domingo, 17 de abril de 2022
Naufrágios políticos: Do encouraçado Potemkim ao cruzador de Putin • Por Roberto Muggiati
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Cruzador Moskva |
Sou fascinado por coincidências históricas. Há cem anos, o encouraçado Potemkim encerrava sua gloriosa carreira, transformado em ferro velho. O navio ficou famoso devido à revolta da sua tripulação em 1905, em reação aos maus tratos que sofria, sendo até obrigada a comer carne podre. Ancorado no porto de Odessa, o Potemkim e seus marujos receberam o apoio da população da cidade, que sofreu uma dura represália dos cossacos do Tzar, com o massacre nas escadarias de Odessa. O cineasta Serguei Eisenstein reencenou o episódio em seu filme de 1925, O encouraçado Potemkim, na mais célebre cena em toda a história do cinema, vejam AQUI
O encouraçado passou para o Exército Vermelho depois da vitória da Revolução Comunista na Rússia em 1917. Capturado pelos alemães na 1ª Guerra, foi explodido pelos Aliados para que não caísse nas mãos dos bolcheviques e virou sucata em 1922.
Um século depois, nas mesmas águas do Mar Negro ao largo de Odessa, na quinta-feira 15 de abril, o cruzador russo Moskva, segundo o Pentágono, “foi atingido por dois mísseis Neptune ucranianos e afundou quando era rebocado para reparos, o que desmente a versão de Moscou de que a embarcação teria sofrido ‘danos graves’ por causa de um incêndio.” Nau-capitânia da Frota do Mar Negro, o Moskva era um símbolo do poderio militar russo. Sua destruição foi mais um duro golpe para a arrogância militar russa durante a invasão da Ucrânia.
Crimeia: o barril de pólvora da Europa
A vocação beligerante da região é antiga. Um dos conflitos mais notáveis foi a Guerra da Crimeia (1853-56), que opôs a Rússia a uma coalisão formada por Reino Unido, França, Reino da Sardenha e Império Otomano (com uma pequena ajuda do Império Austro-Húngaro). As potências europeias se uniram para refrear as pretensões expansionistas dos russos. As batalhas se estenderam bem além da Crimeia, chegando a regiões como o Cáucaso, os Balcãs, os Mares Negro, Báltico e Branco e o Extremo Oriente. Outras forças também acabaram se envolvendo: o Imamato do Cáucaso, a Circássia e o Principado da Abecásia, apoiando os Aliados; a Mingrelia e os rebeldes curdos, do lado do Império Russo.
As forças russas totalizavam quase 900.000 homens, as dos Aliados 680.000. As baixas, nos dois anos e meio de guerra, foram colossais: chegaram a 250.000 entre os Aliados e até 500.000 entre os russos. Como efeito de comparação, na década seguinte, a Guerra da Secessão dos Estados Unidos (1861-65) teria o dobro de tropas e o dobro de baixas, mas também duraria o dobro de tempo: mais de quatro anos. E a Guerra do Paraguai (1864-70), que durou cinco anos e quatro meses, opondo a poderosa Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai), mesmo envolvendo menos tropas – 250.000 do lado da Aliança, 150.000 do Paraguai – teve baixas maiores do que os efetivos, entre os paraguaios, contabilizadas as mortes de militares e civis: 150.000 do lado da Aliança (a maioria dos 100.000 mortos brasileiros foram negros, recrutados para as forças dos “Voluntários da Pátria” com a promessa de libertação da escravatura). Já do lado paraguaio, a guerra teve um efeito catastrófico. De uma população calculada entre 450.000 e 900.000 pessoas, só sobreviveram à guerra 220.000, dos quais apenas 28.000 eram homens adultos.
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A carga da Brigada Ligeira em pintura da época |
Voltando à Crimeia, aquela remota guerra da era romântica inspiraria a literatura e particularmente o cinema do século 20, destaque para o filme de Michael Curtiz A carga da Brigada Ligeira (1936), baseado num poema de Alfred Tennyson, com Errol Flynn e Olivia de Havilland, que teria um luxuoso remake colorido em 1968, dirigido pelo britânico Tony Richardson. Veja aqui a famosa cena da carga no filme de Curtiz, mostrando como o cinemão de Hollywood havia assimilado a técnica de montagem do mestre russo Eisenstein
https://www.youtube.com/watch?v=rFk66RXPi5M
Curiosamente, houve também um lado fashion no sangrento conflito. Devido ao frio extremo da região, as famílias das tropas britânicas mandavam gorros tricotados para seus filhos combatentes, que ganharam o nome de Balaclava, local de uma das maiores batalhas da guerra. A balaclava atravessou os tempos para servir aos mais variados propósitos no mundo contemporâneo: como “gorro ninja”, tem ocultado a identidade de policiais, assaltantes, sequestradores e terroristas. Confeccionada com material resistente ao fogo, protege pilotos e mecânicos nas competições de carros e motos no caso de acidentes com incêndio. Dois comandantes britânicos da brigada ligeira emprestaram seus nomes a inovações na vestimenta: Lord Raglan, que teve um braço amputado na batalha de Waterloo, criou a manga de jaqueta inteiriça que se estende até o pescoço. A manga raglan inspirou o estilo das camisetas dos times de beisebol americanos. Lord Cardigan, aposentado no País de Gales depois da Crimeia, enfrentou uma nova guerra contra seus apertados pulôveres. Resolveu a questão com uma tesoura, cortando a frente da roupa. Com o acréscimo de botões, surgiu o cardigã, que voltou a ser um hit da moda nos dias atuais.
Pensando no impensável
A Rússia voltou a cultivar projetos expansionistas na Era Putin, um recalcado agente menor da KGB que passou a alimentar o sonho de ressuscitar o zumbi da União Soviética. Anexou a estratégica península à beira do Mar Negro através da controvertida Adesão da Crimeia e Sevastopol à Federação Russa, assinada em Moscou em 2014. Agora, invade a Ucrânia – bombardeando implacavelmente o país e sua população civil, a pretexto de anexar regiões pró-russas do país. Sem interferir diretamente no conflito, Ocidente reage com sanções e embargos econômicos destinados a isolar a Rússia.
A humilhação e o isolacionismo a que foi submetida a Alemanha derrotada na Primeira Guerra, geraram o arrogante e vingativo Terceiro Reich, potência militar que quase tomou conta do mundo. Putin tem feito advertências constantes, em tom de ameaça, sobre o risco de isolarem a Rússia. A diferença de cenário de 1939 para 2022 é que, nestes oitenta anos, as grandes potências ficaram abarrotadas de arsenais nucleares. E os tiranos que andam por aí – como Putin, Trump (que ameaça voltar), Kim Jung-un – não hesitariam em apertar o botão ao menor gesto de provocação.
De graça nem futebol
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Reprodução Twitter |
por Niko Bolontrin
Restava a TV. Bastava sintonizar a Globo. Agora, com a pulverização dos direitos de transmissão, o torcedor tem que dá uma busca pela imagem. Se a opção 0800 não estiver na TV aberta, que seleciona cada vez menos jogos, o passo seguinte são os canais por assinatura - que cobram mensalidades caras pagas oficialmente ou clandestinamente ao tráfico e à milícia - e contratar pay-per-view, canais do You Tube, sites de clubes, de federações ou confederações, streaming etc. Em todos você morre em uma grana.
Fora isso, resta ir à casa do vizinho ou fazer uma visita desinteressada a um parente na cara de pau ou pelo menos levando uma cervejinha.
O que salva o povo é uma grande instituição nacional: os botecos que oferecem o jogo aos clientes em telões ou tvs de boas polegadas. Claro, você deverá consumir alguma coisa ou ficar na nova geral corujando seu time do lado de fora do boteco. Até às lojas de rua que ligavam aparelhos de tv nas vitrines com os torcedores lotando calçadas já não são tão disponíveis.
A tendência é que muitos clubes entrem na onda das SAF (Sociedade Anônima do Futebol) comandadas por empresários cujo objetivo é naturalmente turbinar lucros. Com isso, pode-se esperar aumento de preços nos estádios e em todas as plataformas.
A "geral" dos botecos é a salvação.
Frase do Dia: caixa preta
A FRASE DO DO DIA
“• A Vida e a Morte são duas urnas fechadas, cada uma contendo a chave que abre a outra.
• O Homem e a Mulher são duas urnas fechadas, cada uma contendo a chave que abre a outra.”
ISAK DINESEN (1885-1962),autora de “A festa de Babette”.
sexta-feira, 15 de abril de 2022
Tarzan apaga no grito 90 velinhas • Por Roberto Muggiati
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Poster do primeiro filme |
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Jane, Tarzan e Cheetah |
Em 2 de abril de 1932 chegava aos cinemas dos Estados Unidos o filme Tarzan, The Ape Man/Tarzan o filho das selvas. Criado pelo escritor americano Edgar Rice Burroughs, em 1912 na revista pulp All-Story e, em formato de livro, em 1914. Já em 1918 surgia o primeiro filme, seriam ao todo quatro filmes e quatro seriados na fase do mudo. Tarzan no cinema só iria decolar mesmo na primeira versão sonora, graças ao carisma do ator Johnny Weismüller, indiscutivelmente o melhor Tarzan de todos os tempos. (Clark Gable foi cogitado para o papel, mas descartado por ser um ilustre desconhecido. Outros que fizeram testes foram os heróis de faroeste Randolph Scott e Joel McCrea e Bruce Crabbe, astro dos seriados de Flash Gordon e Buck Rogers.). Weissmüller, nascido em Timisoara, Romênia, parte do império austro-húngaro e filho de alemães, tinha cinco medalhas de ouro olímpicas em natação (nos Jogos de 1924 e 1928) quando foi contratado pela Metro Goldwyn Meyer, aos 27 anos. A MGM quase não conseguiu assinar com Weismüller. Ele era manequim da fabricante de cuecas, ceroulas e calções de banho BVD, que não queria ver seu garoto-propaganda trajando uma tosca tanga de couro. Uma barganha foi acertada: atrizes famosas da MGM como Greta Garbo, Joan Crawford e Jean Harlow posariam para anúncios usando maiôs da BVD.
Um parêntese: embora Weissmüller pudesse representar admiravelmente o mito da superioridade da raça ariana, Adolf Hitler não era chegado aos filmes de Tarzan, preferia as comédias do Gordo e o Magro (Chaplin, nem pensar...)
O filme começa lento, com o caçador inglês James Parker e seu jovem assistente Harry Holt na África, planejando uma expedição em busca do tesouro dos marfins de um lendário Cemitério de Elefantes. Surge então na selva a filha mimada do velho James, Jane, com um guarda-roupa de safari comprado na Selfridge’s que inclui sapatos de meio salto. Uma lady inglesa não deixa de ser um fator de risco numa expedição daquelas. O filme só começa a decolar depois de meia hora, com o aparecimento de Tarzan, anunciado por seu grito de guerra – Ôôôôô, uô-uô, uô-uôôôôô!!! – e por um arrojado voo pelos cipós. Atacados por pigmeus, os caçadores ingleses se distraem e o Filho das Selvas, criado por macacos, sequestra a jovem branca para sua casa nas árvores.
O criador de Tarzan, Edgar Rice Burroughs, nunca pisou na África. As locações do filme também não se afastaram muito de Hollywood. De uns terrenos baldios nas cercanias de Los Angeles, só se aventuraram um pouco mais longe, até Silver Springs, nos manguezais da Flórida, para cenas de hipopótamos e jacarés comedores de homens. Os leões foram fornecidos por um tratador com uma fazenda na periferia de Los Angeles, que cuidou pessoalmente das cenas envolvendo seus pupilos. O diretor W.S. Van Dyke usou também cenas do seu “Trader Horn/Mercador das Selvas” (1931), o primeiro filme de ficção sonoro rodado na África, resultando em efeitos de back-projection muito óbvios. Apesar de tudo, o filme recriou para o público da época a atmosfera da “África profunda”. Afinal, Hollywood não foi chamada à toa de “Fábrica de Sonhos”.
Os elefantes eram asiáticos, de orelhas mais curtas. Para dar a impressão de elefantes africanos, tiveram grandes orelhas falsas coladas nas laterais da cabeça. Os paquidermes asiáticos, por serem mais dóceis, facilitavam as filmagens, daí a sua preferência. Nos filmes seguintes, a produção abandonaria as orelhas falsas, achando que a plateia não notaria a diferença. A tribo de pigmeus africanos que ataca a expedição foi interpretada por anões brancos pintados de preto pelo departamento de maquiagem. Em sua aldeia, Zumangani, um gigantesco gorila preso num profundo fosso, trucida vítimas oferecidas a ele em sacrifício – uma antecipação do clássico King Kong de 1933.
O êxito de Tarzan no cinema levaria à produção de mais de cinquenta filmes e franquias, sem contar as versões e séries para rádio e TV. Na pré-adolescência fui um ardoroso fã do Tarzan, não só dos filmes das matinés de domingo do lendário “poeira” de Curitiba, o Cine Broadway, em cuja calçada se fazia o escambo de gibis. Além de consumi-lo em quadrinhos e nos livros da coleção Terramarear, eu ouvia a série radiofônica que fazia sucesso na época. Seu prefixo musical – não me perguntem por que – era a abertura da opereta “Orfeu no Inferno”, de Offenbach, aquela que se tornou o hino das dançarinas do can-can francês. Até hoje, quando ouço a música, eu a associo mais ao Filho das Selvas do que às midinettes que abriam as pernas nos palcos de Paris. Por aí se pode medir a força de um mito como Tarzan.
E tem ainda uma marca que hoje se chamaria de “branded content”: o grito do Tarzan. As controvérsias continuam até nossos dias. Segundo alguns, o grito teria sido criado pelo engenheiro de som da MGM Douglas Shearer, que fez um mix de vários sons. Outros acreditam que o grito era feito pelo próprio Johnny Weissmüller e sua garganta possante. Ao longo de toda sua vida, a atriz Maureen O’Sullivan – a Jane – garantia que Weismüller fazia o grito sem nenhuma assistência técnica. O próprio Johnny Weissmüller afirmou, num programa de TV, o Mike Douglas Show, que o grito era criação sua. E provou, no berro.
A grandeza e persistência de uma obra de arte pode ser medida por sua presença em nosso cotidiano. Não estranhe, portanto, se um dia você ouvir no seu bairro a buzina de um carro entoando o grito do Tarzan. Cansei de ouvir nas ruidosas ruas de Botafogo. A buzina está à venda na internet.
PARA OUVIR O GRITO ORIGINAL DE TARZAN CLIQUE AQUI
Na TIME, ideias para o futuro do planeta
quinta-feira, 14 de abril de 2022
Acorda, Sleepy Joe
As terríveis cenas da desastrada retirada no Afeganistão, a inflação e a atuação na Guerra da Ucrânia - conflito que impulsiona a inflação - jogaram Joe Biden em um porão de desaprovação na opinião pública estadunidense em um ano eleitoral. Biden viu na Ucrânia uma chance de se afirmar como o líder global. Até aqui não deu certo. Seu índice de desaprovação está em 55%. O risco de entregar a maioria no Congresso assusta os democratas. Na Ucrânia, Biden concentrou seus esforços na guerra. Parecia entender que a recuperação do seu prestígio interno estava apenas na enorme ajuda militare nas sanções, esqueceu que trabalhar para evitar a invasão russa, quando isso ainda poderia ser possível, e buscar uma negociação de paz para conter tantas mortes também é papel de estadista. Se o desfecho ainda imprevisível da crise na Europa mostrar que Biden acertou e vier em seguida a queda da inflação, ele poderá se recuperar a tempo.
Por enquanto e de camarote, Donald Trump assiste às trapalhadas do democrata enquanto lhe crava o apelido de Sleepy Joe.
Frase do Dia: quem sustenta o opressor
"O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”
Simone de Beauvoir (a filósofa, escritora e ativista morreu em 14 de abril de 1986, há exatos 36 anos)quarta-feira, 13 de abril de 2022
Instinto Selvagem comemora 30 anos. Mas Paul Verhoeven, o diretor do blockbuster de 1992, diz que não há motivo para festa. "A sexualidade foi banida do cinema"
Sharon Stone, o fenômeno das telas em 1992. Foto Divulgação |
por José Esmeraldo Gonçalves
Lançado em 1992, Basic Instict (no Brasil, Instinto Selvagem) comemora 30 anos. Aqui, os caras pintadas estavam nas ruas; Collor caía; Daniella Mercury fazia sucesso com o Canto da Cidade; Madonna agitava as lojas de discos (ainda existiam) com o ousado Erotica. Tereza Collor estava nas capas de revistas. No meio de tanta notícia e com uma cruzada de pernas solar apesar da meia luz do set, Sharon Stone dominou a cena. Não é exagero dizer que tudo ao redor ficou menor naquele ano. O autor da mágica foi o diretor de Basic Instinct, Paul Verhoeven.
A propósito, em sua recente autobiografia, Sharon Stone reclamou que não sabia que seria tão exposta no filme. Verhoeven logo rebateu e deixou claro que a atriz tanto estava informada sobre a cena polêmica que, em conversa no estúdio, ele mesmo havia lhe contado sobre uma amiga da adolescência que não usava calcinha e era a nostálgica inspiração para a sequência da cruzada de pernas.
Em entrevista à revista digital IndieWire há poucos dias, o diretor citou o filme e surpreendeu ao usá-lo como guia de uma análise improvisada sobre o cinema atual. Uma cena como aquela, além do alto teor erótico do filme inteiro, seria bancada hoje ? Ou os estúdios já aposentaram o sexo nas telas e no streaming? Verhoeven diz que sim e observa que os novos filmes de James Bond eliminaram até "trepada sutil", aquela apenas insinuada sob uma montanha de lençois. "No Time to Die não tem sexo", diz ele. O diretor acrescenta que os herois da Marvel - a interminável onda do cinema atual - são assexuados. De fato, não há Viagra planetário que estimule aqueles sujeitos em trajes metálicos ou calças leggings, cercados por efeitos especiais e explosões. O cinema mudou a chave: a estética dos games e comics é o que parece excitar os novos públicos. A única integrante feminina do Quarteto Fantástico é invisível, nada mais brochante. Em Guardiões de Galáxia, Gamora é espancada por bandidos e se torna uma assassina intergalática. Quem se arriscaria a levá-la para a cama? Em She-Hulk, a heroina é até pegável, mas e se entrar em surto com o seu primo verde? E por aí vai: Valquíria, Vampira, Psiyocke são capazes de tudo, voam, disparam raios, abatem vilões, mas parecem ter traumas sexuais que as transformaram em eternas noviças.
Apesar do moralismo doentio que, na sua opinião,limita e censura Hollywood, Verhoenven promete lutar até o fim: seu novo filme, Young Sinner, é um thriller erótico, como Basic Instinct.
OSTENTAÇÃO: Dubai é aqui!
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Foto: Divulgação |
por Acácio Varejão, correspondente do Panis em Itajaí
Foi aprovada, no Balneário Camboriú, SC, a construção de um prédio (!) de 509 metros de altura, com 154 andares. Você gostaria de morar na cobertura? Morando acima do 100º andar, quando tempo você perderia nos elevadores durante as paradas nos andares intermediários? Ou haveria helicópteros ao seu dispor a um estalar de dedo? Paraquedas? Parapentes? Drones? Bem, dizem que o automóvel-voador já está a caminho... Uma coisa é garantida: qualquer tentativa de suicídio será bem sucedida. A não ser para os achatados que moram nos andares de um dígito? Como ficaria a autoestima dos pobres coitados? Aliás, quem compraria apartamento de primeiro andar num prédio de 154 andares? E a administração do lixo?
Eu não diria “Se vivo fosse Nélson Rodrigues...” Do túmulo o velho canalha querido brada: “Toda ostentação é burra! Mas esta não tem tamanho...”
Putin não é pop! • Por Roberto Muggiati
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Pussy nos presídios de Putin |
Julian Lennon, 59 anos, declarou: “A Guerra na Ucrânia é uma tragédia inimaginável... Como ser humano e artista me senti compelido a reagir da maneira mais significativa que pudesse. Por isso, hoje, pela primeira vez na vida, interpretei publicamente a canção de meu pai “Imagine”. Por que só agora, depois de todos estes anos? Eu sempre disse que a única ocasião que me levaria a cantar “Imagine” seria o “Fim do mundo”…
Aos 59 anos, Julian Lennon canta pela primeira vez “Imagine”. |
Ouçam Julian Lennon, com Nuno Bettencorut ao violão, em “Imagine”:
https://www.youtube.com/watch?v=NicWjYMPDG0
Outro roqueiro sempre disposto a apoiar as causas Justas deste planeta cheio de injustiças é Sting. Ele fez mais pela causa do índio brasileiro do que muitos artistas do nosso próprio país. Graças a ele, a candidatura de Raoni ao Nobel da Paz continua de pé. Ele também veio a público demonstrar toda a sua indignação contra a covarde invasão da Ucrânia. Neste novo vídeo, ele explica suas razões, destacando os versos “Compartilhamos a mesma biologia/ Independentemente da ideologia/ E o que pode salvar a mim e a você/ É que os russos amam seus filhos também.”
Ouçam Sting, voz e violão, acompanhado de violoncelo, em “Russians”
Mídia - toda hora alguém noticia que empresa tal foi multada. Notícia seria flagrar a empresa multada pagando a multa no guichê. Alguém já viu isso?
por Flávio Sépia
"Se um cachorro morde um homem não é notícia; se um homem morde um cachorro, é" . O aforisma muito conhecido teria sido criado pelo jornalista americano John Bogart. No Reino Unido, a mesma máxima é dada como de autoria do magnata da imprensa Alfred Harmsworth.
No caso das concessionárias de transporte multadas por falhas no serviço prestado, gigantes do agro negócio multados por desmatamento, grifes punidas por usar trabalho escravo, hospitais multados por negligência, sonegadores e poluidores flagrados no crime etc, a mídia deveria ir atrás do homem que morde o cachorro. Você vê e lê com frequência notícias sobre as multas acima. O que deveria ser notícia seria a empresa multada pagar a multa. No Rio, por exemplo, noticiar que a Supervia, empresa privada de transporte ferroviário, foi multada é coisa quase mensal. O que nunca se sabe, e a mídia ignora, é se a Supervia pagou a multa. Aparentemente, a "punição" se esgota na notícia. Usuários fingem que acreditam que a empresa foi punida, a fiscalização finge que atua, a mídia finge que presta serviço e o Estado finge que a multa é paga. E a vida segue nos trilhos e na maré mansa. Pelo menos uma vez, só uma vez, as câmeras poderiam flagrar no guichê uma empresa dessas quitando uma multa. Aí acreditaríamos que homem morde cachorro.
terça-feira, 12 de abril de 2022
Frase do Dia: sem banho
"O casamento é uma troca de maus humores durante o dia e de maus odores à noite.”
Arthur Schopenhauer, filósofo alemão (1788-1860)
É fake, mas vale zoar
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Reprodução Twitter |
A palavra original é tensão. Mas o derrame superfaturado de Viagra justifica o clima. Mas uma vez o roteirista do Brasil se supera. Na tempestade de escândalos de corrupção no governo, esse é o da vez. Aos políticos golpistas que costumam frequentar quartéis, é a hora da confraternização. Vai lá. Boa sorte!.
A FÜHRERIN FRANCESA
por José Esmeraldo Gonçalves
O perigo, mais do que nunca. Marine Le Pen passou um maquiagem que amenizou suas conhecidas pautas de ultra direita, como racismo, imigração, ecologia, leis prisionais, educação, energia limpa, desmonte da União Europeia etc para prometer um programa populista de auxílios financeiros, corte de impostos, benefícios para aposentados, salários, um possível "brexit" francês, aumento das verbas militares, intervenção do Estado na economia, entre outros pontos que seduziram boa parte do eleitorado cansado do modelo neoliberal que fez cair o padrão de vida da população nas últimas décadas. Não por acaso sua campanha recebeu vultoso apoio financeiro do lider polonês Andrzej Duda. Na outra ponta, o desgaste de Emmanuel Macron, os impactos da guerra na Ucrânia e a fragmentação resiliente da esquerda favoreceram a ascensão da Führerin francesa. Faltou pouco para Mélenchon - cujo desempenho surpreendeu -, ir para o segundo turno. Resta agora esperar que o voto antifascista anteveja o risco, faça cair a abstenção e reeleja Macron, a solução amarga e única. Macron, Mélenchon e nichos menores da esquerda têm até o próximo domingo, data do segundo turno, para buscar um entendimento que afaste a França da fascismo com botox.
segunda-feira, 11 de abril de 2022
Folha "mata" a rainha Elizabeth
A Folha de São Paulo cometeu hoje um "feminicídio". "Morre Elizabeth 2•, a mais longeva rainha da história britânica". O jornal pediu desculpas a apagou a mancada. Elizabeth passa bem e já deu pinta de que pretende viver mais do que a Folha.
Operação Antibrocha- Militares recebem "Auxílio Viagra" pago com dinheiro público
por O.V.Pochê
Em 1968, o deputado Márcio Moreira Alves protestou na tribuna da Câmara Federal contra a violenta invasão da Universidade de Brasília. No seu discurso, às vésperas de 7 de setembro, ele propos às mulheres brasileiras uma espécie de boicote aos militares das Forças Armadas. Veja um trecho do discurso que motivou a cassação do seu mandato e o lançou em um exílio de mais de dez anos.
"Esse boicote pode passar também às moças, aquelas que dançam com cadetes e namoram jovens oficiais. Seria preciso fazer hoje no Brasil com que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusassem a entrada à porta de sua casa aqueles que vilependiam a Nação. Recusassem a aceitar aqueles que sillenciam e, portanto, se acumpliciam".Cinquenta e quatro anos depois o Brasil vive um governo impregnado de milicos. Eles voltaram a mandar no sol e na chuva da frágil democracia brasileira. O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) revelou que as Forças Armadas aprovaram a compra de mais de 35 mil unidades de Viagra, medicamento utilizado no tratamento contra a disfunção erétil. Os brasileiros já tão explorados agora patrocinam tentativas de paudurência nas fileiras das gloriosas. Se não houve a greve de sexo sugerida por Márcio Moreira Alves, supõe-se agora que, longe de paralisação, a reivindicação e manobra militar urgente pedem mais ação.
Eleições na França: um recado ao Brasil
Quando você não identifica a mutreta, o bobo é você
FRASES DO DIA.3 - Derrota, vida, sucesso
* “A derrota tem uma dignidade que a vitória não conhece.”
JORGE LUÍZ BORGES
• “Na vida o importante é fracassar.”
NÉLSON RODRIGUES
• “O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”
WINSTON CHURCHILL
domingo, 10 de abril de 2022
Indígenas protestam em Brasília contra projeto que autoriza exploração de terras para mineração
A volta do Pink Floyd, 28 anos depois: pela Ucrânia • Por Roberto Muggiati
Foto: reprodução do clipe Hey, Hey, Rise Up |
Exatos 28 anos e dez dias depois do lançamento do álbum Division Bell, o Pink Floyd está de volta, com a canção “Hey, Hey, Rise Up!”, lançada na última quinta-feira, 7 de abril, uma exaltação da resistência ucraniana contra a invasão russa. Participa virtualmente do vídeo, o músico Andriy Khlyvnyuk da banda Boombox, interpretando em sua língua natal “O viburno vermelho da campina”, uma canção de protesto ucraniana da Primeira Guerra Mundial. O título da composição do Pink Floyd foi tirado do último verso da canção e significa “Ei, ei, deem a volta por cima e rejubilem-se!” Ao guitarrista e vocalista David Gilmour e ao baterista Nick Mason juntaram-se os ex-integrantes do Pink Floyd Guy Pratt, no baixo, e Nitin Sawhney, aos teclados.
Gilmour, que tem uma nora e netos ucranianos, indignou-se com o ato de violência de Putin: “Como muitos em toda a humanidade, venho sentindo fúria e frustração diante dessa vilania de vermos um país democrático e independente invadido e tendo seu povo assassinado por uma das maiores potências do mundo.” Gilmour não hesitou em dar a sua contribuição à causa ucraniana depois de saber que Andriy tinha largado tudo para seu unir à Defesa Territorial dos seus compatriotas e ao comover-se com o vídeo do Instagram em que o músico canta diante da catedral de cúpula dourada na praça principal de Kiev, no silêncio sepulcral das ruas esvaziadas pelo terror da guerra. Durante a composição da música, Gilmour telefonou para Khlyvnyuk, que estava hospitalizado recuperando-se de um ferimento por estilhaço de morteiro; tocou até para ele um trecho da canção e recebeu sua bênção.
“Nossa intenção é levantar fundos para levar ajuda humanitária e apoio moral à sofrida população da Ucrânia,” disse David Gilmour. A capa do single é um girassol, a flor nacional da Ucrânia, e faz alusão à história da mulher que foi vista ao redor do mundo nas redes sociais distribuindo sementes de girassol aos soldados russos e pedido que as carregassem em seus bolsos para, ao morrerem, ajudarem a germinar mais flores no castigado solo da Ucrânia.
Ouçam e vejam a nova canção do Pink Floyd AQUI
https://www.youtube.com/watch?v=saEpkcVi1d4
sábado, 9 de abril de 2022
Frase do Dia: indigne-se!
"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."
CHE GUEVARA
O golpe do iFood contra a livre manifestação
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Reprodução. Clique na imagem para ampliar. |
Mídia: como reconhecer um colunista, comentarista, editorialista ou âncora que é bolsonarista enrustido
A maioria sairá do armário no segundo turno das eleições. Isso costuma acontecer sempre que a esquerda leva um candidato às finais. Mas antes disso, durante a campanha, eles emitem sinais inconfundíveis.
Nos anos 1950 foi popularizada na política uma expressão que surgiu em quartéis no embalo da Guerra Fria. "Fulano é 'melancia'". No Brasil, as Forças Armadas são majoritariamente instrumentos da direita e ultra direita, posição bem caracterizada pelos golpes e ditaduras que patrocinaram. Não é preciso ser comunista: se um militar mostrar sutis ideias progressistas ou se der pista de que é socialista ou mesmo social democrata provavelmente ganhará a definição interna, em alusão à farda, de "verde por fora vermelho por dentro". Um "melancia".
A esquerda ainda não deu nome de fruta ou verdura aos jornalistas que são verdes por dentro, mas a especie viceja na atual corrida eleitoral. Como não disfarçam muito, devem ser "abacates" plenos que ficarão maduros assim que o TRE totalizar os votos do primeiro turno.
Conheça as cepas da bolsonarite quase assintomática que assola certos editorialistas, comentaristas e âncoras e colunistas da mídia neoliberal.
* Prefere chamar os escândalos de corrupção do governo Bolsonaro de "irregularidades".
* Elogia a política econômica do governo e evita críticar Paulo Guedes.
* Se Bolsonaro passar um dia sem criticar o STF, o jornalista comemora a "nova fase de respeito às instituições"*'.
* Faz campanha contra título de eleitor para jovem a partir de 16 anos.
* Quando crítica alguma medida de Bolsonaro sempre faz a ressalva de que Lula fez pior.
* Escreve colunas inteiras ironizando o "politicamente correto" , uma das bandeiras dos bolsonaristas.
* Vê manifestações racistas e nazistas como "liberdade de expressão".
* Critica o banimento de termos e expressões que os movimentos negros classificam de preconceituosas.
* Atribui a alta dos juros, do dólar e da inflação sempre à crise mundial. Enchentes em Petrópolis à mudança do clima.
*Começa a deixar de lado a expressão "terceira via". Agora chama de "Centro Democrático" as pré-candidaturas dos ex-bolsonaristas Sérgio Moro, João Dória, Simone Tebet e Eduardo Leite.
* Ainda intitula Olavo de Carvalho de "filósofo".
* Quando fala do desastre ambiental no governo Bolsonaro poupa o agronegócio, o maior responsável segundo instituições internacionais respeitadas.
* Não condena garimpo nem mineração em terras indígenas.
* Não critica a liberação indiscriminada de agrotóxicos.
* Não chama a queda de Dilma de golpe.
* Evita comentar agressões de bolsonaristas a repórteres.
* Acredita que o mercado e a especulação financeira sempre têm razão.
* Acha Paulo Guedes um cara espirituoso e "grande frasista" mesmo quando agride porteiros, empregadas domésticas, aposentados...
* Chama tortura de "maus tratos".
* Reservou uma passagem para Paris, em novembro. Quem sabe...
sexta-feira, 8 de abril de 2022
Brasil cria a corrupção na robótica. O cinema lançou robôs inesquecíveis, mas não ousou inventar androides ladrões
R2-D2, C3-PO, os robôs de Star Wars
A primeira robô do cinema: a Maschinenmensch de Metrópolis
Robby, de Planeta Proibido, de 1956. Rosie, a robô dos Jetsons A bela Sean Young no papel da replicante humanoide do filme Blade Runner
por José Esmeraldo Gonçalves
Se depender de Brasília, o Brasil terá um robô em cada esquina para as mais variadas tarefas. Vamos finalmente deixar na poeira os mais famosos robôs do cinema. R2-D2, C3-PO e BB-8, as máquinas inteligentes de Star Wars; Marvin, o androide de O Mochileiro das Galaxias; Andrew, o robô doméstico de O Homem do Bicentenário; Sonny, o quase humano do filme Eu, Robô; T-800, o quase invencível androide do Exterminador do Futuro; Rachael, de Blade Runner; Robby, que apareceu no filme Forbidden Planet, de 1956. Tem mais: o inesquecível robô B-9 de Perdidos no Espaço, autor do bordão "perigo, perigo". Vale lembrar HAL, o computador de 2001, Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. Não tinha pernas nem rodinhas e muito menos aspecto humano, seu visual era apenas uma lente, mas mandava e muito na nave Discovery One. E finalmente, o pioneiro entre as criações da ficção cientifica cinematográfia, a Maschinenmensch, a "máquina humana" do filme Metrópolis, de 1927, dirigido por Fritz Lang. O cinema criou dezenas de robôs, alguns mocinhos outros vilões. Não me recordo de androides corruptos. Pois a corrupção brasileira leva a robótica para o mundo do crime. A Folha de São Paulo denuncia mais um escândalo do governo Bolsonaro e dos seus apoiadores da Câmara dos Deputados. Dessa vez coisa de ficção científica. Espertos emplacaram uma venda de kits de robótica para escolas públicas que não têm nem o básico para oferecer boa educação. A Educação, aliás, está na mira dos ladrões. Depois dos pastores que intermediam verbas federais em troca de propina e da licitação de ônibus escolares superfaturados (suspensa a tempo pela TCU), o ataque da mão leve agora vem em nome da alta tecnologia.
Nesses golpes há sempre uma "boa intenção" embutida. No caso, era a formação de supostos jovens "cientistas". Mas o objetivo mesmo foi meter a mão em dinheiro público.
O grande risco agora é o ativo laboratório de corrupção do Brasil construir seus próprios robôs especializados em roubalheira hi-tech. Não precisarão mais apelar para "laranjas". Terão seus próprios "laranjas mecânicas". Nada mais de dinheiro na cueca transportado por humanos. Humanoides farão o trabalho sujo sem risco para o político envolvido. Participar ao vivo de reuniões sobre propinas? Dispensável. Um androide vai lá e combina o jogo. Correr em becos carregando mala de dinheiro? Coisa do passado. Um veículo controlado à distância vai lá e faz o carreto dos naços de propina.
Agora sim, o Brasil é o país do futuro.
Frase do Dia: essa frase lembra quem? Uma dica: mora em Brasília
“Você pode fazer muito mais com armas e delicadeza do que com apenas delicadeza.”
VLADIMIR PUTIN
A pátria marginal
por Pedro Juan Bittencourt
Você, claro, já reparou. Além de economicamente subdesenvolvido (sim, o termo está de volta, o substituto, "país em desenvolvimento", não cola mais), bandidos atuando em todas as áreas tornaram o Brasil inviável e, enfim, "democrático": é inviável para todas as classes sociais. Veja, a seguir, uma simples lista que mostra entre pequenas e grandes coisas o que os brasileiros não podem usar ou desfrutar.
* Pix é uma comodidade, mas muita gente evita instalar o meio de pagamento no celular. Roubar o aparelho para desfalcar a conta é o crime em ascensão.
* Cidades brasileiras não podem ter estátuas ou placas de bronze. Bandidos roubam tudo e receptadores do metal atuam livremente.
* Se o seu condomínio comprar um recipente de lixo para não espalhar resíduos na rua, esqueça. Será imediatamente roubado.
* Você paga IPVA em dia, não tem multas e a polícia o para na blitz. É que seu carro foi clonado por bandidos.
* Você usava o aplicativo de patinete para lazer ou para se deslocar a trabalho. Perdeu. Ladrões inviabilizaram o sistema.
* Você é usuário do WhatsApp. Vive em paranóia. Clonar contas para aplicar golpes é comum
* Você é rico e acaba de comprar uma Ferrari. Em poucos dias vai descobrir que só é tranquilo passear no condomínio ou tem que sair com seguranças. Bandidos podem achar que o carro é difícil de vender, mas um sequestro é viável para eles.
* Por falar em carro, o Brasil é um dos poucos países onde o carro conversível não emplacou apesar de ter sol quase o ano inteiro. É facilitador pra bandido assaltar no sinal.
* O túnel ficou sem luz? Roubaram cabos elétricos; caiu a internet? Roubaram a fibra ótica.
* Você mora em área de milícia ou do tráfico. Tem que comprar gás, tv a cabo e internet com os "irmãos" do crime. Sem reclamar.
* Se você mora em uma cidade grande não estará longe de uma "rua do perdeu". São lugares onde você não passa sem ser assaltado.
* Empresas de entrega a domicílio pensam em usar drones. Vai demorar e não só por problemas tecnológicos. Executivos retardam projetos por temer a roubalheira.
* Você usa a praticidade do código de barras para pagar seu boleto. O código pode ser falso e sua grana vai parar em conta de bandido.
* Sua cidade tem muitas praças mas se você for lá vai parecer um pato no meio dos lobos.
* Se chover demais sua conta de luz aumenta, se não chover, também. É que energia virou ativo do mercado financeiro. Nesse caso o bandido tem nome: é o governo que você elegeu.
* Você não ganha em dólar, mas paga gasolina e diesel na cotação da moeda do Tio Sam. O bandido é o governo que você elegeu.
* Você está desempregado é não pode perambular em busca de emprego porque acabou o dinheiro para passagem de ônibus. A solução é pegar qualquer bico perto de casa. E aí os economistas e jornalistas de economia o chamam de "desalentado".
* Você é prefeito de uma cidadezinha e não recebe verba federal para educação. Dançou. Você não topou pagar propina pro pastor corrupto.
Há muitos exemplos e só uma certeza: os brasileiros estão impedidos de entrar no século 21.
quinta-feira, 7 de abril de 2022
Frase (ou o Pessoa) do Dia
"Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram.”
FERNANDO PESSOA