O jogo Brasil X Inglaterra na Copa de 70 foi um dos mais decisivos para a nossa seleção. Foi um jogo especialmente violento, o Brasil ganhou de 1 a 0, Jairzinho fez um gol apenas aos 13 minutos do segundo tempo, e um dos destaques em campo foi o craque Paulo César Lima, o Caju, que naquele jogo substituiu Gerson. Paulo Cesar, que saiu do Brasil vaiado no Morumbi (a torcida paulista achava que sua convocação poderia ameaçar Rivelino), foi escalado na seleção dos melhores do mundial por Helênio Herrera, ao fim da Copa. Pois é, é do PC Caju um dos depoimentos mais expressivos do livro Fala, crioulo, de Haroldo Costa (Record). "A verdade é que muita gente não aguentava, não aceitava, não engolia que eu frequentasse festas de colunáveis, que eu fosse ao teatro em noite de gala, a bons restaurantes, a boates da moda" (...) "Eu era titular absoluto, estava numa fase esplêndida, maravilhosa, física e tecnicamente, mas como não ficava calado com as coisas que ouvia e sentia na antiga CBD, foram me esvaziando até o final, quer dizer, até me cortarem inteiramente", conta Paulo César, que chama a atenção para um detalhe: nunca fez publicidade no Brasil. Na temporada europeia, revela no livro, quando foi jogar na França assinou contratos com a Puma, com a Perrier e até com o costureiro francês Michel Axel. Aqui, jogando pelo Botafogo e Flamengo, no auge da popularidade como campeão do mundo, não foi chamado pelas agências de publicidade, ao contrário dos "brancos" do time. A propósito, a exceção, nos comerciais da época, por ser Pelé, era Pelé. Na reprodução da Manchete, julho de 1970, Paulo César em ação no México contra a violenta defesa inglesa.
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