quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Donald Trump é o queridinho do mercado financeiro...

por Flávio Sépia

O mercado financeiro viveu ontem dia de festa nos Estados Unidos. Segundo os analistas, valorizações e recordes na Bolsa indicam que o governo Trump tem aprovação total e irrestrita dos especuladores, além dos setores conservadores do país.

Muro na fronteira com o México e pau nos imigrantes, desprezo pela questão ambiental, oleodutos liberados em reservas naturais, ofensiva contra direitos humanos, protecionismo, agressividade comercial, ameças a fábricas que exportam para os Estados Unidos e não investem no país, volta da tortura e das prisões secretas como práticas da CIA, relaxamento de dispositivos que possam ser interpretados como defesa do feminismo e da diversidade, tudo isso soou como música aos ouvidos do mercado.

Mercado, aliás, que também aqui é tratado pelos colunistas do setor como como um deus absoluto a reinar acima dos interesses dos cidadãos. O mercado tem sempre razão, pregam. Talvez, se dependesse deles, os governantes e representantes do povo, esses intermediários às vezes incômodos, fossem eliminados e o poder entregue diretamente aos traficantes de dinheiro sem entraves burocráticos.

Um dealer para presidente.

Foi exatamente o que aconteceu nos Estados Unidos com Trump agora cercado de executivos do mercado financeiro em posições-chave. E não há nada de folclórico nem histriônico no novo presidente, como é o rótulo que o apresenta. Trump sabe bem o que faz e os grupos que os levaram lá não estão brincando e não o elegeram por acaso.

Um equação diabólica explica tudo isso. Com o avanço do neoliberalismo e a desregulamentação, os mercados provocaram a crise global de 2008. Em muitos países, a receita para combatê-la foi o arrocho fiscal, o desemprego, os cortes em políticas de previdência, saúde, educação etc. A insatisfação das populações criou o caldo de cultura perfeito para a ascensão da direita e, ironicamente, da prevalência do mercado sobre os governos. É o que acontece na Europa, com a direita em alta. Nos Estados Unidos, com a via Trump. No Brasil, com o golpe. Na Argentina, com a chegada de um empresário ao poder, não por acaso parceiro de Trump em negócios. O cenário se repete em muitos países.

A mídia dominante brasileira foi na onda da maioria da mídia americana e rejeitou Trump. Ainda o critica, o que começa a não fazer muito sentido já que o americano exibe métodos e ideias bem assimiláveis pelas elites tupiniquins. Em breve, vai restar apenas uma certa oposição ao protecionismo.

Anotem aí: a questão não é se a velha mídia brasileira vai passar a apoiar Trump; a dúvida é quando isso vai começar a acontecer. Tem colunista aí que não vê a hora..

Falta só o patrão mandar um emoji pelo Whatsapp: 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Lembra da filha do Michael Jackson? Cresceu e é capa da Rolling Stone


por Clara S. Britto

Paris Jackson, 18 anos, cresce e chega aos holofotes. A menina, quer quer fazer carreira de modelo, atriz e compositora, está na capa da Rolling Stone.

Os outros dois filhos de Michael Jackson têm trajetórias diversas: Prince Jackson, 19, é universitário, pretende trabalhar em entretenimento mas atrás das câmeras, e Blanket Jackson, 14, está no colegial e faz artes marciais.

Na entrevista, a primeira depois da morte do cantor, Paris se diz convencida de que a morte do pai não foi acidental. "É obvio que ele foi assassinado. Tudo aponta para isso. Soa a teoria da conspiração e a um completo disparate, mas os fãs verdadeiros e toda a família sabem".

A causa da morte de MJ foi um coquetel de remédios, segundo a autópsia. O seu médico particular, Conrad Murray, foi considerado culpado por homicídio involuntário.

Justiça absolve Fernando Haddad por trolar comentarista político

(do Portal Comunique-se)
O ex-prefeito Fernando Haddad foi absolvido pela Justiça de São Paulo pelo trote que passou no historiador e comentarista da Jovem Pan Marco Antônio Villa. O caso aconteceu em maio do ano passando quando o petista publicou uma agenda de compromissos falsa para induzir Villa ao erro. Divulgada em 15 de maio, a agenda oficial da Prefeitura de São Paulo mostrava apenas um compromisso para segunda-feira: “a partir de 8h30 – despachos internos”.

À época, o próprio prefeito falou sobre o trote por meio de sua página no Facebook. “Alguns de vocês já devem ter ouvido falar de um tal de Marco Antonio Villa, da Jovem Pan. Ultimamente, ele tem comentado minha agenda pública com o conhecimento de quem nunca administrou um boteco. Acho graça. Mas, hoje, para que os ouvintes tenham uma pálida ideia deste embuste, resolvemos substituir, por algumas horas, a minha agenda pela de outro político, apenas para vê-lo comentar, uma vez na vida, o dia-a-dia de quem ele lambe as botas”, dizia o texto de Haddad.

Naquele dia, o comentário de Villa criticou a falsa agenda sem saber que o conteúdo se tratava de “um trote”. “O resto está branco. Branco, branco, branco. Não há nada, nada, nada”, disse. “No Brasil é assim: a gente brinca com tudo. Brinca até com as tragédias. Ele é uma tragédia. É inexplicável, uma desonra para São Paulo ter Fernando Haddad com prefeito”.
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Desligados? Brasileiros estão falando menos ao telefone e dando um off na TV paga...

Na página da Anatel, três notas com sinais da crise.

TV paga perde mais de 350 mil assinantes em um ano

* "A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) registrou em novembro deste ano 18.873.137 assinaturas de TV paga, uma queda de 95.997 assinaturas, menos 0,51% em relação ao mês anterior. Em comparação com novembro de 2015, a redução foi ainda maior, 352.629 assinaturas, menos 1,83%".

Em relação a 2015, mais de 13 milhões de celulares desativados

* "O ano de 2016 fechou com 244.066.759 de linhas móveis em operação, uma queda de 5,33%, em comparação com 2015, e redução de 13.747.515 de linhas.Em comparação com o mês anterior, o mês de dezembro de 2016 registrou um decréscimo de 4.381.305 de linhas, o que representa uma queda de 1,76%. A queda do número de acessos móveis no ano passado foi consequência da redução da tarifa de interconexão (cobrada entre empresas fixas e móveis) e do valor de remuneração de uso de rede das prestadoras móveis (VU-M), praticados entre as operadoras. Com preços menores das ligações de uma empresa para a outra, os consumidores cancelaram os chips de diferentes prestadores.  A desaceleração econômica também contribuiu para encolhimento da base de acessos móveis".

Quase dois milhões de linhas de telefones fixos encerradas

*   "O Brasil encerrou o mês de novembro do ano passado com 42.006.021 linhas de telefone fixo, uma queda de 173.777 linhas ou 0,41% em relação ao mês anterior. Em comparação com novembro de 2015, a redução foi ainda maior, 1.831.933 linhas ou queda de 4,18%".

Fonte: Anatel

"Paga, Tupi! Trabalhadores em greve protestam no Engenhão nesta quarta"

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

Os trabalhadores em greve da Rádio Tupi prometem fazer barulho nesta quarta-feira (25/01), a partir das 17h, antes do jogo Brasil x Colômbia, no Engenhão, para exigir: ‘Paga, Tupi!’.

A mobilização foi acertada durante assembleia dos jornalistas e radialistas da emissora nesta terça-feira (24/01), que decidiu pela continuidade da greve. Ouvintes da rádio foram convidados a participar da manifestação para demonstrar apoio às reivindicações dos trabalhadores.

Em sinal de descaso com os funcionários, a Rádio Tupi negou acordo proposto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em audiência de conciliação solicitada pelos trabalhadores e sindicatos. Uma nova audiência ficou marcada para o dia 07/02 na Procuradoria do Trabalho.

Os trabalhadores da Rádio Tupi estão em greve há 34 dias por conta de meses de atraso nos salários, falta de pagamento do 13º salário dos últimos dois anos e de depósitos regulares de FGTS e INSS.
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Arte em LEGO no Museu Histórico Nacional







Fotos bqvMANCHETE

Com mais de um milhão de blocos de LEGO, o artista plástico norte-americano Nathan Sawaya,s construiu obras de arte que estão expostas no Museu Histórico Nacional, no Rio, até o dia 5 de fevereiro. Em Art of the Brick, além de personagens e objetos criados por ele e inspirados na vida cotidiana, Sawaya reinterpreta em LEGO quadros e esculturas clássicos como “Vênus de Milo”, “O Grito”, de Edvard Munch, "Mona Lisa" e detalhe do teto da Capela Sistina, de Michelangelo. Há retratos de Jimi Hendrix, Janis Joplin e Andy Wahrol. Lançada há 10 anos, a exposição já percorreu 80 museus de cidades dos Estados Unidos, Bélgica, Irlanda, Holanda, China, França, África do Sul, Austrália, Suíça e Espanha, além de uma temporada de sucesso em São Paulo, pouco antes de vir para o Rio.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Dúvida na TV: para onde será que Trump está indo?

Cortejo de Trump: aparentemente
sem saber para onde ia, segundo supôs
a TV brasileira. 
por Omelete

Em certo momento da cobertura, com Trump já na Av. Pensilvânia, após sair do Capitólio, uma âncora pergunta: "Alguém sabe onde termina esse desfile? Alguém tem essa informação".

Certamente alguém teria. Os organizadores, por exemplo. O serviço de imprensa da Casa Branca.  Ou os agentes secretos, que não deixariam o cortejo começar sem que se soubesse para onde iria. Se a dúvida permanecesse, talvez o Google ajudasse. Desde a posse de Thomas Jefferson, em 1805, o caminho é o mesmo.

Aquele percurso de mais de 2 km leva à Casa Branca. Por acaso, o destino de Trump desde que teve mais votos do que Hillary no colégio eleitoral..

Mesmo se não concordasse com as ideias do novo presidente, o cerimonial não faria a indelicadeza de deixá-lo na rua, no ponto de ônibus, quem sabe, ou esperando uma van.

Por ser empresário, Trump já provoca polêmica pela possibilidade de misturar governo e negócios. Apesar disso, nem ele ousaria fazer com que o desfile acabasse, por exemplo, no Trump Hotel, na mesma área.

Até deu uma paradinha e saiu da limusine bem em frente ao seu empreendimento.

Mas não ficou lá como talvez a âncora imaginasse.

Deram um Trump no tempo...

Washington, ontem (do site Crimethinc)

Berkeley, 1970 (ReproduçãoTime)
por Jean-Paul Lagarride

Nos anos 1970, estudantes ocuparam as ruas das principais cidades americanas. Protestos contra a guerra do Vietnã mobilizaram milhões de jovens. Alguns foram mortos a tiros, como no massacre da Kent Sate University, de Ohio.

O ocupante da Casa Branca era, então, outro republicano: Richard Nixon.

Em 2011, Nova York viu passar os manifestantes do movimento Occupy Wall Street. E, nos últimos dois anos, multidões protestaram em várias cidades contra assassinatos em série de jovens negros por policiais brancos em clara conotação de ação racista.

Mas há cerca de quatro décadas, Washington não via nada parecido com o que aconteceu ontem nas proximidades da Avenida Pensilvânia onde acontecia o desfile da posse de Donald Trump. A palavra resistência predominava em cartazes e no espírito dos jovens.

Estimativas da mídia avaliam que assistiram à cerimônia, ontem, posse, no trajeto do cortejo, apenas um terço das pessoas que compareceram à posse de Obama, em 2009.

O julgar pelo radicalismo explícito do discurso do milionário - que chegou à presidência com menos votos populares do que sua adversária Hillary Clinton - e pela disposição dos manifestantes, a Era Trump promete.

Posse de Trump: "carga de cavalaria" dos black bloc


por O.V.Pochê (de Washington)

Veja o momento exato em que os manifestantes fazem uma autêntica "carga de cavalaria" contra a barreira de policiais. VEJA O VÍDEO AQUI

A mídia capta em Washington a cena mais dramática da posse de Donald Trump


por O.V.Pochê (de Washington)

A imagem acima deixou a internet curiosa.

A vítima jaz, inerte, em chamas.

Nunca tantos jornalistas cumpriram a árdua e perigosa missão de fotografar uma lixeira em chamas.

Obra dos manifestantes que tentaram estragar a posse de Donald Trump.

Veja aí: os quatro profissionais agachados não querem perder nenhum detalhe do "crime". O de casaco preto, em pé, observador, tenta descobrir pelo olfato qual o combustível utilizado na depredação. A fotógrafa de casaco verde chega correndo para não perder a chama que não vai durar para sempre. A velhinhas de azul pede que os responsáveis sejam enviados para Guantánamo. O de colete verde protesta contra a concorrência porque, segundo ele, a matéria era exclusiva. A pessoa de gorro preto e bolsa verde, à direita, sai de fininho porque supostamente foi ele o autor do fogo para incrementar a imagem do colega cinegrafista brasileiro de casaco cinza ao fundo.

Posse de Trump: "Olha lá a velhinha comunista. Esculacha, dá um corretivo de spray de pimenta nela!"


por O.V.Pochê (de Washington)

As manifestações em Washington dividiram espaço com a cerimônia de posse. Soube que a TV, no Brasil, optou por mostrar imagens geralmente mais fofas ou a ação do que os nossos âncoras chamaram de baderneiros.

Até a CNN foi menos parcial na cobertura.

A cena acima que viralizou na rede durou alguns minutos e mostrou a polícia dando um banho de spray de pimenta em uma velhinha manifestante. Ou uma "pilantra baderneira" segundo a TV tupiniquim.

VEJA A CENA DO BANHO DE PIMENTA NA VELHINHA "COMUNISTA". CLIQUE AQUI

Leitura labial...


por O.V.Poché (de Washington)
Climão na posse de Trump.
O momento exato em que Michele Obama enquadrou Hillary Clinton:
- Miga, e você não conseguiu derrotar esse imbecil... que merda, fuck...!
- É...foi mal...

Nada que não possa piorar...

Segundo colunista porta-voz não-oficial de Michel Temer, o ilegítimo cogita indicar - na prática, nomear -, Alexandre Moraes, atual ministro da Justiça, ex-secretário de Segurança do governo Alkmin, para o STF, na vaga de Teori Zavaski. O jornalista amigo do presidente peemedebista avalia que a nomeação seria uma maneira de tirá-lo do Ministério da Justiça, onde não estaria agradando, e ao mesmo tempo deixar mais confortável para outros concorrentes a corrida pela sucessão do tucano Alkmin, já que Moraes seria um dos pretendentes.
O colunista obviamente não diz, mas caso isso ocorra será a primeira vez que uma vaga de ministro do STF passará a ser tratado como um "cargo" e como moeda de troca tal qual uma diretoria da Petrobrás, a presidência do Correios, a Funai, uma boquinha no Banco do Brasil ou na Caixa. um ministério, uma secretaria-geral.
É o governo Temer inovando

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Nunca desliga? Globo News entrevista Vesgo, do Pânico, como se fosse um americano eleitor de Donald Trump doidaço em Washington


por Ed Sá 
A Globo News foi trolada em Washington.
A repórter Carolina Cimenti entrevistou o Repórter Vesgo, personagem de Rodrigo Scarpa, do Pânico (Band), como se fosse um americano eleitor de Donald Trump.


Depois de destacar que ele estava fantasiado de Trump, a correspondente da Globo News ganhou uma cantada bem ao estilo do assediador Trump. “You are gorgeous, I love you so”, disse o "americano" Vesgo. "Obrigada", devolveu a jornalista brasileira que, em seguida, supresa com o entusiasmo do "eleitor" perde o ritmo e dá uma gaguejada de leve.
VEJA A TROLADA, CLIQUE AQUI


Nota do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro sobre demissões na Infoglobo

Fonte: Site do SJPMRJ

Passaralho: Globo passa o rodo em dezenas de jornalistas...

Depois do passaralho na TV Globo e na Globo News, chegou a vez da Infoglobo, que edita o Globo, Extra e Expresso.

O grupo mandou embora ontem mais de 30 jornalistas. A alegação é a mesma de Abril, Estadão, Folha etc: "reestruturação do negócio", "novo modelo", "crise"...

Esse padrão de atuação dos patrões tem ditado que algumas vagas são extintas, outras preenchidas por um exército de trainees e mais outras ocupadas por jornalistas contratados a salários bem mais baixos do que aqueles demitidos.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro publicou uma nota de repúdio ao processo de enxugamento arbitrário, "em total desrespeito aos trabalhadores". A representação dos jornalistas declara " solidariedade aos profissionais dispensados" e informa que estará atenta "a qualquer tipo de ilegalidade que possa ocorrer no processo de demissão".
 
Prestar solidariedade e fiscalizar é, na prática, o que o sindicato poderá fazer. É pouco, mas é uma consequência das limitações legais e da fragilidade da categoria. Em muitos países capitalistas, uma empresa não pode, por exemplo, demitir profissionais para preencher vagas, em seguida, com salários mais baixos. Ou, ainda, precarizar o trabalho sobrecarregando, como geralmente acontece, as equipes mantidas. Em casos de crises ou de "reestruturação do negócio", empresários sentam-se à mesa com representantes do trabalhadores para equilibrar e racionalizar o processo e conter ao máximo os danos.

Aqui, é a selvageria que predomina nesses momentos. Uma espécie de fundamentalismo patronal que tudo pode.

No Brasil, o negócio de mídia, esse que passa por traumática "reetruturação", tem características "especiais". TVs e Rádio são concessões públicas; a mídia impressa recebe subsídios na aquisição de insumos, o papel, por exemplo. Recentemente, ainda no governo Dilma Rousseff, as corporações receberam uma milionária desoneração sobre a folha de pagamentos. Supostamente, o governo pensava em evitar demissões. Se pensava, foi miseravelmente enganado. De 2013 para cá cerca de 5 mil jornalistas foram demitidos em todo o Brasil. Com poder junto ao governo federal, as empresas de mídia conseguem benefícios públicos, como acesso ao dinheiro barato do BNDES, sem qualquer contrapartida trabalhista. Alguns governos estaduais concedem descontos em ICMS a grupos de comunicação. Em nenhum desses casos, os beneficiados foram levados a assumir compromissos como, por exemplo, preservação de empregos. E a nova onda de demissões na mídia chega em um momento em que Michel Temer aumenta as verbas publicitárias para as grandes corporações em proporções megassênicas.

As perspectivas não são boas para os jornalistas. Há tempos, o superintendente de uma revista paulista comentava abertamente que não precisava da equipe trabalhando de segunda a sexta. Segundo ele, bastavam dois dias para que a redação fechasse a revista. Tudo indica que não está longe esse dia. Entre outras propostas, a reforma da CLT que vem aí pretende permitir a modalidade de trabalho/hora, com o profissional ficando à disposição da empresa para convocação a qualquer momento mas com direito a remuneração só a partir do momento em que sentar a bunda na cadeira.

Houve uma época em que alguns veículos - alternativos, principalmente - fizeram várias reportagens investigativas sobre o mundo cão dos boias-frias explorados em canaviais.

Nesse ritmo, os jornalistas poderão em breve retomar essas pautas. Agora, na primeira pessoa.  

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Manchete Esportiva em tese de mestrado - "Futebol em Revista no Brasil: dos primeiros títulos à resistente Placar"




Entre o material garimpado por Unzelte está a reprodução acima,  de um página dupla da Manchete Esportiva. Em uma reportagem sobre o jogador Escurinho, do Fluminense, e sua namorada branca, o editor cravou um título racista, inaceitável à época e condenável nos dias de hoje. 


por Niko Bolontrin

O jornalista Celso-Dario Unzelte construiu um completo painel da ligação entre o futebol e o meio revista. A informação é do Portal Comunique-se.

Pesquisa iconográfica e entrevistas com profissionais da área valorizam o trabalho. Destaques para a Placar, a mais antiga publicação do gênero, editada desde 1970, a Manchete Esportiva, que deu um tratamento de revista ilustrada ao esporte mais popular do Brasil, a Revista do Esporte, além de publicações pioneiras, desde 1914, quando o futebol ainda se afirmava no país como esporte de massa.

PARA LER A TESE COMPLETA, CLIQUE AQUI

Leia na CartaCapital: "Agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais reacionários do que já são"

Depois de 27 anos de trabalho na redação, em abril de 2016 o jornalista Moisés Mendes pediu demissão de Zero Hora – o mais importante jornal do grupo RBS, afiliado da Rede Globo no Rio Grande do Sul. O estopim para a saída foi a redução da periodicidade da coluna de opinião que Mendes assinava: de quatro para três dias da semana.

O colunista também perdeu o espaço nobre do domingo, porque Zero Hora deixou de circular nesse dia com a criação da chamada “superedição” de fim de semana, distribuída aos sábados.

O jornalista diz não se surpreender com o corte no espaço que ocupava, porque acredita que o “alçapão” para preparar a sua saída já estava sendo armado. “É como um casamento ou uma relação de amizade: tem uma hora em que você estabelece um limite. Eu estabeleci um limite em relação à RBS e fui embora, até porque eles iriam me pegar mais adiante”, avalia.

Moisés Mendes e outro colunista do jornal haviam criado, embora involuntariamente, uma espécie de “Gre-nal” de opinião, “ele à direita e eu à esquerda, que é uma posição que sempre tive”, explica.

Mas os tempos andam áridos para o exercício da pluralidade na imprensa brasileira: “Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante”, diz. Para Mendes, o debate sobre o oportuno conceito de pós-verdade, um dos termos-chave de 2016, não pode eximir a imprensa. “A internet mente como as pessoas sempre fizeram no mundo, mas a imprensa institucionalizada não pode mentir.”

Aos 62 anos, o jornalista – que começou a trabalhar em redações do interior gaúcho aos 17 – publica uma coluna no jornal Extra Classe, do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul, e mantém um blog “porque escrever é uma cachaça e não é possível parar”.

Também é convidado frequente em debates sobre jornalismo e política (“depois que saí da Zero Hora, virei o ‘Homem Elefante’: ninguém queria o meu trabalho, mas queriam me ver e me ouvir”, brinca). No final do ano, lançou uma reunião de crônicas no livro Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim, 160p., R$ 39,90). Sobre o livro e os rumos da imprensa e do País, Moisés Mendes concedeu em Porto Alegre a seguinte entrevista:

CartaCapital: A imprensa brasileira vive o seu pior momento?

Moisés Mendes – Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante. Um dia escrevi que, na época da ditadura, os patrões mandavam os jornalistas escreverem a favor do golpe; agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais golpistas do que já são.

A gente pega a capa d’O Globo, por exemplo, vê as chamadas para quatro colunistas ou formadores de opinião do jornal e os quatro são conservadores, para não dizer reacionários. Na Folha, escapa o Janio de Freitas. É uma coisa meio assustadora.

O jornalismo fez uma escolha conservadora para preservar o público que o sustenta e que mantém os jornais vivos, e esse público é conservador. Há uma crise profunda no ambiente político, e a mídia é parte disso ao fazer a opção pelo golpe. (...)

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI