quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Milícias financeiras: vai piorar antes de melhorar

por Gonça
Outro dia o Telecine exibiu o filme "Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme". É cinema, claro, com os devidos descontos ao espetáculo, que mistura tensões pessoais com o obscuro jogo de bolsas de valores e a disseminação de notícias pela imprensa com objetivos de fazer subir ou cair determinadas ações. Mas é ficção com um pesado pé na realidade. Quer ver? Hoje, agências de risco rebaixaram as posições de importantes bancos americanos. A crise não tem fim. Governos de vários países já injetaram trilhões de dinheiro público no sistema privado. A alegação é que ou liberam os reforços de caixa ou será o caos. A globalização e a desregulamentação do sistema financeiro, a louvação dos Estados mais do que mínimos, a desburocratização de transferências financeiras em níveis astronômicos e a redução dos direitos trabalhistas a questão meramente cenográfica são algumas das bandeiras do neoliberalismo, ideologia claramente assumida da maior parte mídia brasileira e alardeada como a credencial para a entrada no paraíso desde o fim dos anos 90. Nessa onda-que-eu-vou, países grandes e pequenos se renderam aos especuladores. Virou a zona que aí está, com empregos sendo pulverizados, sistemas de saúde pública em choque, assistência social na parede e gigantescas transferências de dinheiro público para segurar o terremoto gerado por instituições financeiras descontroladas. Na prática, o neoliberalismo deixou o mundo na mão de verdadeiras milícias financeiras. O Brasil até que deu alguma sorte. O povo foi às urnas e apeou do poder o governo neoliberal. Não conteve mas diminuui os danos. Nos últimos anos, o país privilegiou o desenvolvimento, criou empregos, atraiu investimentos produtivos, distribuiu renda, priorizou o mercado interno, conquistou novos parceiros comerciais e diversificou exportações (no que, aliás, foi bastante criticado pela impensa que condenava o governo por não priorizar o mercado norte-americano. Pois é, imaginem os sábios e "especialistas" se o Brasil dependesse hoje para suas vendas apenas do mercado norte-americano que entrou em recessão?...).
Resumindo: se cruzar com um neoliberal, mude de calçada e tome cuidado com a carteira.

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