Valery Zufarov e Volodymyr Repik em Chernobil, 1986. Foto UNC Museum |
por Jean-Paul Lagarride
Nos últimos dias, a mídia mundial publicou muitas matérias recordando a tragédia nuclear de Chernobil, em 26 de abril de 1986, há 30 anos. Foi quase que uma pauta obrigatória.
Coube ao Le Monde abordar um ângulo que a maioria dos veículos esqueceu: o drama dos poucos fotógrafos que conseguiram chegar ao local duas ou três horas após o acidente.
A maioria das imagens foi recolhida pelas autoridades soviéticas, outras danificadas pela forte emissão de raios beta e gama que velava negativos. Uma das fotos de Rasskazov foi publicada doze dias depois da tragedia.
Foto de Anatoly Rasskazov/UNC Museum |
Kostin desceu do helicóptero direto para um hospital. Ele foi o único a saltar do aparelho em pleno telhado da usina. Passou a sofrer de depressão e dizia sentir permanentemente um "gosto de chumbo" na boca. Até sua morte, em 2015, continuou voltando ao local do acidente e acompanhando a vida de sobreviventes contaminados.
Anatoly Rasskazov morreu em 2010, aos 66 anos, de câncer. Valery Zufarov também teve sequelas e morreu em 1993, sete anos depois de Chernobil.
Volodymyr Repik morreu em 2012 e foi o único a não sofrer sequelas provocadas pela cobertura fotojornalística da explosão do reator.
3 comentários:
Não devem ter sido informados da gravidade direito pelos soviéticos. Nos anos 50, milhares de soldados americanos foram contaminados e morreria de cancer em treinamento no deserto com bombas atomicas. Não foram informados sobre a alta radiação. Na época, os americanos testavam bomba A de menor porte porque imaginvam que poderia ser usadas em campo de batalha convencionais. Há filmes sobre isso. Chocantes. Um crime.
Acho que se arriscaram também pelo impulso fotojornalístico que está na alma profissional dos bons. basta ver que fotógrafos ocidentais se arriscam a cobrir a guerra da Síria com os terrorristas islâmicos trucidando os "infiéis".
Artistas norte americanos como Susan Haward, John Waine, Pedro Armendariz e alguns outros mais vieram a morrer alguns anos mais tarde vitimados por câncer, por terem feito um filme sobre Ghengis Jhan na região do Álamo onde os militares americanos testaram a primeira bomba atômica.
Postar um comentário