade. Tempos depois, numa remota beira de estrada, enquanto fabricava mais uma bomba artesanal, ele morre – ou se mata – numa explosão. A história de Benjamin] Sachs é contada pelo melhor amigo, Peter Aron. Conheceram-se num bar do Greenwich Village em 1975, escritores iniciantes. Pete resume o martírio do amigo:

“Em 15 anos, Sachs viajou de uma extremidade de si mesmo à outra e, quando chegou àquele último lugar, duvido que soubesse mais quem era. Tanta distância tinha sido percorrida àquela altura que não lhe seria possível lembrar de onde havia começado”.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

O ogro leva tudo

 


por José Esmeraldo Gonçalves 

O filme Shrek tentou resgatar a imagem do Ogro. Tornou simpático o gigante cruel nascido no milenar folclore europeu. Na origem, o ogro não tem nada de bonzinho e se alimenta de carne humana. 

A capa da New Yorker sugere sem qualquer sutileza que os Estados Unidos e, por tabela imperialista, o mundo serão conduzidos por um ogro. Ao perfil de um Donald Trump em tons mais claros sobrepõe-se o monstro ameaçador. 

Trump 2 chega ao seu novo mandato com poderes que farão o Trump 1 parecer um looser, um perdedor que não conseguiu derrotar o fraco Joe Biden. O Trump 2 tem o Congresso e a Suprema Corte aos seus pés. E apesar da histórica autonomia administrativa, legal e política dos estados na maioria das questões vai se impor a bordo de um argumento poderoso: os governadores republicanos eleitos se beneficiaram da maré eleitoral trumpista. 

Os primeiros pronunciamentos do presidente eleito demostram que o vencedor leva tudo como cantava o Abbas no seu sucesso mundial de 1980. 

Trump sabe que não terá contrapesos nesse segundo mandato. The winner takes it all. The loser has to fall. 

Confiram a letra completa no Google e vejam se não é a própria "melô do Trump".  

terça-feira, 12 de novembro de 2024

You Tube exuma polêmica que envolveu Clodovil e a revista Amiga

 O You Tube é tão voraz que costuma exumar antigas polêmicas em troca de cliques.  Agora faz circular um short (link abaixo) que tenta provar que Clodovil foi alvo de fake news antes da mentira ganhar esse rótulo em inglês. O apresentador, que morreu em 2009, conta que foi vítima de uma fake news veiculada em uma edição da revista Manchete."Pra falar de uma doença que eu não tive, ela botou na capa para vender", disse ele. No vídeo, o falecido Clodô cometeu sua própria fake news, em parte. No anos 1980, a revista Amiga, também da Bloch Editores, publicou uma reportagem sobre celebridades e a aids. Na época, o vírus devastador atingia muitos nomes do meio artístico. 

A chamada de capa da Amiga de fato era especulativa. Pelo menos um cantor processou tanto a revista quanto a Rede Manchete (esta por haver veiculado um anúncio promocional daquela edição equivocada na qual o locutor anunciava "a aids de", seguindo-se uma série de nomes de celebridades. 

Em tempo: o cantor em questão ganhou o processo em todas as instâncias. E Clodovil, em entrevista anterior publicada no site Terra, atribuiu à Amiga, corretamente, a polêmica matéria.


Veja o vídeo

https://www.youtube.com/shorts/ixYml-Xmddw