sábado, 24 de setembro de 2011

por Gonça
Quem frequenta este blog já leu sobre a remota mas viável possibilidade de a Fifa transferir a Copa de 2014 para outro país. Depende só do Brasil. Espanha, Inglaterra e Colombia estão citados como regra três. E nem se trata de um exercício de adivinhação. A história da Fifa mostra que a mudança de sede nem seria novidade: já aconteceu por duas vezes. Hoje, em O Globo, a coluna Ancelmo Gois noticia um suposto comentário de Joseph Blat, presidente da entidade, sobre a hipótese de descredenciar o Brasil. O motivo seria a Lei Geral da Copa que o governo acaba de enviar para o Congresso. A legislação especial faz parte do acordo de todos os países que recebem o evento da Fifa e, no projeto apresentado por Dilma Rousseff, estaria caracterizado o rompimento do contrato assinado pelo governo brasileiro, em 2007, ao se candidatar a sediar a Copa. A Fifa estaria insatisfeita com cláusulas da lei referentes aos seus patrocinadores oficiais, ingressos, credenciamento, combate ao marketing pirata (que é quase questão de honra para a entidade que vende suas cotas de patrocínio legítimo por bilhões), gratuidades e até transmissão de TV. Tais itens - como relata hoje a coluna Panorama Esportivo, de Jorge Luiz Rodrigues e Maurício Fonseca, no mesmo jornal, não obedeceriam ao que foi acertado já este ano em reunião da Fifa com o governo. E no acordo oficial existe uma cláusula (a 7.7 do Host Agreement) que estabelece o dia 1° de junho de 2012 como prazo final para a Fifa romper o contrato caso os regulamentos previstos não tenham sido implantados pelo país sede.
Além das dificuldades para a realização de obras (estádios e infraestrutura) e das dsiputas políticas que incluem as estocadas com foco eleitoral da oposição ao governo, fica claro que há problemas institucionais, pra variar e dizer o mínimo, no comitê organizador. Goste-se ou não de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Blatter o chefão da Fifa, é com eles que as autoridades brasileiras terão que trabalhar. Aparentemente, a julgar pelos últimos eventos, Dilma aliou-se ao Pelé e deu um chega pra lá na CBF ( e aqui não vai qualquer defesa da dupla Teixeira-Blatter ou crítica à função de Pelé com Embaixador), estratégia que não vai ajudar em nada, ao contrário. Que fique claro que táticas provincianas e conchavos do tipo que o governo aplica nas suas disputas e acertos com o PMDB ou a tal "base aliada" não vão funcionar no caso. Não por acaso, Copa do Mundo é evento ambicionado por todos os países. Para o Brasil, arroubos patrióticos à parte, é pegar ou largar.
A Copa não subiu ainda no telhado. Mas a escada 7.7, número da cláusula sinistra, já está encostadinha na parede... 

Um comentário:

debarros disse...

Não bastasse esse desconforto da FIFA com a Lei Geral que iria regular a Copa de 2014, os representantes da FIFA não querem saber de conversa com o Ministro dos Esportes, Orlando Silva.
O prcocesso está embananado e não será surpresa se essa Copa no Brasil for cancelada. Como sempre,os brasileiros "espertinhos" querem passar para trás as águias que comandam o futebol no mundo.
"Malandro de mais se atrapalha", diz um velho ditado popular nascido na Lapa.