segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Há 45 anos - Desastre em Paris levou a Varig a boicotar as revistas da Bloch

Reprodução

por José Esmeraldo Gonçalves
Há pouco mais de 45 anos - em 11 de julho de 1973 - um Boeing da Varig fez um pouso forçado nos arredores de Paris, a quatro quilômetros do aeroporto de Orly. Um incêndio a bordo, cujo foco foi provavelmente um cigarro em um dos banheiros, gerou um enorme volume de fumaça que asfixiou os passageiros antes mesmo que as chamas devorassem o avião. O desastre provocou 123 mortes. O site BBC Brasil publicou ontem uma excelente matéria com um dos poucos sobreviventes, o brasileiro Ricardo Trajano. A reportagem é de Thomas Pappon, da rádio Witness, da BBC World Service. 




De alguma forma, aquele acidente respingou na Manchete. A tragédia de Orly aconteceu em uma quarta-feira e chocou o Brasil. A bordo estavam o cantor Agostinho dos Santos e a bela socialite Regina Rosemburgo Léclery, a musa do Cinema Novo. Manchete e Fatos & Fotos mobilizaram a sucursal de Paris para uma grande cobertura e chegaram rapidamente às bancas com um amplo panorama do terrível acidente. 

As duas revistas praticamente se esgotaram, mas pagariam caro pelo destaque que deram à tragédia de Orly. 

Um parêntese: com a crise das revistas impressas e o encerramento de muitas delas, o fotojornalismo tem lamentado o fim das páginas duplas. Nas revistas ilustradas, era de lei selecionar a foto mais expressiva ou dramática para abrir as principais reportagens. O objetivo era causar impacto, emocionar, se fosse o caso, e atrair o leitor para a continuação da reportagem. O foto podia se destacar pela beleza ou pelo choque, mas devia ser obrigatoriamente irresistível. Nos veículos digitais que progressivamente tomam o lugar do impresso a tendência é verticalizar os layouts. Por uma simples razão: na internet, as revistas são acessada majoritariamente através dos celulares, cuja visualização horizontal é mais utilizada para a visualização de vídeos. A tecnologia está levando embora a plasticidade da página dupla.

Voltando à Manchete, foi uma dessas páginas duplas de grande impacto que provocou uma séria crise nas semanais da Bloch. 

Uma foto impressionante do jato da Varig desabado em um campo de cebolas perto de Orly, ainda com a fumaça mortal escapando dos escombros, abria a dramática reportagem. Via-se a fuselagem com rombos provocados pelas chamas. No seu relato, o sobrevivente Ricardo Trajano conta que não ouviu gritos nem sinais de pânico a bordo nos minutos que antecederam o pouso já com a fumaça invadindo o interior do Boeing. Ele foi o único que deixou seu assento nos fundos do avião e se refugiou próximo à cabine do piloto. Os demais passageiros pereceram asfixiados ainda nas poltronas. Na foto que a Manchete publicou era possível ver algumas silhuetas das vítimas nas janelas. Na empenagem do Boeing, em primeira plano da foto, destacava-se um imenso logotipo da Varig. 

A diretoria de publicidade da companhia aérea, uma das maiores anunciantes da época, não gostou de ver a rosa-dos-ventos, seu tradicional símbolo, dominando a cena. Não colou nem mesmo a Manchete argumentar que a chamada de capa - A Tragédia do Boeing - excluía o complemento da Varig

A retaliação veio rápida e foi duradoura; a Varig passou mais de dez anos sem anunciar nas revistas da Bloch.  A Manchete e a Fatos & Fotos sobreviveram, mas algumas cicatrizes restaram no caixa dos seus departamentos de publicidade. 

A seguir, Roberto Muggiati, que editou, ao lado de Justino Martins, aquela Manchete fatídica, conta os bastidores da redação em uma certa sexta-feira, 13 de 1973.  






1973: No fechamento da edição do desastre de Orly, muito humor negro e pão com ovo na redação da Manchete 

Reprodução

por Roberto Muggiati 

Na noite de sexta-feira 13 de julho de 1973 fomos convocados para fechar a edição antecipada da Manchete com a cobertura do desastre do avião da Varig num campo de cebolas a quatro quilômetros das pistas de aterrissagem do aeroporto de Orly. 

O repórter que cobriu o acidente era o polêmico Carlos Marques, então na sucursal de Paris. Não lembro o nome do(s) fotógrafo(s) – depois da crise traumática com a Varig a Manchete nunca mais voltou a publicar fotos do acidente.

Eu era o “segundo” do diretor da revista, Justino Martins, que tinha à sua disposição na mesa de editor, iluminada por baterias de lâmpadas fluorescentes, cromos impressionantes da tragédia: além de fotos da devastação causada pela queda do Boeing, imagens detalhadas dos corpos carbonizados. 

Nenhum Bloch compareceu àquele festim editorial; portanto, não houve autocensura, pensando na Varig como anunciante. Justino foi em frente, governado por seu instinto natural de editor de uma revista ilustrada: dar ao leitor o que sua curiosidade exigia. Particularmente chocante foi a foto do corpo carbonizado – inteiro, sentado – do ex-chefe da censura da ditadura Vargas, Felinto Müller.

Outra vítima ilustre, Regina Léclery, née Rozemburgo – amiga do Justino desde os tempos em que era aeromoça da Panair com Florinda Bolkan em Paris – visitou a Manchete para se despedir do Justino na véspera de embarcar no voo 820, acompanhada do seu chevalier galant, o jovem Christian Rühl, que também morreu no acidente. 

Na madrugada do fechamento, enquanto os taifeiros da cozinha serviam o tradicional pão-com-ovo para uma trupe faminta, outra notícia fúnebre chegou à redação. O cantor Ciro Monteiro, morto naquela noite no Rio, protagonizou, enquanto cadáver, um estranho episódio. O camburão que transportava seu corpo para o IML sofreu um acidente, a porta de trás abriu e o corpo do cantor saiu rodando sozinho no esquife pelas ruas cariocas. “O Formigão aprontou e quis fugir do caixão!” foi assim que a história nos chegou, já editada. 


Foi uma noite macabra, mas isso, de modo algum, impediu que nos entupíssemos de pão-com-ovo e guaraná ao longo do fechamento.

sábado, 13 de outubro de 2018

The Economist: A próxima recessão mundial vem aí. Só falta marcar a data para entrar em cartaz

Se você anda de baixo astral, não leia The Economist dessa semana.
Analistas não comprometidos com o mercado financeiro anunciam que a próxima crise econômica global já está em fase de ensaios técnicos. Que ela chegará - afirmam - é certo. A única dúvida é quanto ao volume de devastação que causará.

No ano passado, os países desenvolvidos cresceram e muitas economias saíram do marasmo. O Brasil de Temer, mergulhado no caos político, social e econômico, foi exceção: continuou estagnado.  Neste ano, o panorama já foi menos otimista para todos. Os mercados de ações tiveram pelo menos duas importantes e acentuadas quedas. O FMI já admite que o crescimento vai desacelerar em praticamente todas as economias.

Mesmo após a crise de 2008, a maioria dos país não quis ou não conseguiu aperfeiçoar a regulação dos mercados financeiros globalizados. Na época, bancos e agências de classificação de risco enganaram clientes e governos. O endividamento e o estouro do mercado imobiliário americano acenderam a chama da crise e a correria foi generalizada. Analista e órgãos governamentais alertam que o preço dos imóveis já ultrapassou as cotações de dez anos atrás. O tanque de gasolina está cheio, falta o fósforo - dizem.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Alô, Manchete: Gervásio Baptista na Band...

Mensagem do fotojornalista ex-Manchete Hermínio Oliveira. O horário de exibição da matéria
será confirmado oportunamente.


Eleições; FENAJ divulga manifesto dos jornalistas




(da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ) 

É hora de escolher a democracia

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), representante máxima da categoria no Brasil, novamente se dirige aos/às jornalistas e à sociedade para defender a democracia e opor-se ao fascismo emergente. Em breve, o povo brasileiro vai voltar às urnas para eleger o novo presidente do país e não restam dúvidas de que a disputa não se dá entre dois projetos democráticos, mas entre uma candidatura que respeita a institucionalidade e o jogo democrático e outra que representa uma regressão política e até mesmo civilizatória.

O Código de Ética do Jornalista Brasileiro estabelece, em seu artigo 6º, como dever do profissional: “I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;(…) X – defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;(…) XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.”

Portanto, além de um dever cívico, é também uma obrigação ética dos jornalistas posicionarem-se contra um candidato a presidente da República que faz apologia da violência, não reconhece a história do país, elogia torturadores, derrama ódio sobre negros, mulheres, LGBTIs, índios e pobres e ainda promete combater o ativismo da sociedade civil organizada. Esse candidato é Jair Bolsonaro, do PSL.

Propositadamente, ele faz uma campanha despolitizada, assentada em valores morais, família e religião; na disseminação de ideias como anticomunismo, racismo e intolerância à diversidade. Na verdade, representa os que, ainda hoje, não se conformaram com a redemocratização e com os avanços sociais ocorridos na última década. Bolsonaro representa os que temem a democracia e a organização do povo; fala em nome daqueles que não se incomodam com privilégios nem com a corrupção e que não se constrangem com o uso da força onde e quando julgarem necessário.

Como entidade representativa dos trabalhadores e trabalhadoras jornalistas, a FENAJ também chama atenção para o perigo da agenda de retrocessos nos direitos trabalhistas anunciada pelo candidato do PSL, que certamente aprofundaria ainda mais os retrocessos da contrarreforma trabalhista imposta à classe trabalhadora pelo governo Temer.

Do outro lado, temos a candidatura de Fernando Haddad. Sem cair na tentação de avaliar os governos do PT, podemos afirmar seguramente que o partido respeitou – e respeita – as instituições democráticas; apresenta-se para o debate público e submete-se à vontade soberana do povo, expressa nas urnas. Haddad não é, portanto, um extremista autoritário que apenas está no polo oposto, como querem fazer crer seus adversários políticos.

Assim, a Federação Nacional dos Jornalistas sente-se na obrigação de alertar a categoria e a sociedade em geral para a verdadeira disputa atual: ou democracia, com todas as suas imperfeições, ou o autoritarismo de base militar, com todos os seus males. A decisão, portanto, tem de ser no campo da política, com o debate público sobre o país e seu povo.

Em defesa da democracia!

Em defesa do Estado Democrático de Direito!

Em defesa dos direitos humanos!

Em defesa da soberania nacional e popular!

Brasília, 11 de outubro de 2018.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

Fotografia: Amy Winehouse como ninguém nunca viu


Em 2003, Amy Winehouse tinha apenas 19 anos quando o fotógrafo Charles Moriarty, autor da capa de "Frank", o primeiro disco da cantora, fez um série de fotos casuais pré-fama. O material inédito está no livro "Back To Amy". E a informação está no instagram do fotógrafo e no Kbooeing.

Eleições: quando a desinformação rende votos


por Carolina Assis (do Knight Center for Journalism in The Americas)

O WhatsApp tem 120 milhões de usuários ativos no Brasil, segundo divulgou a empresa em julho deste ano. Este número equivale a mais da metade da população brasileira, estimada em 208,5 milhões de pessoas. Nesta temporada eleitoral no país, cujo primeiro turno aconteceu no dia 7 de outubro, com segundo turno marcado para o dia 28, o aplicativo de mensagens se tornou o principal espaço de informação para os usuários e de campanha eleitoral - e também, lamentavelmente, de compartilhamento de boatos e mentiras voltadas a favorecer ou prejudicar determinados candidatos.


Depois de surgir na Colômbia em maio e passar pelo México, o projeto de checagem O Poder de Eleger estreou no Brasil em agosto mirando justamente o WhatsApp como fonte do problema e possível solução para a desinformação generalizada durante as eleições. A iniciativa é parte da rede internacional Chicas Poderosas, que busca fomentar a presença de mulheres na liderança de mídias digitais.

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Carlos Heitor Cony: escritor, jornalista, pintor nas horas vagas e, agora, nome de colégio...



No alto, nota do Globo publicada hoje na coluna de Marina Caruso informa que Carlos Heitor Cony vai virar nome de escola em Cabo Frio. O secretário estadual de Educação, Wagner Victer, optou pela homenagem ao lembrar que um dos livros de Cony é ambientando na cidade.

Em "Antes, o Verão", o casal protagonista constrói um casa de frente para o mar, em Cabo Frio. Tempos depois, a casa é destruída pelo vento e invadida pela areia. Entra areia também no casamento e na felicidade do par.

O livro foi lançado em 1964 e adaptado para o cinema em 1968.

Com Norma Bengell e Jardel Filho (foto) à frente do elenco, o filme foi praticamente ignorado por quase 50 anos até que, em 2015, foi exibido na Cinemateca do MAM. A redescoberta levou à restauração de um cópia que foi exibida em recentes mostras em São Paulo e Ouro Preto.
Cony foi escritor, jornalista e até pintor (arte que revelava apenas aos amigos). Agora, é, além disso, o Colégio Carlos Heitor Cony. 



quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Futebol: a fonte está secando? É o efeito Copa 2018...


The Guardian lista 100 jogadores da nova geração, que chama de os mais jovens e futuros talentos do futebol mundial, e só três brasileiros se encaixam no ranking: Ed Carlos, Rodrygo e Luan Cândido. a Argentina está pior: dois jogadores apenas: Thiago Almada e Gastón Verón.

The Guardian não acredita em Vinicius Jr nem em Paquetá.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Imigrante "perigosa" é levada para depor... Adivinha onde isso acontece?

Reprodução

A matéria, reproduzida no New York Times, está no Globo de hoje. Menina hondurenha de dois anos, separada da avó na fronteira e detida, foi conduzida para depor em um tribunal. Até a juíza, segundo o jornal, se espantou com a pouca idade da indiciada. Ela, como milhares de outras crianças que foram afastadas das suas famílias, aguardam em abrigos e até em campos de concentração no deserto do Texas o desenrolar dos processos de deportação ou de, em raros e improváveis casos sob o regime de Trump, de asilo. Quando chamadas para depor vão sozinhas e, muitas vezes, sem advogados. Em geral, desabam no choro.

O jornal chama de a situação "drama". Drama é a novela das nove. As péssimas condições em que vivem as crianças detidas pela imigração e separadas do pais é claramente um crime.

Nos jornais de hoje, os reflexos da disputa eleitoral


A FOLHA, HOJE, DESTACA A CRISE DO PSDB E A "TRAIÇÃO" DE DÓRIA. MAS A MATÉRIA-BOMBA ESTÁ EM CHAMADA MAIS DISCRETA NA MARGEM DIREITA: O CORRETOR FINANCEIRO PAULO GUEDES, O "POSTO IPIRANGA" DE BOLSONARO, É ACUSADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL POR FRAUDES EM NEGÓCIOS COM FUNDOS DE PENSÃO DE ESTATAIS E POSSÍVEL EMISSÃO DE TÍTULOS SEM LASTRO.



O ESTADÃO FOCALIZA O "ESTADO-MAIOR" DE GENERAIS EM TORNO 
DO CANDIDATO LÍDER NAS PESQUISAS.


O GLOBO NOTICIA A MOVIMENTAÇÃO DE JACQUES WAGNER PARA A FORMAÇÃO DE UMA FRENTE DEMOCRÁTICA. EM ARTIGOS E ENTREVISTAS, NO CORPO DO JORNAL, NOTA-SE UMA TENDÊNCIA: EDITORIAL ELOGIA "COMPROMISSO DEMOCRÁTICO" E ARTIGO SAÚDA MUDANÇA DE RUMOS. DIANTE DA ENORME VOTAÇÃO DE BOLSONARO, PARECE ESTAR EM CURSO NO JORNALÃO UM SUAVE MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO, COMO ESPERADO.   

terça-feira, 9 de outubro de 2018

"Vai pro Nordeste!"

Reproduzido do SENSACIONALISTA

(Do Sensacionalista)
Os estados nordestinos resolveram se unir e formar uma nova nação. A União das Repúblicas Socialistas do Nordeste já nasce com um grande carnaval na Bahia. Na Ursene, todo dia faz sol.
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Publicitário vacilão critica Nordeste em agência de patrão nordestino...

O diretor da agência Africa, que demonstrou preconceito correndo na veia ao criticar voto dos nordestinos, foi afastado da empresa.

“Nordeste vota em peso no PT. Depois vem pro Sul e Sudeste procurar emprego!”, escreveu o elemento.

Preconceito é preconceito em qualquer empresa. Mas a verdade é que muitas ainda deixam passar manifestações preconceituosas ou racistas dos seus staffs. Como funcionário do nordestino Nizan Guanaes, o publicitário José Borelli calculou mal os efeitos do bumerangue maldoso que despachou no instagram.

Comunicado interno distribuído pela Africa e divulgado no BuzzFeed não fala em demissão, mas avisa que o diretor foi suspenso.

Se alguém acionar a Justiça, ele pode enquadrado em crime de xenofobia.

Borelli também causou danos à imagem da empresa. Por causa do post criminoso, quando você digita Agencia Africa no Google dá de cara com links que agora associam a marca a um caso de ódio, intolerância e preconceito.



Jornalistas agredidos nas ruas e nas redes sociais...

(do Comunique-se) 

A informação é da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Entidade avisa que, no período das eleições, mais de 120 jornalistas foram agredidos

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou mais de 120 agressões a comunicadores em contextos político partidário e eleitoral este ano. As agressões são tanto físicas quanto em meios digitais.

Foram registradas 64 ocorrências de assédio em meios digitais contra jornalistas no contexto eleitoral, além de 59 vítimas de atentados físicos.

“Um país que não compreende a diferença entre crítica ao trabalho jornalístico e violência contra profissionais da imprensa coloca a democracia e a si próprio em grave risco”, disse a Abraji em nota de repúdio.
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Na eleição do WhatsApp, o TSE foi trolado pela boca de urna da fake news

Esta foi a eleição do Whatsapp. E uma importante influência foram as correntes de fake news. O TSE havia prometido rigor contra a disseminação de mentiras com objetivos eleitorais.

Falhou.

A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal, admitiu durante entrevista coletiva após o encerramento do primeiro turno que vai apurar denúncias de supostas irregularidades. A internet é mais rápida e não espera o verbo futuro, ao contrário, causa danos imediatos. Um exemplo: o TSE deu um prazo de 24h ao Facebook para retirar 33 links com notícias falsas. Louvável. Infelizmente, a medida foi tomada um dia após a votação.

Aberta a campanha do segundo turno, o TSE terá a chance de agir com o rigor que o ministro Luís Fux, presidente anterior, prometeu efusivamente. Rosa Weber diz que combater fake news é prioridade, mas ressalva que não é fácil.  "Não é que o TSE nada tenha feito. Prevenir fake news, eu não conheço como poderíamos ter atuado nessa área onde temos um princípio maior da liberdade de expressão". OK, mas liberdade de expressão não dá direito a mentiras. Ao contrário, mentira, mais exatamente, desvirtua a liberdade de expressão.

Ao longo da campanha, equipes de jornalistas de várias agências de checagem de fake news identificaram, apuraram e desmascararam quase imediatamente milhares de notícias falsas. Faltou ao TSE serviço semelhante e agilidade idem para exigir a retirada do material corrompido e punir os responsáveis que podem ser facilmente identificados desde que profissionais especializados atuem nesse setor. Ressalte-se que alguns tribunais regionais desmentiram campanha falsas, em alguns casos, mas faltou uma força-tarefa especializada dedicada à fiscalização efetiva da mais nova e poderosa boca de urna: a das fale news que inundam as "avenidas" digitais.

Rosa Weber afirmou que a mídia pode colaborar no combate às correntes falsas. Já fez isso. Veículos impressos e digitais abriram espaços permanentes para desmentidos. Mas a mídia não tem poder para exigir das redes sociais a rápida retirada de material corrompido. Nesse caso, o buraco virtual é mais em cima.

sábado, 6 de outubro de 2018

Revista Sexy nega que vá acabar e lança capa com "Musa das Eleições"

Reprodução 

por Ed Sá 
Com a crise das revistas se ampliando, rumores de fim de festa atingiram a Sexy. A editora da revista, Adriana Peruto, desmente. E a modelo Flávia Tamayo personaliza o desmentido ao se revelar capa da edição de outubro. Ela é a "Musa das Eleições".

Filipinas chamando...

por Flávio Sépia

Nos anos 70, o economista Edmar Bacha criou o país fictício chamado Belíndia para definir a cruel e crônica desigualdade do Brasil, uma Bélgica cercada de uma Índia. Agora estamos mais a caminho do Brasilinas, uma mistura do Brasil com as Filipinas, que têm um quarto da população abaixo do nível de pobreza, já passou por várias ditaduras e acha que tudo se resolve na porrada. Mais de 19 mil quilômetros separam "nós" e "eles". Mas se você der um Google nas frases do presidente deles não parece tão longe do atual clima de guerra nas ruas no Brasil dividido.

* "Hitler massacrou três milhões de judeus. Há três milhões de viciados em drogas. Eu ficaria feliz em matá-los".

* "Não hesitarei em declarar um governo revolucionário até o fim do meu mandato. Então poderei prender a todos e, depois, poderemos seguir com nossa guerra contra os vermelhos”.

* "Se você conhecer algum viciado, vá em frente e mate-o você mesmo". 

* "Se tenho filhos envolvidos no tráfico de droga, matem-nos".

* "A partir de agora, o mês de janeiro é o Mês Nacional da Bíblia".

* "O Papa Francisco e um filho da puta".

* "Obama é um filho da puta".

* "Enquanto houver mulheres bonitas, haverá estupro".

* "A freira era tão bonita que eu deveria ter sido o primeiro a estuprá-la".

* "É preciso disparar na vagina das mulheres guerrilheiras".

As frases acima são de Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas.

A nova revolução feminista chega aos livros...

por Clara S. Brito 

Tudo indica que as mulheres voltaram às ruas para ficar. Em várias épocas, elas ocuparam praças e avenidas, desde as sufragistas que conquistaram o direito de votar, de trabalhar, passando pela liberação sexual, divórcio e ampliação do seu papel na sociedade.

Agora, a mulher se rebela contra a violência, os assassinatos, estupros, assédio, discriminação e exige igualdade de oportunidades de trabalho. No passado, Simone de Beauvoir inspirou a luta. No Brasil, Bertha Lutz foi uma pioneira.
Se depender dos livros, a atual fase da luta feminista vai ganhar novos fundamentos. São muitas as obras lançadas nos Estados Unidos que, certamente, chegarão ao Brasil.  O Mashable lista hoje alguns desses livros-cabeça.


A eleição da fake news...


Capas falsas de Veja, Época e Exame circularam durante a semana nas redes sociais. Segundo as montagens, o diretor da OEA, Gerardo de Icaza, denunciava esquema de fraudes nas urnas eletrônicas para beneficiar Fernando Haddad. O próprio Icaza desmentiu no twitter a mentira eleitoral.

Fake news, usos de robôs, contas falsas, invasão de contas, ofensas, ameaças e difamação congestionaram as redes nas últimas semanas.

Há alguns meses, Luís Fux, então presidente do TSE, botou força na peruca disse ter montado uma força-tarefa para combater fake news em campanhas eleitorais. Anunciou parcerias com empresas de tecnologia e garantiu que a estratégia de notícias falsas como marketing político podia levar até à anulação de candidaturas.

Pelo jeito, a luta contra fake news era fake news.

Hoje, o Globo informa que o Ministério Público Eleitoral planeja acionar o WhatsApp "para que adote procedimentos que permitam direito de resposta a fake news propagadas pela plataforma".

Qualquer um que não more em Marte já sabia que o WhatsApp, com 120 milhões de usuários no Brasil, é o canal preferido para propagação de mentiras, mas as autoridades descobriram isso agora.

A campanha pode até acabar amanhã e o MPE ainda "planeja" medidas para o segundo turno.


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Tá explicado...


Leitura Dinâmica: notícias do front...


* Temer tuitando - Ligado na rede, o ilegítimo manda recado para jornalista.

* Eficiência - Se você tem uma causa parada por falta de um oficial de justiça esperto que entregue uma notificação, peça à Globo o contato do agente que à 1h da madrugada estava trabalhando. O sujeito ganhou crachá para entregar uma citação ao candidato Ciro Gomes. Detalhe: o processo movido por João Dória por suposta calúnia e difamação é de 2017. José Serra estava na plateia, mas não foi incomodado por nenhum oficial de justiça madrugador. Ciro protestou contra a "emboscada" e diz que não bota mais os pés na Globo.

*Euforia - Dizem as redes sociais que Álvaro Dias era o candidato mais animado no debate da Globo. Apesar disso, era também o mais lento quando se deslocava da cadeira rumo à bancada. Atrapalhou-se algumas vezes, mas nada demais. William Bonner também se enrolou na mediação. Formaram a dupla Dede´e Didi do debate.

* Acordou - Não se pode dizer que a Lava Jato não trabalha. Andava meio devagar mas nos últimos dias acelerou, tomou energético e abriu gavetas. Nada a ver com a eleição...

* Bolsa bolacha -  Alckmin revelou uma das conquistas da sua gestão. O tucano orgulhou-se de ter desonerado um produto essencial: o biscoito sem recheio.

* Calamity Jane - Os marqueteiros de Marina tentaram mudar o visual da candidata. Uma das recomendações foi reformar o penteado e o figurino. Ontem, ela usou o que parecia uma roupa de montaria do Velho Oeste. Teria acabado de apear do cavalo? Outra recomendação dos assessores teria sido na entonação da voz, enfatizá-la para não passar a impressão de "frágil". Marina tem a voz naturalmente fina e não foi possível mudar isso. A solução parece ter sido mandá-la aumentar o volume. A candidata quase gritava e mandava os decibéis às alturas.

* Gesticula, candidato - Já os assessores de Meireles recomendaram que ele gesticulasse mais ao enfatizar suas opiniões. O candidato obedeceu. Mas exagerou. Em matéria de gestos, ele competia com a o gestual da moça da linguagem Libra no canto da telinha. Só que Meireles era descoordenado às vezes. Parecia que estava com delay: o movimento da mãos vinha geralmente atrasado em relação à voz.

* Recado de Boulos: "ando com sem teto, com sem terra, só não ando com sem-vergonha'.

* Fui ali e volto já - Ciro Gomes sobre a decisão de Bolsonaro de escapar do debate da Globo e optar por um entrevista combinada na Record; "Amarelou", disse ele.

* Suspense nas ruas - Haverá segundo turno ou no domingo, 28 de outubro ,vai dar praia?


* Engrossando a abstenção - A Veja perdeu o prazo do cadastramento biométrico e não vai poder votar. É o que a capa dessa semana sugere. Finalmente a revista vai assumir neutralidade em uma eleição?

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Vai vendo: em livre interpretação, novo filme retrata bastidores sexuais dos acontecimentos políticos

por O.V.Pochê

O novo "cinema político" brasileiro ganha mais um lançamento.

O filme vem se juntar a uma série de produções que, cada uma à sua maneira e livre interpretação, retratam a atual conjuntura ou fatos relevantes da República.

Depois de "O Mecanismo", "Polícia Federal: a lei é para todos", "Real, o plano por trás da história, "O Paciente", entre outros, circularem nas salas de cinema e nos canais de streaming, a produtora Brasileirinhas lança "Tudo acaba em pizza", fechando uma trilogia que já lançou "Leva Jato" e "Felação Premiada".

Não se pode negar que essa é uma visão inédita e muito particular sobre os acontecimentos que abalaram o Brasil.

Revista VIP também passa o ponto e dá adeus às bancas...


Com Juliana Paes na capa de setembro a VIP encerra sua edição impressa. A ex-revista da Abril será incorporada pela Exame e se transformará em um caderno chamado Exame Vip, com oito páginas.
Já a maioria dos jornalistas que integravam o que restava da redação será incorporada às estatísticas de desemprego. 

Afinidades...

ONTEM (HÁ 55 ANOS, QUANDO JOÃO GOULART PROMULGOU O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO). 


HOJE


O mês do terror... Confirma?


Na terra do Tio Trump, o mês de outubro terá 31 noites de terror. A ABC Family comemora o Halloween com uma seleção de filmes do gênero.
No Brasil não há notícia de programação semelhante. Parece que as eleições já bastam...

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Cuidado! Alerta de fakenews...

por O.V. Pochê 

* Revisando a História - O que se diz é que depois de redefinir a ditadura como "movimento", Dias Toffoli prepara novas correções de fake history, segundo ele, da humanidade. A Revolução Francesa foi apenas uma passeata #elanão contra Maria Antonieta; Hitler era só um clone do Carlitos; a carta de Getúlio era uma antiga redação escolar de Alzirinha;  ninguém foi pro exílio depois de 64, só uns poucos desocupados se "movimentaram" para Paris; os 18 do Forte participavam na verdade de uma minimaratona do posto 6 ao Leme; a bomba do Riocentro era parte da cenografia do Show do Trabalhador; a Guerra do Paraguai foi um pretexto para muambeiros comprarem baratinho umas tralhas chinesas; a Boeing e a Embraer inventaram o avião, Santos Dumont só foi o garoto-propaganda; Napoleão invadiu a Rússia porque o czar tinhas armas de destruição em massa;  não houve escravidão no Brasil, apenas um "movimento" de africano em direção às praias baianas e cariocas.

* Bye, bye - Marina Silva já se prepara para se recolher ao seringal nos próximos quatro anos. Antes, vai subir o monte com o cabo Daciolo.

* Emprego novo - Ciro Gomes vai deixar a política, como prometeu. Não está confirmado se aceitará o cargo de auditor do SPC.

* Desemprego - Alckmin vai engrossar as estatísticas de desocupados depois de anos de reinado em São Paulo. Mas tem aposentadoria firme e não é verdade que vai dividir apartamento no Brás com FHC e José Serra.

* Hashtag - Essa é a eleição da hashtag. E o maior alvo das redes sociais, Bolsonaro, é o favorito para subir a rampa. Um leitor envia a mais nova indexação: #vamosbotarnoBolsoo(ig)naro. Mas, segundo Regina #semmedo Duarte, o que está pintando é #bolsonaropresidente...

* O meu também - No escurinho da cabine, vai ser difícil Romário deixar de votar em Ciro. O ex-jogador se emociona cada vez que o candidato fala em "vou tirar seu nome do SPC".

* No Faustão - Não é verdade que após as eleições Fernando Haddad vai representar Lula no quadro "Dança dos Famosos".

* Estoque - Fábrica de botox está trabalhando em três turnos para abastecer um certo candidato. Ele enfrenta dois problemas de campanha: com tantas entrevistas e debates na TV, ele precisa refazer a aplicação várias vezes ao dia; e ao fazer caminhadas ao sol o material derrete e assessores têm que providenciar refil.

* Corre que o caixa vai fechar - Governo Temer vai privatizar Lençóis Maranhenses e Jericoacoara. Isso já foi anunciado. Por enquanto não está confirmado que serão entregues a concessionárias após licitação O Círio de Nazaré, a Praia de Ipanema, Fernando de Noronha, o Palácio do Jaburu, as bocas de fumo do Alemão, a igreja do Senhor do Bonfim, o pijama de Getúlio, o coronel amigo e assessor do presidente, Geddel Vieira Lima e a Papuda, a Lava Jato, o Pantanal e todos os venezuelanos que entrarem no Brasil.

Fotografia - Olha isso... a velha guarda do jazz em galeria de imagens do New York Times...

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ATUALIZAÇÃO EM 03/10/2018 -

por Roberto Muggiati

Nós, que sempre copiamos os irmãos do Norte - nem sempre nas melhores coisas -   nos omitimos totalmente em registrar nos anos 50 os grandes da Velha Guarda com os novos da Bossa Nova, Jovem Guarda e MPB – estavam todos vivos. Não só para uma foto tipo álbum de família, como para gravações reunindo veteranos e jovens, como fizeram amplamente nos EUA – repito, muita gente boa ainda estava viva – Pixinguinha só morreu em 1973, podia ter gravado com a rapaziada da Tropicália, imaginaram?!

A foto de Art Kane inspirou um filme a Steven Spielberg, O terminal (2004). Tom Hanks é Victor Navorksi, de uma republiqueta do leste europeu chamada  Krakozhia. Quando desce em Nova York no Aeroporto JFK há um golpe de estado em seu país. 

Os EUA não reconhecem o novo governo e ele fica ilhado no aeroporto, sem poder entrar no país, nem sair. Navorski viajou numa missão sentimental. Seu pai possuía uma cópia da foto de Art Kane com os autógrafos de 57 dos 58 músicos. Hanks passa o filme agarrado com a misteriosa foto enrolada dentro de uma latinha. Só falta um autógrafo – o do saxofonista Benny Golson, que faz temporada num hotel de NY. Claro, com Spielberg não pode deixar de ter happy ending. Finalmente, Hanks consegue escapulir para Manhattan e colhe o último autógrafo. By the way, Benny Golson é um dos dois sobreviventes da foto famosa de 1958. O outro – também saxofonista tenor – é Sonny Rollins.



Mídia, volver...


(Da Revista Fórum)

Em seu artigo diário no jornal O Globo, Merval Pereira, dá sinais do que se vê na na manhã desta terça-feira (2) na maioria dos veículos da grande mídia: embarcar de vez na candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) para conter o crescimento de Fernando Haddad.

“O fato é que a candidatura de Bolsonaro mostrou-se capaz de neutralizar as notícias ruins com mobilizações a favor dele grandes o suficiente, no domingo, para reafirmar sua posição de liderança”, escreve Merval, após tecer destilar críticas ao PT (?) por “utilizar a Justiça para validar uma jogada política”, referindo-se à censura imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à decisão do ministro Ricardo Lewandowski de autorizar entrevista do ex-presidente Lula à Folha de S.Paulo, à Rede Minas e ao jornal espanhol El País.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NA FÓRUM,  AQUI

A vida não é bela - Governo americano prende crianças imigrantes em campos no deserto do Texas...

Reprodução o Globo

É dramática a situação dos filhos dos imigrantes detidos em campos instalados no deserto do Texas. Segundo matéria do New York Times, reproduzida pelo Globo, ontem, até a assistência jurídica aos  pequenos prisioneiros é limitada. O visual dos campos americanos e a logística não deixam de fazer referência distante, mas presente, com a tragédia nazista que o mundo teima em reconfigurar.

As crianças, em vários pontos do país, são acordadas no meio da noite, colocadas em comboios de ônibus que, semanalmente, cruzam as estradas rumo ao deserto. São cerca de 13 mil meninos e meninas detidos, de várias idades, desacompanhados do pais.

O Texas não é Birkenau, mas vistos do alto, com os detidos em longas filas, os barracões, que comportam 20 crianças cada um em fileiras de beliches, lembram a triste arquitetura  do passado.
Birkenau. Reprodução

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Alô, é do passado? Conheça um acervo digital da imprensa alternativa




por Ed Sá

Quando nuvens pesadas ameaçam encobrir o sol, chega em boa hora uma iniciativa do Núcleo de Pesquisa e Ciências da Comunicação da PUCRS. O acervo digital da instituição disponibiliza coleções dos alternativos Coojornal, Movimento e Pato Macho, este editado por Luís Fernando Veríssimo, além do histórico Suplemento Dominical do Jornal do Brasil.
O passado está batendo na sua porta? Conheça a cara dele. AQUI

Não é só piada de brasileiro...


Do Jornal de Notícias, hoje: portugueses não sustentam juízes e procuradores tão milionários quanto os brasileiros, mas também se queixam dos privilégios da casta. Lá, o governo que acabar com os benefícios dos togados.

Futebol: clube escala meninas como gandulas e cartolas criticam shorts curtos...

Jogadoras de vôlei atuam como gandulas do Vicenza, time italiano de futebol. Foto Facebook Volley Vicenza. 

Foto Facebook/Reprodução

Reprodução Volley Vicenza
por Clara S. Britto

Enquanto a Fórmula 1 eliminou as grid girls para evitar acusações de sexismo, o Vicenza Virtus, da terceira divisão do futebol italiano, convocou seu time de vôlei para atuar como ball girls (gandulas).
As jovens usam shorts preto e bodysuit justa. Elas entraram em campo, em Vicenza, no estádio Romeu Menti, e logo provocaram polêmica. Cartolas da federação italiana não gostaram. O clube alega que a participação das jogadoras é voluntária e a intenção é promover as divisões inferiores do vôlei e dar mais visibilidade ao patrocinador. Em 2012, o Botafogo escalou como gandula a professora de Educação Física Fernanda Maia. Ela fez sucesso no Engenhão e, na época, não provocou tanta polêmica. Os tempos mudaram tão rápido?

FENAJ: Carta aberta aos candidatos à Presidência da República

Da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)

Jornalismo integra a base da democracia

Introdução

"É obrigação dos candidatos ao cargo de maior importância da República apresentar ao povo o plano de governo que pretende implementar, caso eleito. As propostas a serem debatidas, por necessidade, devem tratar dos grandes temas nacionais e, em especial, dos assuntos que são da competência da União.

O setor das comunicações, entretanto, tem sido esquecido. Não há propostas a discutir; não há reflexões sobre o passado, o presente e o futuro. Esse “esquecimento” é proposital e revelador: não mostra a pouca importância do setor, mas a omissão histórica dos governos brasileiros em relação às comunicações, área estratégica para a vida cultural, política e econômica de qualquer nação.

A Constituição brasileira confere à União – e somente a ela – a exploração e/ou organização dos serviços de telecomunicações e da comunicação social. A exploração desses serviços está majoritariamente nas mãos da iniciativa privada, mas o governo federal não pode deixar de cumprir o seu papel de ser o organizador e fiscalizador do setor, sob pena da prevalência de interesses privados sobre os interesses públicos, como tem ocorrido historicamente.

Assim, o governo federal deve se responsabilizar pelas políticas para a área das comunicações que, em determinados aspectos, é essencial para a garantia da soberania nacional. Também deve assumir a tarefa de fortalecer o sistema público de comunicação, em especial a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), fortemente atacada no atual governo.

A FENAJ, por ser a entidade máxima de representação dos jornalistas brasileiros, chama a atenção especialmente para a Política de Comunicação Social, na qual o Jornalismo deve estar inserido. E reafirma sua reivindicação para que o país se debruce sobre o tema, visando a construção de um novo marco regulatório para o setor e reforça os aspectos que devem ser observados, conforme documento (anexo) do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), do qual a FENAJ é integrante.

O papel do Jornalismo

A ênfase da FENAJ ao Jornalismo brasileiro justifica-se pela natureza da entidade e, principalmente, em razão da importância do Jornalismo para a constituição da cidadania, elemento fundante da democracia. Sem cidadãos e cidadãs com conhecimento da realidade imediata e capacidade de formulação de juízos não há debate público real nem tomada de decisões conscientes.

O Jornalismo surgiu de uma demanda social das sociedades republicanas, assentadas nos valores da liberdade, igualdade e fraternidade. A princípio, foi o local das manifestações de grupos que defendiam causas específicas. Mas evoluiu; deixou de representar interesses particulares (ainda que justos) para tratar dos interesses coletivos. O Jornalismo passou a defender o interesse público, compreendido como o interesse da maioria.

Mas a mercantilização da informação e o predomínio de grupos econômicos na produção da notícia trouxe novas mudanças, frutos dos tempos atuais. O Jornalismo passou a defender os valores desses novos tempos: redução da presença do Estado; defesa do mercado como condutor das coisas econômicas e políticas; desregulamentação do setor financeiro e das relações de trabalho, e outros preceitos neoliberais.

O que se tem, na atualidade, é a imposição do interesse privado sobre o público, a desconstituição da política como mediadora das relações humanas e sociais, a negação e a criminalização dos movimentos sociais e a defesa do lucro como finalidade última das atividades humanas.

O Jornalismo presente, quase sempre, não defende o interesse público, o interesse da maioria. E não trabalha para que a maioria perceba quais são, de fato, os seus interesses.

Mas essa não é uma condição inexorável; é uma construção humana, de uma época, e que pode/deve ser novamente mudada. O Jornalismo não está condenado à falácia e à manipulação e os jornalistas podem mostrar, com sua prática profissional, que é possível informar à sociedade, reportar fatos, promover o debate de ideias e dar aos cidadãos e cidadãs condições de formar seus juízos e agir em sociedade.

É preciso, ainda, reforçar o papel a ser desempenhado pelo sistema público de comunicação, em especial pela EBC, para a produção de um Jornalismo paradigmático, que sirva de referência para a sociedade.

Para o desenvolvimento do Jornalismo brasileiro e para que os jornalistas tenham garantidas suas condições de trabalho e autonomia intelectual. A FENAJ propõe que o presidente eleito:

– Após aprovação pela Confecom, apresente projeto de lei para criação do Estatuto do Jornalismo Brasileiro, como um dos mecanismos de controle público para garantia da qualidade da informação jornalística difundida pelos veículos de comunicação social, sejam impressos, audiovisuais ou digitais.

– Encaminhe ao Congresso Nacional projeto de lei para criação e implementação do Conselho Federal de Jornalistas, para promover a autorregulamentação profissional, a partir do Código de Ética do Jornalistas Brasileiros (proposta já aprovada na 1ª Confecom).

Uma nova Confecom

É grande o déficit democrático no setor da comunicação social no Brasil, a começar pela concentração da propriedade dos meios nas mãos de poucas famílias ou grupos econômicos. Essa concentração permite o monopólio da pauta dos debates públicos, com interdição de temas e de grupos sociais.

Na área das telecomunicações, há uma desastrosa política de desnacionalização que precisa ser revertida, assim como há a necessidade de fortalecimento da Telebrás, como empresa pública do setor, capaz de garantir a universalização dos serviços.

Também é urgente a adoção de uma política de universalização do acesso à banda larga para que toda a população brasileira, independentemente de seu local de moradia e condição social, tenha acesso à internet.

Todos esses temas, além do Jornalismo e da produção cultural, devem ser objeto de amplo debate nacional para que haja, de fato, uma construção democrática de um novo marco regulatório para o setor das comunicações.

A primeira Confecom (Conferência Nacional de Comunicação) foi realizada com êxito, no final de 2009, e resultou em 672 propostas aprovadas. Mas não houve seguimento nas ações.

A FENAJ defende que o presidente eleito convoque uma nova Confecom, como ação inicial para a construção de um novo e democrático marco regulatório para o setor".

Brasília, 27 de setembro de 2018.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

domingo, 30 de setembro de 2018

Brasil na capa do Le Monde hoje. E não é pra elogiar...


William Waack agora é coisa de Band

Segundo o Na Telinha, William Waack vai exibir o seu "Painell WW" na Band. Cinco meses depois de tentar emplacar um canal próprio no You Tube, o jornalista encerra seu projeto digital e volta a um veículo tradicional.

ATUALIZAÇÃO EM 04/10/2018 - a Medialink Comunicação, que assessora William Waack nega que o jornalista tenha sido contratado pela Bandnews. Nega, mas não de forma absoluta. A agência informa que o projeto de webjornalismo de Waack tem atraído interessados, mas como canal de distribuição, "sem alterar o que existe hoje", e permanecerá nas redes sociais "mesmo com a eventual transmissão em TV fechada". 

A primavera é das mulheres: "Ele Não!"


São Paulo. Foto Rovena Rosa - Fotos Públicas
Rio de Janeiro. Foto de Bruno Alencastro. Reprodução Twitter

Rio de Janeiro. Foto bqvMANCHETE


Curitiba. Foto Ricardo Stukert
Brasília. Foto Lula Marques. Fotos Públicas