por José Esmeraldo Gonçalves
Este blog acompanhou as várias tentativas de leilão do acervo fotogáfico da extinta Bloch Editores. Houve interesse inicial de grandes editoras e instituições, mas foram, aparentemente, meros impulsos que não se traduziram em lances efetivos no pregão. Os milhões de cromos, negativos e ampliações chegaram a ser avaliados em R$1,874 milhão. O valor foi descrescendo, sem interessados, até que foi feito um lance de R$300 mil. Como a cifra estava abaixo do valor mínimo, a venda permaneceu sub judice. Recentemente, a Justiça expediu mandado para entrega do acervo ao novo proprietário. Não foi revelado o nome do arrematante que teria dito à imprensa que "comprou o acervo para a sua família". Em matéria publicada no site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, José Carlos Jesus, presidente da Comissão de Ex-Empregados de Bloch Editores, diz que não se conforma com o fato de nenhuma empresa ou instituição pública ter se interessado pelo acervo, mas acredita que quem o adquiriu sabe da sua importância histórica. “Para armazenar esse material é preciso ter espaço e dinheiro para preservá-lo e impedir que se estrague porque é um material perecível. Trata-se de um bom negócio, um belo arquivo fotográfico e um invejável material de texto para pesquisa jornalística. Afinal, ali estão guardados 50 anos de história”, disse ele ao SJPMRJ.
O livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata), iniciativa de um grupo de jornalistas e fotógrafos que trabalharam nas revistas da extinta Bloch Editores, registra em centenas de relatos e reproduções a importância de um dos maiores arquivos jornalísticos brasileiros. Com 450 páginas e cerca de 200 ilustrações, o livro está esgotado nas livrarias mas ainda é possível adquiri-lo via internet em sites especializados.
2 comentários:
Espero que ainda seja possível que instituições adquiram esse acervo e o digitalizem para levá-lo as novas gerações. Na minha família, Manchete era leitura obrigatória e tenho certeza de que a vida brasileira está nesse arquivo.
É dificil entender esse processo falimentar de empresas no Brasil. A venda do arquivo fotográfico da Manchete e de todo o seu arquivo de pesquisa que alimentou as redações com as informaçòers solicitadas, durante toda a vida da empresa por trezentos mil reais é uma piada. Naturalmente, quem comprou vai revender todo esse histórico arquivo por mais de dois milhões de reais. Ora, por que estou dizendo isso. O prédio do Russel foi vendido em leilão por 64 milhões de reais e agora pasmem, senhores, esse mesmo prédio foi revendido primeiro por 100 milhões e em seguida em juuma nova revenda por mais de 200 milhões de reais. Pode-se entender isso?
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