O blog Agência Radar Jornalístico publica entrevista com o jornalista, escritor (é um dos autores do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou"- Editora Desiderata) e músico Roberto Muggiati, que dirigiu a revista Manchete por mais de duas décadas.
ARJ: Sabemos que a censura não se deu somente no período compreendido entre 1964 e 1985, atualmente esse tipo de prática ainda ocorre só que por ‘debaixo dos panos’, qual a sua opinião sobre a falta de liberdade de expressão nos meios de comunicação?
Muggiati: O jornalista precisa sobreviver como assalariado de uma grande empresa capitalista; que por sua vez, precisa sobreviver obtendo lucros no mercado. A ameaça dos meios virtuais de comunicação só acirra o problema. Tudo isso explica a nuvem de conformismo que baixou na mídia em geral. O debate político autêntico escapou da grande imprensa e tenta preencher as frestas dos blogs e das ONGs. A web, de certa forma, veio preencher os espaços ocupados nos anos 60/70 pela imprensa alternativa e underground.
ARJ: Você se recorda de como foi o fechamento da revista Manchete? Se a revista ainda fosse publicada, como seria o seu segmento e as suas publicações?
Muggiati: Sim, fiquei lá até o último dia, quando a justiça lacrou as portas do prédio da Rua do Russell, aquele portento arquitetônico de Oscar Niemeyer, de mármore e vidros negros, que ficou plantado na praia do Flamengo como um Titanic ou como o enigmático monolito de Stanley Kubrick em 2001. A Manchete foi uma revista de qualidade que fez época no jornalismo brasileiro. Acabou falindo como avalista de uma dívida da TV Manchete. Quando a Bloch ganhou a concessão da Rede Manchete e a colocou no ar, em 1983, as revistas foram abandonadas e definharam. O fim das revistas da Bloch foi muito mais um naufrágio empresarial do que jornalístico.
ARJ: Você foi um dos escritores do livro “Aconteceu na Manchete”. Como foi escrever um livro sobre a revista?
Muggiati: Foi um trabalho solidário de equipe e uma empreitada feliz por nos permitir registrar num livro a riqueza jornalística e humana daqueles 48 anos de Manchete.
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