Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Pulitzer premia fotógrafo brasileiro e reportagens investigativas. E mostra que jornalismo e grande mídia não precisam ser incompatíveis
tiveram trabalhos destacados na categoria Breaking News, abordando o drama dos refugiados que lutam para chegar à Europa.
Nos quesitos de texto, esta talvez tenha sido a edição do Pulitzer que mais selecionou, entre os vencedores e finalistas, reportagens investigativas e de interesse social que saíram em grandes publicações, várias delas até classificadas como "conservadoras". Um alento contra os sinais de crise do jornalismo. Ou, por contraste, uma preocupante constatação: a grande mídia brasileira não tem produzido reportagens imparciais com tal alcance social ou comunitário.
Pelo menos não desse tipo, com fortes denúncias de interesse da sociedade, dos consumidores, dos cidadãos, enfim, que envolvam corporações poderosas, agressões ao meio ambiente, trabalho escravo etc, à margem do foco corporativo ou político-conspiratório.
Na última década, a mídia cartelizada privilegiou o engajamento político-partidário com todo o impacto e a distorção que tal posicionamento causa no verdadeiro jornalismo. E muito citada - e geralmente em contexto suspeito - a famosa frase de Millôr Fernandes ("Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados"). Certo. Mas a "oposição", no caso, sendo Millôr quem foi, não deve se aplicar apenas a governos. Mercado financeiro, grupos poderosos, madeireiras predadoras, corruptos (mas de todas as siglas, não só os alvos de denúncia seletiva), empresas que usufruem de trabalho escravo etc. também fazem parte do sistema, da "situação", no sentido do complexo de forças que predomina, influi e governa o país. Esses, muito raramente, são temas de matérias de interesse social na grande mídia.
O Pulitzer premiou a Associated Press por uma matéria investigativa sobre trabalho escravo cujos beneficiários são grandes supermercados e redes de restaurantes dos Estados Unidos. Vai encarar? Aqui, a mídia pouco se interessa sobre um projeto de lei em andamento na Câmara para aliviar a fiscalização do trabalho em condições desumanas no Brasil. O que se explica: o projeto é defendido por grupos ligados a corporações midiáticas. Outro prêmio foi para uma reportagem sobre violência e negligência em hospitais psiquiátricos na Flórida e não apenas a rede pública; uma matéria sobre a construção de uma base de dados para denunciar os assassinatos por parte da polícia, geralmente vitimando jovens negros, foi vencedora.
Entre os premiados, além da AP e do NYT, estão veículos como Tampa Bay Times, Los Angeles Times, The Baltimore Sun, Sarasota Herald-Tribune, The Wall Street Journal e The Boston Globe.
Adivinhe: nenhum deles é de esquerda. Mas nem por isso se limitam a praticar apenas o coxismo jornalístico.
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3 comentários:
Na imprensa de empresas brasileiras nunca houve bom jornalismo, apoiaram as ditaduras que aconteceram no Brasil. São panfletos para uso das famílias donas. Leitores que leem essas merdas são imbecis, cordeiros que acompanham os lobos. Só no Brasil t essa coisa medieval de controle da imprensa pela elite.
Comunista!
Os Estados Unidos tem empresa diversificada e democrática. Nada a ver com aqui com famílias como se fosse uma capitania colonial e seus "criados"
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