|
O gramado pronto para o cai-cai de Neymar. Foto: J.E.Gonçalves |
|
Cadeiras retráteis. Sai a "galera" entra o espectador à moda europeia. Foto J. E Gonçalves |
|
O telão. Foto: J. E. Gonçalves |
|
Uma viagem no tempo; o velho e vibrante Maraca em domingo de Vasco e Botafogo, 1977. Foto J.E.Gonçalves |
|
Vasco entra em campo. 1977: tempo de papel picado e morteiros, Foto J.E.Gonçalves |
|
Eduardo Marra E. Gonçalves. 1992, Vasco 4X2 Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Foto J.E.Gonçalves |
|
Este blogueiro no novo Maracanã, 2013. Foto: Tabach. |
por José Esmeraldo Gonçalves
O Maracanã está deserto, mas não adormecido, como dizia Waldir Amaral, o locutor da Rádio Globo, nos anos 70. A poucos dias do jogo Brasil x Inglaterra, o primeiro grande espetáculo que o novo estádio receberá, fui conhecer o palco principal da Copa do Mundo de 2014. Dá saudade do velho templo do futebol, cenário de alegrias, tristezas, dramas e conquistas do meu Vasco. Impossível reconhecer nas novas linhas internas traços do Maraca lendário das tardes de domingo. Enfim, bola pra frente. Memória à parte, o estádio está belíssimo. Ganhou em conforto, ganhou em visualização do campo. Aliás, o gramado visto de cima parece perfeito. Se o Neymar não deslanchar seu futebol naquele tapete não sei onde nem quando o fará. No Nou Camp? Com a arquibancada unificada, não mais dividida entres os "degraus" de cimento e cadeiras azuis de ferro, e o fim da geral e do fosso, o campo de jogo ficou mais perto dos espectadores. E essa palavra, "espectadores", é apropriada. Vamos conferir no primeiro Fla x Flu ou Vasco x Flamengo, mas será que o torcedor, agora sentado em estofado retrátil, vai vibrar como antes? Ficar em pé, não pode, a fileira de trás vai reclamar. Pular? Até dá, mas rapidinho ou vai ouvir um coro de senta-aí. Espero que a galera descubra uma maneira de fazer o Maraca tremer. Ou vai parecer plateia de teatro. Lá embaixo, as primeiras filas de cadeiras, as mais caras, certamente vão exigir o fim da barreira de jornalistas, fotógrafos, radialistas dirigentes, penetras e filhos de deputados à beira do gramado. Qualquer pessoa em pé ali, mesmo o treinador, se ficar parado, vai atrapalhar a visão do público no setor do gargarejo. Nas áreas internas, corredores, futuros espaços comerciais etc, há muito o que fazer. O entorno não ficará pronto tão cedo. É coisa para 2014 mesmo e olhe lá.
A obra foi caríssima, há questionamento na justiça em relação ao leilão da concessão, não se sabe se a convivência dos clubes com os novos donos do Maracanã será viável financeiramente, se o preço dos ingressos afastará o povão... Essa é a bola murcha que o cidadão deve observar e cobrar.
Em 1980, o escritor Edilberto Coutinho deu ao seu livro de contos premiado pela Casa de Las Américas, um título premonitório, "Maracanã, Adeus". Pois é, Waldir Amaral assinaria embaixo e diria agora que o templo do futebol, como o carioca o o mundo conheciam, adormeceu para sempre.
Foi-se o mito mas o fato é que o novo Maracanã tornou-se um bom palco para futebol.Que venham agora os artistas da bola.
Só não o chamem de arena, por favor.
5 comentários:
Em 1950, na Copa d Mundo, fui assistir o memorável jogo Brasil e Espanha. O Maraca ainda estava cheio de andaimes, porque não ficado pronto de todo. Só consegui lugar nas gerais. eu mais dois amigos sendo um deles, tio do amigo tinha mais de 1,90, foi o que nos salvava de ser sermos exprimidos pela multidão que rolava do último andar das gerais. A ameaça maior era cair no poço e se caísse ia ficar lá dentro porque não tinha ninguém para salvar.
Mas, ainda fui a um outro jogo, dessa vez nas arquibancadas e nem me lembro que jogo foi e contra quem o Brasil jogou. IR ao Maraca na copa de 50 era uma aventura.
Milhares talvez milhões de cariocas têm lembranças do Maracanã, especialmente de um epoca em que a gente sai da praia com os filhos, lanchava rápido e encerrava o domingo vibrante. Isso faz falta. Os jogos passaram a ser tarde demais, violência das torcidas, afastam o público ordeiro. Mas é isso, tempo que passa, as coisas mudam, vamos ver se o novo Maracanã traz\ de volta essa tradição.
Tenho a impressão de que o povão não vai poder botar os pés e a bunda no Maracanã. Acabou. alõ torcidas, vamos pra Engenhão, São Januário, Bangu,ou que Flamengo construa um estádio próprio. Maracanã já era.
O antigo Maracanã era um estádio tipicamente um estádio brasileiro. Hoje é um estádio europeu moldado em cima dos dos estádios, basicamente, alemães. São muito bonitos com uma arquitetura preocupada em dar comodidade ao torcedor. Futebol, na visão do Paul Breitner, ex-jogador do Bayer de Munique, ex-jogador da Seleção alemã e hoje um dos diretores desse clube disse em uma entrevista que o futebol de hoje é também entretenimento, é show. Disse também que atualmente 40% dos freqüentadores dos jogos é feminino.
Mas, o que vem me preocupando nessa novas construções desses estádio é essa cobertura de lona.
Parece que uma cobertura de lona do estádio da Fonte Nova já rasgou porque não resistiu a um temporal que desabou sobre a cidade.
Se ums construção de aço em cima do teto do estádio do Engenhão está ameaçada de desabar "imagina se as lonas se romperem na Copa"
Postar um comentário