quinta-feira, 21 de março de 2024

Opinião vale mais do que notícia? Passaralho ataca repórteres da Globo e poupa comentaristas

Um passaralho voraz ataca o jornalismo do Grupo Globo. O bicho fez um estrago hoje e promete novos voos nas próximas semanas. Infelizmente a onda de demissões ataca repórteres, produtores investigativos e editores. Ou seja, fere um setor essencial para uma empresa jornalística. 

Aparentemente as mudanças traduzem um novo conceito no jornalismo da Globo: prioridade definitiva para âncoras, analistas e comentaristas. A fórmula atual da Globo News deve se propagar em outros núcleos de veículos do grupo. 

Na maioria das vezes os comentaristas próprios e convidados da Globo News não dependem de informações exclusivas nem de reportagens investigativas. Ao longo da programação do canal por assinatura eles fazem longas e repetitivas análises sobre fatos que circulam na mídia e que podem ter sido publicados na Folha, Estadão, Metrópoles etc. A propósito, entre os demitidos estão repórteres investigativos do G1, canal digital do grupo, que revelaram escândalos rumorosos como o das jóias afanadas por Bolsonaro. 

Com tanto falatório e pouca apuração, o Departamento de Jornalismo da Globo vai acabar virando Departamento de Contextualização onde a opinião prevalece, a notícia é detalhe e pode ser recolhida de graça no atacadão do mercado. 

2 comentários:

Ebert disse...

Esse tipo de jornalismo faz releitura da notícia e injeta opinião no fato. A depender da honestidade ou não do comentário pode atuar fronteira da fake news.

Ebert disse...

Opinião em forma de notícia ou interpretação pessoal da notícia no lugar do fato é estelionato jornalístico