A publicidade conta o cotidiano. É fonte importante de pesquisa dos hábitos de consumo de cada época. Os anúncios - ou "reclames" como eram chamados - reproduzidos abaixo foram publicados ao longo de 1944. Nas décadas seguintes, a publicidade se tornaria obviamente muito mais reveladora do comportamento e das preferências de milhões de brasileiros. Mas há 70 anos as revistas, como vitrines gráficas, mostravam que aqueles produtos em busca de consumidores já contavam alguma história. O Brasil acumulara divisas durante a guerra e estava prontinho para gastar. E os consumidores ávidos por novidades nem precisariam ir a Miami. As "lojas de departamento", os shoppings de então, como Mappin e Mesbla, esta instalada no seu célebre e suntuoso edifício do Passeio, no Rio, inaugurado em 1934, preparavam os estoques. Além disso, muitas marcas americanas estavam abrindo filiais brasileiras. Ponto de venda não ia faltar. A Sears, por exemplo, chegaria em 1949.
Um detalhe curioso: a guerra e principalmente o "porvir", como alguns anúncios citavam, estavam presentes na linguagem peculiar que oferecia um futuro consumista retumbante. Os textos prometiam que, quando a paz viesse, máquinas e equipamentos desenvolvidos para uso militar revolucionariam o cotidiano. Nada seria como antes. Financiamento não era problema. O cartão de crédito só chegaria ao Brasil no começo dos anos 50, o povão ainda não tinha inventado o cheque pré-datado, mas havia o carnet-crediário para não deixar ninguém desamparado na frente da vitrine.
Ainda chamado de "Constelação", o avião de transporte militar da Lockheed, se transformaria, após a guerra... |
em um luxuoso avião de passageiros. Como "Constelation", foi sucesso até os anos 50, quando os primeiros jatos passaram a dominar os vôos transcontinentais. |
"Depois da guerra", a Smith-Corona portátil, uma inovação em vários modelos. |
Coca-Cola era o "convite universal", já queria ser uma espécie de refrigerante da globalização, palavra que não existia mas a ideia era essa. |
A sofisticação em forma de caneta. A Parker mostrava sua linha. |
Bausch & Lomb, que produziu equipamentos óticos para bombardeiros e submarinos, queria mostrar que também podia ser fina e elegante para as mulheres. . |
Se você reclama dos aviões lotado, atualmente, no Brasil, saiba que o apelo para o "transporte alado" já estava presente nos anúncios de 1944. |
5 comentários:
Quando entrei para trabalhar na Panair do Brasil em 1952, o astro principal era os Constelations. Parecia uma fortaleza voadora, com quatro motores (a hélices) e três lemes traseiros. Era o avião que transportava a seleção brasileira para a Europa e América do Sul. Essa aeronave teve histórias! Trouxe a seleção campeã da Suécia em 1958 e a do bi em 1962, do Chile. Viajei muito neste magnífico avião.
A caneta Parker-51 me trás lembranças do saudoso amigo e jornalista Irineu Guimarães que até o ano 2005 fazia uso dela na correção de seus textos.
O Constelation foi lider até ser substituido pelo Boeing
707 menos confortavel mas mais rapido
Faltou os carros desse tempo. Studbacker, Nash, Buick e o Jeep Wyllis que saiu da guerra pras ruas e estradas do mundo
Para mim que sou aluno de publicidade, gostei de saber dessa fase da comunicacao no Brasil
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