domingo, 18 de setembro de 2011

ONGs e Organizações Sociais: a alegre caçada às verbas públicas

por Gonça
O Brasil costuma desmoralizar alguns conceitos admiistrativos. Privatiza certas áreas, mas o custo dos investimentos continua com o Estado;  terceiriza mão-de-obra a pretexto de baixar despesas e melhorar eficiência mas o que cresce é o superfaturamento e o que cai é a qualidade dos serviços prestados;  muitas das entidades que surgiram no mundo como Organizações Não-Governamentais, como o nome diz, aqui se tranformam em pouco fiscalizadas receptadoras de recursos públicos; e agora, nesse veloz trem da alegria de desmonte do Estado que começou a circular no fim dos neoliberais anos 90, serviços de saúde pública são transferidos para obscuras Organizações Sociais. ONGs formadas por políticos, parentes de políticos, vizinhos de políticos, amigos de políticos e empresários que "jogam nas onze" recebem bilhões dos cofres federais, estaduais e municipais e, pelo que se viu nas últimas denúncias, apenas fingem que gerenciam projetos. Às vezes, nem fingem. Por trás de certas organizações, há igrejas e seitas, universidades, associações de classe, braços operacionais de empresas, pessoas jurídicas fantasmas,  nebulosos "centros sociais" e ninhos de cabos eleitorais. Em nome da transparência, pelo menos que essas tais OS sejam obrigadas a divulgar seus contratos sociais (como surgiram, quam as registrou, quem as dirige, como aplicam os recursos). Dizem que são organizações "sem fins lucrativos". Que sejam. Seus dirigentes receberão salários ou, como se espera, trabalharão apenas pela honra de colaborar com a sociedade em uma área tão sensível quanto a da saúde?

Um comentário:

Wilson disse...

A campanha contra a corrupção que embora timidamente começa a chegar às rus tem o meu apoio desde que denuncie políticos de todos os partidos e empresários que se aproveitam do dinheiro públio e financiam estruturas corruptas. Se a campanha virar coisa de oposição e governo tô fora. Até porque será falsa. Ladrões há em toda a estrutura de grandee e pequenos partidos. Não é novidade na política brasileira. Vamos combater a roubalheira sem partidarismo