sexta-feira, 29 de março de 2024

Na antessala do horror: lembranças do golpe de 1º de abril - Por Roberto Amaral (*) para o site Pensar Brasil

 

      por Roberto Amaral /Pensar Brasil/Carta Capital

Desde 1961, com a derrota imposta pelo povo nas ruas ao golpe militar que intentara impedir a posse de Jango, vivíamos um processo histórico tenso. Hoje, com o distanciamento de tantos anos, diríamos que tenso, mas muito rico, atravessado que foi por uma realidade em construção, povoada por dúvidas e receios, muitos sonhos e muitas esperanças.

      Com os termos de hoje, diria que vivíamos de forma aguda o teatro de uma grande polarização, a que nos persegue há 500 anos, entre a necessidade do avanço (então o pleito das reformas de base, ainda hoje por serem realizadas) e a resistência do statu quo, nome de fantasia do atraso e da concentração de renda, de escandalosa injustiça. Acreditávamos, a esquerda de então, na revolução brasileira, vista como em processo, e nos considerávamos construtores de uma nova sociedade. A direita, por seu turno, a um tempo negava a ruptura e a conciliação, e direita e esquerda disputavam aliança com os militares, de um lado os “entreguistas”, de outro, o nosso campo, os legalistas, herdeiros do Marechal Lott.

   Em certos momentos tínhamos a sensação de tocar com as mãos o horizonte socialista, nossa utopia de sempre, e ao mesmo tempo confiávamos no governo João Goulart, o que punha rédeas em nosso deslumbramento revolucionário juvenil. Muitos achavam inconcebível os velhos generais abrirem as portas do poder para sargentos, políticos de esquerda, “empresários progressistas”, estudantes e camponeses sem terra. Nossos ideólogos no PCB ensinavam que a primeira fase da revolução seria em aliança com a burguesia nacional. Contava-se, de igual, com a estabilidade do governo Jango, assentado em larga maioria no Congresso e festejado pelo apoio popular, apesar da campanha ferrenha que lhe movia a grande imprensa, sempre reacionária. E,  sobretudo, confiávamos na sua base de sustentação na caserna, que se dizia forte. Era o tal do “dispositivo militar do general Assis Brasil”. 

O país discutia as reformas de base, a plataforma-síntese de nosso projeto e o divisor de águas da política. O país era uma só assembleia, e discutia-se seu destino em auditórios por todo o país. Certamente alcançou-se, naquela altura do século passado, o momento de maior nível de educação das massas e organização popular. Eram os nossos anos dourados, após o sucesso de JK;  os anos do Cinema Novo, de Maria Esther Bueno, nossa tenista campeã, do Brasil bicampeão mundial de futebol ao lado do Brasil das ligas camponesas, da UNE, da Frente Parlamentar Nacionalista, das centrais sindicais em ebulição e do crescimento do movimento popular. Mesmo a Guerra Fria nos favorecia, e foi um marco a viagem de Iuri Gagarin. 

Mas a lua tem duas faces: nossos avanços eram acompanhados pelo avanço dos centros da reação que se espalhavam Brasil afora, como o IBADE (encarregado de financiar as candidaturas de direita nas eleições brasileiras) e o IPES (formulador da doutrina golpista). Nas eleições de 1962 a direita comprometida com o golpe havia eleito os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o chamado centro dinâmico do país, aproximadamente 40% da população e 60% da economia nacional.

 A partir de 1963 sentíamos, sem clareza quanto ao significado, que algo impalpável se movia no quadro tradicional da política brasileira: a rebelião dos sargentos em Brasília e o motim dos marinheiros no Rio. Eram fatos bastante objetivos para serem ignorados.  

O recuo de Jango, retirando do Congresso o pedido de decretação do estado de sítio, que dizia amparado no apoio dos ministros militares e com o qual pretendia atingir o governador Carlos Lacerda, da Guanabara, seu principal opositor, era evidente indicador de conflito no seu núcleo mais íntimo: contra o estado de sítio moveram-se Arraes e Brizola, a Frente Parlamentar Nacionalista, a UNE e as centrais sindicais.  

Consolidava-se a ideia da iminência de um golpe, quando sonhávamos com a revolução. No Rio, ex-vice-presidente da UNE, fui conversar com José Serra, então presidente da entidade e quadro político influente. A conversa confluiu para o plano nacional, e para o golpe, que não se expunha,  mas se sentia.  Indagado sobre sua visão, o líder estudantil que seria ministro de Estado no governo FHC e governador de São Paulo, respondeu algo que ainda relembro, passados tantos anos: "- O golpe será dado. A dúvida é simplesmente sobre a iniciativa, se da direta ou da esquerda”. Voltaria a ver o Serra de longe, daí a poucos dias,  discursando no palanque do comício de 13 de março. Passadas dezenas de anos, nos reencontramos no Recife, no velório de Miguel Arraes. Ele não se recordava do diálogo. Mas, de fato, a esquerda, ou pelo menos setores da esquerda vinculados ao Partidão, já contavam com o golpe, a nosso favor, mas comandado pelos generais, e cuidavam de tomar assento. Estava na esquina o governo democrático-nacionalista e era a hora de negociar sua composição. Algo como dois dias passados do encontro com Serra, deparo-me com Antônio Carlos Peixoto, intelectual de primeira linha do PCB, assistente da fração da UNE: nosso amigo Fco. Faria, vice-presidente, iria representar a entidade em reunião que começaria a definir nosso futuro ministério. O Partidão teria dois votos, o seu, da organização, e aquele que chegaria no galope da entidade estudantil. O golpe não seria das Forças Armadas, nem contra o povo.

O comício da Central foi um marco e mudou muitas cabeças, inclusive a minha. Antes reticente em relação às vias de conquista do poder, passei a me incorporar ao contingente dos conquistados pela demonstração de força para uma imediata e irresistível conquista do poder.

No dia 17 de março, havia o que comemorar. Era o aniversário do Partidão (que desfrutava de plena liberdade e de uma legalidade fatual), e a festa foi uma conferência de Prestes, nosso secretário-geral e líder quase mítico. A “festa” foi no 9º andar da ABI, e constituiu de longa e didática preleção sobre o processo social brasileiro e a presença dos militares em nossa história. Relembro, de memória, três pontos que ainda hoje considero os de maior relevo: I) os militares brasileiros eram oriundos da classe-média, e por isso refletiam o sentimento nacional; II) as forças armadas eram legalistas e democráticas, e, corolário, III) não havia o menor risco de golpe de Estado militar. O que, dito pelo grande comandante, valia para nós como verdade irrefutável. Saímos empolgados e fomos tomar chope no bar Vermelhinho, bem em frente à ABI. No dia seguinte, Prestes repetiria sua pregação no grande comício do Pacaembu, em São Paulo. A tradução de tudo isso foi a absoluta desmobilização das forças populares.

Dois dias passados subíamos ao Nordeste, Marcos Lins, dirigente da AP,  eu e outro personagem cuja imagem e nome a história e a memória não registraram. Marcos Lins levava cartas para dois governadores da região, e eu para o governador Virgílio Távora, do Ceará, com quem me encontrei logo na  noite de minha chegada. Por indicação do movimento sindical e partidos de esquerda,  eu exercia, a partir de 1963, uma assessoria política no gabinete do governador, quadro da UDN, amigo a um só tempo de Jango (era o que se dizia) e do banqueiro Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais e figura das mais decisivas na maquinação do golpe - que, não sabia Prestes e não sabíamos nós, logo  saltaria às ruas.

No dia seguinte, estou restabelecendo contatos e tentando montar uma linha de informações, quando sou chamado ao gabinete do governador. Quando entro em sua sala, ele está saindo deu uma pequena cabine que mandara instalar, “para ter mais privacidade em suas ligações “com Brasília e Rio”. Após os rápidos cumprimentos de praxe, dirige-se a mim: “- Doutorzinho (assim ele identificava todos os colaboradores jovens), seu amigo Jango acaba de nos foder: mexeu na única coisa em que não se mexe neste país, a hierarquia militar (o governador se referia ao discurso do Presidente aos sargentos no Automóvel Clube do Rio, na noite do dia 30/03). O golpe está dado e eu não posso fazer nada por vocês. Vou tentar salvar meu mandato. Saia daqui e vá avisar aos seus amigos”.

Saí, atordoado. Mesmo assim falei com quem pude, saiu de circulação quem pôde, mas não havia nenhuma retaguarda, nem opção tática: estávamos preparados, política e estrategicamente, tão-só, para assumirmos a direção revolucionária. Caminhávamos ou corríamos sem direção, como formigas expulsas do formigueiro. E houve muita resistência, talvez de ordem mais psicológica do que política, a aceitar a desagradável informação que eu levava. Ela desmontava as fantasias de há pouco. Estávamos todos sem chão, e, pior de tudo, sem saber o que fazer, sem ter a quem consultar. No auditório da Fênix Caixeiral, no centro de Fortaleza, antigo e liberal estabelecimento de ensino fundado por comerciários, sucediam-se discursos inflamados. O sentimento geral era de um repeteco de agosto de 1961 e da resistência democrática.  Mas não surgiu um novo governador Brizola, não teve voz uma nova Campanha da Legalidade. 


LEIA O ARTIGO COMPLETO PUBLICADO NO SITE PENSAR BRASIL E NA CARTA CAPITAL 

https://www.cartacapital.com.br/opiniao/na-antessala-do-horror-lembrancas-do-golpe-de-1o-de-abril/

* Com a colaboração de Pedro Amaral



quinta-feira, 28 de março de 2024

O 'apartheid' estadunidense ataca a cantora Beyoncé. Racistas não aceitam que ela cante canções country

por Ed Sá 

Beyoncé em versão country irrita racistas dos Estados Unidos. Foto Divulgação.

por Clara S. Britto

Com o advento das redes sociais, o racismo se torna mais explícito nos Estados Unidos. Apesar de todas as conquistas a partir dos anos 1960 e da luta por direitos civis, o povo black continua sofrendo com ataques policiais nas ruas apenas por serem pretos e um apartheid na sociedade (como bairro, empresas, universidade e high school exclusivas para pretos). Duvida? Veja filmes e séries americanos com elenco iteiramente preto. Na maioria das produções de Hollywood, pretos não interagem com brancos.

Dessa vez, a cantora Beyoncé é o alvo. Ao lançar um álbum country, ela é detonada e ameaçada na web. O seu "crime"? Criar o 'ACT II: Cowboy Carter', que tem como tema o universo country, um segmento tão conservador que tem notas racistas e reúne os red necks do meio oeste e dos subúrbios estadunidenses. "Minha esperança é que daqui a alguns anos a menção à raça de um artista, no que se refere ao lançamento de gêneros musicais, seja irrelevante”, diz ela em resposta às agressões e até ameaças. Duas faixas do álbum divulgadas antecipadamente foram boicotadas em emissoras de rádio por progamadores que critiram a "ousadia" da cantora ao cantar um "gênero de brancos". 

O álbum será lançado amanhã. Ligue-se no Sportfy. 

Beyoncé reponde com músicas a um conflito pessoal do passado. "Anos atrás tive uma experiência ruim, não me senti acolhida. Por conta dessa experiência, mergulhei mais fundo na história da música country. As críticas que enfrentei quando entrei neste gênero me forçaram a superar as limitações que me foram impostas. O disco é o resultado de me desafiar e de dedicar meu tempo para misturar gêneros" 

Em entrevista ao progama "One American News Network", o ator e cantor country John Schneider comparou a aventura de Beyoncé no gênero a um "cão que urina para marcar o seu território", segundo o Daily Mail.

Beyoncé já havia irritado a extrema direita dos Estados Unidos ao exibir no seu show espacial no Superbowl uma coreografia que remetia claramente ao movimento Black Power, com direido à histórica saudação de punho fechado. Isso quando se sabe que a plateia do Superbowl costuma reunir "conservadores" (muitos ali são racistas e neonazistas mesmo) que até hoje lamentam ter sido derrotados na guerra civil e têm saudades da escravatura.    

quinta-feira, 21 de março de 2024

Opinião vale mais do que notícia? Passaralho ataca repórteres da Globo e poupa comentaristas

Um passaralho voraz ataca o jornalismo do Grupo Globo. O bicho fez um estrago hoje e promete novos voos nas próximas semanas. Infelizmente a onda de demissões ataca repórteres, produtores investigativos e editores. Ou seja, fere um setor essencial para uma empresa jornalística. 

Aparentemente as mudanças traduzem um novo conceito no jornalismo da Globo: prioridade definitiva para âncoras, analistas e comentaristas. A fórmula atual da Globo News deve se propagar em outros núcleos de veículos do grupo. 

Na maioria das vezes os comentaristas próprios e convidados da Globo News não dependem de informações exclusivas nem de reportagens investigativas. Ao longo da programação do canal por assinatura eles fazem longas e repetitivas análises sobre fatos que circulam na mídia e que podem ter sido publicados na Folha, Estadão, Metrópoles etc. A propósito, entre os demitidos estão repórteres investigativos do G1, canal digital do grupo, que revelaram escândalos rumorosos como o das jóias afanadas por Bolsonaro. 

Com tanto falatório e pouca apuração, o Departamento de Jornalismo da Globo vai acabar virando Departamento de Contextualização onde a opinião prevalece, a notícia é detalhe e pode ser recolhida de graça no atacadão do mercado. 

Ana Gaio (1955-2024) e o jornalismo como razão de ser

Ana Gaio na Manchete em dois momentos: na exclusiva com o guitarrista e vocalista Robert Smith, The Cure, em 1987, e...


...com a fotógrafa Paula Johas durante uma reportagem
sobre a nevasca no sul do Brasil.


por José Esmeraldo Gonçalves

Ana Gaio era especializada em jornalismo cultural. Cobria teatro, cinema, TV, rock e MPB. A Manchete, como publicação de variedades, costumava ultrapassar os limites das especialidades de cada repórter. Ana, com intensa presença nas páginas da revista entre meados dos anos 1980 e a década de 1990, registrou como ninguém a explosão do Rock Brasil. Paralamas, Ultraje a Rigor, Blitz, RPM, Titãs, Barão Vermelho, Skank, Capital Inicial, Kid Abelha, entre outros, todos foram levados por ela às páginas da Manchete. O que não impedia que fosse escalada para cobrir eleições, provas de motociclismo, Fórmula 1, reportagens policiais e até de turismo, mas quem estava na redação percebia que suas matérias eram ainda mais vibrantes quando focalizava, e conquistava, as principais celebridades da época. Assinou muitas exclusivas com roqueiros brasileiros e internacionais. Um exemplo significativo: talvez a Manchete tenha feito a melhor cobertura da trajetória do Cazuza, do difícil começo de carreira ao sucesso e ao drama. Quando o fim do ídolo estava próximo, a Veja cometeu a indignidade de assinalar o que chamou da sua "agonia em praça pública". A revista da Abril cometeu um sadismo jornalístico tão antológico quanto cruel. Na mesma semana, a Manchete publicava uma exclusiva com o vocalista acompanhada de dezenas de fotos pessoais e um depoimento humano e comovente que ele cedeu a Ana Gaio. A repórter havia feito muitas matérias com o Cazuza, tantas que estabeleceu uma relação de amizade com o entrevistado de todas as fases da carreira. Provavelmente foi difícil para ela fechar com muito profissionalismo o capítulo final do cantor. 

Este post é sobre isso: o talento, a integridade e a dedicação de uma jornalista.

* Ana Gaio faleceu aos 69 anos, no dia 19/3, no Rio de Janeiro.     

Big Brother Brasil - Sexo não entra. O edredon foi esquecido, a libido foi pro paredão e não voltou. E confira denúncia sobre o BBB 171


por Clara S. Britto

Só há duas semanas passei a ver o BBB 24. Antes eu me assustava com a multidão de participantes lotando a casa. Quando perambulava na área externa o grupo lembrava cenas de filme de zumbis sem rumo. Eu sequer sabia o nome dos infelizes. Agora, sim, a multidão se foi e começo a entender o jogo. 

Por exemplo, já percebi que existe um "gabinete do ódio" formado por um professor adepto de jogadas polêmicas, uma trancista que atua como xerife da casa, "estrategistas" que selecionam  "inimigos" do grupo oposto, a confeiteira, a nutricionista, um cantor meio avoado e outros jogadores classificados como "plantas" na terminologia da casa. Do outro lado estão o motorista de aplicativo, a bailarina, a vendedora, a dançarina de Parintins, o estudante de engenharia... Esse segundo grupo, mais calmo, parece ter apoio do público. Os do "gabinete do ódio" costumam baixar o nível do jogo, escondem comida de adversário, cospem em copos, jogam roupa na piscina... Pelo menos três participantes entre os que lá estão ou que já saíram incorreram em preconceito racial. 

Claro que essas opiniões se referem aos personagens  do jogo e não da vida real. O BBB é entretenimento, recebe críticas na mesma proporção da audiência espetacular, mas também pode ser visto como um retrato tosco do Brasil, embora não sirva para análises sociológicas confiáveis. É um show, só isso. Os seres que estão lá não são androides, são reais. Participam de um jogo, sabem que são vigiados por dezenas de câmeras mas, mesmo assim, deixam escapar suas qualidades e, principalmente, defeitos. Nada muito diferente da vida aqui fora. Burlar regras de convivência, não necessariamente ilegais, é, por exemplo, um esporte nacional. Quem nunca? 

No BBB 24 o jogo sujo é prática flagrada em conversas e atos. Por enquanto, o público parece prestigiar a galera do "bem". A turma do "mal" tem perdido votações seguidas no paredão popular, mas nada impede que essas características mudem à medida em que o programa se aproxima do fim e da premiação milionária. A disputa se afunila e o "amigo" de hoje será o "carrasco" de amanhã.   

O BBB tem muitas regras. Uma delas, pelo menos na versão deste ano, parece impedir os participantes de conversarem sobre polêmicas políticas, religiosas ou outros temas "delicados". No máximo, cabe às  atitudes revelarem preferências. Apesar disso, eles estão divididos em dois grupos que demonstram comportamentos opostos. A convivência durante 24 horas por dia os leva a identificar os "diferentes" e as "afinidades", uma palavra muito usada pelos jogadores, se apresentam. Uns são mais éticos, aparentemente, outros claramente favoráveis a qualquer meio que justifique o fim. Ressalvado o fato de o BBB 24 ser entretenimento e não experimento social, vai ser interessante observar quem vai ganhar o jogo: um mínimo de ética ou um maximo de discutível "esperteza".

Por fim, uma última constatação. Caracteres do programa sempre alertam para possível incidência de referências, "sexuais, drogas e linguagem imprópria". Vejo que, para os integrantes dos tais dois grupos que se digladiam na casa, só rolou "linguagem imprópria". Uma ou outra dupla insinua aproximação romância ultraconservadora e não passa disso. A libido está ausente da casa. Um  dos ícones sexuais dos programaa anteriores, o edredon, foi pro paredão e não voltou. As famosas e ritmadas oscilações da coberta em flagrantes que acumulavam milhões de acessos no You Tube - perderam potência. Nesse ponto, o BBB sofreu um "livramento" fundamentalista. A galerinha tanto prioriza as brigas que o edredon cumpre apenas sua função original: protege do frio do ar condicionado. 

Atualização em 22/3/2024

BBB 24/171? 

Ontem houve prova do líder no BBB Brasil 24. Hoje, as redes socias denunciam suspeita de fraude que teria sido admitida por um dos participantes, que se vangloriou da estratégia 171. A suposta fraude teria beneficiado o "gabinete do ódio' acima citado. No link abaixo, do site Pure People, você pode saber detalhes da polêmica e do jogo sujo confessado. 

    https://www.purepeople.com.br/noticia/prova-do-lider-bbb-24-21-03-alane-e-prejudicada-por-lucas-buda-em-dinamica-e-web-critica-brother-jogo-sujo_a389596/1

 Atualização em 23/3/2024

Sobre a trapaça na prova do líder, o apresentador Tadeu Schmidt informou que haviam peças iguais à que Buda afanou para prejudicar Alane e Isabele. Por isso, alega a Globo, a concorrente que até então liderança a prova não teria sido prejudicada. Não há como comprovar se de fato existiam peças semelhantes no espaço reservado a Alane e invadido por Buda.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Do Jornalistas & Cia - Roberto Muggiati, 70 anos de carreira. Por Cristina Vaz de Carvalho

 










Matéria reproduzida do portal Jornalistas & Cia. Clique nas imagens para ampliar

Atualização em 20/3/2024 - O  Jornalistas & Cia publicou a seguinte nota, que reproduzimos por solicitação de Roberto Muggiati:

Clique na imagem para ampliar 


sábado, 16 de março de 2024

Vini Jr: a vítima do racismo tolerado

Post racista contra Vini Jr publicado no site oficial do seu próprio time, o Real Madrid. A imagem associa a evolução do macaco ao homem com o jogador brasileiro. Reprodução.



por José Esmeraldo Gonçalves 

O jogador Vini Jr vive uma situação inédita. Como jogador tem seu talento reconhecido; como homem preto sofre uma intensa perseguição racista.

Vini está sozinho.

A FIFA, os clubes, a federação espanhola, a UEFA apenas assistem ao massacre. Vini é agredido a cada vez que entra em campo. A Espanha não tem leis contra o racismo. O preconceito corre solto. O Real Madrid, onde ele joga, também não reage. Os muitos jogadores negros que atuam no futebol europeu fingem que não é com eles. A mídia espanhola, com microscópicas exceções, bota a culpa na vitima,Vini Jr. 

E não digam que Vini é o primeiro. Vários jogadores brasileiros sofreram com o racismo que berra nas arquibancadas de La Liga. Ele é sim o primeiro a gritar alto. Alguns pretos, como Ronaldo Fenômeno, Rivaldo e Romário optaram, no seu tempo, por ficar calados. Vini expõe reação inédita com corajosa indignação. Está certíssimo. O jogador brasileiro foi atacado ontem no site do Real Madrid. Você inicialmente pode pensar que a conta do Real sofreu invasão. Não. O post é autêntico e foi veiculado na página oficial do clube.  

Se a FIFA, a UEFA, a CBF, a Conmebol e outras confederações ou federações não reagem além de campanhas para exorcizar culpas, a bola está como os jogadores pretos. Que eles,  ao primeiro sinal de racismo, parem o jogo. Se não furarem a bola estarão compactuando com um crime. Emissoras que transmitem o jogo devem suspender a cobertura. Patrocinadores precisam entrar nessa briga. Ou ambos, veículo e quem banca anúncios, estarão faturando com apoio de racistas impunes. 

A questão é a seguinte: chegou a hora de separar quem compartilha e quem combate o racismo. Não há dois lados. Só um deles veste o simbólico capuz da "Ku Klux Klan Klan" à moda da Europa. Multas, jogos sem torcida, punição leve de torcedores racistas, campanhas, faixas contra o racismo exibidas na beira do campo são bobagens diante da magnitude do problema. Tudo é muito bonito, mas inútil. 

Parar o jogo até que os racistas sejam presos é a solução. 

Não entrar em campo contra times que aceitam práticas racistas e não idendificam os criminosos nas arquibancadas quando têm o mando de jogo é a melhor arma. Mas, para isso, é preciso que jogadores pretos se unam. 

No caso de Vini não basta abracá-lo em campo. É necessário que botem a bola embaixo do braço e parem o jogo. 

Ou serão sempre cúmplices da indignidade nos estádios.

quarta-feira, 13 de março de 2024

Publimemória: com a decadência do meio impresso, a criatividade e a ousadia do passado foram banidas da publicidade

 


por Ed Sá 

Este anúncio da DeMillus foi publicado em 1997 na Revista Cláudia, da Abril. Atualmente, uma peça dessas seria inimaginável. A decadência do meio impresso, especialmente revistas, também atingiu a propaganda. O maior volume de anúncios é hoje veiculado na internet, principalmente em redes sociais de pessoas com alcance na casa de milhões de seguidores. A Manchete, nos seus melhores tempos e nas edições semanais, chegou a alcançar 400 mil exeplares. Em edições especiais como de carnaval, visita do papa ao Brasil, acontecimentos relevantes ou mortes de celebridadess duplicava e até triplicava esse número. Para referência, os rapazes e moças que estão no atual BBB 24, atingem de 400 mil a 7 milhões de acessos. Com raríssimas exceções, os publicitários, mesmo os mais criativos, ainda não se sentem à vontade com a linguagem da internet. A maioria faz peças simples na carona dos influenciadores. Na revistas e na TV os anúncios ganhavam destaque visual. Na internet que, é claro, atinge muitos milhões de consumidores, a maioria clica no "pular" e mesmo assim, em poucos segundos a mensagam básica é transmitida sem sofisticação ou criatividade. O "santo gral" da publicidade passou a ser criar uma mensagem que "viralize" sem "agredir" o código moral do Instagram, You Tube, Facebook e outros gigantes. 

Hoje, o anúncio acima seria provavelmente banido por sexualizar a mulher.  

Mídia: turismo da morte

Reprodução X


Jornalistas brasileiros desfrutam de "jabá" (*) em Israel. Foto: reprodução

Um "bonde' de jornalistas brasileiros viajou para Israel a convite do StandWithUs Brasil em missão de relações públicas nos fronts da Guerra Israel-Palestina. Entre 1 e 9 de março,O grupo - reparem que alguns estão sorridentes - visitou um memorial às centenas de vítimas do ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023. Não há referências sobre os mais de 30 mil mortos civis em Gaza em função da retaliação israelense. Participaram do tour (aparentemente liderado pelo jornalista Caio Blinder) profissionais da Band TV, CBN, CNN, Estadão, O Globo, TV Cultura e UOL e dos programas Manhattan Connection e André Marinho Show.

(*) No jargão jornalístico, jabá, abreviatura de jabaculê, caracteriza viagens a convite, com tudo pago, quando profissionais da mídia aceitam missão promocional ou de relações-públicas de interesse do anfitrião pagante.    


sábado, 9 de março de 2024

Mídia - Ordinários, marchem! Como nos tempos da ditadura, o jornalismo volta a valorizar os (as) setoristas de quartel

Nos anos 1970, havia jornalistas em quase todas as redações especializados na caserna. Alguns eram informantes, outros apenas vibravam na breve convivência com os da farda. Sabiam tudo sobre a fila de promoções. Passavam notinhas para os Zózimo da vida sobre os prováveis ungidos com estrelas. 

Um desses jornalistas de coturno que passou pelo Globo e Manchete foi demitido, certa vez, por render nada além de pautas-recado sob o foco militar. Sua reação foi ameaçar o chefe: afirmou que tinha amigos no Doi-Codi.

De certa forma esses tempos voltaram em novo formato. Agora há jornalistas especializados no "clima" dos quartéis. "Cúpula militar está magoada", repetem. "A insatisfação contra a apuração da ameaça de golpe é grande", relatam. Cada um ou cada uma parece ter um general como crush. Ouvindo e vendo esses "porta-vozes", a audiência tem a impressão de que os tanques estão lubrificados e prontos para rodar as esteiras no asfalto da Praça dos Três Poderes seguidos pela horda bolsonarista. Não são repórteres, não parecem ter coragem para investigar de fato a temperatura da tropa, isso poderia ser notícia, apenas divulgam, como entregadores do "iFood" da extrema direita os recados que inflamam a situação política e animam a ala fascista do Congresso Nacional. Eles se dizem "analistas". Todo dia de manhã ligam para a "fonte próxima" para saber da insatisfação dos quartéis. Se o interlocutor lhes diz que está tudo calmo não há notícia e eles passam a apurar se Janja entrou em alguma loja de luxo para comprar roupa íntima de grife cara. Para esse tipo de jornalista, viver não é matar um leão por dia. É vender diariamente a alma aos patrões na black friday baratinha que, em tempos menos anglófilos, já foi conhecida como xepa. 

Redes sociais X Democracia : é conflito, solução ou batalha perdida?

 


por Ed Sá

O Portal dos Jornalistas publica pesquisa que analisa o que os eleitores de vários países pensam dos efeitos das redes sociais sobre os regimes democráticos. 

Há ainda muitas dúvidas sobre esse conflito. No Brasil, por exemplo, 71% acham que elas "são boas para a democracia", enquanto 25% acreditam que "não são benéficas".

Neste 2024 vários países passaram por eleições importantes. Juntos, tais pleitos poderão mudar a geopolítica mundial e todos, de um jeito ou de outro, estarão plugados na web. Pela primeira vez, as campanhas políticas, que já usaram amplamente o recurso das fake news, vão dispor da IA (Inteligência Artificial). A tecnologia avançou e atualmente permite simular com perfeição imagens e vozes. É possível criar um discurso inteiro, em vídeo perfeito, de um político qualquer. Em geral, a legislação está despreparada para enquadrar ese tipo de crime, e mesmo quando a lei estiver presente, a velocidade da internet é tão avassaladora que a providência jurídica vai chegar muito depois dos efeitos da mensagem falsa. Por enquanto, esse crime vai compensar.  

LEIA SOBRE A PESQUISA NO PORTAL DOS JORNALISTAS NO LINK ABAIXO

https://www.portaldosjornalistas.com.br/em-ano-de-eleicoes-gerais-pelo-mundo-pesquisa-revela-percepcoes-sobre-impacto-das-redes-sociais-na-democracia/

Na capa da IstoÉ: 60 anos depois do golpe de 1964, esse trapaceiro queria (ou quer) trazer a ditadura de volta

 


Para o lixo da história

 


A Universidade Federal de Pelotas cassou títulos de Doutor Honoris Causa concedidos ao ditador Garrastazu Médici e seu comparsa Jarbas Passarinho. Os dois receberam a homenagem no começo dos anos 1970, o período mais violento da repressão, quando Medici comandava assassinos e torturadores. Passarinho, além de importante colaborador da ditadura, deixou para a história seu cinismo canalha em forma de frase, como um dos assinantes do AI-5, o instrumento que deu aos militares o aval para matar oponentes. "Às favas, senhor presidente, todos os escrúpulos de consciência", disse ele enquato jamegava sádico e orgulhoso o documento que, na prática, autorizou uma onda de prisões, assassinatos e sessões de tortura. 

Desde a redemcratização o Brasil revelou os crimes da ditadura (1964-1985) e apagou muitas homenagens do tipo, mas deveria passar o rodo em muito mais celebrações dos ditadores. Por exemplo, a galeria do Palacio do Planalto ainda exibe os retratos do líderes do regime assassino como "presidentes". Há cidades com nome dos elementos, viadutos, pontes, rodovias etc. Falta ainda um grande projeto que mergulhe a fundo na corrupção praticada celeremente durante a ditadura e calada por força da censura. 

LEIA A MATÉRIA NA REVISTA CARTA CAPITAL NO LINK 

https://www.cartacapital.com.br/educacao/universidade-gaucha-cassa-titulos-concedidos-a-medici-e-passarinho-durante-a-ditadura-militar/

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Mídia: se cair a internet os correspondentes da GloboNews entram em pânico


Dá um Google, Julia Dualibi, e você verá que as "informações" pedidas ao correspondente estão na internet desde ontem. O jornalismo brasileiro já teve repórteres memoráveis no exterior. Do tipo que não apenas atravessava a calçada da sucursal para narrar um fato à distância. Eles iam em busca da notícia. Sem nostalgia, talvez por corte de custos, tornou-se comum o " jornalismo de mouse". Os rapazes e moças limitam-se a clicar nos sites de notícias locais em Londres, Lisboa, Nova York etc, e, abracadabra, são teletransportados para o Iêmen, Ucrânia, Gaza, Moscou, onde a internet levar.  Esquecem que as informações faiscam em cabos e satélites e chegam ao patropi em questão de milésimos de segundos. Depois não reclamem se a inteligência artificial tomar seus empregos. 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Memórias: Aqueles dias nublados

 


por José Emerson Monteiro Lacerda, do blog Cogitações Diversas (*)

A parecença com o momento de agora fica por conta da dominação que sacode a área externa do mundo convulso em suas práticas de guerra. Naquela fase, em 1966, a bola da vez prenunciava escalada vietnamita de largas proporções, o que se verificou nos princípios da década de 70. O Brasil vivia o desânimo libertário, pois perdia espaço, nas ruas, praças, escolas, o ímpeto de transformação democrática, a sumir nos calabouços e na clandestinidade.

Em Crato, achávamo-nos à frente do Grémio Farias Brito, do Colégio Diocesano. Encenávamos a peça Um chalé à beira da estrada, sob a direção de Alzir Oliveira, nosso professor de História e amigo dos alunos. Declamávamos poemas modernos em pontos diversos da cidade, através do Jogral Pasárgada, formado de sete componentes do colégio: Zadir, Pedro Antônio, Gilva, Eros Volúsia, Clenilson, Bebeto e eu.

Resolvemos, então, publicar um jornal mural, O Bacamarte, depois ampliado em um órgão mimeografado (à tinta), o Nossa Opinião, do qual chegaríamos a tirar até 100 cópias e ficou só nos dois primeiros números, abafado logo no seu nascedouro pelas ameaças daquele trágico período político.

Nesse mandato, estivemos, ao lado de Aglézio de Brito, presidente da União dos Estudantes do Crato, e de José Terto, presidente do Grêmio do Colégio Estadual, em um congresso do Centro dos Estudantes Secundaristas do Ceará, em Fortaleza, realizado sob fortes conotações militares repressivas.

Espírito de contestação impunha atitudes rebeldes. À noite, após reuniões de acalorados debates e transmissão de informações desencontradas, saíamos, nas madrugadas, a pichar as paredes das ruas centrais com dizeres relativos ao momento de expectativa, fogo consumidor daquele turno de existência. 

É um tempo de guerra, é um tempo sem sol. É um tempo de guerra, é um tempo sem sol. Sem sol, sem sol, tem dó. Sem sol, sem sol, tem dó, eram alguns dos versos que cantávamos, em segundo plano, característica das apresentações do Jogral, enquanto Pedro Antônio, à frente, declamava em altos brados: - Só quem não sabe das coisas é um homem capaz de rir! – seguido de outras palavras da canção Tempo de guerra, de Edu Lobo.

Esses são alguns quadros da época em que partilhamos das experiências culturais de um Crato fervilhante de jovens promessas e movimentações apreensivas, lembranças que retornaram esta semana, ao rever José Esmeraldo Gonçalves, velho amigo desse tempo, quando juntos elaboramos o Nossa Opinião. Ele que veio ao Cariri na ocasião do aniversário de 90 anos de sua genitora, dona Maria La-Salette Esmeraldo. Mora no Rio de Janeiro, onde trabalha na revista Caras (**). Dispõe de raros intervalos semelhantes a este de voltar à Região; o promete, no entanto, repetir, noutras oportunidades. (Texto de 2003). 

(*) José Emerson Monteiro Lacerda é escritor, fotógrafo, advogado e ewcreve no  blog https://monteiroemerson.blogspot.com

(**) Como observado, esse texto é de 2003. O jornalista cratense José Esmeraldo Gonçalves deixou a Editora Abril em 2014. Desde então, editou revistas de instituições e empresas, livros e folders corporativos.   

Fotografou no Sambódromo? Vem concurso aí!

 

Reprodução Jornalistas & Cia


Mais informações no site oficial do Concurso Internacional de Fotografia - Apoteose 40 anos

Na capa da Carta Capital: o "General Plan" de Netanyahu

 


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Carnaval 2024; Nilton Rechtman, ex-Manchete, na percussão do Bloco do Junior

Carnaval 2024 - Nilton Rechtman no Bloco do Junior
Veja o vídeo no You Tube (Canal ViewManchete) no link
https://www.youtube.com/watch?v=lkspWVmsFGs

Quem passou por Manchete, Fatos&Fotos e Amiga, entre repórteres, fotógrafos, produtores, editores, laboratoristas, motoristas, motoqueiros etc, envolvia-se com a cobertura de carnaval. Era época de esgotar edições de revistas. Os blocos cariocas ainda registram sobreviventes mancheteanos na pista, agora por diversão. 
Nilton Rechtman, que foi do núcleo de assinaturas e circulação, setor que tinha intensa atuação na tarefa de levar as edições de carnaval, rapidamente, aos leitores em todo o Brasil, é um deles. Como ritmista, já integrou a Furiosa, a épica bateria do Salgueiro. O tempo passou, mas ele se mantém na percussão. Este ano, esteve na bateria do Imprensa que eu gamo, o bloco dos jornalistas cariocas que agita o Largo do Machado, e no Bloco do Junior, em Copacabana.   

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A Revista Manchete bem que avisou. Em 1992 ! Na chamada de capa: "A guerra civil de Bolsonaro";

 





Post de Marcelo Pimentel, publicado no X, mostra o golpismo de Jair Bolsonaro já explícito em 1992 e denunciado pela Manchete. Post enviado ao blog pelo colaborador José Carlos Jesus, que foi chefe de reportagem.da Revista Manchete .


Mídia - Gleise Hoffmann dá uma invertida em Merval Pereira, que atuou - e ainda atua - como um "frentista" da Lava Jato

 


Deu no site f5: Globo rasga a fantasia. Entenda porque o jornalismo se rendeu ao comercial na cobertura do carnaval


O site f5 explica porque a Globo resolveu cobrir os desfiles das escolas de samba do Rio de janeiro com amadores. O diretor dá a impressão de que, se mantido no comando, fará "prova do líder" no sambódromo no próximo ano, tentará incluir a "eliminação" em uma ala de escola e vai escalar integrante do BBB para a cobeetura dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. 

Leia no link abaixo 

https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2024/02/boninho-responde-criticas-sobre-transmissao-do-carnaval-na-globo-nao-estou-nem-ai.shtml

O fanatismo religioso ameaça invadir o carnaval...

Neopentecostais resolveram usar o carnaval de Salvador como marketing religioso-comercial. Primeiro, Baby, a antiga Consuelo agora "Brasil", anunciou o fim dos tempos em pleno trio elétrico. Ninguém esperavava que a cantora fosse a porta-voz escolhida para anunciar o Apocalipse, mas ela assumiu essa função. Outra cantora, a Ivete, reagiu conclamando os foliões a macetarem a profícia em forma de fake news. Depois, um cantor gospel, que segue Jesus, foi criticado por participar do carnaval. Ele ironizou com o argumento de que é melhor ter na pipoca um participante que acredita em Jesus. Claudia Leite foi meio que pioneira nessa "invasão". Internautas agora recuperaram um vídeo dela gravado durante o carnaval de Recife, em 2004. No DVD ao vivo, que viralizou, ela mudou a letra de uma música para eliminar uma citação a Iemanjá. De lá pra cá essse tipo de intervenção em uma festa popular da diversidade se agravou. Trata-se de uma escalada fanática contra a folia democrática. Não passarão nem mesmo se, no futuro, invadirem os blocos com chicotes nas mãos.  Além disso, Claudia Leitte e deve ser alertada que tambores fazem parte da herança religiosa afro. Ela ainda não os amadiçoou. Vatapá também, Acarajé, idem. Samba, o culto à paz  (em vez de alimentar preconceitos), igualmente. O que deve ser macetado é a intolerância. Tentar reprimir a cultura no momento e local indevidos é ato que merece reação. Esse tipo de bobagem não é privilégio dos neopentecostais. Um arcebispo católico afirmou que "fazer penitência" durante o carnaval é a melhor "vacina contra a dengue" O sujeito fala isso no momento em que a saúde pública luta contra o surto da doença que se agrava no verão. Vacine-se: o mosquito não liga para penitências.    

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Baby Consuelo profetiza o apocalipse em pleno carnaval de Salvador. Aproveitem a saideira

por Ed Sá

E Baby Consuelo? Apesar de estar descolando um cachê na Bahia, a evangélica profetizou no calor da folia baiana que o apocalipse vem aí e vai passar o rodo em todo mundo. Não há informações sobre como será o fim, se fogo, água, crack, overdose de sexo ou Bolsonaro reeleito em 2026. Baby garante que a humanidade tem cinco ou dez anos. Com isso, teve gente que resolveu "metê o loko" e aproveitar cada segundo que resta. A profecia provocou polêmica nos circuitos do carnaval de Salvador. O Psirico recomendou a Baby Consuelo que tome o seu remédio regularmente. Já Ivete Sangalo usou a gíria do momento: "Vou macetar o apocalipse".

Veja o vídeo do fim do mundo

AQUI

https://twitter.com/i/status/1756527407933108342

Escolas de Samba: a cobertura da Globo merece o Estandarte de Lata

Sambódromo 2024: 40 anos do palco do samba.
Comissão de Frente do Salgueiro. Independentemente do resultado, o samba Hutukara entra para a história. Foto de Alex Ferro/Riotur/Divulgação


por José Esmeraldo Gonçalves 

Nos últimos anos, a Rede Globo demitiu a memória humana e técnica de cobertura dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. O resultado, um completo desastre, foi visto ontem na primeira noite do Grupo Especial na Sapucaí. 

Pela ordem de entrada na pista: faltaram talento, direção, informação e respeito diante de uma das maiores e mais autênticas manifestações culturais do Brasil. O nível foi de uma cobertura estilo tiktok sem noção ou uma produção amadora e tresloucada de shorts para o You Tube. No caso da cobertura das escolas de samba, a prática sempre demonstrou que o profissional que trabalha com empatia legítima diante do espetáculo e seus bastidores - e isso vale para quem está na pista, no estúdio e na técnica – potencializa o interesse da audiência. Quem não está nas arquibancadas e vê a imagem fechada no retângulo luminoso da TV, do computador ou celular, espera contar com a parceria de repórteres, câmeras e apresentadores para “legendar” a intensa sucessão de imagens, como já aconteceu em antigas transmissões da Rede Manchete e da própria Globo e seus profissionais que não estão mais lá ou outros que foram afastados da equipe neste ano. 

No estúdio instalado no sambódromo, Milton Cunha, Alex Escobar, Pretinho da Serrinha e Karine Alves ancoravam a transmisão. O primeiro, um veterano conhecedor do espetáculo, sabia do que estava falando e destacava a importância e o significado do que as escolas mostravam. Pena que em vão. A edição, que parecia estar em outro mundo, era aleatória, variava entre planos gerais e enquadramentos fechados e quase sempre irrelevantes, sem pontuar com imagens o que Cunha eventualmente destacava. Durante o desfile da Beija Flor, o editor optou por se fixar em Neguinho da Beija Flor, por longos minutos,  cantando o samba no primeiro recuo da bateria – o que o cantor sempre faz com talento e carisma -  enquanto a escola de Nilópolis já evoluía na avenida. 

Na pista, os repórteres da Globo tentavam ser performáticos e pareciam fugir de qualquer coisa que lembrasse um fundamento do jornalismo: a informação. Se um avião despencasse no sambódromo naquele instante eles deixariam a notícia de lado e iriam entrevistar um bombeiro sobre a sensação de recolher destroços na manhã seguinte. Esse era o nível. Se a modelo Lilian Ramos fosse vista ontem em um camarote ao lado do presidente Itamar Franco usando uma minissaia e sem prerrogativas que encobrissem a sua íntima emenda constitucional, a Globo ignoraria porque um influencer tinha prioridade ao vivo. 

Picotar a ediçao de imagens e nem sempre respeitar a sequência do enredo também contribui para dificultar o entendimento da história que cada escola conta. Entrar na ala em pleno desfile para entrevistar uma baiana mostra apenas que, além da indelicadeza, a pessoa jornalista sonha em ser uma musa da Sapucaí. O humorista que faz "esquetes" entrevistas também está mais preocupado com sua própria atuação. O editor de imagens que corta a conclusão da apresentação da Comissão de Frente da Beija Flor merece fazer um estágio na ala da força da escola de Nilópolis ano que vem. A coreografia do grupo que abre o enredo tem começo, meio e fim. O sujeito cortou o fim, só isso. 

A propósito, Hutukara, o samba do Salgueiro entra para a história ao lado de Heróis da Liberdade, Histórias para ninar gente grande, Ratos e urubus larguem minha fantasia"  e outras peças antológicas, mas a Globo só vai perceber isso em tempos distópicos quando o Sambódromo for uma ruína, como o Coliseu.

 Hoje a emissora mostra o segundo dia dos desfiles do Grupo Especial. Tem uma chance para escapar do rebaixamento.  

Atualização na terça-feira, 13/2.  No segundo dia de desfiles a cobertura da Globo manteve o mesmo formato do primeiro dia e permaneceu recebendo muitas críticas nas redes sociais. Um colaborador do blog acrescenta que três repórteres experientes que fizeram boas pautas nos barracões no pré-carnaval também trabalharam na avenida nos dois dias de desfiles, mas limitados à concentração e dispersão. Curiosamente suas matérias, que eram direcionadas ao Bom Dia RJ, não entraram "ao vivo" e só foram exibidas  nas edições de segunda e na terça-feira de manhã. Pelo volume de informações e de pautas relevantes, fizeram falta ao conteúdo superficial da "cobertura principal".

sábado, 10 de fevereiro de 2024

A távola malévola

Reprodução 

por José Esmeraldo Gonçalves

Carnaval é prazerosa fantasia, mas a realidade se impôs agora com a divulgação do vídeo pornô da reunião de Bolsonaro e seus auxiliares. 

Em cenas de fascismo explícito canalhas engravatados passaram horas discutindo um golpe e, para usar a linguagem que predominou naquela discussão, deixaram claro que há surubas mais honestas e dignas do que o visto e ouvido naquelas tenebrosas duas horas.

Os golpistas pareciam excitados entre iguais, um era o espelho do outro. Se fosse possível decupar olhares e bocas de cada um, uma verdade estaria na cara: não havia integridade nem dignidade naquela mesa de vagabundos antidemocráticos. Se houvesse um só que fosse decente teria se retirado daquele espetáculo horrendo. Pareciam fascinados. O clima era de vulgaridade, as indicações conspiratórias eram pontuadas por palavrões. 

Infelizmente as câmeras oficiais não enquadravam os pilantras, não ofereciam closes das suas reações apaixonadas ao líder. Alguma coisa era possível observar: a sede inclemente dos bolsonaristas. Eram servidos por um batalhão de fornecedores de rios d'agua. Se forem à guerra precisarão de um aqueduto. Um deles, em determinado momento, sôfrego, escreveu algo em uma folha de papel e tentou entregá-la a Braga Neto, que a devolveu sem ler, em um gesto brusco. Restou ao indigitado, constrangido, recorrer a mais um copo d'água. Ao lado um ex-ministro da Justiça lançava olhares de admiração à performance de Bolsonaro. Quando resolveu falar traçou um cenário apocalíptico no qual todos ali seriam presos. Chegou a apontar futuros presidiários. Deve ter assustados até o cara do cafezinho.

Em tempo: continuamos otimistas aguardando que sua profecia se realize. 

No lado oposto, um ex-ministro da Economia falava ao celular. Às vezes fazia anotações. Não se sabe se eram lembretes colhidos dos interlocutores ou se registrava frases do Bolsonaro do qual é tiete rastejante. 

Na verdade, Bolsonaro falou sozinho. E falou tanto que seus microfones foram trocados várias vezes. Excesso de perdigotos? 

Pouco antes do fim, o fuhrer da Barra da Tijuca pediu aos seus auxiliares que se manifestassem, que fizessem críticas, que dissessem se ele estava errado. Todos ficaram calados demonstrando que assinavam embaixo do golpe. Bolsonaro deve ter se sentido respaldado. Alguns da claque romperam o silêncio e pediram a palavra apenas para enfatizar a necessidade de "virar a mesa" antes das eleições. O mais passional foi o doidivanas Heleno. Uma figura que parece frágil mas se sente um Rambo da Guerra Fria. Falou em estratégia como se fosse um Rommel pilotando um Panzer. Ouvir aquela vozinha trêmula dizendo que ia botar pra quebrar foi patético. Heleno acabou confessando um crime: orgulhou-se de montar um esquema para espionar políticos em campanha. Pensou em agradar, foi repreendido pelo chefe que não discordou da proposta, mas apenas da inconfidência.

Aliás, o argumento mais atualizado na távola dos golpistas para dar o golpe ante as urnas foi algo que eles chamam de "comunismo". Bolsonaro usou um argumento devastador para aquela tosca plateia e que deve ter impressionado os presentes. Segundo ele, o comunismo obrigaria madames e donzelas a "darem o rabo". Acho que foi isso que lhe deu a unanimidade para o "plano B". Deve ter sido o maior pesadelo dos auxiliares ali reunidos. Muitos provavelmente sonharam com Maduro, Daniel Ortega, Kim Jong-Un, Xi Ji Ping adentrando alcovas ilustres e passando o rodo nas últimas donzelas do "mundo livre".

Há uma interpretação adotada por jornalistas bolsonaristas segundo a qual não houve crime durante o vídeo da suruba do golpe porque nada se consumou, Lula foi eleito e tomou posse. Trata-se de uma manipulação dos fatos. A tentativa de golpe saiu daquela mesa para as ruas. Bloqueio de rodovias, financiamento para manifestações em porta de quartéis, ataques às urnas eletrônicas, falsas denúncias de fraude eleitoral, tentativas de atentado no aeroporto de Brasília, a espantosa tentativa de se lançar um ônibus contra veículos em trânsito, também em Brasília. Essas duas ações foram implementadas e por muito pouco os terríveis objetivos dos terroristas bolsonaristas não foram alcançados. A última cartada foi o ataque planejado à Praça dos Três Poderes e a depredação dos prédios da Presidência, do Congresso e do STF.

Ah, mais o golpe não aconteceu, dizem os notórios jornalistas bolsonaristas. É verdade. O que impediu? Muita coisa ainda virá à tona. Por enquanto, sabe-se que a não adesão dos comandantes da  Aeronáutica e do Exército (o da Marinha estava fechado com os golpistas) teria pesado. Declarações públicas de Washington sobre a validade das eleições e a expectativa de respeito à voz das urnas, também. A postura do STF e do TSE. A mídia independente, a luta democrática nas redes sociais. Os políticos que se mantiveram na oposição a Bolsonaro. Os profissionais da saúde que expuseram o deboche e os crimes de Bolsonaro cometidos durante a pandemia de Covid e até hoje impunes. As pesquisas de opinião pública ao constatar que os brasileiros fora da bolha fascista e bolsonarista queriam democracia. A derrota de Donald Trump e a posse de Joe Biden em 2021 também foi decisiva. Com Trump no poder para um segundo mandato a ousadia dos golpistas brasileiros seria maior. Outros fatores poderão aparecer nas investigações. O Brasil tem muito a agradecer a cada uma dessas circunstâncias. E o país tem uma chance para refletir diante das eleições que se aproximam: os pleitos municipais neste 2024 e a eleição presidencial de 2026. Nesta, que os eleitores rejeitem o bolsonarismo fascista e votem com consciência e competência (não apenas dirigentes devem ser competentes e honestos, eleitor também) em um Congresso que mereça respeito, que não seja serviçal de lobbies e interesses e que não funcione como uma startup de emendas e de chantagem. Uma coisa é certa: a maioria das pessoas que aparece em torno daquela mesa suja continuará atuante. 

O risco à democracia voltou para ficar. Cabe a cada um de nós ter certeza de que bolsonaristas não são apenas os folclóricos que cantam o hino nacional. Estão em missão politica, fundamentalista, de ultra direita, de ocupação imoral e corrupta do Estado. São predadores da democracia.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Todo mundo em Brasília é "deep throat". São as fontes "sem nome" da GloboNews

 

Reprodução X

O comentário a seguir é do blog. Os políticos de Brasília deveriam aproveitar a renovação das carteiras de identidade para deixarem de ser um bando de "sem nomes". 

A GloboNews abusa tanto da prerrogativa de não revelar a fonte que banaliza esse instrumento do jornalismo investigativo e compromete sua credibilidade. Ninguém parece ter nome e CPF. Qualquer irrelevância é "revelada" como se o (a) comentarista ou âncora estivesse apurando um "caso Watergate" e precisasse usar um "deep throat" de estimação. 

Imagine-se o (a) jornalista "apurando" uma bobagem com um deputado qualquer e em seguida destruindo o celular a marretadas para evitar a identificação da sua "fonte secreta". Ou percorrendo os corredores do Congresso usando barba postiça e capuz ao encontro da sua "fonte" que, por sua vez, se disfarça de frade para não se revelar. 

A impressão que fica é que nas apurações dos (das) comentaristas da GloboNews ninguém se identifica nem pra dizer o que comeu no café da manhã". 

O nível de "confidencialidade pode ser mais ou menos assim: "conversei com um ministro hoje e ele me disse que o governo está preocupado com as ações de Arthur Lira". "Falei agora com um líder da oposição e ele me deu um "bastidor" de que vai chover no fim de semana". "Em primeira mão, uma pessoa próxima a Lula me disse que o Salgueiro vai ganhar o carnaval carioca". "Eu tenho um."bastidor" quente: um vizinho do presidente do Senado contou que ele está muito irritado com a onda de calor"...

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Bilionário do Vale do Silício quer realizar "olimpíadas" neoliberais com doping autorizado


por José Esmeraldo Gonçalves

Segundo The New York Post, o bilionário Peter Thiel, que fez fortuna no Vale do Silício, pretende mobilizar outros empresários para organzar em 2025 os primeiros jogos neoliberais, uma espécie de olimpíada com doping liberado. Os atletas terão liberdade para se entupirem de esteroides até a medula. E não só esteroides conhecidos. Thiel quer mobilizar a farmacêutica a desenvolver novos produtos para doping em todas as modalidades "aberta e honestamente", diz ele. 

Não importa se os competidores dos jogos das drogas cruzarem a linha de chegada doidões ou subirem ao pódio trincados, o importante é que sejam testados os limites químicos dos atletas. Thiel imagina que isso estimulará os cientistas a criarem drogas e suplementos alimentares que melhorem a performance das pessoas com impacto na longevidade. Os jogos dos anabolizantes serão realizados em cidades com infraestrutura pronta e apenas com investimentos privados. Já existe uma candidata favorita a sede, mas a equipe do bilionário não revela qual.

Mais detalhes serão anunciados em 17 de abril, antes da Olimpíada de Paris que será aberta em julho. Os jogos neoliberais são chamados provisoriamente de Enhanced Games (algo como Jogos Aprimorados). Claro que não poderão usar os termos "olímpico" e "olimpíada", que são registrados pelo Comitê Olímpico Internacional. A escolha da data e do locala para o anúncio do torneio das drogas é uma clara provocação enquanto Paris se prepara para receber os Jogos de Verão. O Barão Pierre de Coubertin, idealizador das Olimpíadas da era moderna e que está enterrado ali perto, na Suiça, vai se revirar no túmulo com direito a twist carpado e outras piruetas de indignação.

Na capa da Carta Capital: O "SNI" privê dos Bolsonaros

 


Devolve a grana

 


O boicote a Israel, a fala de Genoino, a carta de Roger Waters a Caetano Veloso

por Leneide Duarte-Plon, de Paris, para o Red.Org

A polêmica em torno da declaração de José Genoino nos traz de volta à realidade do movimento BDS (Boycott, désinvestissement et sanctions). Para lutar contra a ocupação da Cisjordânia e o apartheid que Israel impõe aos palestinos que têm cidadania israelense (20% da população do país) – que os supremacistas judeus chamam de “árabes israelenses” para negar a identidade palestina do povo autóctone – foi criada, há alguns anos, a campanha BDS, um movimento internacional que tem como objetivo boicotar Israel, sua política colonial e de apartheid. O BDS promove boicote não somente econômico mas também universitário, cultural e político contra Israel, seus cidadãos e empresas.

Desde o início, o boicote cultural teve o apoio do músico Roger Waters, do escritor John Berger, da ativista Arundhati Roy, do cineasta Ken Loach, do cineasta franco-israelense Eyal Sivan, bem como de duas outras personalidades já desaparecidas: o uruguaio Eduardo Galeano e o cineasta Jean-Luc Godard. Para boicotar Israel, os cineastas citados decidiram não participar dos festivais de cinema israelenses.

Em setembro de 2009, o Conselho Ecumênico das Igrejas declarou estar convencido da necessidade de “um boicote internacional dos bens produzidos nas implantações israelenses ilegais (colônias) nos territórios ocupados”. O Conselho Ecumênico publica no seu site o apelo lançado em 11 de dezembro de 2009 pelo coletivo Kairos Palestina: “A moment of Truth; A Word of Faith, Hope and Love from the Heart of Palestinian Suffering” (este título faz referência explícita a um document datado de 1985 e publicado na África do Sul para lutar contra o apartheid). Entre os signatários do documento, está o centro teológico palestino Sabeel.

O regime racista da África do Sul 

O movimento de boicote contra o regime racista da África do Sul levou ao fim do apartheid, como todos sabemos. O antigo líder anti-apartheid, Nelson Mandela – considerado um terrorista pelos supremacistas brancos que o condenaram a mais de 20 anos de prisão – mostrou como a história dos oprimidos obedece a um tempo lento no qual a Justiça acaba por se impor. O “terrorista” Mandela foi eleito presidente de seu país depois de ganhar o Prêmio Nobel da Paz no ano anterior.

Leia a matéria completa AQUI

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Tá explicado

 

Título de matéria do Globo, hoje


O comentário a seguir é do blog.

por Ed Sá
Essa deve ser a constatação mais conclusiva da história do IBGE. O país com um dos piores índices de distribuição de renda do mundo, terra de violências inomináveis, de injustiças, de golpes de Estado comentidos pelas elites, de injustiças, de assassinatos de lideranças políticas comunitárias, agrícolas, ambientais e indígenas é vítima, como se não bastasse, de um complexo religioso fundamentalista com pilares comerciais e políticos. Ter mais igrejas do que escolas é coisa simbólica: o fundamentalismo surfa na carência de educação. Quanto mais ignorante mais o povo é presa fácil dos picaretas travestidos de " homens de deus". O Brasil assiste esse triste espetáculo hoje onde a fé é moeda de poder, opressão, ganância e abusos recorrentes. O chamado voto religioso é a mais recente desgraça do Brasil. No Rio, elegeu o desastrado Crivella. No Brasil, escolheu o elemento da ultra direita e incompetente, golpista e afanador de jóias Jair Bolsonaro. Nas diversas instâncias elegeu, deputados, senadores, governadores, prefeitos,  governadores e vereadores que trabalham o tempo todo para usufruir recursos do Estado laico e paradoxalmente montar uma teocracia: o futuro Estado Evangelâmico.
 

Fotomemória da Rua do Russell


Sobre o post acima (de Celso Arnaldo compartilhado por José Carlos Jesus), confira a escalação da foto em uma tarde qualquer perdida no tempo na sede da Revista Manchete. 
Da esq. para a dir: Hélio Carneiro, d.Bella, dr. Haroldo Jacques, Adolpho Bloch, Carlos Heitor Cony, Roberto Muggiati, Janir de Holanda, Pedro Jacques Kapeller, Claudia Richer, Roberto Barreira, Lena Muggiati e Tarlis Batista. Sentados: Vera Mendonça, Marilda Varejão, Celso Arnaldo Araújo, Ateneia Feijó, José Esmeraldo Gonçalves, Lincoln Martins, Silvia Leal e Silvia de Castro. 

A direita ganha mais espaço no You Tube e na mídia neoliberal

 


Além de veículos, sites e jornalistas de extrema direita, o You Tube registra nas últimas semanas um tsunami de novos canais bolsonaristas que divulgam fake news travestidas de "análise" e "comentários". Tal ofensiva simultânea só se explica por impulsionamento e patrocinio. Ao mesmo tempo, tal qual aconteceu no período entre o golpe contra Dilma Rousseff e a eleição de Bolsonaro, a mídia dos oligarcas também mostra suas garras. O chamado jornalismo de guerra voltou a calçar os coturnos. Jornais como Folha, Estadão e Globo radicalizam seus editoriais e o direcionamento do conteúdo alegadamente "jornalístico". Na semana passada, a CBN reforçou seu time de comentaristas selecionando jornalistas identificados com posições de neoliberalismo extremado ou de direita light ou até hard. No caso da CBN, entre as novidades anunciadas há apenas um exceção: o democrata Bernardo Mello Franco.